Capítulo 6
- Alô. – Melanie atende com uma voz baixa e arrastada.
- Mel está tudo bem amiga?
Despertando em um sobressalto, ela passa a mão em seu rosto para espantar o cansaço e pigarreia para falar com sua amiga Jane que está do outro lado da linha parecendo preocupada.
- Oi amiga, eu estou bem. Estava dormindo desculpa.
- Pelo visto a noite foi boa hein. Onde você está?
- Estou na cidade vizinha. Conheci um cara e estou na casa dele. – Ela sussurra para que ele não escute por estar dormindo ao seu lado.
Puxando o lençol, ela o envolve em seu corpo e caminha até o banheiro para conversar melhor com sua amiga que ri, imaginando que seu sussurro é por ele estar por perto.
- Do que está rindo Jane?
- De você. Com certeza ele estava ao seu lado já que agora está falando normal kkkk.
- Rá, rá, rá, engraçadinha. Mas me diz, porque está me ligando?
- Não posso?
- Claro que pode. Mas você havia me dito que não me ligaria esses dias por estar em uma viagem a trabalho. Achei estranho, mas não muda de assunto. E aí?
- Na verdade, voltei mais cedo. Estou aqui na casa que você está hospedada. Achei que veria minha amiga hoje, mas já que está com um gato, vou embora.
- Amiga, me passa o endereço da sua casa aí que te encontro lá. Estou saindo daqui para te ver. Temos muitas coisas para conversar.
- Vamos fazer assim. Ficarei te esperando aqui mesmo na sua casa, mas não demora. Estou mega curiosa para saber as novidades e te contar muitas também.
- Ok. Daqui a pouco estou aí. Beijos amiga.
- Beijos.
Ao encerrar a ligação, Melanie se olha no espelho e vê algumas marcas vermelhas por seu busto da noite passada com aquele homem. Ela sorri, toma uma ducha rápida e retorna ao quarto recolhendo suas roupas e vestindo-as. Ao terminar de vestir seu vestido, ela olha o belo homem com seu corpo nu somente envolto em um lençol sobre sua intimidade adormecido. Ela suspira e consigo mesmo fala “É bonitão, tudo o que é bom dura pouco, espero que nos vejamos em breve”.
Ela dá de ombros e logo acima de uma pequena escrivaninha, ela encontra um bloco de papel e uma caneta lhe deixando um bilhete. Ela manda um beijo no ar para ele, pega suas sandálias e sai o deixando adormecido para se encontrar com sua amiga que não vê há muito tempo.
Ao sair com o carro do estacionamento, ela olha para o prédio com um semblante nostálgico, da um suspiro e com seus óculos escuros, segue rumo a cidade onde está morando.
Liga o som e se diverte consigo mesma e se lembra em detalhes sobre sua noite anterior. Nem se da conta de que o mesmo patrulheiros, estava em sua ronda na estrada e ao reconhecer seu carro, ele a pede para parar.
Olhando de relance pelo retrovisor ela pragueja.
- Merda, mais essa agora.
No acostamento, ela vê que o policial é o mesmo que a parou da outra vez. Ela sorri e abre a janela com seus documentos em mãos.
- Senhor guarda, quer dizer, sargento Paul Holling, ultrapassei o limite de novo?
- Não senhorita. É que naquele dia esqueci de pegar seu número. Poderia me passar para um dia desses sairmos para um café? – Com um sorriso que a derrete, ela morde o lábio inferior involuntariamente o deixando desconcertado.
- Espera que eu vou anotar.
Dentro do porta luvas, ela pega um papel e uma caneta anotando seu número para ele. Ao pegar aquele pedaço de papel, ele se sente uma criança que acabava de receber um doce de presente. Ele ficou eufórico, mas logo disfarçou para que Melanie não percebesse, mas ela viu a euforia dele mas não disse nada para não o desconcertar.
- Era só isso Paul?
- Ah, sim. Era só isso.
- Posso ir então?
- Cla-claro.
Ela sinaliza a ele por estar apoiado na janela do seu carro e ele ao ver que estava a impedindo de ir, se afasta do carro. Antes, ele fala um pouco alto arrancando-lhe um sorriso.
- Em breve eu ligarei.
Colocando seu braço para fora do carro, ela acena para ele como se entendesse e também se despedindo dele. Olhando pelo retrovisor, ela o vê a olhando partir com seu carro no mesmo lugar em que estava parado.
Em alguns minutos, ela chega na casa em que está morando e sua amiga a espera no Jardim.
Ao ouvir a porta do carro sendo fechada, Jane corre em direção a amiga sorrindo e abrindo seus braços para abraça-la.
- Que saudades amiga. Como foi tudo até agora?
Melanie com uma imensa felicidade retribui o abraço e as duas abraçadas de lado caminham até a casa é lá se sentam no sofá e começam a conversar animadamente.
Jane percebe algumas marcas avermelhadas na pele da sua amiga e a indaga divertida.
- Amiga me conta tudo e não me esconde nada. Quem é o cara que fez isso garota?
Olhando para a amiga envergonhada, ela coloca a mão em seu pescoço e gargalha.
- Bem, o nome dele é John, mas não lembro seu sobrenome. Ele mora na cidade vizinha e nos esbarramos no mercado aqui perto e também na boate onde saímos de lá e rolou.
- Danadinha hein. E vocês foram para onde?
- Para o apartamento dele. Fizemos sexo praticamente a noite toda menina.
Elas gargalham e Melanie a indaga por perceber que sua amiga está um pouco triste.
- Amiga o que foi, e o seu marido?
Ela suspira e com os olhos brilhando de lágrimas, desabafa.
- Ah amiga, sei lá viu. O Daniel é uma ótima pessoa mas nosso casamento anda estranho.
- Estranho como?
- Melhor não falar agora. Mas não tenho certeza. Acho que ele está me traindo.
- O Quê! Mas como assim amiga?
- Ah, ele teve um caso com uma tal de Grace alguns meses atrás e nossa vivi um inferno, mas depois ela morreu e com isso, achei que ele voltaria a ser como antes. Mas me enganei.
- Poxa amiga sinto muito. Mas se vocês se amam, o perdão e o amor vale tudo. Mas somente se ele não fizer mais isso. E com isso, é melhor não ter desconfianças.
Espantando a tristeza que se alojava naquela conversa, ela sacode seus cabelos, e Melanie a pergunta algo que a deixa feliz.
- Jane, se caso você não tiver algo hoje, porque não fazemos uma seção nostalgia de filmes, pipoca e sorvete. Tudo o uma noite das garotas como antigamente?
Ela assente com um sorriso lembrando dos velhos tempos.
- Eu topo amiga. Já que Daniel não está hoje por aqui, vamos sim. Mas se prepara que logo te apresento a ele. Como você sempre viu além nas pessoas, quero que me diga se vale a pena ou não arriscar com ele e caso o tal John dê certo, fazemos um encontro de casais o que acha?
Melanie gargalha e zomba da amiga.
- Apesar que acho que ele não vai me ligar, quer dizer, se para ele foi tão bom assim quanto foi para mim, faremos sim.
Ela pula do so fa dando pulinhos e batendo palmas divertida e Melanie gargalha com a mudança de humor da sua amiga para melhor.
Elas vão até a cozinha, fazem um belo almoço e a partir dali tem uma agradável conversa e fazem a noite das meninas como não faziam há muito tempo.