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Amanda Lins narrando
Eu saio correndo pelas ruas sem nem olhar para trás, eu poderia ter ido até um dos policiais que tinha ali e pedido ajuda, falado que ele tentou me estuprar, que ele me ameaçou com uma faca, mas tinha uma coisa que Zayan tinha razão, eu era mulher, uma mulher estrangeira em um país afegã.
Eu paro no meio da rua e começo a chorar muito, eu limpo as lagrimas que descia pelo meu rosto e me dou conta da besteira que eu fiz em ter aceitado essa matéria e percebo que ambos me usaram desde começo, eles sabiam da minha capacidade e que com certeza eu iria descobrir algumas coisas, eles colocaram a minha vida em perigo, o meu na reta, por eles tinham noção que se até hoje não saiu nenhuma noticia sobre esse homem era por que ele matava qualquer pessoa que chegava perto de alguma informação.
Eu percebo que está escuro, muito escuro e poucas pessoas nas ruas, eu estou sozinha, olho para todos os lados assustada e sinto um calafrio pelo meu corpo.
Eu não tinha ninguém para ligar aqui a não ser João, era difícil ter amizade com outras mulheres, a não ser que fosse estrangeiras, mas trabalhamos tanto que a gente não tem tempo para ficar criando amizades.
Eu ando o mais rápido possível por aquelas ruas para chegar no meu carro, mas eu fazia voltas, eu estava nervosa e perdida, o meu carro está na frente do prédio onde iria encontrar Zayan e Mustafá, mesmo com medo da escuridão da noite, eu resolvo ir caminhando, era longe, mas preferia do que ir até lá e encontrar eles.
Eu iria mostrar para eles que eu era muito mais do que eles diziam, que eu era capaz de muita coisa e até mesmo de superar qualquer expectativa que um homem pode colocar em cima de uma mulher.
Eu começo a sentir que estava sendo seguida, eu olho para trás e vejo algumas sombras pelos becos.
- Quem está aí? Boa noite? – Eu pergunto.
Mas não tinha resposta, a sombra de um homem atrás de mim era visível, mas quando o eu olhava para trás não tinha nada, nada era como se a sombra desaparecia. É quando a sombra aparece novamente e eu olho para trás vendo alguém no escuro do beco, não conseguia identificar seu rosto, mas era um homem.
Eu saio correndo por aquela rua escura sem nem pensar duas vezes, eu corria o mais rápido que eu conseguia, eu olho para trás para ver se aquele homem ainda estava me seguindo e bato em alguém na minha frente.
Eu me viro dando de cara com um homem alto, de terno preto, ele era parecido com o Omar Bazzi o homem do desmanche, porém um pouco mais velho, seu olhar era frio e calculista, eu o encaro sem reação.
- Me perdoe – eu falo quase sem voz e sem ar, aquele homem se mexe e faz menção de andar em minha direção, eu ando para trás batendo alguém.
Quando eu ia reagir duas mãos enormes com um pano na mão se coloca sobre o meu rosto, eu tento me debater, tento gritar, mas sou segurada, a única coisa que eu vejo é aquele homem com um sorriso no rosto na minha frente.