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⋘ CAPÍTULO QUATRO⋙ Essa garota vai me deixar louco.

Santiago Romero.

11:30 ― Hospital ― Bogotá. ― Colômbia.

Observei ela fazendo vários exames e notei que a mesma não sentia bem, mas entendi que é porque não lembra de nada, claro que a mesma vai se sentir insegura no ambiente que nunca viu na vida. ― Enquanto ela estava ocupada, liguei para a dona Camila para vim aqui tirar as medidas dela e trazer um vestido longo e grande, se ficar folgado não tem problema, é só para ela não poder sair vestida com a roupa do hospital. Também mandei ela trazer um conjunto de peças intimas para ela. Enfim, eu ainda estou surpreso com tudo o que está acontecendo comigo.

Eu nunca pensei que me importaria com alguém assim.

É, eu me importo com essa garota, estou começando achar que posso.... Não, isso é impossível.

― Meu senhor? ― Me virei vendo o Charles entrando na sala.

― O que faz aqui? ― Questionei quando o mesmo parou ao meu lado.

― Chefe, parece que essa garota está sendo procurada pela máfia americana. ― Olhei para ele sem acreditar nisso.

― Como assim? Me explique melhor isso, Charles. ― Ele soltou um suspiro.

― Fiquem longe de mim!!! ― Rapidamente virei o meu rosto vendo a mesma empurrar a enfermeira.

Entrei na sala já que eu estava vendo através do vidro a mesma fazer o exame.

― Ei, está tudo bem. ― Ela me olhou assustada.

― Não me deixa sozinha! ― Pediu segurando o meu braço com força.

― Eu não vou, você está segura.

― E-E-Eu não entendo. ― Ela falou com lágrimas nos olhos. ― Eu me sinto bem com você, mas quando é outra pessoa... Só vejo fogo.

Puxei ele para um abraço e mesma retribuiu chorando no meu peito.

― Tudo vai ficar bem, eu prometo isso a você. Nada e ninguém vai lhe machucar , acredite em mim, não sou um homem de fazer promessas e não as cumpri-las. ― Falei sério.

― Eu acredito em você... Não deveria, mas acredito. Sinto que a minha cabeça vai explodir e quando fecho os olhos, só vejo o fogo. Porque eu vejo fogo, Santiago?

― Eu ainda não sei, talvez você estivesse em algum lugar com fogo. ― Afastei o seu rosto do meu peitoral e segurei. ― Eu vou encontrar pistas sobre o que aconteceu com você.

― Você é policial? ― Isso me fez rir áspero.

― Não, estou longe de ser alguém inútil da lei.

― O que você é? ― Eu não vou mentir para ela.

― Eu sou líder da máfia colombiana, controlo esse país na palma da minha mão. E com esse meu poder eu vou fazer de tudo para descobrir quem lhe fez mal.

― Você acha que alguém tentou me matar? ― Perguntou assustada.

― Vou ser sincero com você, nunca vou mentir. E sim, eu acredito que tenha alguém tentando lhe matar.

A mesma ficou tão pálida do nada.

― Calma, você tem que lembrar que está segura comigo. ― Ela me abraçou com força.

O calor do seu corpo no meu é algo tão reconfortante, eu nunca tive algo assim, claro, minha antiga família só me usava para sua própria diversão.

― Agora você precisa terminar os seus exames para irmos para casa. ― Tentei me afastar e ela me apertou com mais força. ― Querida, preciso que me solte.

― Fique comigo.

― Claro.

O médico voltou e começou a fazer os exames nela, olhei para o Charles e acenei com a cabeça avisando que conversamos mais tarde.

****

12:30 ― Hospital ― Bogotá. ― Colômbia.

Voltamos para o quarto quando ela terminou de fazer os exames, eu acho incrível o jeito dela, uma hora a mesma é extramente assustada e outra hora é uma mulher muito falante. Fiquei bastante surpreso por ela não ter ficado muito assustada por saber que eu sou um mafioso e ainda por cima um líder.

A porta foi aberta pela enfermeira trazendo comida para ela.

― Aqui, senhorita. ― A mesma colocou a bandeja em suas coxas. ― Quando acabar, pode deixar em cima da escrivaninha que logo irei vim buscar.

