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Capítulo 8 — Em suas mãos

Luiza

Acordei um pouco atordoada. Estava em cima de uma cama dura, em uma sala não tão pequena, com uma poltrona ao meu lado e mais dois perto de uma mesinha de centro. Passei a mão sobre a minha barriga e percebi que não foi um sonho, eu estava realmente muito machucada. Não estava nua, estava com uma roupa de hospital, mas da que cobrirá tudo, tava mais para um pijama. Olhei para cima e vi o soro pingando enquanto meu braço estava ereto na cama.

— Você dormiu pra caralho. — A voz grave atravessou a porta de metal e entrou, sendo ninguém menos que Kalil.

Fiquei alguns minutos com a cabeça para cima enquanto ele mexia em algumas gavetas, quando o vi se aproximar virei o rosto para a parede e a encarei.

— Por que fugiu ontem? Tem noção do perigo que você correu? — Ele sentou na poltrona ao meu lado e me entregou uma foto. — Acho que iria querer isso de volta.

— Eu nunca a perdi. Como conseguiu? Você… — Meus olhos se encheram de lágrimas e já imaginando o que eu estava pensando ele se adiantou.

— Ninguém tocou em nenhuma delas. Precisei ir pegar seus documentos e avisá-las que estava bem. — Por que ele estava fazendo isso?

— Por que está tentando ser bom comigo? Por que não me deixa em paz? Seja lá o que fosse que seu pai tinha com a minha mãe, ele não tinha o direito de mandar você ir atrás de mim e depois querer destruir a minha vida.

— Sua vida? Acha mesmo que estaria viva se ainda estivesse sob a posse dele? — Seu olhar frio encontrou com o meu que também não estava para poucos amigos.

— Que se dane. — Disse virando o rosto, mas fui pega de surpresa quando senti sua mão me tocar, então rapidamente meu reflexo foi ativado e eu levantei sem pensar direito, puxando a agulha que estava auxiliando no soro para fora, fazendo meu braço sangrar descontroladamente.

Kalil

Nas mãos de Will ela já estaria morta, mas por que caralho eu estou impedindo isso? Eu não a conheço, não tenho nada a ver com a sua vida e só estou buscando mais problemas para mim. Mas que se dane, eu coloco minha irmã em primeiro lugar e não suportaria vê-la sofrendo, além disso, jamais matei uma mulher e nem tinha isso em mente. Para esse serviço, tinha Vanuza, minha prima.

Ela estava nervosa, não fazia ideia de que fazia mais de dois dias que estava desacordada. Havia acabado de entrar para limpá-la, mas ela já estava acordada e quando me viu seu semblante se fechou.

— Quem trocou as minhas roupas? — Sua pergunta soou baixa, em um tom de sussurro e sem graça.

— Eu. Você me ajudou. Te limpei enquanto estava desacordada e ninguém além de mim entrou aqui. Ninguém a viu nua se é isso que a preocupa.

— Mas… eu estava…

— Eu troquei seu absorvente também. — Ela quis protestar, mas de sua boca não saiu nenhuma palavra. — Não a toquei se isso passou pela sua cabeça. Eu não sou um estuprador, os detesto com toda a minha alma…

Não havia como fugir de suas garras, eu era apenas uma presa fácil para ele.

Um mês depois…

Luiza

A sensação é de que estou presa aqui dentro há um ano. Kalil me trancou em um quarto de hóspedes no andar de baixo e bem escondido. Estava em sua casa, mas não podia sair do quarto nem mesmo andar em lugar algum. Para minha sorte havia muitos livros dentro do quarto, isso era o que me distraía. Vez ou outra ouvia gemidos, provavelmente ele estava transando muito próximo ao quarto. As mulheres gritavam, como se implorasse por socorro e eu não posso opinar sobre isso, porque não sei nada sobre sexo.

Todos os dias ele vem no mínimo quatros vezes me ver e trazer alguma coisa. De certa forma, nos aproximamos nos últimos dias e eu nem tive escolhas.

Já era inverno, o frio vinha com intensidade para dentro do quarto e eu não tinha muita coisa para me cobrir a noite. Estava entediada, chateada e com frio. Ele tinha umas brincadeiras idiotas sempre que vinha me trazer comida, as quais a maioria eu jogava fora. Emagreci um bocado e estava a ponto de fazer alguma loucura.

A voz de Kalil se fez presente, mas ele não estava sozinho e desta vez não era uma voz feminina e sim masculina. Deitei e me cobri até a cabeça, tentando me aquecer o máximo que eu podia, quando a porta foi aberta de repente e eu tive que fingir rápido que estava dormindo.

— Ei, levanta. Eu sei que não está dormindo. Vamos beber hoje? — Ele sussurrava em meu ouvido, puxando o lençol para ver meu rosto.

— Me deixa dormir, droga. — O empurrei sem descobrir a cabeça e torci para que ele fosse embora.

