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CAPÍTULO 8

Na manhã seguinte Peter foi o primeiro a chegar à empresa, a história da tatuagem grudou na sua mente e ele não conseguia se quer pensar em outro jeito de esquecer. Entrou pra sua sala e não fechou a porta tomou um pouco de água da jarra de vidro e ouviu o barulho de sapato do outro lado da sala teve certeza que era Aline porque assim que ele virou para sair da sua sala, Aline estava na porta.

— Cheguei em segundo? Droga! – fez bico. Peter deixou o copo na mesa e olhou pra ela, vestia um vestido tubinho azul sem mangas e sem decotes, as pernas estavam de fora, mas o pano ia até o joelho sem chances de ver a tatuagem. — bom dia senhor Johnson – “senhor Johnson” — algo especial para chegar cedo? Ou sou eu que não sabia que costumava a chegar cedo?

— Tem uma coisa bem especial que me fez levantar cedo sim, senhorita Sobral – andou até ela parando na frente — vVocê.

Ela ficou olhando pros olhos dele, tentando não se sentir intimidada porque ele não seria capaz disso... Ou era? Seria?

— Porque eu? Senhor Johnson.

— Para de me chamar de senhor Johnson – brigou, ela rolou os olhos – me diga a quarta cor, ou vou ter que descobrir a força — não vou uma pergunta.

— Você está falando sério? – ela o afastou — no meu terceiro dia de trabalho você tá querendo que eu tire a roupa? Aqui? Pra você? Um homem compromissado?

— Estou curioso.

— Ninguém está mandando você olhar pra minha tatuagem e nem ficar curioso e depois me querer tirando a roupa.

— Isso é verdade.

— Acha que sou seduzível?

— Toda mulher é, basta um bom homem para conseguir isso – tirou o paletó e Aline descruzou os braços, ele desfez o primeiro botão do colete, depois do segundo, terceiro, o quarto e o último — tudo bem, senhorita Sobral, ou nunca viu um homem nu?

— Estamos no escritório – ela falou o óbvio, mas mirou diretamente nos primeiros botões da blusa branca que foi aberta vendo a pele de Peter — e você é meu chefe.

— E se tivéssemos na rua, lá fora eu não sou seu chefe – ele terminou de tirar a camisa e ela ofegou dando um passo pra frente — pensei que não era seduzível senhorita Sobral.

— Não sou – voltou pra trás — e como eu disse, eu não vou contar nada, mas obrigada pelo show, foi maravilhoso. – desviou o olhar e virou as costas pra sair.

— Parada – ela parou — você é uma mulher linda – ela o olhou por cima do ombro — eu sou maravilhoso, é seu terceiro dia? Foda-se, eu quero ver a tatuagem. E você quer ver o resto.

— Já vi melhores.

— Tem certeza? – ele chegou mais perto prendendo ela na parede — hoje, nós vamos dar uma volta.

— Você não manda em mim.

— Sou seu chefe.

— Aqui dentro, lá fora não.

— Podemos negociar - Ela sorriu empolgada.

Deu as costas pra ela, voltando a colocar as roupas no corpo, Aline ficou ali olhando pro nada até voltar a ter fôlego e sair da sala, apoiou seus braços na mesa e rosnou furiosa.

— Que homem filho da puta.

Voltou a se sentar na cadeira muito bem arrumada, ajeitou tudo o que precisava e riu malicioso quando olhou a hora. Era quase meio-dia, Peter sairia para almoçar no restaurante que ela tinha marcado com Kevin, claro, riu de novo quando pensou na noite que chegaria. A porta da sala dele abriu e ela como uma boa secretária ficou de pé para receber seu chefe. Peter ajeitou o paletó no corpo, e ela tinha quase certeza que ele jogava charme de propósito, porque não era típico de um homem demonstrar tanta beleza do nada.

— Senhorita Sobral – cumprimentou, passando pela mesa dela e parou no elevador — Não se esqueça de mais tarde.

