Capítulo 4
Os olhos de Rosmery se arregalaram com o som do alarme de seu celular. Ela o desligou rapidamente, mas depois se divertiu um pouco naquela cama grande e macia. Ela quase se esqueceu de como era confortável.
Ele ficou parado por um tempo olhando para os véus escuros que convergiam em um ponto muito alto, como se estivesse dentro de uma bolha. Durante a noite, ele tinha ouvido como os dispositivos de segurança nas janelas acionavam as persianas mais escuras, onde a luz se tornava impenetrável.
Sim, ele estava em casa.
Sua primeira semana em casa tinha sido definitivamente melhor do que todas as suas expectativas, ela tinha até visto suas amigas mais próximas do ensino médio, Violet e Lisa, que frequentavam a mesma universidade que seu mestrado. Ah, a propósito, ela tinha um encontro com elas naquela tarde, elas estavam conversando sobre uma festa temática. Ela verificou o celular como de costume e, depois de vestir uma calça jeans e uma blusa azul, foi até a cozinha.
- Um muffin de mirtilo? Acabei de assá-los. - cumprimentou a empregada. Ela era uma mulher de idade um pouco avançada, com um ar gentil e um rosto corado, sempre sorrindo. Isso não existia quando ela era pequena, era outra novidade. Ela assentiu com um pequeno sorriso.
- Isso é tudo o que você pretende colocar no seu estômago? - disse Seth, com todos os aspectos de uma repreensão. Rosmery olhou para seu enorme café da manhã com café, bacon e ovos, panquecas e algo que parecia ser uma fatia de bolo de limão.
- Bem, não sei quanto a você, mas eu não tenho estômago para comer metade de uma despensa. - ele ouviu a risada de seu pai atrás do jornal.
- Machucado e com hematomas. - ele admitiu e começou a atacar seus ovos.
- Seu artigo foi publicado, eu lhe deixei uma cópia do jornal, caso queira lê-lo. - comentou seu pai naquele momento, com um sorriso orgulhoso.
- Oh, obrigado, pai, mas acho que já sei bem o que fazer. - ele sorriu.
- No entanto, acho que deveríamos marcar um jantar com o Sr. Janković. Afinal de contas, ele é um amigo querido da família há muitos anos e seria bom agradecê-lo. - Ela quase não gostou do café. Isso a pegou de surpresa, desde quando? Eu nunca o vi antes.
- Não sei o que você está pensando em fazer, mas não quero parecer uma pessoa recomendada. - Rosmery tentou se mostrar o mais calma possível, mas não conseguiu evitar que uma ponta de irritação escapasse de seus lábios.
- Mas você não é. - respondeu ela com insistência.
- É assim que eu ficaria se você fizesse algo assim. -
- Papai tem razão, você a colocaria em apuros. - Seth murmurou com a boca cheia, se intrometendo na conversa.
- Então foi por isso que eles me levaram embora? - perguntou a garota, com a voz rouca.
- Não diga bobagens. Se você está aqui, é apenas por causa de suas habilidades. - ele continuou imperturbável, mas Rosmery não estava exatamente convencida. - Você é um Langdon, sangue bom não mente. - Não era exatamente a coisa certa a dizer a ela, porque naquele momento a única coisa em sua mente era o sobrenome.
Para ele, a conversa parecia ter terminado porque, depois de terminar seu café, ele se despediu.
Rosmery relutantemente terminou seu café da manhã e rapidamente juntou suas coisas para ir para o carro.
Ela parou apenas por um segundo, para pegar a jaqueta que havia deixado na sala de estar, quando percebeu uma figura se movendo indistintamente no sofá. Ele esticou a cabeça para ver o que era.
- Oh, merda! - gritou o vulto, literalmente fazendo Rosmery pular meio metro do chão.
Havia um menino em seu sofá, seminu e tentando se cobrir o melhor que podia com seu cobertor de Natal. Aquele que sua mãe havia costurado com todas as camisetas de lembrança compradas durante as viagens de carro com seus filhos.
Ela deveria tê-lo lavado a seco.
Espere um minuto, mas ela conhecia aquele garoto. - Daniel? - perguntou ela, avançando.
Uma mecha de cabelos castanhos apareceu debaixo do cobertor, revelando um rosto que não era novidade para ela. O melhor amigo de Seth, que deve ter ganhado pelo menos cinco quilos de músculos desde a última vez em que viu Rosmery, estava olhando para ela com uma expressão de descrença em seus olhos cor de cerúleo. Estranho, já que ele era o único com vergonha do vento em casa.
- Lily! - gritou ele novamente, levantando-se, mas sem se esquecer de cobrir sua nudez.
- Mas quando você voltou? -
- Por uma semana. - ele sorriu, sem se sentir envergonhado. Ele o havia visto em momentos piores, quase havia se esquecido de como ele e seu irmão viviam em simbiose.
- Bem, Seth me contou. - Ele mudou seu peso de um pé para o outro, um pouco envergonhado.
- Ainda no meu sofá, Mason? - a voz de barítono de seu pai veio do fim do corredor, por onde ele passou com uma sobrancelha erguida e seu exemplar do Financial Times enfiado debaixo do braço.
- Desculpe-me, Sr. Langdon, mas, sabe, o sol já estava alto e... - ele tentou se conter, mas o que saiu de sua boca foi mais um balbucio ininteligível. Rosmery sorriu por baixo do bigode.
- Acho que sim. - sibilou seu pai, estalando a língua em profunda desaprovação.
- Apenas tente se cobrir um pouco mais da próxima vez, ok? Agora que se trata de uma dama, um pouco de decoro seria bom. - Ele disse isso como se a filha pudesse realmente se surpreender ao ver um peito nu, mas Rosmery teve o cuidado de não contar a ele.
- Com certeza", a criança se apressou em dizer. - a criança se apressou em dizer. Seu pai grunhiu em resposta e subiu as escadas para seu quarto. Um silêncio gelado caiu entre os dois. O olhar do menino se desviou de Rosmery para o cobertor que ela segurava firmemente sobre a barriga e voltou.
- Isso não acontece com tanta frequência. - Daniel gaguejou, tentando se justificar.
- Só está assim há duas semanas. - Seth deu uma risada e entrou na sala de estar com uma xícara de café quente, que entregou ao amigo com um sorriso arrogante.
- Sim, bem, eu vou dar um jeito nas coisas. - ele respondeu à pergunta silenciosa do amigo com irritação.
- Sim, você realmente deveria. Estou cansado de segurar a vela entre você e a Rose. - murmurou ele.
- Você não precisará fazer isso de qualquer forma, quero dizer, agora que o Calvin também voltou? -
- Você não está atrasado? - Seth olhou para ele, como se tivesse dito algo que não deveria ter deixado escapar e voltou seu olhar para Rosmery.
- Bem, então até mais. - ela sorriu, um pouco incerta.
- Você o encontrará aqui amanhã de manhã. - comentou seu irmão em voz baixa. - E provavelmente no dia seguinte também. -