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Capítulo 2

- O aviso foi dado. Quero vão se preparar. – Meu pai sentar novamente em seu trono. – Eu quero todos presentes e devidamente arrumados. – Ele diz olhando para mim. – Podem ir.

Eu fui a primeira a sair. Não tinha ideia para onde ir agora ou o que fazer. A palavra casar martelava em minha cabeça. Isso não podia estar acontecendo, não agora. Eu vou me casar. Eu.. eu…

- Elena, fica calma. – Erick pega minha mão.

Eu me afasto.

- Você sabia! – Acuso. – Você sabia e não me contou. Não me livrou disso.

- Elena, casar não é o fim do mundo…

- Para você, Amberly.

Erick fica sério, mas essa seriedade não chega ao seu olhar. Logo ele será rei e não poderá mais ceder as vontades. Não pode ceder as minhas vontades. Tudo era melhor quando éramos crianças, conforme crescemos a responsabilidade de assumir o reino caiu sobre Erick.

- É o certo a se fazer. – Ele manteve a voz neutra. – Como nosso pai disse chega de rebeldias, Elena.

Olho para ele sentindo minhas lágrimas.

- Você vai ficar igualzinho a ele.

Saio dali antes que minhas lágrimas me entreguem o quão mal estou com isso. No meu quarto duas criadas prepararam meu banho e começaram a me lavar. Eu chorei. Não importando que elas estejam aqui. Não quero ir embora. Não quero ter que deixar minha família. Meu lar é aqui.

Amberly está em frente ao espelho ajeitando seu cabelo quando saio do banho. Minha vontade é voltar para meu banho e ficar até que alguém venha me dizer que meu pai mudou de ideia. Em cima da cama tem um vestido simples, mas elegante na cor cinza.

- Não fique assim, Elena. – Amberly vem até mim e segura em minhas mãos. – Papai não, escolheria qualquer homem para você. Pode não ser o que você queria, mas sabemos que isso um dia aconteceria. – Ela apertou minhas mãos em forma de carinho. – Agora enfrente isso de cabeça erguida. Você não imagina quanto fica linda quando ergue a cabeça, não é?

Revirei os olhos. Ela olha para o vestido em cima da cama.

- Você certamente iria preferir calças. – Ela suspira e isso me faz sorrir. – Mas não vamos desafiar papai. Eu sei que gosta do simples, então optei por esse vestido. Espero que goste.

Aperto suas mãos.

- Obrigada, Amby.

Ela sorriu.

- Você sempre será minha irmãzinha. – Amberly me olhar com carinho, não duvido que tenha lembrado de algo. Ela mexe os ombros e sorri mais. – Agora vamos cuidar desse seu cabelo.

Amberly me fez sentar de frente para a escravinha enquanto arrumava meu cabelo. Gosto quando ela penteia meu cabelo. Lembra-me a mamãe quando eu era pequena e até mesmo quando Amby me fazia de sua boneca. Às duas tem mania de cantar enquanto escova meu cabelo e sempre fazendo movimentos leves. Parecia que o cabelo ficava mais leve e acessível devido à canção.

Amberly preferiu fazer uma trança de lado, deixando alguns fios soltos. Ela sempre gostou do meu cabelo solto, mas começou a dizer que hoje meu futuro marido não precisa desmaiar com a minha beleza. Ela exagera com isso.

Não me acho tão bonita como ela diz. Eu sempre fico linda quando ela me arruma, isso não posso negar. Meu cabelo tem um tom de castanho escuro, quase preto. Amberly tem os cabelos mais claros que os meus, ela puxou a mamãe. Amberly é uma obra de arte. Minha irmã é muito linda e não tem quem diga ao contrário. Minha pele é um pouco mais escura que Amberly, ela raramente pega sol. Quando ela finalmente terminou, ela olhou para mim, sorrindo com o resultado. Caminhamos para fora do quarto.

O sol brilhava forte. O dia está lindo demais. Amberly está do meu lado. Seguimos para uma sala aberta onde seria servido o almoço. Com esse dia lindo com toda certeza minha mãe não nos deixaria comer na sala de jantar. Se Amberly não estivesse comigo agora, eu não sei se estaria aqui e ela sabia disso. Meus irmãos me conhecem muito bem.

Eu me esconderia em algum canto do castelo e só apareceria quando desse fome.

Todos se levantaram da mesa quando chegamos. Não consegui manter minha cabeça erguida como Amberly, baixo meu olhar com vergonha. Amberly sorriu para todos. Tirando minha família havia dois homens presentes que eu não conhecia. Eu deveria, eles devem ser os próximos ao trono. O problema é que eu não ligo para essas coisas.

Meu pai sempre dizia para mim e Amberly que seríamos rainhas de outros reinos. Crescemos tendo aulas chatas. Ele reforçava que só nos casaríamos com futuros reis e que não merecíamos menos que isso.

Eu sentei do lado da Amberly e ela sentou ao lado da mamãe. Meu pai na ponta da mesa com minha mãe no seu lado esquerdo. Erick sentou do lado direito do meu pai. Amberly está de frente para um homem com seu cabelo loiro, um pequeno sorriso no rosto, uma barba por fazer. Seu cabelo é longo bate na altura dos ombros. Ele parece ser alto e grande como meu irmão.

O príncipe na minha frente é parecido, mas seu cabelo é preto, muito preto. Comparado ao loiro, seu cabelo é mais curto, seus olhos são castanhos escuro, sem barba ou bigode e tem o maxilar marcado. Sua pele é morena, acredito que o sol tenha ajudado nesse bronzeamento e suas mãos são grandes. Ele em si, é grande. Ele passou a língua preguiçosamente pelos lábios quando notou que eu estava o olhando. Evito seu olhar. Fico pensando se minha irmã e eu não estamos sentadas cada uma de frente para seu pretendente.

- É muito bom tê-los aqui. – Meu pai os saudou. - Príncipe Ron Jensen. – Ele gentilmente aponta para o loiro e depois para o moreno. - Príncipe Aaron Pierce.

- É uma honra, Rei William. – Príncipe Ron é o primeiro a falar. Ele olha para minha mãe, Amberly e eu, mas seu olhar demorou mais em Amberly a deixando sem graça. – É uma honra estar na presença de belas damas.

Amberly sorriu em agradecimento. Um sorriso largo demais. O príncipe Aaron apenas levanta sua taça no ar e faz um aceno de cabeça para meu pai. Conheço meu pai e vejo uma leve careta em seu rosto. Tento não sorrir. Meu pai na certa queria que ele dissesse algo. Nem que fosse duas palavras.

A conversa ficou mais entre os homens naquela mesa. Algumas vezes e rara vezes minha mãe falava alguma coisa e até mesmo Amberly falava. Eu sorria algumas vezes quando Amberly tentava me colocar no assunto. Às vezes eu sentia o olhar do príncipe Aaron em mim e quando eu olhava de volta, ele não fazia questão de disfarçar.

Sua ousadia me deixa nervosa. Eu aproveitei para comer e sempre que minha irmã insistia em me envolver no assunto, eu colocava, mas comida na boca. Não se pode falar de boca cheia. Essa foi minha desculpa durante o almoço. Quando finalmente acabou o almoço meu pai chamou os príncipes para uma conversa particular. Eu aproveito para sair dali.

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