Capítulo 6: Estamos na Sicília Parte 2
No quintal...
Dan e Marco se sentam em um banco embaixo de uma grande árvore de ameixa, se entreolham e ele tira a poção do bolso da calça e mostra a Dan.
- Está pronta. Tia Ella já sabe do plano.
Dan arqueia seu corpo juntamente com sua sobrancelha surpreso.
- Mas, era algo só nosso.
Marco gargalha. Dan o olha incrédulo sem entender o que acontecia.
- Está rindo de quê?
- De você abigobau.
- De mim, por que?
Marco pigarreia o olha fixamente e dispara.
- Enquanto você a entre-te, eu já vou ajeitando as malas e tia Ella sem que ela desconfie já que a tia tem mais poder que é capaz de bloquear o que faz para que ninguém descubra, então ela o fará colocando este frasquinho no suco ou água ou até mesmo chá dela.
- Mas não vai fazer mal para ela e meu filho não né?
Marco acena a cabeça em negação.
- Não. Aqui tem erva cidreira, flor de maracujá, camomila e lavanda.
Dan respira aliviado. Se levanta para voltar para a casa, mas é interrompido.
- Mas está tudo certo mesmo Dan.
Dan assente.
- Sim, já falei com meu capanga de confiança. Ele virá nos buscar de madrugada.
- Certo. Eu vou com Liz no meu carro e você, a tia e esse capanga vão com ele no outro carro.
- Negativo. Eu vou onde Liz for. – Dan o fuzila com o olhar e é ríspido e grosseiro em sua afirmação.
Marco se levanta rindo e o olha com deboche.
- É sério isso mesmo! Você com ciúmes uma hora dessas. Realmente você não merece minha prima.
Dan o pega pelo colarinho com fúria e Marco levanta suas mãos em sinal de rendição rindo, o que faz com que ele fique com mais raiva.
- Calma aí moçoila. Estou apenas brincando com você. Já sei o quanto se amam e não é de mim que deve ter medo ou raivinha.
Marco o encara e solta suas mãos de seu colarinho. Ele ajeita sua camisa.
- Cara não quero nada seu. E mesmo se quisesse quero ser correspondido o que não acontecerá.
Dan o encara com uma cara carrancuda, até que fala entre os dentes com ele.
- O que afinal você quer levando-a com você?
- Na verdade, para a magia funcionar e ela não despertar em nenhum horário após ter adormecido, preciso estar com ela entonando o feitiço. Entendeu agora?
- Ah, e porque não falou antes seu babaca?
- E perder a chance de te ver nervosinho, não tem preço essa chance kkkkk. – Ele gargalha.
- Em compensação, você teria um olho roxo agora.
Marco logo murcha sua gargalhada para uma cara carrancuda.
- Aí você magoa.
Agora quem ri é Dan, aliás os dois caem na risada, até que são interrompidos com o grito de Liz na porta da cozinha os chamando para almoçar. Assim foram. Ao chegarem, foram ao lavabo lavar as mãos, Marco passou por tia Ella e lhe colocou no bolso do vestido o vidro da poção e os dois assentiram. Todos se sentaram a mesa e o almoço era polenta mole com molho de costela sob uma tábua de madeira própria para estes tipos de pratos, uma salada de tomates cerejas com ricota, rúcula e agrião, suco de laranja, vinho de ameixa e um prato separado de polenta com carne de soja para Liz.
Almoçaram tranquilamente e riram muito com tudo o que conversaram à mesa. Após o almoço, ele sai com Liz para irem ao mercado, depois ao médico que cuida da sua gestação, ele o chamou para uma conversa particular e o explicou tudo o que aconteceria e que ela não poderia ser sua paciente mais por um tempo e o mesmo assentiu e compreendeu. Depois, foram as lojas e compraram alguns presentes para ela e seu filho.
Voltaram para casa e foram descansar. Barbarella, antes de entrarem no quarto, avisou a eles sobre o lanche de mais tarde e Liz logo se animou, pois, sua tia iria fazer uma torta de morangos.
Descansaram no quarto aconchegados de conchinha o resto da tarde. Umas 18 horas, Dan acordou e sua amada ainda estava dormindo profundamente. Ele beija sua testa e vai até a cozinha falar com Barbarella. Ela sorri para ele que a corresponde.
- Tudo pronto, senhora Barbarella.
- Tudo pronto meu menino. Aquela xícara é dela. Marco já sabe, agora você. Portanto, nada de mexer hein.
Dan levanta suas mãos rindo em rendição e a mesma lhe dá uma panada de prato no traseiro, o mesmo ri da situação e ela não consegue aguentar, até que ri também.
- Sim senhora.
- Do que estão rindo? – Liz se senta na cadeira pegando uma maçã e comendo.
Os dois engolem em seco, se entreolham e desconversam.
- Minha menina já acordou. Está com fome?
Dan se senta ao lado de sua amada e a mesma assente para sua tia.
- Faminta. Tia pode me dar um suco por favor?
Barbarella e ele se entreolham e Dan entende o que vai ser feito a seguir. Ela coloca o suco de laranja tirado da geladeira e despeja no recipiente em que está com a poção. Mistura e leva até Liz.
Marco observa tudo a distância e faz movimentos circulares com sua mão de poder sussurrando o seu encantamento. Ela bebe o suco sentindo um gosto diferente, mas mesmo assim, bebe tudo.
