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8

Saimon narrando

Eu fico do lado de fora de onde está Sophia com doutor Vinicius, tudo que não poderia acontecer era ela engravidar e confesso que esse detalhe a gente não tinha planejado.

- Você vai fazê-la sofrer de mais – Vinicius fala.

- Quanto tempo? – eu pergunto – quanto tempo vai durar o procedimento?

- Um trabalho de parto demora – ele fala – de 24h a 36h essa menina vai sofrer as dores. Eu vou mandar buscar analgesia para ela.

- Não – eu respondo.

- Você está louco? – ele pergunta.

- Ela precisa aprender a não me esconder nada – eu respondo. – ela vai sentir tudo.

- Eu não irei discutir sobre as suas ordens – ele fala .

- Uma cesárea, é impossível? Eu preciso que você tire tudo que faça ela gerar um filho – eu falo para ele.

- A gente faz isso em dois meses – ele fala – é mais seguro para ela, ah não ser que você a queira morta Saimon.

- Eu a quero viva – eu respondo – deixe ela viva.

- Eu volto para acompanhar tudo – ele fala – preciso atender uma paciente no hospital, ela vai começar sentir dores e não terá muito o que fazer.

- Ok – eu respondo.

- Terá uma enfermeira monitorando-a – ele fala – e qualquer coisa vai me ligar, volto em algumas horas.

Eu treinei tanto Sophia e não consigo acreditar que mesmo com tanto treinamento, ela conseguia sair fora, ela não era 100% manipulável, ela ainda conseguia pensar em me esconder as coisas e isso acaba se tornando um perigo.

Eu entro dentro do quarto e ela está de pé, os seus olhos estão inchados e vermelhos.

- Vinicius falou que eu posso tomar um remédio para aliviar as dores e eu não vou sentir nada – ela fala.

- Ele não vai te dar nada, eu não autorizei – ela me encara.

- Por favor Saimon, elas estão fracas, as dores estão indo e vindo e elas vão aumentar - ela fala.

- Está suportável? – eu pergunto.

- Agora ainda está – ela fala.

- Da próxima vez não me esconda – eu falo.

- Eu fiquei apavorada, desesperada – ela fala se virando para mim – eu não fazia ideia como você reagiria.

- Se você tivesse me contado antes não estaria passando por isso agora, não estaria temendo sentir tanta dor – eu falo – você deixou chegar nessa altura, você está matando um bebê grande.

Uma lagrima desce do seu rosto.

- Eu sei que você quer que eu seja forte, mas eu faço tudo o que você quer e eu não me arrependo por isso – ela fala olhando em meus olhos. – você é bom para mim Saimon, sua família me salvou de um futuro escuro, me deu uma oportunidade. Por favor, autoriza Vinicius.

- Não é que eu queira que você seja forte, você é forte meu amor – eu falo passando a mão pelo seu rosto – não se preocupa, tudo isso vai passar rápido.

Ela geme de dor.

Eu me afasto dela e me sento no sofá respondendo as mensagens de Antonio que estava preocupado sobre o plano, mas eu não daria folga a Sophia e ela realizaria esse plano o quanto antes.

A enfermeira entra quando Sophia começa a gemer mais alto de dor, ela manda Sophia se deitar e Sophia não aguentava ficar deitada, ela gritava, se contorcia na cama.

- Fica calma – ela fala. – você precisa fazer força.

Doutor Vinicius está ao meu lado observando a cena, faz umas 14h que ela está em trabalho de parto, se via em seu olhar o cansaço, ela me implorava pela anestesia e eu negava, eu queria ver ela sofrendo, queria que ela sentisse o que poderia acontecer com ela quando ela me desobedecesse.

Ela gritava, ela se baixava, ela estava desesperada, a enfermeira tentava ajudar ela, mas ela se agachava e segurava sobre a cama do hospital, gritando, implorando e chorando muito.

- Eu não aguento mais – ela fala – você quer me matar Saimon.

- Saimon de a anestesia a ela, autoriza – Vinicius fala – olha o estado de Sophia.

Eu a encaro e ela me encara chorando.

- faça força – A enfermeira fala a ela.

- Sophia – Vinicius se aproxima dela – olha para mim – ela olha para ele – se você entrar em desespero é pior, me dê sua mão – ela agarra a mão de Vinicius – confia em mim e quando vir a dor você faz força, se não você ainda vai ficar muito tempo aqui.

As horas iriam passando e já era 20h de parto, eu estava cansado mas não iria arredar o pé dali, estão todos exaustos dentro da sala, ela está deitada e apenas se contorcia , ela não tinha mais forças para nada.

- Faça força – a enfermeira fala colocando um pano molhado sobre as suas testas.

Sophia começa a forçar ainda mais e o seu corpo expulsa o bebê morto, ela parece não acreditar vendo o bebê morto nos braços de Vinicius, ela me encara e começa a chorar muito.

Eu me aproximo dela e passo a mão pelo meu rosto.

- Agora vai ficar tudo bem – eu beijo sua testa – descansa. – ela me encara.

Sophia narrando

Tinha sido cruel o que Saimon fez comigo, ele não deveria ter me feito sofrer tanto daquela forma, mas ele colocou na minha cabeça que eu mereci e que eu era culpada por isso, que ele me amava e não queria me machucar.