— Senhor Johnson? – ela andou devagar até parar na frente dele — Porque toda essa curiosidade? – Perguntou curiosa.

— Porque quer saber?

— Porque a tatuagem é minha. E é meu corpo que você vai ver. – Peter deu um passo pra frente.

— Eu vou ver?

— Claro – juntou as mãos — e não se esqueça de dizer o quanto sou bela e que minhas costas são maravilhosas – jogou charme e voltou pro seu lugar, cruzando as pernas ainda por cima.

**+**

— Demorou – Kevin o esperava no estacionamento — porque demorou tanto?

— Eu preciso contar uma coisa, mas não pode ser aqui – foi pro seu carro e Kevin seguiu.

— Eu também cara, você não sabe quem me ligou assim que cheguei no trabalho – Peter ligou o carro — A Aline cara, aquela mulher.

— O quê? – o carro estancou, os dois foram pra frente e voltaram.

— Ei, Peter, não quero morrer agora, amigo.

— Como assim a Aline te ligou? Ligou pra quê?

— Ah cara, isso é que vamos descobrir hoje à noite – o Johnson ficou olhando pra frente — ela disse que queria sair comigo... E eu disse sim, com certeza minha deusa.

— Eu não quero ouvir isso – ligou o carro de novo, a Aline pensava que era quem pra fazer isso? Será que ela não tinha lembrado do compromisso?

Mas é claro que tinha lembrado oito minutos atrás ela estava insinuando aquilo mesmo, e agora ela tinha chamado Kevin pra sair com ela? Alguma coisa estava errada, e ele ia descobrir.

Quando Peter voltou do almoço, ele não disse nada e nem olhou para Aline, só entrou em sua sala e deixou a porta aberta. Aline agiu naturalmente, e até achou estranho quando ela entrou na sala dele mais de três vezes para dar recados e ele sequer a olhou. Também, achou bom, assim ela não teria que usar outra pessoa para se livrar daquele homem, e que homem. Olhar para ele trabalhar também era uma coisa maravilhosa. Depois de horas, ele tinha bagunçado seu cabelo, tirado o paletó, a gravata tinha sido afrouxada e as mangas da blusa enroladas. Uma tentação de homem tinha que admitir.

Mas como já tinha aprendido também que homem comprometido, não era pro seu bico, ficou calada, sentadinha e fazendo seu trabalho com perfeição. As horas foram passando, e cada vez mais as pernas dela tremiam, não conhecia Peter direito e nem seu temperamento, mas sabia que seria divertido.

Quando o relógio marcou oito horas da noite, Aline desligou seu computador bem a tempo de ver Peter sair da sala dele, olhando fixamente para os olhos dela. Ela não disse nada, pegou sua bolsa e botou no ombro.

— O que vamos fazer agora, senhor Johnson? Ficar olhando?

— Prefere fazer outra coisa? Sair com outro alguém? – Aline levantou de boca aberta, deu a volta na mesa e parou na frente dele.

— Tá querendo me dar um fora, é isso? – Peter dobrou o pescoço para o lado — pensei que quisesse mesmo me ver nua – o homem abriu a boca — não sei pra que me preocupei com a roupa íntima – deu as costas pra ele sorrindo e foi para frente do elevador.

— Eu pensei que... Esquece – ele parou ao lado dela, olhou as costas dela e desceu pras pernas e subiu analisando a bunda. Ele não tinha o direito de se aproveitar do poder que tinha, e nem de exigir alguma coisa daquela mulher no terceiro dia de trabalho, mas as pernas dela eram... Uau. — não vejo marca de calcinha – disse atrevidamente quando a agarrou na frente do elevador, passando a única mão presa na cintura dela, que desceu para a bunda.

— É porque não tem nenhuma – o elevador apitou e ela tirou a mão dele — não se esquece de me dizer obrigado, senhor Johnson – olhou pra ele dando uma piscadela.

— Não vou me esquecer disso.

— PETER! – os olhos de Peter nunca se alargaram tanto ao trombar com Dafne dentro do elevador.

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