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Passo 1: Seja Romântico.

Com as costas apoiadas na porta, tento fazer com que meu coração não salte pela boca.

— Ei, Mad, viu um fantasma?

— O que... faz... aqui, Josh? - Respiro fundo.

— Minha mãe veio falar com a sua, aproveitei pra vir te ver. - Ele dá de ombros. Ele aponta minha mochila com as coisas caindo. - Qual é a da bolsa revirada e do ar ofegante.

— Ah, eu corri.

— De quê, pelo amor de Deus?

— Zac! - Confesso. Ele faz cara de tédio.

— Você está precisando da ajuda de uma conselheira amorosa, onde será que encontro uma? - Ele coloca a mão no queixo e olha pro teto. Reviro os olhos e puxo sua mão até o meu quarto.

— Vem, quero te mostrar uma coisa.

— Só não me diz que é outra cartilha. - Ele se joga na minha cama. Fecho a porta e sento na cadeira branca da minha escrivaninha da mesma cor.

— Essas cartilhas ajudam muita gente. Você é prova disso.

— Mas é manjado, Mad.

— Com esse pensamento você vai ficar com zero garotas daqui pra frente.

— Eu não preciso disso, apenas de seus bons conselhos. - Ele se apoia em seus cotovelos para me olhar. — E é, também, por isso que estou aqui.

— Sabia, você não dá ponto sem nó. - Pego um folheto e jogo em seu rosto. — É tudo que tenho pra você hoje.

— Fala sério, você pode fazer melhor que isso.

— Posso? Não sei! É manjado, Josh.

— Rancorosa.

— Você é quem diz. - Começo a arrumar minha mochila.

— Se suas cartilhas são tão boas, por que você mesma não utiliza?

Cruzo os braços e espremo os olhos ao encara-lo.

— Na boa, olha essa ultima cartilha. O cara que fizer tudo que está aí, tem a garota que quiser.

— A garota que eu to afim é mais difícil que isso.

— Quem é a da semana? - Pergunto sem me dar ao trabalho de o olhar.

— Decidi investir na garota que eu sempre gostei.

Reviro os olhos. Toda vez uma menina, um amor eterno e uma mentira.

— Não te ajudo mais.

Ele tira os sapatos e se ajoelha na minha cama, com as mãos unidas em súplica,

— Mad, preciso de você. Por favor!

Nesse momento meu querido pai resolve que é a hora certa para invadir meu quarto.

— Mas que porra é essa?

— Oi, tio. - Josh não move um músculo.

— O que você faz trancado com a minha filha e ainda por cima de joelhos na cama dela.

Senhor Gabe ciumento na área.

— Tio, eu sou o menor de seus problemas.

— Folgado igual o pai. - Meu pai diz e depois fecha a porta.

30 segundos depois ele volta.

— Esqueci de falar. Fomos convidados para jantar na casa dos vizinhos. - Minha cara de pânico me denunciou. — Eu também não queria, mas sua mãe aceitou e seu irmão tá interessado na filha deles, aí já viu.

— O Matheus tem 10 anos, pai. O interesse dele são os carrinhos da hot weels.

— Ele é um Ruggiero. Um conquistador nato. - Meu pai diz com orgulho. — Mas isso não vale pra você.

— A parte do Ruggiero ou de eu não ser uma conquistadora? - Arqueio as sobrancelhas.

— Você é uma Ruggiero, só não pode se deixar ser conquistada.

— Aí o senhor vai e joga ela na cova. - Josh diz, com aquela voz de tédio.

— Oi? - Meu pai não ouviu, que bom!

— Nada não, capitão. Eu vou estar pronta pro jantar.

— Deixe a porta aberta. - Ele escancara a porta e lança um olhar cortante para o Josh antes de sair.

O quarto fica silencioso por um tempo e, quando olho pro meu quase-primo, ele está lendo meu folheto.

— E você acha que isso funciona mesmo? - Ele pergunta quando vê que estou o observando.

— Tenho certeza que sim.

— Funcionaria com você? - Ele larga o folheto e pergunta. Inclino a cabeça e cerro os olhos, em silêncio. — Você é a garota mais difícil do mundo. Nenhum cara está a sua altura, então, se funcionar com você, funciona com todas.

— Se o cara seguisse os passos com criatividade e jeito próprio, não vejo porquê não dar uma chance. - Dou de ombros. Ele também.

— Se a melhor conselheira amorosa - e única - que conheço diz que vai funcionar, eu vou tentar!

— Não use meu nome. Não diga que eu te aconselhei. Deus me livre ser responsável pelos corações quebrados que você tem deixado.

— Nem foram tantos assim. Você nunca me ajuda.

— Você partiu o coração da minha melhor amiga. - Justifico.

— Isso foi há mil séculos. E éramos crianças. Pelo amor de deus, Mad, você é o rancor em pessoa.

— Você não aproveitou sua chance, então não me venha com essa. E ela é minha melhor amiga. Então, mil pontos contra você.

Ele se levanta e me abraça.

— Eu te amo mesmo que você seja esse poço de mágoa. - Josh dá um beijo estralado no meu rosto. — Espero que funcione. Essa garota é muito especial pra mim.

— Espero que seja mesmo.

Josh se joga na minha cama novamente e fica mexendo no celular. Aproveito pra fazer a tarefa de casa.

— Qual seria o tipo ideal de flor pra se enviar pra uma garota que você está afim? - Ele pergunta após algum tempo.

— Depende da garota. A maioria prefere rosas vermelhas.

— E você?

— Eu gosto de lírios amarelos.

— Será que é do contra?