― Pode ir. ― Falei e a mesma engoliu seco.

― Sim, senhor. ― Rapidamente saiu do quarto nos deixando sozinhos novamente. ― Coma, você precisa comer.

― É normal eu não sentir tanta fome assim? ― Perguntou olhando para a comida em seu colo.

― Não é normal, você estava dois dias dormindo e passou por vários exames, deveria estar com muita fome agora. Coma, mesmo que seja um pouco, coma.

― Certo.

A mesma começou a comer e fiquei só observando ela.

― Isso é estranho. ― Falou.

― O que é estranho? ― Perguntei sem entender.

Ela me olhou.

― Tudo na verdade. ― Cruzei os braços.

― Explique.

― Primeiro, eu acordei sem memórias e deveria surtar.

― Você surtou. ― Falei.

― Mas não por muito tempo. Ainda por cima, eu me sinto confortável com você, nós não se conhecemos e mesmo assim eu me sinto segura com você. Até o seu jeito de ficar me olhando enquanto eu como, não me incomoda.

Olhei para os meus sapatos e soltei um suspiro.

― Não me pergunte algo que nem mesmo eu entendo. A minha vida toda eu pensei que séria um velho sozinho, aí aparece uma mulher na frente do meu carro toda machucada e com cheiro de fumaça. Vou ser sincero com você, eu não sou um homem bom, mais assim que eu te vi, senti algo dentro de mim querendo a protege-la.

Falei sendo sincero com ela porque a mesma merece isso.

― Eu não sei o que é isso, essa nova sensação no meu peito em querê-la só para mim e querer lhe proteger. Eu realmente não sei.

― E muito menos eu. ― Ela riu. ― Mas, como vamos morar juntos, podemos tentar descobrir essas novas sensações que estamos sentindo.

Sorri com isso.

― Claro, temos algum tempo para isso.

Ela olhou para o seu prato.

― Eu espero realmente que tenhamos bastante tempo. ― Eu entendi o que ela quis dizer com isso.

― Não vamos pensar nisso agora, termine de comer. ― Ela acenou e voltou a comer lentamente.

Escutei batidas na porta e o Jones abriu.

― Senhor, a Camila está aqui. ― Avisou.

― Mande ela entrar. ― Ele acenou.

― Sim, senhor.

Logo a Camila entrou com uma bolsa.

― Boa tarde, meu senhor. ― Se curvou com respeito.

― Trouxe o vestido que mandei? ― Perguntei sem enrolação.

― S-Sim, senhor.

Me virei para ela.

― Ela vai tirar suas medidas, tudo bem? ― Perguntei preocupado por ela não querer.

― Sim, tudo bem.

Ajudei a ela descer da cama e a Camila veio tirar as medidas dela e começou anotar em uma caderneta, fiquei só observando tudo de longe e percebi que a Camila ficou nervosa com isso, mas quem disse que eu ligo? Se a mesma fizer algo de errado morre.

― T-Tudo pronto, meu senhor. ― Avisou com a voz trêmula.

― Bom, cadê o vestido?

Perguntei ríspido e a mesma abriu a sua bolsa tirando um longo vestido preto.

― A-Aqui. ― Me estendeu e peguei da sua mão.

― Agora saia daqui e comece os preparativos das roupas. ― Ordenei.

― Claro, senhor. ― Ela puxou uma pequena bolsa que contém calcinha e um sutiã. ― Aqui senhorita.

― Obrigada. ― Aceitou a bolsa e rapidamente saiu do quarto. ― Você sempre assim?

― Assim como, querida?

― Mandão? ― Dei um pequeno sorriso de lado.

― Sempre. ― Ela acenou.

― E porque você é outra pessoa comigo?

Passo a língua nos lábios, eu sempre faço isso quando eu fico sem o que dizer.

― Sou o mesmo. Só que você não é aquelas pessoas, você é minha. Enfim, vá se arrumar que irei ver se você já pode ir embora.

― E se eu não puder ir embora?

― Você vai. ― Falei e andei até a porta e parei. ― Porque eu quem mando nessa porra. ― Falei friamente e sai do quarto.

Ah droga, essa garota vai me deixar louco, isso eu tenho certeza. Quer dizer, eu já sou louco, ficarei pior ainda.

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