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Capítulo 6

Era fácil conversar com ele sobre isso e aquilo, então a noite logo se tornou menos entediante.

- Eu vi os juízes, eles pareciam felizes. - Rosmery comentou ao ver as duas garotas se aproximando.

- Espero que sim. Ouvi dizer que o centoventitre é o mais popular. - respondeu Lisa com preocupação.

- Em que tópico eles estão falando? - ela perguntou então.

- Guerra nas Estrelas. - Eric respondeu categoricamente.

- E como os organizadores são nerds de verdade, é muito provável que eles os deixem ganhar. - Violet bufou, pegando um cupcake e comendo-o com uma expressão irritada.

- Eu gosto de Star Wars. - respondeu Eric, vagamente ofendido. Em seguida, ele ergueu o copo e terminou a cerveja, como se quisesse encerrar seu discurso.

- Não se preocupe, eles são apenas muito competitivos. - riu Rosmery, arrependendo-se imediatamente quando viu os olhares que eles estavam fazendo para ela.

- Sim, bem, agora que o juiz se foi, que tal fazermos um tour e ver os quartos das outras pessoas? Assim teremos uma ideia. - Eric sugeriu com uma piscadela. Ela entendeu imediatamente. Ela assentiu com a cabeça e o seguiu.

- Muito obrigado. - ele bufou quando eles se foram. - Ele não aguentava mais ficar preso ali. - Com aqueles saltos vertiginosos, ela era tão alta quanto Eric, e era realmente cansativo conseguir andar com eles, e para ela, que sempre preferiu sapatilhas, era uma tortura.

Eles deram alguns passos juntos e depois saíram para a rua, chegando ao campus deserto. Era tão bonito à noite, sem ninguém lá, e ela podia conversar sobre qualquer coisa com ele.

Para dizer a verdade, havia alguém, mas a maioria eram casais deitados na grama.

- Talvez seja melhor voltarmos, não quero que Lisa o guilhotine. - comentou Eric, que, assim como ela, estava começando a se sentir constrangido no meio de tantos arrulhos.

Eles passaram pelo quarto de Violet e Lisa e as encontraram perfeitamente calmas, então, quando ele viu que elas não estavam procurando por ela, ele voltou para dentro.

Encostado no corredor estava um garoto com cara de quem queria estar em um lugar completamente diferente.

- Ei, Mateo! Eu também não gosto muito de festas, não é? - ela sorriu, ficando ao lado dele.

- Lirio! - ele deu um pulo.

- Queremos continuar nosso passeio? Mas o que você tem aí? - Erik perguntou, referindo-se a Matthew, apontando para algo que ela não estava vendo. - Isso é uma varinha? - ela enfatizou a palavra e olhou para o garoto subitamente muito envergonhado, divertida. - Quantos anos ele tem? - Ele riu. Ele parecia estar corado, mas Rosmery não tinha certeza.

- Faz parte do traje, Eric. - ela o repreendeu, olhando para ele com raiva e tirando a varinha de suas mãos. - Eu acho bonito de qualquer forma. - ela sorriu para Matthew, que, no entanto, não demonstrou nenhum sinal de reação.

- É melhor eu ir. - disse ele, simplesmente, e desapareceu no meio da multidão.

Eles voltaram para a sala em silêncio, enquanto isso, Seth havia decidido chegar, e estava em um sofá, curtindo com uma garota, ao lado dele Daniel e uma loira que se parecia mais com aqueles dois do que com todos os outros garotos do campus.

Rosmery se dirigiu à mesa para tomar um copo de cerveja recém-saído do barril para não ser forçada a falar, para dizer a verdade ela estava um pouco irritada com o comportamento provocador de Erik.

- De qualquer forma, eu queria lhe dizer que você está muito bonita hoje. - ele disse, colocando a mão nas costas dela, de uma forma completamente inesperada.

- Está tentando me lisonjear? - Rosmery sorriu, um pouco constrangida com o contato, ela ficou um pouco tensa. Afinal de contas, ela nem o conhecia.

- Não, é a verdade. - respondeu ele, afastando-se apenas o suficiente para que ela relaxasse. - Posso oferecer uma poção para a garota mais bonita da festa? -

- Já era. - respondeu Rosmery, aceitando de bom grado um dos frascos de líquido rosa que ela havia rotulado, engarrafado e exibido sobre a mesa. Então, traiçoeiramente, antes que ela pudesse tirar a rolha, ele a agarrou pela cintura e a arrastou para a pista de dança. Rosmery riu de surpresa, mas dessa vez ela não se afastou quando as mãos dele tocaram sua cintura enquanto dançavam. Então, ele levantou a mão para tocar seu rosto e Rosmery percebeu o que estava prestes a acontecer e instintivamente recuou do contato, quebrando o abraço e pedindo desculpas desajeitadamente quando ele se afastou. Ela destampou a pequena garrafa e tomou um gole; sua garganta ficou subitamente seca.

