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Capítulo 2: Jamais os Abandonaria

Dan, ao adentrar na mansão em que seus pais estão morando e que ele passou grande parte da sua infância e adolescência ali é recepcionado por sua mãe com um abraço.

- Figlio. Que bom que veio. Como está a Liz?

Dan está péssimo. Sua aparência está triste e desolada. Sua mãe acha estranho ele estar daquele jeito. Seu instinto de bruxa a oitava que havia algo errado nesse história. Ele suspira e com algumas lágrimas escorrendo de seus olhos, ela tem certeza.

- Mamma, queria falar com a senhora e o pai. Ele está?

Ela assente um tanto receosa. Seu coração se aperta. Caminham juntos até o escritório em que seu pai está ouvindo uma bela música de Laura Pausini – Scatolla.

Ao ver seu filho e sua esposa vindo em sua direção, um sorriso se abre e ela caminha até eles para cumprimentar seu filho. Ao estar bem próximo a eles, ele percebe que seu filho não está bem. Ele olha sem entender para sua esposa que balança a cabeça em negativa por também não saber porque ele estar assim é o indaga após abraça-lo.

- Figlio, você está bem e minha nora?

Ele tentava se manter forte, até que no seu súbito, desabou a chorar. Seus pais se entreolham sem entender o que estava acontecendo. Eles ainda não sabiam que Liz havia sido sequestrada. Antonela lhe dá um copo d’água e ele após beber um gole, se acalma um pouco e começa a falar.

- A Liz foi sequestrada.

Em uníssono, eles falam incrédulos.

- O que?

Ele assente com seus olhos inchados e vermelhos depois de tanto estar chorando.

- Sim. Foi o Vitorino. Pai, eu preciso de ajuda.

Dante estava furioso. Sabia que Vitorino Angiani era perigoso. Bem mais do que Pietro ou qualquer outro. Ele soca a mesa com raiva. Todos ali naquele escritório se assustam com sua agressividade.

- Dan, eu sempre te ajudarei meu filho.

- Grazie Pai. Eu realmente preciso da sua ajuda e dessa vez, quero fazer algo. Dessa vez, (ele suspira), eu quero ser iniciado na Máfia e assumir o seu lugar como Don. Mas só depois de resgatar minha esposa e filho.

Dante o olha incrédulo e boquiaberto. Ele não imaginava que seu filho se uniria a máfia e nem estaria vivo para ver isso. Mas ele sempre soube que seu filho nunca quis isso, ele já havia tomado uma decisão de colocar Lucca em seu lugar assim que ele sair da clínica após o tratamento. Mas, precisa falar com seu filho a respeito disso.

- Figlio, eu te ajudo e não precisa iniciar na Máfia. O tratamento do Lucca está sendo bom para ele, ele tem tido progressos, e eu resolvi colocá-lo no meu lugar. Não se preocupe.

- Pai, por mais que o senhor me fale isso, eu sei que não falou nada com ele para não afetar seu tratamento, certo?

Ele assente.

- Sim, mas por isso não precisa assumir algo que nunca quis. Não vou obriga-lo.

Ele suspira profundamente, massageia a testa e dispara.

- Faremos assim, me início, assumo seu lugar e quando o Lucca voltar, se realmente ele estiver bem, aí eu passo o cargo para ele, o que acha?

Alisando sua barba, Dante anda de um lado a outro calmamente. Vendo o desespero do seu filho e sabendo que por conta de tanta coisa que os dois vem passando, sabe que é por isso que Dan quer fazer parte da máfia para proteger sua nora e seu neto.

Parando em frente ao seu filho, ele se senta na poltrona e o olha fixamente e assente.

- Tudo bem. Quando você retornar do resgate da sua esposa e meu neto, você se inicia na Máfia.

Antonela não se sentiu mal com aquela decisão, sabia que Dan fazia aquilo para estar mais forte para proteger aqueles que ele ama. O que interessava a ela, era saber que todos estariam bem.

Dan assente e retira o celular do bolso emocionado.

- Miguel nasceu. Não foi como queríamos, mas ele nasceu. É lindo meu bambino.

Ele estende o celular aos pais mostrando a foto dos dois juntos no cativeiro. Dante e Antonela se emocionam com a imagem dos dois.

De repente, Antonela puxa abruptamente o celular da mão do seu filho deixando-o assustado com sua reação. Dante que também estava incrédulo com aquele gesto da sua esposa, entreolha com seu filho e a indaga preocupado.

- Querida, o que foi?

Ela com uma mão em sua boca boquiaberta, sente lágrimas rolando por seu rosto, ela não acreditava no que via atrás de sua nora e neto, ela não conseguia falar, os dois estavam preocupados com sua reação, até que ela balbucia.

- Figlio, ela está ali com ela.

Dan olha para a foto mas não vê nada.

- Mamma, de quem a senhora está falando?

-Aqui meu filho. Sua nona Franchesca está aqui na foto.

