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7. A mulher certa

Marcos Rossi

Marcos Rossi saiu do quarto, deixando sua esposa lá, sentindo uma mistura perigosa de desejo e autopreservação. Ele estava louco para possuí-la, mas sabia que o tempo seria seu aliado. Não queria assustá-la com sua impetuosidade.

Marcos nunca foi um homem gentil, mas Mia, em um momento de luz em sua vida, o ensinou a ser mais compreensivo. Com ela, ele aprendeu que, para não assustar uma mulher perdida, precisava moderar seu temperamento. E foi assim que ele aprendeu como uma mulher deveria ser tratada, embora sempre acreditasse que ele decidiria se ela merecia ou não.

Isabella, estava ali por dinheiro. Todas elas estavam. Dinheiro, status, poder. E Marcos Rossi tinha poder. Ele era o poder.

Descendo as escadas da casa, ele encontrou Ximena parada entre a sala e o corredor que levava à cozinha. Parecia estar esperando por ele. E ela estava.

"O senhor vai sair?" perguntou Ximena, com um tom que oscilava entre a curiosidade e a submissão.

"Eu não lhe devo satisfação, Ximena." A resposta de Marcos foi fria, um reflexo de sua autoridade incontestável.

"Eu sei, patrão. Me desculpe. Só quero saber se vai jantar em casa. O senhor nunca fica aqui."

"Eu não vou jantar aqui. Mas a Isabella vai."

Ximena apertou os lábios, tentando conter a raiva que brotava. "Eu vou ter que aguentar essa daí aqui em casa," murmurou, o desprezo evidente.

"Ela agora é a dona da casa, minha esposa. Espero que a trate bem."

"Eu vou tratá-la bem, patrão," Ximena respondeu, embora suas palavras estivessem impregnadas de amargura. “Pode deixar que sua esposa será muito bem tratada.”

Marcos pegou a chave do carro, sentindo a necessidade urgente de sair daquela casa. Se não o fizesse, perderia o juízo. A tentação de subir ao quarto e tomar Isabella para si era avassaladora, mas ele sabia que precisava controlar-se. Por mais difícil que fosse, ele se afastou, deixando para trás a mulher que ameaçava engoli-lo.

Marcos saiu da casa com passos decididos. Seu carro já estava à espera, cortesia da agilidade dos homens que trabalhavam para ele. Antes de entrar, ele parou e olhou para a janela do quarto que agora compartilhava com Isabella. Ele sabia que ela estava lá, observando-o. Desta vez, ela não se escondeu. Ficou parada, encarando-o. Marcos levantou um dos lados do lábio, querendo sorrir, mas não cederia. Não mostraria a Isabella o quanto ela mexia com ele.

Ela era assustadoramente parecida com Paola. As duas irmãs tinham rostos praticamente idênticos. Marcos nunca imaginou que pudesse se interessar por alguém tão parecido com aquela cobra. Paola era uma das piores mulheres que ele já havia conhecido, uma verdadeira tormenta em sua vida.

Paola era baixa, uma mulher de hábitos caros e insaciável sede de luxo. Quantas vezes ela procurou Marcos, implorando por empréstimos. A vida de Paola era uma constante busca por ostentação, e ela se cercava de pessoas com dinheiro, sempre em busca de um marido bilionário. Marcos sabia que a família dela estava afundada em dívidas, principalmente por causa do tio delas, cuja irresponsabilidade financeira era lendária. Todos conheciam Paulo Maziero por suas dívidas e empréstimos.

Enquanto Marcos se acomodava no carro, essas lembranças o assaltavam com uma força avassaladora. Isabella podia até ser a imagem da irmã, mas ele precisava lembrar a si mesmo que elas eram irmãs tinham o mesmo sangue e com o sangue dos Maziero, Isabella não seria diferente deles. No entanto, aceitou o casamento sem muita luta, apenas uma conversa com a mãe e ela voltou e fez a cena da garota que não se deixa levar por dinheiro.

