01 - Gustavo Lira
Gustavo Lira
Quando entrei no escritório de advocacia onde meu irmão trabalha, sou recepcionado por uma morena com luzes nos cabelos, lábios carnudos e lindos olhos azuis, com curvas nos lugares certos, ela me olhava com curiosidade e certo interesse.
— Bom dia, senhorita me chamo Gustavo, estou a procura do senhor Eduardo Lira, ele se encontra no momento? — Fixo meus olhos no dela, até ela quebrar o nosso contato para olhar o seu tablet.
— Desculpa, mas não tenho ninguém marcado com esse nome aqui… — Ouvir o seu sotaque me fez perceber que ela não era brasileira.
— Posso garantir que ele vai me atender, apenas o avise, diga que tenho alguns negócios para cuidar na cidade e preciso ver com ele alguns restaurantes para as reuniões de negócios que preciso realizar. — Tento explicar para ela, que ainda parece desconfiada.
— Verei o que posso fazer por você…
E assim conheci essa a colombiana que começou atormentar meus sonhos, precisava apenas convencê-la a largar tudo aqui e ir comigo para a Flórida, Bruno estava me cobrando há dias meu retorno e para piorar meu irmão acabou se envolvendo com as coisas que são trabalhos da Carol. Se ele não tomar cuidado acabará correndo perigo e colocar a mulher dele e minha sobrinha também.
— Gustavo não sei você, mas quero jantar, aceita uma comida leve e sem muito requinte? — Me pergunta insegura, estava usando um shortinho curto e uma regata sem sutiã, havia chegado a pouco tempo do trabalho.
— Minha linda, o que você quiser fazer, eu aceito e te ajudo, não sou apenas um rostinho bonito. — Ela sacode a cabeça e ri para mim, a vejo indo para a sua pequena cozinha.
Ajudo com tudo e depois limpo a cozinha, nos sirvo o vinho que ela tinha em sua dispensa, enquanto nosso jantar não fica pronto, nos sentamos na frente da TV que ela colocou em um show de algum artista sertanejo.
— Vanessa, venha comigo, venha conhecer meus pais e a cidade, caso não goste e continue com essa insegurança pode voltar e não perturbo você. — Faço minha melhor cara de cachorro pidão, sei que ela não quer ir.
— Aceito ir com você, mas preciso primeiro falar com meu irmão, para que se você fizer algo comigo por lá ele possa te matar. — Me surpreendo quando ela aceita a ir comigo.
Retiro a taça de sua mão e a agarro no sofá mesmo, a deixo cansada e sem fôlego que acabamos esquecendo das panelas no fogo, no final tivemos que pedir pizza, para podermos recuperar um pouco de energia.
Mas no dia que deixamos a Bia, a Carol estava no avião, as coisas mudaram, precisei contar a ela uma parte de toda a situação, porque todo cuidado é pouco com essas pessoas, tiro pela Carol sempre foi muito cuidadosa com a Laís e mesmo assim escapou de um sequestro.
— Você está me dizendo ser envolvido com toda essa loucura Gusta? — Estávamos pelados na sua cama e acabo de perceber que foi idiotice ter contado agora, é visível em seus olhos, o medo e receios pelo que disse.
— Disse que sou sócio de alguém que se envolve, não faço parte de nada disso. — Enfatizo novamente para ela, que se levanta da cama, pega seu roupão e se cobre. — O que houve? Porque todo esse medo, nada jamais acontecerá a você.
— Você não pode me garantir isso, acho melhor não ir com você, esse tipo de problema é perigoso demais para uma pessoa como eu, Gustavo, sou apenas uma secretária que continua estudando para ser uma advogada. — Me levanto assustado com o rumo da conversa e abraço seu corpo quente, levanto seu rosto.
— Ei, calma, não precisa se preocupar, protegerei você para sempre, não precisa temer nada, apenas venha e conheça meus pais, eles estão curiosos com você. — Ela me olha com cautela, mas por fim apenas concorda com a cabeça.
Depois que chegamos e aconteceu o susto com a víbora da Rebeca, ela ficou cada vez mais distante e pedi para a minha mãe conversasse com ela.
Minha mãe disse o mesmo que ela, que tem se sente insegurança, de que possa correr perigo devido meu mínimo envolvimento com as coisas do Bruno.
Já estava aceitando que ela iria embora.
Mas aconteceu o casamento do meu irmão e ela estava sentada em uma cadeira de frente para a minha de padrinho, ela sorria para mim e criei coragem, me sentei ao seu lado, Vanessa estava linda, ela havia escolhido um vestido até o joelho em um tom de amarelo bem clarinho, coloquei a mão em sua coxa e ela pôs a dela sobre a minha, se virou na minha direção e olhou dentro de meus olhos.
— Eu me apaixonei por tudo Gusta, principalmente por você, sei que acabei deixando que o distanciamento ficasse muito grande, mas acho que isso não é para gente! — Ela se vira para o meu irmão terminando o seu casamento, fico tão atônito que quero apenas sair dali e me acabar com uma garrafa de uísque, essa mulher conseguiu destruir meu coração em milhões de pedaço.
No final da cerimônia entro em qualquer caro e espero quem viria comigo, me encosto no banco e espero que todos entrem, quando percebo que ela entrou no mesmo carro que estava, levanto o vidro que nos separava e seguimos para o cassino.
— Gustavo, espera… — A ouço me chamando assim que desço do carro em frente ao cassino.
Não a espero chegar nem perto, mas sou impedido pela minha família, logo me livro deles e vou para o lugar que eu mais gosto, a mesa de pôquer, se o problema é que tenho sociedade com um mafioso, então ganharei algumas empresas para que ela se sinta segura.
— As apostas começam com 250 mil dólares, senhor. — O crupiê me informa assim que me sento, coloco algumas fichas na mesa e chamo a garçonete.
— Quero a melhor a garrafa do seu uísque e deixe na mesa por favor. — Dou a ela uma ficha de cinco mil e ela em pouco tempo volta com a garrafa.
Perco a primeira mão, viro o conteúdo do copo de uma vez, sentindo o líquido queimando a minha garganta, em seguida consigo recuperar tudo e adquirir duas novas empresas, uma de refinaria de petróleo e outra no ramo imobiliário, eles achavam que apenas por que estava bebendo estava ficando idiota, os deixei me devendo até às casas, mas não iria tirar deles, durante o mês analisarei o que tiverem e aumentarei essas empresas, mostrarei para essa medrosa que não preciso de nada que o Bruno possa oferecer.