Ela aponta na direção em que a vê na imagem, mas Dan pegando novamente o seu celular, acena em negação por não estar vendo nada além dos seus amores.

- Não vejo nada além da minha esposa e filho. Tem certeza mamma?

Ela assente. Dante, estende sua mão para ver de perto a imagem.

- Deixe-me tentar ver.

Dante, não tem o mesmo dom de sua esposa, mas consegue ouvir através do que ele olha o que querem se comunicar. É uma arte da necromancia streghe que é possível a comunicação mesmo não visualizada.

Ao olhar a foto, Franchesca sussurra e só Dante consegue ouvi-la.

“Cuidado ao resgatá-los. Ele vai tentar levar o pequeno, sejam rápidos”

Uma tontura ele sente. Um vento forte adentra pelas janelas e portas, as fechando em um só bater forte. Dan ampara seu pai o sentando na poltrona em sua frente. Ele pega um copo d’água e vê seu pai atônito assim como sua mãe.

- O que foi papa?

- Traga-os rápido filho. Ele pretende sumir com meu neto.

Dan respira fundo, liga imediatamente para Gilvan/Brian. No terceiro toque, ele atende.

- Dan.

- Doutor, precisamos resgatar minha família logo.

Ele suspira profundamente e Dan sente a preocupação em sua voz.

- Concordo com você. Soube de um dos seguranças, que ele pretende levar o Miguel para o exterior. Ele sabe que se afastar seu filho da Liz, ela ficará com ele até o recuperar.

- Desgraçado! – Dan vocifera.

- Então, a noite invadiremos a sua mansão.

- Tem certeza Dan?

- Claro, quanto antes melhor. Já tenho os homens que farão o resgate conosco.

Depois de uns segundos em silêncio, Gilvan assente.

- Tudo bem. Às 20h invadimos.

- Ótimo. Até lá.

A ligação é encerrada. Todos se preparam para a invasão logo mais a noite.

Ele sai da mansão indo para sua propriedade e lá avista Marco e o comunica o plano de resgate. Bá como está aflita com o sumiço da sua neta, está com Barbarella no quarto mágico fazendo suas ritualísticas de proteção para seu bisneto e neta.

Em suas visões, ela viu que havia uma proteção a mais e que tudo iria acontecer logo. Precisavam ser rápidas com as entonações e encantamento.

Com isso, as horas passam rápido, e é chegado o momento em que invadirão a mansão em que Liz e seu filho estão. Finalmente, esse pesadelo acabará.

Andreia, por mais que seu amigo Vitorino esteja errado, jamais desejou que algo acontecesse e que ele continuasse com essa obsessão descabida. Torcia para que tudo desse certo e que todos saíssem ilesos.

Leona, que ninguém com exceção da sua nona sabia não só dos sentimentos dela por Vitorino, mas que estavam se relacionando temia por seu amado. Cada vez mais que pensava em que havia sido enganada por ele para se aproximar de sua prima, mais ela tinha raiva da mesma.

- Marco. Marximi. Nuno. – Dan os chama na sala eufórico.

Logo, os três aparecem já preparados para o ataque. Ao estarem preparados para saírem, Gilvan chega na porta principal da casa grande.

- E então, vamos?

Todos assentem e saem em direção aos carros.

Dan já havia pedido aos seguranças do seu pai para cercarem toda a mansão. Alguns dos seguranças que trocaram de turno, foram substituídos por seguranças do Capo Fiori. Tudo estava a favor deles. Os carros foram abandonados perto da mansão.

A partir dali, seguiram até a propriedade andando. Entraram pelos grandes portões, mas não esperavam que mesmo com as câmeras de segurança terem sido desligadas, mas Vitorino tinha seu próprio sistema interno ligado em seu quarto.

Já imaginava que seria traído. Ao ver quem se tratava, deu um murro na mesa com seus olhos injetados em raiva.

- Brian.

Munido de duas armas, ele segue até o quarto em que Liz e o Miguel estão. Ele empurra a porta com tudo, fazendo na se assustar. Ela estava ninando seu pequeno sentada na cama.

- O que é isso Vitorino. Endoidou.

Sem pensar, ele saca suas armas e aponta uma delas em direção a porta e outra em direção a Liz e seu filho. Ela arregala seus olhos. Abraça seu filho de um jeito inspirando proteção.

- Vitorino, o que está fazendo?

- CALA A BOCA!

Ela se encolhe com seu filho em seus braços. O desespero bate em seu coração. Tudo o que ela imagina é que seu amado venha os resgatar.

- Tá tudo errado. Eu só queria que me amasse e ficasse comigo. Mas não.

Ao entrarem na mansão e renderem os seguranças e seu capanga de confiança, Dan sobe as escadas de dois em dois degraus e ouve pelo corredor a voz alterada de Vitorino. Ele se aproxima tirando sua arma da cintura.

Por mais que Dan não gostasse disso, ele aprendeu a contragosto do seu pai a atirar quando era uma criança de 10 anos.