Marcos tinha que ter isso em mente e que Isabella estava ali somente para lhe dar um herdeiro. O motor do carro rugiu, ecoando a turbulência que ele sentia por dentro. Isabella era uma presença constante em seus pensamentos, uma mistura de desejo e dúvida. A imagem de Paola, sua insaciável ganância e sua traiçoeira beleza, fazia com que Marcos mantivesse um muro em volta de seu coração. Não queria se apaixonar por ninguém. Principalmente por sua esposa.

Enquanto o carro deslizava pelas ruas, a imagem de Isabella na janela continuava lá, uma figura solitária e enigmática. Ele se perguntou o que passava pela mente dela. Estaria ela pensando nele com a mesma intensidade? Ou seria apenas mais uma jogada pelo dinheiro, assim como sua irmã? Assim como Paola fazia com todos os homens.

Marcos se lembrava bem da irmã de sua esposa, e ele tinha raiva daquela mulher. Paola se aproximou de Marcos quando eles eram mais jovens, graças aos negócios que suas famílias compartilhavam. Durante as reuniões, o avô Rossi costumava levar Marcos, ele precisava aprender a negociar para ajudar o tio na empresa e nos negócios.

Marcos não era o herdeiro principal; o tio mais velho estava próximo na linha de sucessão. Contudo, após o acidente e a morte do tio, Marcos teve que assumir a responsabilidade, ajudando o avô e cuidando especialmente de sua prima Mia Madson Rossi.

Nas reuniões, Marcos encontrava a pequena Paola, uma menina que, mesmo jovem, já lançava seu charme. A cada encontro, Marcos se encantava mais por ela. Paola era a mais nova e havia uma considerável diferença de idade entre eles. Aquela adolescente logo se tornou uma mulher, e Marcos, ao vê-la em uma festa, ficou totalmente encantado. Ninguém sabia de seu desejo por Paola; ele a desejava secretamente.

Na festa, Marcos se aproximou de Paola com um misto de nervosismo e esperança. "Olá, você se lembra de mim?" perguntou, tentando soar casual.

"Claro, como eu iria me esquecer de você," respondeu Paola com um sorriso cativante. “Você é Marcos Rossi, o novo herdeiro.”

"Isso vai demorar muitos anos vovô está com a saúde em dia.” A cada sorriso, ele se encantava mais por ela e como ela estava bonita. “Você concede uma dança?" Marcos insistiu, tentando esconder a urgência em sua voz. Queria estar com ela.

"Claro, adoraria dançar com você, mas agora eu não posso. Preciso ir ao toalete." Ela acariciou o rosto de Marcos, fazendo seu coração acelerar. "Assim que eu voltar, vou te encontrar."

"Vou te esperar," disse ele, observando enquanto Paola se afastava com um sorriso enigmático.

Determinado a não deixá-la escapar, Marcos a seguiu. A adrenalina corria por suas veias enquanto ele a observava caminhar pelo jardim da casa. Ela disse que iria para o toalete, mas não foi o que fez. Aquilo talvez seria um sinal para que ele fosse atrás dela e a encontrasse no jardim? Ele planejava surpreendê-la e dançar com ela ali mesmo, sob as estrelas. Em sua mente, já imaginava Paola como sua noiva, a mulher que seu avô tanto desejava para ele. Ela era bonita e sensual. A noiva perfeita.

Marcos se escondeu atrás de uma parede, pronto para surpreendê-la. No entanto, quem foi surpreendido foi ele. Paola estava aos beijos com outro homem, visivelmente mais velho que Marcos. Ela estava nos braços de um homem casado. Marcos assistiu, chocado, enquanto o homem tirava uma joia do bolso e a entregava a Paola, que ficou em êxtase. Sentindo uma profunda decepção, Marcos percebeu que Paola era amante daquele homem.

De coração partido, Marcos saiu dali silenciosamente. Toda a ilusão que havia construído sobre Paola se desfez naquele momento. Talvez, se ela tivesse aceitado dançar com ele, seu destino poderia ter sido diferente. Mas agora, ele sabia a verdade. Paola era uma bela mulher, mas não era a mulher certa para ele.

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