- Está tudo bem? - Quando Daniel chegou?

- Sim, de fato. - ela repetiu, fingindo que nada a estava incomodando.

Foi exatamente nesse momento que ela o viu pela primeira vez.

Rosmery nunca soube se foi simplesmente o acaso que os uniu naquela noite e acionou aquela bomba-relógio, ou se o inevitável simplesmente foi adiado. O fato é que tudo tomou um rumo diferente a partir daquele momento. Nunca antes esse indivíduo estranho havia conseguido impressioná-la tanto à primeira vista quanto ele.

O homem que entrou na sala era, sem dúvida, o homem mais bonito que Rosmery já havia visto em sua vida.

Ele devia ser alguns anos mais velho que Seth, talvez vinte e seis ou vinte e sete anos. Ele era muito alto, a jaqueta de couro que usava parecia ter sido costurada e destacava perfeitamente os músculos bem definidos de seus bíceps. Suas feições pareciam esculpidas, eram quase perfeitas, desde a mandíbula quadrada até o corte dos olhos cinza-ferro e os lábios entre os quais ele segurava um cigarro aceso, independentemente das placas de proibição em cada esquina. Cabelos negros como azeviche.

Rosmery nem percebeu que Seth havia se levantado e estava vindo em sua direção, ela só viu o homem de aparência indecifrável se aproximando deles com passos compassados. Ela não deixou transparecer uma única emoção em seus olhos. Estava claro que ele não tinha nada em comum com todos os seres humanos ali presentes.

- O que você está fazendo aqui, Calvin? - Seth rosnou para o cara. Rosmery nunca o ouvira falar de forma tão agressiva com ninguém antes. Ele não parecia chateado.

- Eu tinha que falar com o Daniel. - ele disse. Ele tinha uma voz profunda, de comando, mas não desconhecida.

- Bem, estou ocupado no momento. - respondeu Daniel, sem mudar o tom de voz.

- Posso ver isso. - Calvin respondeu e olhou Rosmery diretamente nos olhos. Ele lhe fez um raio-x completo. Seus olhos pareciam magnéticos, da mesma cor do céu pouco antes do início de uma tempestade.

Rosmery levou a garrafa que dizia "beba-me" aos lábios novamente e se permitiu um pequeno gole, esperando que isso a deixasse menos desconfortável do que os olhares que Calvin estava lhe lançando. Se tivesse tido o mesmo efeito no conto de fadas, teria sido conveniente, naquele momento, tornar-se pequena o suficiente para se esconder sem problemas.

- Encontre-me lá fora em cinco minutos. - Ele arregalou os olhos quando viu que Daniel não parecia disposto a desistir - e vocês dois também - disse ele, referindo-se a Seth e Seth. - disse ele, referindo-se a Seth e à garota loira à sua direita. Sem admitir mais nenhuma resposta, ela se afastou e a atmosfera imediatamente ficou menos tensa.

Seth se virou para ela e a encarou como se a culpa fosse dela.

- Está na hora de você ir para casa. - ordenou ele.

- Desculpe-me? - respondeu ela com os olhos arregalados.

Seth estava vestindo o paletó, mas ainda lhe lançava um olhar assassino, como se não estivesse a fim de discutir. - Você ouviu bem. De volta para casa. - Mas qual era o problema dele?

- Eu não sou seu cachorrinho, Seth. - respondeu ele com os braços cruzados. - Eu vou embora quando decidir. - ela respondeu e foi pegar outra daquelas deliciosas poções, não muito convencida de que queria ouvi-lo.

Seth se aproximou dela, dessa vez com um tom mais carinhoso. - Com licença", ele murmurou, pegando o frasco de poção. - ele murmurou, pegando o frasco das mãos dela e terminando a bebida para ela, com o ar de alguém que precisa de um empurrão. - Só estou dizendo que tenho que sair e não posso levá-la para casa, e não gosto que você ande sozinha a essa hora da noite. -

Ele concordou com uma bufada e, sem muita hesitação, saiu. Ele chamou um Uber com o aplicativo em seu telefone e esperou na calçada. A reação de Seth foi inexplicável, no entanto, como se ele tivesse pressentido o perigo quando o cara chegou.

De repente, com uma velocidade mortal, algo atrás dela a agarrou pelos cabelos e a puxou para trás.

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