— Então você deve ser a famosa Luiza? — Havia outro homem no quarto, o que me fez levantar e sentar, puxando o lençol para cobrir meu corpo.

— Famosa pelo que, afinal? Que droga Kalil, e se eu estivesse nua? — Disse baixinho e Kalil apenas sorriu, como se eu fosse alguma exposição barata.

— Levanta, vamos a uma boate e quero que vá comigo. — Pediu ele ainda baixinho, o outro idiota parecia estar procurando alguma coisa pelo quarto.

Eu nunca havia bebido em minha vida, ele deveria no mínimo estar bêbado já. Minha mente estava uma confusão, e essa poderia ser uma chance de tentar fugir novamente, agora eu não já não estou mais ferida nem com dores, será bem mais fácil.

— Não tenho nada o que vestir, sabe disso. Agora, podem ir e por favor fechem a porta e me deixem dormir. E você, o que está procurando aqui dentro? Nunca viu uma mulher dormir, não?

— Tá falando comigo, gatinha? Não, nunca vi uma mulher dormir porque não durmo com elas! A decoração é bacana, bem diferente de coisas de garotas. Afinal, prazer e ao seu dispôr, Donrent. Mas todos me chamam de Don. — Revirei os olhos e voltei a deitar e puxar o lençol para cobrir meu rosto novamente, quando Kallil o puxou me deixando exposta.

— Veste isso aqui, vai ficar bacana em você. Vou estar lá embaixo esperando você, espero que não demore tanto. — Kalil puxou Don pelo colarinho e saiu, deixando a porta aberta.

Ao abrir a sacola me deparei com um mini vestido vermelho cravado de pequenas pedras brilhantes, com um pouco de brilho nelas. Ao lado havia uma outra sacola com um par de salto agulha, jamais usaria aquilo, eu nunca usei e não iria ser agora que isso iria acontecer. Havia uma pequena sacola ainda dentro da mesma em que estava o vestido. Dentro havia uma peça de lingerie preta, com uma cinta liga ao lado. Olhei no chão e vi um par de tênis, essa deveria ser a sua segunda opção.

Após tomar outro banho coloquei o vestido, mas o tirei e vesti a lingerie por baixo do mesmo, de forma alguma pretendia me entregar a Kallil, mas queria saber qual a sensação de se sentir sexy. Ousei em colocar o saldo e até cair algumas vezes, mas após quase 20 minutos andando de um lado para o outro eu peguei o equilíbrio que deveria. Não fazia uso de maquiagens porque não tinha o hábito, então não me arrisquei e usei apenas um batom nude e prendi os cabelos em um rabo de cavalo.

Kalil

— O que deu em você pra agir dessa forma? Tem certeza que ela não é nenhuma Sub sua? — Don tinha um terrível sorriso nos lábios, ele era pervertido e nenhum pouco sentimental. — Visitas, comida no quarto, roupas… se apaixonou por uma Sub?

— Ela não é minha Sub. Não é nada além de uma pessoa que eu tô tentando ajudar. A tirei das mãos do meu pai e…

— E porque ela não retornou para onde quer que seja? Por que a mantém aqui dentro como se fosse de sua posse? Se eu bem o conheço poderia dizer facilmente que está tentando por ela ser…

— Vamos? — Luiza estava perfeita, senti meu pau latejando no mesmo momento em que a viu. Don tocou no meu ombro e deu um tapinha, desviando sua total atenção a Luíza que estava vindo em nossa direção. — O que estão olhando, eu fiquei tão feia assim?

— Vamos? Don, vai tirar o carro que já estamos indo. — A contragosto ele foi e Luíza continuou onde estava.

— Eu te pedi pra me deixar dormindo! — Ela estava arrepiada e com os lábios trêmulos.

O vestido ficou perfeito nela, no momento em que a vi a primeira coisa que imaginei foi o quanto ela seria perfeita posicionada de bunda para cima enquanto eu observava a penetrando sem rodeios.

— Luiza, não quero que você se afaste de mim, está ouvindo? Não me faça se arrepender do que estou fazendo. — Disse me aproximei dela, prendendo seu corpo contra a parede, deixando nossos lábios muito perto um do outro.

— Sim senhor! — A mulher não sabia o que estava falando e no momento em que ouvir tal palavra não me contive e a beijei. Enfiei as mãos por baixo do vestido e fui subindo até encontrar sua entrada, massageie a mesma até que Luiza soltou alguns grunhidos entre beijos. — Kalil… — Ela suspirava permitindo que eu a beijasse e por um fio não penetrei meus dedos dentro dela. — Para, Kalil, você vai se atrasar.

Luiza saiu por baixo do meu braço e por um segundo eu tive que me segurei para não perder o controle ali mesmo. Olhei ela de cima abaixo e só então percebi o quão idiota eu fui por ter escolhido justamente esse vestido, agora todo mundo iria olhar pra ela quando entrasse naquela droga.

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