- Você não sabe Liz como eu sempre quis estar ao seu lado, mas você fez o que, preferiu esse maledetto do seu marido.

Enquanto ele chora, ele ri freneticamente. Liz abraça ainda mais seu filho o protegendo. Ela chora.

Dan aparece na frente do quarto em que a porta está aberta apontando a arma em direção a Vitorino. Ele o olha com sarcasmo e ironia. Continua mantendo uma arma apontada para Liz e o bebê e a outra em direção a Dan.

- Ora, ora se não e o senhor salvador que está aqui.

Liz olha em direção a porta e vê seu marido. Ele a olha de relance vendo-os encolhidos na cabeceira da cama.

- Vocês estão bem amore mio?

Ela assente.

- Nós estamos bem.

- Não por muito tempo Dan. Se ela não fica comigo, não fica com você e nem ninguém.

- Vitorino, você não a ama? Porque quer fazer isso com ela.

- Amo, mais se ela não será minha, também não irá ficar com ninguém mais.

- Então me mate primeiro.

Um laser vermelho é mirado bem no centro da testa de Vitorino por um dos atiradores do seu pai. Como ele ainda estava apontando a arma para sua esposa e filho, não podia fazer nenhum movimento errado. Colocava a vida deles em risco.

Vitorino desata a rir da coragem de Dan.

- Não é uma má ideia fazer isso já que você é quem ela ficaria até o fim.

Ele assente.

- Sim, você sabe bem disso. Então mira somente em mim. ANDA!

- É muito audacioso. Gosto disso. Suas últimas palavras.

Ao mirar as duas armas na direção de Dan, ele sorri para Vitorino e o tiro é disparado. A cabeça de Vitorino abre um buraco imenso atrás e espirrando os miolos e sangue na janela atrás dele. Seu corpo desfalecido cai no chão em câmera lenta.

Ele se aproxima do seu corpo sem vida e murmura.

- Que Cérbero e Hades o recebam bem no submundo maledetto.

Um choro incontido Liz despeja descontroladamente. Dan coloca sua arma no coldre nas suas costas e segue até sua amada abraçando-os.

Ele beija a testa da sua esposa e cabecinha do seu filho e sussurra.

- Acabou amore mio. Vocês estão salvos.

Ela o olha. Ele enxuga suas lágrimas e beija seus lábios.

- Achei que esse era o fim. Não consegui ter nenhuma visão ou magia estimulada para saber na hora o que aconteceria.

Ele sorri e acaricia seus cabelos suavemente.

- Jamais os abandonaria e deixaria acontecer algo com vocês. Vocês são minha vida.

Ela sorri fraco. Marco e Brian entram no quarto ofegos. Ela os olha e sorri. Eles respiram aliviados por estarem bem.

Dan levanta-se e erguendo sua amada com seu filho nos braços, ele a conduz até fora da mansão. Ao chegarem no topo da escada, Liz olha para seu amado e estende seu filho para que ele o pegue. Seus olhos enchem de lágrimas, era tudo o que ele mais queria.

Pegando seu filho no colo, ele beija o topo da cabeça e bochecha da pequena mistura dos dois. Ele sorri e sussurra.

- Meu filho, meu bambino. Como te amo. E sou o papa.

Todos estão emocionados com a cena. Marco então, segura no braço da sua prima a conduzindo a descer a escada. Ao chegarem na saída da mansão, Dan dispensa todos os seguranças do seu pai que retornam para a mansão. Os carros que estavam próximos dali, estacionam perto deles. Antes de todos entrarem, Gilvan/Brian, encerra ali sua proteção e carma com eles.

- Bem, eu não tenho mais o que fazer aqui. Voltarei para o exterior. Minha missão acabou.

Dan sorri e o agradece. Marco aperta sua mão e Liz o abraça, fazendo seu marido revirar os olhos estando com seu filho no colo. Todos riem da sua expressão.

- Obrigada Brian. Te perdoo por tudo o que me fez no passado e vá em paz.

Ele assente.

- Obrigada Liz. Seja feliz.

- Obrigada. Você também.

Eles dão um outro abraço e Dan pigarreia impaciente.

- Bem, já que está tudo resolvido, vamos né amore mio.

Ela assente rindo e Marco que já estava no carro, não perderia a oportunidade em zoar depois o marido da sua prima que estava com ciúmes dela até numa hora dessas.

Brian entra no carro e segue rumo a sua nova vida, Dan, sua esposa e filho também seguem rumo a seus momentos de paz e tranquilidade novamente em suas vidas.

- Vamos ver quem agora virá tentar te roubar de mim.

Dan é debochado ao falar com sua amada que lhe dá um leve tapa no braço já que ele está segurando o filho deles no colo.

- Ou será que virá uma mulher hein senhor Fiori.

Logo seu riso se transforma em uma carranca. Durante o retorno eles conversam sobre como foi o parto e tudo o mais dos últimos acontecimentos.

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