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Capítulo 8

Capítulo 8

Natasha voltou para a mesa com o drink na mão, tentando manter a compostura. Sentou-se e começou a comer em silêncio, seus pensamentos estavam tumultuados.

Lu, percebendo o desconforto da amiga, quebrou o silêncio com sua voz suave:

— Você está bem?

Natasha suspirou, dando um pequeno sorriso forçado.

— Sim, estou. Sinto por estar me deixando levar por essa situação.

Lu deu um sorriso compreensivo, tocando suavemente a mão de Natasha.

— Eu que sinto por ver você se envolvendo desse jeito. Homens como ele colecionam mulheres, Natasha. Você merece alguém que te valorize.

Natasha sabia que Lu estava certa, mas não conseguia evitar o turbilhão de emoções que Max despertava nela. Assentiu, decidida a tentar afastar esses sentimentos e se concentrar na realidade.

— Vou tentar manter o foco — disse Natasha, sua voz um pouco mais firme. — Preciso lembrar que estou aqui por um contrato, não por ele.

Lu sorriu, satisfeita com a resposta da amiga, e as duas continuaram a refeição, tentando deixar os pensamentos sobre Max para trás.

***

No dia seguinte, Max chegou à empresa meia hora mais cedo, um comportamento completamente atípico para ele. A grande sala de vidro estava mergulhada na quietude da manhã. Ele colocou a pasta sobre a mesa e se acomodou em sua cadeira de couro, tentando se concentrar nos relatórios e contratos que precisavam de sua atenção.

Mas a verdade era que, por mais que tentasse, seu pensamento sempre retornava à imagem de Natasha. A forma como ela mexia com ele o perturbava. Ele precisava vê-la novamente, ouvir sua voz e descobrir mais sobre aquela mulher que parecia ter se enraizado em sua mente.

Enquanto trabalhava para passar o tempo, a porta se abriu e sua secretária, Alice, entrou. Ela parou por um momento, surpresa ao vê-lo ali tão cedo, mas rapidamente se recompôs e o cumprimentou com um "bom dia".

— Bom dia, Alice — respondeu Max, com uma expressão neutra, mas com a mente longe dali. Alice percebeu a tensão no ar, mas decidiu não comentar.

Ela organizou sua mesa e se preparou para o dia, ainda intrigada com a presença precoce de Max. Às nove em ponto, Max chamou por Alice.

— Alice, pode ligar para o coordenador Arthur e me passar a ligação, por favor? — disse Max, tentando manter a voz calma, mas havia uma nota de urgência que ela não pôde deixar de notar.

— Claro, senhor Colt, faço isso agora mesmo — respondeu Alice, pegando o telefone e discando o número do coordenador.

Enquanto aguardava a ligação, Max respirou fundo, tentando manter a compostura. Sabia que estava se arriscando, quebrando suas próprias regras, mas a necessidade de ver Natasha novamente era mais forte do que seu autocontrole.

Max respirou fundo quando Arthur atendeu a ligação.

— Bom dia, Arthur. Preciso que você envie a modelo, Natasha Miller, para minha sala assim que possível — disse Max, tentando manter um tom casual, mas o pedido soava mais como uma ordem.

Do outro lado da linha, Arthur hesitou por um momento antes de responder.

— Senhor Colt, ela só virá após o almoço — disse Arthur, cauteloso.

Max franziu o cenho, claramente insatisfeito com a resposta.

— Por quê? — perguntou, a irritação começando a transparecer em sua voz.

— Foi o horário combinado com ela. Natasha passou a manhã cuidando da aparência, e eu a quero sem olheiras ou qualquer sinal de cansaço. Afinal, estou preparando um desfile importante no Texas, em um cassino de grande prestígio, e ela será uma das principais atrações. Esse cliente é extremamente valioso para a empresa, então preciso que ela esteja no seu melhor estado físico — explicou Arthur, tentando apaziguar o chefe.

Max apertou o telefone com mais força, não conseguindo disfarçar a frustração. O tempo parecia se arrastar, e a ideia de ter que esperar até o período da tarde para vê-la o irritava profundamente.

— Certo, entendo. Mas assim que ela chegar, mande-a diretamente para a minha sala — ordenou, encerrando a conversa de forma abrupta.

— Claro, senhor Colt, farei isso — respondeu Arthur, antes de Max desligar o telefone.

Max se recostou na cadeira, passando a mão pelos cabelos em um gesto de frustração. Cada segundo parecia uma eternidade, e a ansiedade para ver Natasha novamente só aumentava. Mesmo sabendo que estava quebrando as regras da empresa, ele não conseguia evitar. Algo nela o atraía de uma maneira que ele não conseguia explicar ou controlar.

Quando o relógio finalmente marcou o fim do horário de almoço, Max estava na sua sala, tentando manter a concentração no trabalho, mas a expectativa de encontrar Natasha o fazia olhar para o relógio a cada minuto. Ele se pegava imaginando a expressão no rosto dela, o som da sua voz e o brilho dos seus olhos quando finalmente se encontrassem. No entanto, seus devaneios foram interrompidos pelo toque insistente do telefone.

— Alô? — Max atendeu, sem esconder a impaciência em sua voz.

— Senhor Colt, aqui é do hospital Saint Joseph. Seu filho, Daniel, foi trazido para cá. Ele passou mal e estamos realizando exames. Preciso que o senhor venha imediatamente — a voz da atendente soava preocupada, sem rodeios.

Max congelou por um segundo, o mundo ao seu redor se desmoronando. Daniel? Ele piscou, tentando processar a informação enquanto sentia o coração acelerar. O filho era tudo para ele, mesmo que as coisas estivessem complicadas ultimamente.

— O quê? Como ele está? O que aconteceu? — Max se levantou abruptamente, já pegando as chaves do carro.

— Ainda não temos um diagnóstico completo, senhor. Estamos realizando alguns exames, mas ele pediu para o senhor vir — respondeu a atendente, tentando tranquilizá-lo.

— Estou a caminho — Max respondeu, encerrando a ligação com rapidez.

Sem pensar em mais nada, saiu de sua sala a passos largos. O encontro com Natasha foi imediatamente esquecido, substituído pela preocupação com Daniel. Ele sabia que o filho não era de se queixar facilmente, o que tornava a situação ainda mais alarmante.

Enquanto corria para o carro, o coração de Max batia forte. Os pensamentos sobre Natasha desapareceram, substituídos pela imagem do filho em uma cama de hospital. Ele dirigiu rapidamente, sentindo o peso da responsabilidade e o medo crescente de perder a única família que ainda tinha.

" O que será que aconteceu?" — se perguntou o tempo todo até chegar no hospital.

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