⋘ CAPÍTULO DOIS⋙ Despertar.
Santiago Romero.
Dois dias depois.
10:00 ― Casa do Romero. ― Escritório ― Bogotá. ― Colômbia.
Passei mais uma noite acordada trabalhando, eu às vezes passo cinco dias acordados por não conseguir dormir direito. Assim que fecho os olhos os meus pesadelos começam a me atormentar, o meu médico particular recomendou um remédio para poder me ajudar a dormir, só que não quero ficar tomando medicamentos que podem fazer mal à minha saúde. Já sou fodido, não quero ficar mais ainda.
Soltei um suspiro e levantei da cadeira pegando o meu paletó que estava no braço do sofá, saí do escritório indo para o andar de baixo vendo a empregada.
― Buenos días señor. ― Falou com uma voz sexy.
Eu odeio quando tentam mudar a sua voz para algo sexy, isso é algo extremamente irritante.
― Estou saindo! ― Passei por ela saindo da minha mansão.
Eu sei que a Laura sente alguma coisa por mim, mas não sou um homem de me envolver amorosamente, nunca sentir algo assim por ninguém e nem sei o que é amor.
Entrei no carro já pegando o meu charuto e acendendo.
― Para onde, meu senhor? ― Jonas perguntou.
― Hospital!
Faz dois dias que eu não paro de pensar naquela garota, sei que a mesma é muito mais nova do que eu. Mas, ela conseguiu mexer comigo de um jeito que eu ainda não sei explicar o que é. Só que eu sinto vontade de protegê-la, de matar aqueles que tentaram alguma coisa com ela. Estou louco para saber tudo sobre ela, mas o problema é que a mesma não vai lembrar de nada. Talvez eu mande o Charles procurar sobre algum acidente que aconteceu envolvendo fogo, deve aparecer nos jornais.
Cruzei as pernas e dou mais uma tragada no meu charuto e solto a fumaça.
Irei proteger você, senhora desconhecida.
*****
10:30 ― Hospital. ― Bogotá. ― Colômbia.
O Jonas abriu a porta do carro para mim e desci olhando tudo em volta, depois da antiga invasão que teve aqui, eu me tornei um homem muito desconfiado e tenso, sempre acho que vai acontecer alguma coisa ruim.
Entrei no hospital e fui caminhando até o quarto dela, eu já paguei o que eles me cobraram por estarem cuidando dela, também exigir que a mesma estivesse no melhor quarto e receba a melhor comida desse hospital.
― Fique aqui e só deixe entrar quem for o médico responsável por ela. ― Ordenei ao Jonas que acenou com a cabeça.
― Sim, senhor.
Entrei no quarto dela e a vejo bem limpa e com ataduras em volta da sua cabeça, vi também ataduras envolta do seu braço e outra na perna.
― O que aconteceu com você, garota? ― Questionei para mim mesmo.
Me aproximei da cama e observei o seu rosto.
― Seu rosto está bem melhor do que antes. ― Eu sentia uma vontade enorme de passar o polegar em sua bochecha, mas me segurei.
Fui até uma poltrona que tem no quarto que era de frente para ela, isso é perfeito caso a mesma acorde. Me sentei e soltei mais um suspiro e peguei o meu celular para mandar uma mensagem ao Charles.
Mensagem:
Eu: Charles, tente descobrir se na região aconteceu algum incêndio e se alguém está desaparecido. >10:40>
Observo que o mesmo já visualizou a mensagem.
Charles: Pode deixar, chefe. Irei verificar e depois lhe informo. >10:40<
Eu: Muito bem, qualquer informação me avise. >10:41<
Desliguei o celular e guardei no bolso do meu paletó, olhei para frente e a minha respiração ficou presa ao encontrar o seus lindos olhos castanhos claro.
― Q-Q-Quem é você? ― Perguntou bastante assustada.
Porra, que voz linda é essa?
Observei e notei algo muito maravilhoso, a roupa do hospital que a mesma está usando, deixou bem apertado nos seus peitos.
Que grande! Caralho, eu nunca me senti tão excitado em toda a minha vida.
Balanço a cabeça e suspirei.
― Se acalme, está tudo bem. ― Falei me levantando indo até ela, a mesma se encolheu toda. ― Eu não vou machucá-la, senhorita. Só quero ajudar.
― E-E-Eu.... ― Percebi que a mesma parecia muito nervosa. ― E-Eu não sei quem eu sou... O que está acontecendo comigo? Você sabe quem eu sou?
Aproximei da sua cama.
― Infelizmente ainda não, eu a encontrei no meio da estrada toda desorientada e a trouxe para o hospital. Você sofreu uma pancada muito forte na cabeça e isso resultou na perda de memórias.
Ela começou a chorar e isso me deixou incomodado, não queria vê-la chorando.
― Ei. ― Me agachei perto da sua cama. ― Tudo vai ficar bem, eu irei protegê-la e tentar descobrir tudo sobre você.
Ela me olhou com seus olhos vermelhos.
― P-Porque está me ajudando, moço? ― Perguntou ainda assustada.
Bom, essa pergunta eu estou me fazendo há dois dias.
― Bom, eu também me pergunto isso.
Me levantei e encarei ela e suspirei.
― Que tal fazermos um acordo? ― Ela franze a testa confusa.
― A-Acordo?
― Sim. Eu vou protegê-la e tentar descobrir tudo sobre você. Em troca, você se torna minha. Eu não vou fazer nada com você, só quero que fique comigo.
― Porque?
Até eu descobrir o que é esse maldito sentimento.
― Porque sim, você vai morar comigo e vai ter tudo o que quiser. Qualquer informação que eu tiver sobre você, irei avisar.
Ela mordeu os lábios e acenou.
― Irei chamar o médico para examiná-la, eu já volto. ― Quando eu ia me virar senti a sua mão segurar a minha.
Pela segunda vez eu não senti repulsa ou vontade de matar alguém por me tocar.
― V-Você vai ficar comigo? ― A encarei bastante sério.
― Sempre, nunca vou deixá-la sozinha, então não se preocupe. ― Ela acenou e soltou a minha mão.
Saí do quarto e olhei para a minha mão, eu ainda sentia o calor da sua mão envolta da minha.
Que sentimento é esse?
― Senhor? ― Me virei para o Jonas que engoliu seco. ― Tudo bem?
― Sim, fique aqui e não deixe ninguém entrar! ― Ele acenou e eu o encarei muito sério. ― Se você ousar entrar dentro desse quarto, Jonas. Seu corpo vai ser mutilado por mim, ouviu bem?
Ele engoliu seco e acenou várias vezes.
― Bueno chico. (Bom menino.)
Caminhei pelo imenso corredor desse hospital atrás daquele maldito médico que me atendeu, dobrei a direita e o vejo conversando com uma enfermeira.
― Doutor!! ― Chamei sua atenção.
O mesmo se despediu da enfermeira e veio até mim em passos rápidos.
― Sim, senhor?
― Ela acordou e de fato não lembra de absolutamente nada. ― Ele acenou.
― Vamos então, irei fazer alguns exames nela para ver se ela ainda tem algum problema.
Não falei nada e seguimos andando de volta para o quarto dela.
Eu ainda consigo sentir o toque dela, a minha vida toda eu transava com as mulheres de quatro e nunca cheguei a ter um orgasmo por não ficar totalmente excitado, mas essa garota somente com sua voz e sua beleza, me deixou com um enorme problema no meio das pernas e uma grande confusão na minha mente.
Eu só espero descobrir o que é esse sentimento antes dela recuperar a memória.