Ela come sua torta de morangos e assim que vai para o terceiro pedaço, ela boceja.
Marco se aproxima sussurra no ouvido dela mais uma vez o encantamento e pronto, já está feito. Dan a pega no colo e a leva até o sofá a acomodando na sala. Marco se senta na poltrona de frente e continua sussurrando olhando fixamente para ela o encantamento do sono profundo.
Dan o observa e logo segue até o quarto, arruma todas as coisas deles e liga para seu capanga que logo atende e o avisa estar na estrada para pegá-los.
As horas passam até que seu capanga chega até a casa por volta das 2:30h da madrugada.
Assim que Marximi entra na casa, ele avista Barbarella e sente seu coração disparar com tamanha beleza daquela mulher. Logo é interrompido por Dan e Marco logo percebe um certo clima no ar por parte do capanga com sua tia, que até então, ela nem havia prestado atenção nele.
Ela o cumprimenta timidamente após as apresentações de Marximi a todos ali com exceção de Liz que estava em seu sono profundo. Todos vão pegar suas malas e logo vão levando para fora da casa. Marco cutuca sua tia e com uma voz maliciosa dispara.
- Eh tia hein, batendo o bolão com o coroa aí kkkk.
- O que diabos está falando moleque? – Barbarella ruboriza.
- Do coroa ali ó, não tira os olhos da senhora. Tá apaixocado kkkkk
- Moleque você me respeita hein. – Ela apressa os passos ainda corada.
Dan estava passando coma as malas e não pôde deixar de ouvir a conversa e sussurra no ouvido de Barbarella enquanto segue até o carro.
- Ele é solteiro senhora. É um ótimo homem.
Marco dá risada e ela bufa revirando os olhos.
- Até você menino.
- Aí tia, aproveita que já está na hora da senhora ter alguém e ser feliz.
Ela fuzila seu sobrinho com o olhar e ele dá de ombros rindo, até que seu riso some com o comentário dela que sai o deixando estático.
- Já que você quer tanto que eu arrume alguém sabendo que amarei eternamente você sabe quem, porque não arruma alguém também, já que Liz nunca será sua nesta vida.
Os olhos de Marco enchem de lágrimas pelo comentário da sua tia e a mesma percebendo que foi um tanto grosseira, dá um passo atrás já que saiu falando aquilo para ele e o mesmo, ficou parado sem se mover.
- Desculpe, meu querido. Sei o quanto isso te dói, mas para mim também é dolorido e preciso ainda fazer algo para poder ter algo com alguém nesta vida. Não me sinto preparada para isso.
Marco suspira profundamente e segue andando com sua tia ao seu lado.
Assim que chegam com suas malas, entregam a Marximi que guarda no porta-malas e Barbarella o olha de relance e também sente algo, mas não como sentia por seu amado que já não estava mais entre eles fisicamente.
Marximi abre a porta do carona para ela, já que Dan avisa que ele vai com Marco no carro dele. Ambos entram no carro e Dan vem com Liz em seu colo para coloca-la e entrar com ela no banco detrás. Marco fecha tudo na casa e fala um encantamento de proteção e vai em direção ao carro.
Ao avistar Dan com Liz deitada sua cabeça em seu colo, ele trata logo de tirá-lo de lá o fazendo ir até o lado do motorista e dirigir o carro, enquanto ele se acomoda atrás com sua prima.
Ele vai entonando o feitiço alisando os cabelos de Liz e Dan o olha pelo espelho retrovisor o tempo todo. Marco ri.
- Se você continuar assim, não chegaremos à Sicília vivos.
Dan freia bruscamente fazendo Marco bater a cabeça no banco do carona e se vira para trás em direção a ele.
- Ah, qual é cara. Tá maluco. – Marco coloca a mão na sua testa pela batida sentindo dor.
- Eu sei que você precisa fazer o encantamento daqui até lá, mas ficar acariciando minha mulher que não dá né.
- Dan, eu preciso fazer isso para ela não acordar, ainda mais em um veículo em movimento.
- Ok, mas não abuse da minha pouca paciência.
- Sim senhor estressado.
Liz dá uma mexida de leve no banco e ambos arregalam os olhos e se entreolham assustados.
- Vamos logo com essa joça e me deixa aqui fazendo o que tenho que fazer.
Dan está congelado e sem reação.
- Anda cara, antes que ela acorde.
- Hã, tá bom, vamos.
Dan se vira para frente e seguem até a Sicília.
Depois de um tempo em viagem, finalmente chegam a cidade seguindo até uma grande propriedade com várias casas e uma casa principal em que sua mãe mora desde que saíram da casa do seu pai. A casa era dos seus bisnonos e agora dele, Liz, seu filho e sua mãe.
As outras casas são do restante da família. Eles param os carros no pátio após passarem por um grande portão de ferro e alguns seguranças.
- Bom, chegamos a Sicília.
- Finalmente. – Marco fala bocejando.
Todos descem do carro e Dan vai logo pegar sua amada daquele banco a levando dormindo até o quarto principal deles naquela casa. Ele passa por sua mãe que o cumprimenta e sorri em direção a Liz dormindo, vai logo para fora e cumprimenta a todos e os levam cada um aos seus quartos para descansarem.
Todos descansam depois de uma viagem exaustiva. Marco avisa a Dan que Liz dormirá por um certo tempo ainda e que isso ele não precisaria se preocupar. Ele assente e então, vão dormir.