— Não, sou menos clichê que a maioria.

— Filha do casal mais clichê que já existiu resolve se rebelar e não ser clichê. - Ele fala com a voz de jornalista.

— Não é isso. Eu gostaria de ganhar rosas vermelhas, azuis, amarelas. Só de saber que alguém se importou o bastante pra me enviar flores, já é - penso na palavra. - encantador. Mas a pessoa que me dá lírios, essa me conhece mais do que qualquer um.

Ele tecla algo no celular.

— Isso já conta com ser romântico? - Ele pergunta após mais um tempo em silêncio.

— Mais ou menos. Romantismo não é uma única atitude, é um traço de personalidade.

— Então se a pessoa não é, nem adianta.

— Adianta se ela se esforçar.

Ele tecla mais algumas coisas.

— O que mais conta como ser romântico?

Paro pra pensar.

— Se você está apaixonado de verdade, vai saber. Vai querer fazer de tudo pela pessoa.

— Então pra quê uma cartilha se "meu coração vai me guiar"?

— Pra que você não faça merda. Siga todos os passos, mas seja você. Vai ver que logo você terá a garota que - espero pro seu bem - você está apaixonado.

Tia Cat aparece na porta.

— Já vou indo, Josh. Quer carona? - Josh dá um salto da cama. — Oi Mad, fazendo tarefa de casa?

— Sim, tia.

— Viu só, Josh? Siga o exemplo.

Josh revira os olhos, me dá um beijo no topo da cabeça e segue sua mãe porta a fora.

(...)

Já era quase hora do jantar na casa do Zac e eu não sabia o que vestir. Pedir ajuda para uma ex blogueira, agora atriz e mãe, estava fora de cogitação.

Mas isso não me impediu de me inspirar em seus antigos looks e fazer algo com a minha cara.

Um vestido florido, sapatos azuis celestes e um penteado casualmente preso.

Eu esperava que Zac não estivesse presente ou que, pelo menos, minha existência não fizesse diferença na vida dele.

Mas foi ele quem abriu a porta e nos recebeu. Sorri sem mostrar os dentes e entrei tentando não tropeçar nos meus próprios pés.

Os pais dele vieram e todos nos sentamos na sala de estar até que o jantar estivesse pronto.

Matheus saiu com a filha dos vizinhos (Bella, eu acho!) pra o quarto de brinquedos.

Uhum.

Meus pais estavam em uma conversa animada com os pais do Zac e eu só torcia para que um buraco negro se abrisse e me sugasse sem que ninguém notasse. Mas eu tinha sido notada.

Não pelo buraco negro ou pelos adultos da sala.

Era Zac quem me olhava sem pudor.

Para meu profundo desespero.

Dei aquela sorriso sem graça e fingi que tinha recebido uma mensagem no celular.

— Quer dar uma volta no jardim, Madson? - Zac chama minha atenção.

Olho para o meu pai e os olhos dele parecem que vão cair de tanto que ele arregalou.

— Sim, claro. — Digo com um sorrisinho de lado pro meu pai, o ciúme em pessoa.

Levanto e, só quando estou sentada com o Zac no jardim é que percebo que estou sentada com o Zac no jardim.

Sozinha!!!

Com o Zac!!!

— Fiquei preocupado com você hoje mais cedo. - Ele diz assim que sentamos no banco em frente à piscina.

— Ah, acontece. - Digo, com o rosto corado. — Quer dizer, não acontece sempre. Só pode acontecer com qualquer um, né?!

— Claro. A propósito, - Ele tira meu folheto do bolso e estende pra mim. — Você deixou cair.

— Obrigada.

— Eu acabei lendo. Sinto muito.

— Não tem problema. - Dou de ombros.

— Você que fez? - Ele aponta o folheto. Anuo, meu rosto corado mais do que o normal. — E funciona?

— Depende. - Ele espera eu despejar explicações nele. — São 10 passos para chegar ao coração de alguém. Então se você gosta de verdade da pessoa, funciona sim.

— Entendi. Será que eu posso ficar com esse então? - Ele me pergunta, falando bem devagarinho, como se tivesse medo da resposta. Finjo que meu coração nãos e partiu em mil pedaços e dou de ombros, entregando na mão dele a cartilha.

Ele dá um beijo no meu rosto.

— Obrigado, MeM's. - Zac analisa o folheto por um tempo. — O que você quer dizer com... ser romântico?

— Ser cavalheiro, atencioso, criativo, carinhoso, paciente... - Começo a sonhar enquanto falo e ele só observa meu rosto. Percebo e fico sem graça. — Desculpa.

— Você parece entender do assunto. - Anuo. - Ser antigo funciona?

— Como assim?

— O velho romantismo: flores, bombons, serenatas, cartas...

— Funciona. Flores e chocolates são infalíveis. - Digo, com convicção.

Falar do meu assunto favorito sempre me deixa empolgada.

— Alguma outra dica?

Eu ia falar, mas meu pai pigarreou atrás de mim.

— O jantar está servido.

— Que ótimo! - Zac se levanta e estende a mão para me ajudar.

Caminhamos assim até dentro de casa.

Os olhos do meu pai quase saltaram das órbitas. Mas eu estava nas nuvens demais pra me importar.

Zac estava DE. MÃOS. DADAS. comigo.

???????????

Oi gente,

Espero que estejam gostando da história.

Ela ainda está no início e estou apresentando os personagens ainda.

O que estão achando?

Deixem aquela estrelinha de luz.

Marquem os coleguinhas aqui pra muita gente conhecer a história da Mad.

Amo vocês.

Beijos, S. ?

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