A porta da adrenalina
Lord Bin Narrando
Logo que chego neste restaurante médio vejo uma garçonete que claramente está perdida por aqui, pois é uma autêntica gostosa. Uma loira de olhos verdes que me deixa com um desejo de sempre.
Os olhos dela são grandes e atraentes, essa gata não pode me escapar. Eu faço um gesto para pedir algo para comer. Ter chegado cedo aqui determina o sucesso do meu plano.
As calças pretas e a sua camisa branca caem tão bem no seu corpo curvilíneo, na verdade acho que tudo cairia muito bem no seu corpo bonito.
Após ter visto o meu sinal ela caminha até a minha mesa. Os seus passos parecem ensaiados, num andar que mais parece feito de propósito para impressionar.
— Bom dia, caro cliente! Em que posso lhe ajudar? — ela ao chegar na minha mesa se inclina com delicadeza e faz a clássica pergunta.
— Bem, eu gostaria de um café bem carregado e também de te perguntar algo.
— Posso responder o seu primeiro pedido, mas o segundo se for pessoal adianto dizendo que só pode ser depois do horário do trabalho.
— Não se preocupe, não é algo tão pessoal assim, não é algo tão sério assim. — após ter escutado a sua resposta acompanhada de uma voz fina e sensual, em seguida por um sorriso contido que desenha lábios lindos e um rosto oval de uma princesa como se de uma boneca se tratasse, mesmo que não tenha aplicado nada no rosto que tenha a ver com maquiagem, eu digo.
— Está bem, pode dizer. — ela finalmente me autoriza.
— Você já pensou em ser uma modelo?
— Não, porquê?
— Tens um corpo muito bonito. — digo e vejo um sorriso escondido na boca.
— Muito obrigada, talvez eu pense nisso agora. — ela diz sorrindo discretamente e em seguida sai perto da mesa voltando para o balcão.
De certeza que ela é uma das minhas, o meu próximo passo é conseguir o seu número para uma noite num dos luxuosos motéis que frequento.
Aprecio o restaurante que tem crescido com uma velocidade interessante e em simultâneo estranha, pois na minha observação algo está fora dos padrões.
Outra coisa interessante é que é pela primeira vez que vejo essa beleza de garota aqui e não vai me escapar de jeito nenhum. Não passa muito tempo e a mulher está de volta e com o meu café que tanto aprecio.
— Bem, sabe de uma coisa. Eu trabalho na agência de modelos e gostaria de saber se não está interessada em mudar da sua vida com a sua beleza? Desculpa, eu esqueci de me apresentar, o meu nome é Lord, Lord Bin. — após dizer isso ela fica por alguns segundos em silêncio como se estivesse a pensar e consultando alguma coisa na sua mente.
— Eu sou Ingrid, Ingrid Plack e estou interessada sim.
— Para facilitar, peço o seu número.
— Aqui tens. — ela diz me entregando um cartão.
Bem, o meu truque deu muito certo, pois eu tinha um pouco de dúvida se ela liberaria de imediato o número, então tive que falar sobre a minha profissão que não é exatamente o que parece.
Ela não demora na mesa e sai com urgência como se algo tivesse acontecido, algo nada bom. Leva muito tempo por lá, termino o meu café e alguns rapazes chegam no restaurante, sendo que um deles tem um assunto a tratar comigo que não pode esperar.
Outros garçons chegam no restaurante, Homo-Loy e um deles retira a minha xícara vazia enquanto eu gostaria que fosse a Ingrid fazendo esse trabalho, mas pelo visto está ocupada com outra coisa lá dentro. Deixo o valor do líquido que ingeri na mesa.
A coisa mais essencial já tenho, o número dela, então poderei ligar para ela para marcar um encontro onde tudo vai pegar fogo.
Viro devagar para o lado onde está um dos rapazes que tem um assunto por tratar comigo e os nossos olhos vão de encontro. Com a minha arma escondida debaixo da mesa olho para ele fixamente que logo de imediato levanta em direção a porta.
Escondo a minha arma numa parte das minhas calças e também me levanto em direção da porta, pois não posso deixar o desgraçado me escapar, ou eu não sou o rei desta porra toda.
Ele é o primeiro a sair pela porta e eu sigo na velocidade da luz para não o perder de vista. Quando chego no lado de fora o jovem já está a uma distância considerável o que indica que logo que saiu começou a correr. Tiro a minha arma de fogo e aponto para o alvo em movimento.
Isto não parece ser uma boa ideia, a melhor coisa a fazer é reservar o homem para uma morte lenta e interessante. Abaixo a minha arma rapidamente e escondo como se nada tivesse acontecido.
Imagino que os seus amigos que estão no interior do restaurante saibam sobre o nosso problema e estejam preparados com as suas melhores armas para me receberem e acabar comigo. Não lhes darei esse luxo.
Caminho até ao meu carro D4D e me coloco no seu interior assim arrancando com tudo numa absurda velocidade e mesmo assim dá tempo de ver os capangas do meu fugitivo preparando as armas para dispararem contra mim.
Escapo por alguns segundos e falhei muito feio na minha missão de acabar com o jovem maldito que pôs em risco os meus negócios. Vou ter que procurar o seu pai fora do trabalho, fora da delegacia para atrair o seu filho para eliminá-lo e mostrar a minha autoridade nesta cidade.
Chego em casa, estaciono o meu carro na garagem. Vou até a sala de estar onde vejo pela janela que a TV não foi desligada e parece que ninguém está por perto, nem mesmo a empregada, algo que me deixa imediatamente preocupado.
— Antônia, Antônia! — chamo pela minha esposa, mas ninguém responde e então decido ir até ao nosso quarto.
Antes de chegar lá, escuto som de alguém soluçando, num choro.
— Antônia, o que está acontecendo? — pergunto quando entro a encontro inundada em lágrimas e com o rosto escondido num lenço que parece colado à sua face.
Continua...