CAPÍTULO 6
— É só isso que você quer? – Peter perguntou voltando a olhar para sua noiva. — Eu gosto quando vem no meu trabalho, mas de noite, quando já vou sair, não antes das dez horas da matina – olhou pra mesa de Aline, mas ela fazia seu trabalho.
— Peter eu preciso de mais atenção. Vamos nos casar em 14 dias e você parece que está no mundo da lua. Nem quer saber nada sobre o que terá no casamento – reclamou.
— Dafne, isso é dever das noivas fazerem. – se ajeitou na cadeira vido pra frente. — Meu dever é trabalhar e pagar toda a festa, que tal? – a loira bateu o pé.
— Tá, bom dia então – foi até a mesa e debruçou sobre ela pra dar um beijo na boca do Johnson, e voltou pra sair da sala quando deu de cara com Aline que levantou quando viu a loira e aproximar da saída. Dafne parou na porta da sala de Peter olhou pra Aline com desconfiança – quem é você?
— Aline Sobral, a secretária substituta da senhora Ema – falou estendendo a mão. Dafne não se moveu – deseja algo?
— Não. – respondeu fazendo bico no final ajeitou a bolsa no cotovelo e foi para o elevador – não acha a roupa muito curta para vir trabalhar?
— “não tanto quanto seu vestido para visitar seu noivo” você acha, não reparei. – só falou a última parte – prometo melhorar.
— É faça isso, pois aqui não é um lugar qualquer.
Entrou assim que o elevador chegou. A porta se fechou e Aline ficou fazendo bico, e depois riu voltando a olhar para dentro da sala de Peter, onde o viu encarar seu rosto. Acenou com a cabeça e voltou pro seu trabalho, nada a faria mudar seu foco.
Peter sentou em frente a sua mãe assim que chegou a mesa. Olhou ao redor antes de se acomodar perfeitamente. Encarou a face bronzeada que sua mãe ostentava. Bonita, e nem parecia que tinha uns 52 anos nas costas.
— Tudo bem? – iniciou a conversa com o filho, prestando atenção em suas expressões.
— Sim, porque não estaria?
— Parece mais relaxado hoje? Andou tomando remédio? – Peter se lembrou da Sobral dando lhe um remédio para dor, e aquilo tinha servido bem, ele nem tinha se estressado ainda naquele dia.
— Sim, um.
— E como anda com a nova secretaria? – bebericou um pouco do vinho que pediu olhando para o filho.
— Bem, parece boa.
— Ótimo, melhor assim, porque você pode se concentrar melhor no casamento que está por vir. Não acha? – perguntou botando a taça na mesa – já parou para pensar no que sua noiva está falando? – perguntou séria agora.
— Dafne sabe o que faz. Não quero me meter em um assunto que não sei de nada, ela pode fazer isso sozinha – desviou o olhar e seus olhos capturaram algo que estava extremamente errado. Garra puxava a cadeira para a Sobral sentar, ela agradeceu sorrindo e se ajeitou.
— Sim, mas e você, sabe onde será a lua de mel, essas coisas são os homens que decide, já sabe pra onde vai levar ela? – Peter olhou pra sua mãe — mas é claro que não. Afinal, pra quê fim você quer casar logo e com uma mulher como Dafne?
— Eu preciso de uma esposa, nada mais.
— Filho – chamou deixando a taça de novo na mesa e olhou pro seu filho — Eu gosto muito da Dafne, mas se você for casar com ela sem um pingo de amor, eu me nego a aceitar a cerimônia – confessou — Ainda sou contra casamento arranjados e apenas por interesse, o que vejo claramente em Dafne, interesse.
— Dafne é famosa e modelo, porque porra ela iria querer meu dinheiro?
— Olha a boca – ralhou — Dafne pode ser a modelo mais bem paga, mas ela não foi capaz de ter um cartão de créditos sem limite pra gastar, nem um carro que vale mais que nossa casa pra desfilar por aí.
— Foi meu presente de três anos de noivado – sua mãe revirou os olhos — não quero que fique me importunando, Dafne é uma pessoa legal e está sempre disponível quando eu preciso.
— Só se encontram a noite para treparem no apartamento de vocês, e em falar disso, sabe onde vão morar? Porque ela quer um castelo, já comprou a coroa de rainha.
— Ela já tem uma – Marta Johnson abaixo a cabeça e Peter olhou pra mesa que sua secretaria estava.
Ela estava rindo com Mateus, e bebendo vinho, porque ele a trouxe ali, algum tipo de tortura para ele. Porém, com todo aquele desfoque no sorriso, ele se esqueceu de olhar para as pernas, e dessa vez teve mais sorte. Ela estava de pernas cruzadas dando a visão melhor da perna direta, onde as tatuagens eram na coxa. Peter viu mais flores subir e se esconderem na saia, a aquilo tinha que ter um fim, e ele tinha que descobrir.
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— Obrigada por ter me convidado pra almoçar hoje – agradeceu dando um sorriso para o homem na frente — Foi muita gentileza sua.
— Gentileza? Você acha? – chamou o garçom e fez os pedidos sem perguntar o que a mulher queria — Vai ficar por muito tempo aqui?
— Não, não. Na verdade sou de outra cidade, vim apenas para substituir Ema na empresa do senhor Johnson – contou olhando pros olhos verdes do homem.
— Interessante senhorita Sobral, muito interessante – deixou a taça na mesa — me responda uma coisa, se eu não tivesse de partida amanhã pela manhã, você sairia comigo outra vez?
Aline pestanejou no lugar, antes de tomar um gole do vinho vermelho sangue em sua taça.
— Talvez, senhor Santos.
— Porque talvez, estava esperando um sim. Você aceitou de primeira quando pedi hoje.
— Sim, mas não compare, ou pense que aceitarei todas às vezes, não sou tão fácil quanto pareci.
— Na verdade eu não vi facilidade, apenas uma concordância, não esperaria menos de você. É uma mulher encantadora, se permite dizer – a Sobral riu mais um bocado e bebeu um pouco do vinho. Desviou o olhar quando a comida chegou e seu olhar se encontrou com o de Peter. Não se mostrou assustada quando o viu, apenas riu de lado botando a taça na mesa — esse restaurante é um dos melhores dessa rua, sofisticado, luxuoso, e a comida é muito boa.
— É mesmo. Interessante – ela se agitou mais, fingindo interesse quando notou os olhares de Peter. — Mas me conta, como é ser dono de vários hotéis, como você consegue controlar todos?
— Tenho uma equipe competente – falou, Aline entreabriu os lábios.
— Acredito que você seja um bom administrador, não é? – pegou na mão dele. Mateus riu malicioso, as coisas estavam começando a ficar quente, ele estava começando a gostar.
— Ah sim, sou muito bom no que faço, em tudo que faço.
— Acredito que sim, faz algum esporte? – perguntou tocando no braço dele e subindo até o pescoço, onde parou para se aproximar mais — Você tem um cheiro muito bom.
— E você tá tentando me seduzir – Aline se afastou, mas não tanto, fixou o olhar no dele e riu de lado, jogando o cabelo — Eu gostei disso.
— Não estou tentando... Estou conseguindo – Mateus piscou inspirando e ela voltou pro seu lugar.