Não faz nem 30 dias que eu tinha dado a luz a um bebê morto, ele me deixou descansar nesses dias e infernizou a minha cabeça me deixando muito atordoada e me fez estudar todos os passos da minha próxima vítima, Frederico.

Saimon me dar vários tapas e socos no rosto e eu seguro a respiração quando ele passa a faca pelo meu braço, ele rasga a minha roupa.

- Boa sorte – ele fala me olhando.

Eu estava perto da sede da máfia Australiana e Frederico sempre passava por uma estrada de chão para ir até ela, ela ainda ficava longe da entrada da sede e essa região tinha pouco movimento e era de mata fechada. Saimon é avisado que Frederico está se aproximando e eu saio correndo para estrada, estava toda machucada, com os olhos roxos, os braços sangrando e a roupa rasgada, eu me jogo na frente do carro quando saio da mata fechada e por pouco ele não me atropela.

- Por favor não me machuca – eu falo me arrastando no chão quando ele sai do carro, ele está com a arma em suas mãos e me olha com a cara fechada, nesse momento eu fico com medo que ele atire em mim – por favor, chama a polícia. Me ajuda – ele me encara.

- Quem é você e o que faz aqui? – ele pergunta.

- Eu fui assaltada, eles me trouxeram para essa mata, eu consegui fugir, eles estão vindo – eu falo ficando de pé e me aproximando dele chorando muito – por favor me ajuda, eu estou com medo. Eles tentaram me estuprar e vão querer me matar se me encontrarem.

Ele olha para os lados e eu o encaro chorando muito.

- Como é seu nome? – ele pergunta

- Sophia – eu falo

- Você foi sequestrada? – ele pergunta.

- Eu parei meu carro na estrada para atender o telefone, dois homens entraram nele armados e me trouxeram para cá – eu falo – eu não sei quanto eu corri, mas eu só sei que eu sai correndo e correndo com muito medo.

Eu me encolho segurando o meu braço na frente do meu corpo quando vejo que ele está me observando, minha roupa está rasgada, estou sangrando e olho para arma na sua mão.

- Eu não quero incomodar você – eu falo para ele e começo olhar para trás – eu preciso sair daqui.

- Entra no carro – ele fala apontando a arma para minha cabeça. – entra no carro.

- Por favor, não me machuca – eu falo entrando em desespero.

- Eu mandei você entrar na porcaria do carro – ele fala.

- Por favor não – eu falo chorando toda indefesa – me deixa ir embora, não faz nada comigo.

- Entra agora – ele fala se aproximando de mim e me guia até o carro, ele abre a porta e me faz entrar.

Ele pega seu celular e fica na frente do carro e começa a ligar para alguém, ele me encara o tempo todo com um olhar misterioso, começo achar que esse plano não vai dar certo e eu seria descoberta.

Ele entra dentro do carro e eu estou tremendo, ele dirige o carro.

- Eu não quero incomodar o senhor, eu posso descer do carro – eu falo – eu posso andar até um hospital.

- O seu carro é uma Mercedes azul com placa xxm3456? – ele pergunta

- Sim – eu respondo. – como você sabe?

- Não se preocupa, os dois homens fugiram – ele fala me olhando – deixaram seu carro pegando fogo no meio da mata.

- Meu carro? Pegando fogo? – eu pergunto – Meu Deus, eu demorei anos para comprar meu carro e ainda estou pagando-o – eu falo olhando para ele,

- Você deveria está feliz que você está viva – ele fala .

- Você não vai me matar? – eu pergunto

- Deveria – ele fala e eu arregalo os olhos e fico em silêncio.

É quando eu percebo que ele está me levando para dentro da máfia australiana e eu olho para ele nervosa quando vejo todos aqueles homens armados.

- Obrigada, mas eu prefiro descer e voltar andando – eu falo tentando abrir a porta do carro mas ela está trancada – eu gosto de caminhar, caminhar emagrece e faz bem para saúde, eu entrei com um projeto fitnes – eu falo nervosa e nem fazia parte do plano, realmente fiquei com medo.

- Você não vai descer – ele fala.

- Por favor – eu falo – eu sou muita nova para morrer, olha eu tenho apenas 18 anos, quero cursar faculdade, viajar pelo mundo, quem sabe criar uma família.

- Cala boca – ele fala bem paciente me encarando e os portões são abertos.

Era enorme esse lugar e eu começo a ficar ainda mais nervosa, era homens armados para tudo que era lado, eu nunca tinha visto nada igual nem mesmo com Saimon, era uma potencia enorme e eu fico pensando que merda que Saimon quer fazer com esse homem?

Ele desce do carro e fala com uma mulher que está parada no degrau, ele anda até o carro.

- Sophia,desce – ele fala.

- Como você sabe meu nome? – eu pergunto ainda sentada no banco do carro.

- Você me disse – ele fala.

- Ah – eu apenas falo abrindo a boca.

Eu desço do carro e olho para ele e depois para aquele lugar todo.

- Essa é Maria, ela vai te levar para ver os seus machucados – ele fala.

- Se você vai ver os meus machucados, então você não vai me matar? - eu pergunto para ele que me encara – não faz sentido você cuidar dos meus machucados para depois atirar em mim, gastar esparadrapo, não é mesmo?

- Você não vai morrer – ele fala – está precisando de cuidados médicos, está toda machucada. Depois eu te deixo na sua casa – ele fala dando um sorriso de canto e eu encaro ele sem entender nada.

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