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Capítulo 1

Capítulo 1

Era um fato, eu estava atrasada, como sempre.

Minha consulta no hospital clínico de Wahtadre, estava marcada para às nove da manhã, já iria dar dez, e, só tinha vindo, porque Jenna me obrigará a vim, eu não precisava disso, eu tinha certeza que estava bem! Pelo menos, até o último mês.

Mas recentemente, eu me tornei mais pálida, constantemente enjoada, e não conseguia segurar o xixi por mais de vinte minutos. O que absolutamente fez minha amiga enlouquecer, e me obrigar a marcar uma consulta, torrando minhas economias, é, que Deus não deixasse que ela descobrisse que eu chegara atrasada, e que tinha sério risco de ter que marcar para outro dia.

Cheguei na recepção meio afobada, com o olhar meio atravessado da recepcionista uma ruiva tingida, me encarando.

- Pois não? - Me perguntou.

- Bom dia, eu tinha uma consulta marcada para as nove da manhã, mas me atrasei... Sabe como é, não é? Esse trânsito infernal! - Menti descaradamente, com a cara mais lavada com que eu conseguia fazer.

- Entendo... Mas infelizmente não é possível....

- Moça, olha, por favor! Eu preciso fazer essa consulta! - Me desesperei, não que eu precisasse tanto ir ao médico, só estava tentando salvar meu traseiro, de Jenna, a garota sabia ser cruel, quando queria.

A recepcionista revirou os olhos, para meu escândalo, digitando algo em seu computador.

- Para sua sorte, teve uma desistência às dez e meia, vou a agendar neste caso. - Disse pegando meus documentos, que eu estendia, não pude deixar de suspirar aliviada, meu traseiro estava salvo.

Não muito tempo depois fui atendida pela Dra. Lanza, que me perguntou o que eu sentia, anotando tudo numa prancheta, logo depois, mediu meu pulso, peso, pressão, e com uma cara franzida, virou para mim.

- Hmm, acho que já tenho meu diagnóstico, mas preciso de exames mais concretos... - Falou me entregando um potinho para fazer xixi, e chamou uma enfermeira para tirar meu sangue.

Estava apreensiva, poderia ser tão ruim assim? Logo, na minha mente veio tipos de doenças horríveis, e sem cura, estremeci de nervoso.

[•••]

Vinte minutos já haviam se passado, e eu estava uma pilha de nervos. Não poderia ser tão ruim assim, Não é?

Enquanto o tempo passava, meu nervosismo aumentava na mesma medida.

Não demorou muito mais para que a enfermeira, me chamasse, para dizer o resultado dos exames, ela se aproximou de onde eu estava sentada, ainda na sala da doutora, carregando a mesma prancheta que a médica escreveu.

- Não é a doutora que vai examinar meus exames?- Eu a perguntei, levantando as sobrancelhas para ela, confusa.

- Não meu bem, na verdade, como não é nada sério eu mesma é que passo os resultados... - A enfermeira sorriu, era uma mulher de meia idade, parda, os cabelos levemente grisalhos, era baixa é gordinha, levando na ponta do nariz um óculos de meia taça.

Suspirei aliviada, e me levantei para receber o resultado, com a palma das mãos levemente suadas, consequências de minha ansiedade.

- O que é que eu tenho?- perguntei, ajeitando minha bolsa nos ombros.

- Bom detectamos uma grande quantidade de hormônio gonadotropina coriônica, HCG, e também falta de ferro.

- Hormo o que? - Perguntei assustada, aquilo não parecia ser bom. - É grave?- Me desesperei. - Eu vou morrer?! - Senhor, não! Que não seja uma doença transmissível e mortal, eu sei que mereço muito pior... Mas por favor, não!

A mulher riu, e eu só pude a olhar chocada e confusa, do que diabos ela estava rindo? Da minha morte iminente?

- Não, não querida, nada disso! - ela riu suavemente, de novo. - E só o nome científico, de uma maneira mais simples... Parabéns, você está grávida de quatro ou cinco semanas. - Olhou para um papel que segurava. - Precisa marcar seu pré na...

- O que? - A interrompi, bruscamente. Eu escutei bem?

- Eu sei que é um choque! Mas tenho certeza que seu namorado vai amar a notícia! - Ela sorriu, como uma louca. Ou simplesmente estava achando graça da minha cara apavorada.

Eu arregalei os olhos. Estava surda, só podia ser, ou quem sabe, com sérios problemas psiquiátricos que me davam ilusões. Um milhão de vezes preferível que eu estivesse louca do que grávida. Que esse absurdo não seja verdade!

Olhei espantada para a enfermeira que ainda me olhava, esperando que eu dissesse algo.

- O que disse? - perguntei, batendo na orelha, como se quisesse tirar água dos ouvidos. - A última parte?

- Eu disse, parabéns, querida, está grávida de quatro ou cinco semanas.

Arregalei mais os olhos, aquilo não poderia ser possível.

- Há! Entendi! isso é só uma piada, certo? É primeiro de abril? É isso?! Muito sem graça! - Grunhi.

A mulher me fuzilou com os olhos, parando de sorrir.

- Olha aqui, senhora! Não estou aqui para ser esnobada! Eu fiz apenas o meu trabalho! Se não acredita nos seus próprios exames de sangue e urina, talvez deva ver por si mesma, não vai mudar os fatos. - A moça enfiou a mão no bolso do jaleco branco, é tirou dois teste de gravidez de marcas diferentes, e me estendeu, me olhando com a cara ranzinza.

- Não é isso, é que eu não tenho namorado... Isso não pode ser possível, é um engano! - Gaguejei, mas pegando os testes.

- Isso não é meu problema, senhora. - A enfermeira disse virando as costas para mim, me deixando com os testes nas mãos. Ainda pude ouvir ao longe, ela resmungando de jovens irresponsáveis, que não sabia o significado de proteção.

Sai andando meio tonta, pela clínica hospitalar, entrei de supetão no banheiro feminino, parando para olhar a mim mesma, pelo espelho do lugar, observei meus olhos âmbar arregalados, as feições delicadas do meu rosto ainda em um franzido pela mais recente notícia, a minha boca em o, totalmente chocada, meu cabelo loiro escuro levemente ondulado e desalinhado, minha pele branca, minha estrutura baixa, mas encorpada. Eu não tinha cara de mãe. Eu não sabia como ser uma mãe, eu não podia afirmar que seria uma boa mãe.

Não podia acreditar, Eu estava grávida! EU! Eu não sabia cuidar nem de animais, não sabia cuidar nem de mim mesma, quanto mais de uma criança, um filho! O que eu faria? Isso não podia ser verdade, eu não fizera sexo a bastante tempo, eu na... À boate! A maldita boate!

O maldito dos olhos azuis!

Eu fiquei estática, levando a mão ao abdômen, como se tentasse achar algum volume. Será que?

Não podia ser verdade, eu estava grávida, de um desconhecido, da porra de um estranho!

Santo cristo, Jenna iria me matar!

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