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04 - Vanessa Díaz

Vanessa Díaz

— Sou brasileira e lá eu me formei em direito, mas infelizmente não consegui advogar ainda, enquanto me formava eu trabalhava em um escritório de advocacia na minha cidade. — Consigo perceber o quanto ele está aliviado.

— E o seu último emprego foi esse? — Nego com a cabeça.

— Não, trabalhava para o antigo CEO e ele ficou receoso que o atual me demitisse sem meus direitos, ele fez isso por mim. — Ele põe as mãos na frente o rosto e agradece aos céus.

— Graças a Deus, está recontratada, pode começar hoje, o CEO está enlouquecendo todos os setores, ele quer um balanço completo até o fim da semana, porque ele não pode ficar aqui, ele mora em Vegas e vai embora no final da semana. — Olho para meu mais novo chefe e percebo o desespero dele nesse momento.

— Posso, sim, o que precisa para poder tirar esse monte de papéis na sua mesa? — Ele me explica tudo o que precisa.

Começo a trabalhar e quando consigo uma folga mando uma mensagem para o meu irmão para avisá-lo que consegui um emprego e que estava tudo bem, quando chegasse mais tarde conto as novidades para ele. Vou até o RH e a Andreia, que já me conhece, prepara todas as minhas papeladas e me avisa que amanhã preciso ir à clínica realizar os exames de admissão.

Quando termino volto para minha mesa e tento organizar tudo o que posso, porque amanhã chegarei um pouco mais tarde, o meu chefe terá uma reunião com o dono da perfumaria, o nomeei assim porque acho incrível que ninguém ainda não sabe o nome dele, apena o apelidaram como o rei do pôquer, dizem que é porque ele vem ganhando várias empresas assim, a tática dele é fazer pensarem que ele perderá, mas é apenas um blefe para que ele possa ganhar tudo o que estiver na mesa.

No fim do dia consegui organizar bastante coisa, entro na sala do meu chefe que já consegue respirar melhor sem tantos papéis na frente da sua cara e ele sorri grato para mim.

— Senhor Maycon, se não precisar mais de mim, estou indo embora, preciso cuidar de um assunto na minha casa. — Ele agradece e me libera, me lembro de falar sobre amanhã.

— Senhor, está tudo pronto para a reunião de amanhã, já expliquei para Rose o que fazer e como ela pode lhe ajudar caso algo possa dar errado, mas tenho certeza que vai tirar de letra amanhã, só respire fundo e assim que terminar na clínica venho correndo. — Ele sorri me agradecendo.

— Não precisa ficar preocupada, fez mais por mim em uma tarde do que posso agradecer, agora pode ir, pode vir depois do almoço amanhã. — O agradeço e saio para a minha mesa.

Pego minha bolsa e vou para os elevadores, saio feliz do meu primeiro dia, amo trabalhar e estar nessa posição me faz recordar do meu período que trabalhei no Brasil, voltei as origens. Como já está tarde pego um táxi e vou para casa, estou bem cansada e quero apenas me sentar no meu sofá e sentir o melhor cheiro que existe.

Pago o taxista assim que chego na frente da minha casa, olho para ela e estranho ver que estava tudo desligado. Quando chegamos aqui conseguimos comprar uma casa muito boa em nesse residencial, por mais que seja um lugar razoavelmente perigoso, aqui bastante seguro, como queria ficar o mais longe possível da Flórida, viemos para o outro lado do país, tinha certeza que não me acharia embaixo do nariz dele.

Entro em casa, desligo o alarme e ligo as luzes, realmente a minha casa estava vazia, o que estranho, meu irmão já deveria ter chegado do trabalho, ele conseguiu um emprego na área de TI em uma empresa de refinaria de petróleo, ele é o homem de confiança do vice-presidente, desde que ele começou a trabalhar há uns seis meses ainda não conheceu o dono, parece que ele mora em outro país.

Largo minhas coisas no balcão da cozinha e começo a preparar o jantar por que daqui a pouco minhas dragas aparecem.

— Querida, cheguei meu amor… — Meu irmão é um babaca.

A maioria dos nossos vizinhos acham que ele é meu marido por que ele tem esse costume de quando chega em casa, sem contar que vive me abraçando na frente da casa e sempre é carinhoso, na verdade, nem me importo com isso, o amo da mesma forma.

— Estou na cozinha Juan. — Ele chega e me beija, vai para a geladeira e pega uma long neck.

Se senta de frente para mim e espera que comece a falar as novidades do dia, estava entusiasmada com o emprego novo, não é porque temos uma reserva boa que não temos que trabalhar.

— Saiu caladinha de casa. — Ele me acusa com um sorriso no rosto. — Agora me diz como foi seu dia? — Continuo mexendo a panela e olho para porta do lado que se abre.

Vemos a Nicoly entrando com a minha maior preciosidade, sorrio para o meu pequeno menino.

— Oi, pessoal, deixei recado na caixa postal de vocês, mas ninguém me respondeu, estava com o Gui lá em casa. — Me abaixo e o colo, me derreto toda com o meu filho. — Ele já jantou e está de banho tomado, só não coloquei o pijama nele.

— Não tem problema, Nicoly, vou me atentar aos recados, hoje meu dia foi corrido e comecei a trabalhar outra vez. — Gosto muito dela, se tornou a pessoa que mais confio para ficar com meu filho.

Ela se despede e termino de fazer o jantar e o Juan fica com o Guilherme enquanto limpo o que sujei, fico admirando a beleza que ele herdou do pai, depois que já tenho tudo arrumado subo com meu menino e vou para o seu quarto para que ele possa dormir, ele se deita com seu livrinho preferido e fico rindo.

— Totoria mamãe… — E lá vou eu para mais uma noite com histórias com o meu filho.

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