Você está com medo agora?
Capítulo 2
Alessandro
Os dedos de Alessandro tamborilavam na rica mesa de mogno à sua frente enquanto meu publicitário lia sua declaração antes de ser anunciada à mídia.
Seus olhos cinzentos e tempestuosos estavam fechados, enquanto uma mecha de cabelo preto e rico caía preguiçosamente em sua testa. Ele estava fervendo de raiva. Para um homem que era conhecido por seu infame "sorriso diabólico", sua expressão estoica e má era ainda mais assustadora. Todos na sala estavam prendendo a respiração.
Eu estava distraído, a sala inteira congelou com o comportamento frio que eu exibia, eu podia sentir isso. Como ela ousa pegar meu herdeiro e fugir?
Ninguém se mete com Alessandro Rossi. Eu era um CEO bilionário durante o dia e um chefe da máfia à noite. Eu governava o mundo e o submundo com mão de ferro. Isso era inédito!
Era inédito que eu tivesse sido cruzado por uma vagabunda como minha ex-esposa.
Meu telefone tocou, me tirando do meu devaneio. Eu acreditava que essa era a ligação que estava esperando.
— Sim, Sebastian — Eu disse rudemente na linha
— Me mande uma mensagem com a localização — Desliguei o telefone.
Levantei-me com autoridade em toda a minha glória. 1,88 cm de pura masculinidade não adulterada. Todos os olhares estavam voltados para mim enquanto eu saía da sala da diretoria.
— Façam o que precisarem, a reunião acabou — declarei. Os homens ao redor soltaram a respiração que não sabiam que estavam segurando quando saí da sala. Agora eles podiam respirar bem.
Dirigi-me ao estacionamento. Entrei atrás das rodas e dei vida ao meu motor. Eu tinha um funeral para oficiar.
Eu havia me casado com Roberta porque éramos compatíveis. O casal perfeito aos olhos da imprensa, era disso que eu precisava. Ela era apenas uma modelo que peguei na passarela para um encontro de uma noite. Ela ficou por perto e provou ser leal, o que resultou em nosso casamento.
Cheguei ao local em um instante. Vi meu braço direito, Sebastian, parado na frente do depósito. Ele estava em uma ligação, mas desligou imediatamente quando percebeu que o carro de seu chefe havia chegado. Ele sabia sua posição.
Assim que me viu, ele se dirigiu a mim.
— Bom dia, capo — disse Sebastian, abrindo a porta do carro para mim.
— Onde eles estão? — Eu disse, tirando meus óculos escuros.
— Lá dentro — Sebastian abriu o caminho para o depósito.
Dentro do armazém degradado, vi minha esposa fugitiva amarrada em um assento ao lado de um jovem maltratado. O lugar inteiro cheirava a morte e sangue.
— Roberta, faz tempo que não a vejo? — Eu provoquei.
Alessandro era conhecido por ser um demônio no submundo, o invencível capo da máfia italiana. Seu sorriso diabólico era a última coisa que as pessoas viam antes de chegarem aos portões perolados. Ele era um homem a ser temido.
— Alessandro, seu monstro! Me solte — Roberta gritou, puxando as cordas que a prendiam. Ela olhou com lágrimas nos olhos para seu namorado que estava meio morto.
— Monstro? Eu não sou o monstro, Roberta. Eu sou pior do que o monstro.
Eu me abaixei para olhar para eles na altura dos olhos. Meus sapatos italianos brilhantes pisaram nos pés do jovem, esmagando as unhas dos pés.
— Quando eu falar, preste atenção, rapaz! — Apliquei mais pressão enquanto o jovem gemia e se contorcia de dor.
— Pare, Alessandro, você vai matá-lo!
Olhei lentamente para minha esposa enquanto ela me olhava com os olhos arregalados.
— Esse é o plano, minha querida esposa — Aquele sorriso diabólico apareceu e Roberta se encolheu de medo.
— Por favor, deixe ele ir — Ela ousou implorar pela vida de seu amante na frente de seu marido.
Eu a encarei sem sentimentos e sem emoções. Cerrei minha mandíbula com raiva. Ela havia ousado dizer ao chefe da máfia o que fazer.
Dei passos lentos e ameaçadores em direção ao local onde Roberta foi capturada.
— Ninguém me diz o que você faz — afirmei, agarrando sua mandíbula de forma dolorosa.
— Desculpe-me, por favor, está doendo — gritou.
Dei uma olhada na mulher que eu havia passado a tolerar. Uma coisa que me agradou em Roberta inicialmente foi o quanto ela era submissa e leal.
Ela sabia o que eu fazia para ganhar a vida, sabia que eu matava pessoas, mas não se importava. Ela me deixava fazer o que eu queria, desde que eu patrocinasse seu estilo de vida.
Isso foi até ela descobrir que estava grávida. Inicialmente, Roberta estava pensando em fazer um aborto. Ela era modelo e ter um bebê poderia reduzir temporariamente, se não permanentemente, sua popularidade e demanda. Ela não podia permitir isso.
Quando fui informado da gravidez, fiquei surpreso, até mesmo chocado. Nunca havíamos planejado isso, mas fiquei feliz. Finalmente eu teria um herdeiro.
Fiquei furioso quando ela me informou sobre seu plano de interromper a gravidez. Como ela se atreve?
Lembro-me claramente do quanto ameacei ela para que se submetesse.
Ela acabou afirmando que passou a amar o bebê depois que o sentiu chutar, quem sabe até mesmo.
Olhei para o rosto machucado do jovem motorista, cujo nome eu nem conseguia lembrar. O rapaz era o motorista da minha esposa. Ambos se atreveram a brincar com minha inteligência. Eles sentiriam minha ira.
Levantei-me de minha posição agachada e me virei enquanto me afastava alguns metros deles, me virando quase que instantaneamente, mas agora brandindo uma arma.
— Muito bem, Roberta, estou me sentindo bastante generoso hoje, meu filho foi devolvido a mim — Eu estava sorrindo como um psicopata e balançando a arma enquanto falava.
Os olhos de Roberta permaneceram fixos na arma. Ela ficou pálida de medo.
— Por favor, Alessandro, eu não quero entrar em seus jogos — Ela implorou.
Eu sorri enquanto a olhava de cima a baixo, eu gostava de suas súplicas. Ela era boa nisso.
— Não jogos, minha linda Roberta, perguntas — Tracei a linha de sua mandíbula bem esculpida com a arma.
Roberta estava congelada de medo e só conseguia assentir com a cabeça.
— Por que você achou que poderia fugir com meu filho e criá-lo como um pobre coitado com seu namorado motorista? Lembre-se, uma resposta errada e ele morre.
Os olhos de Roberta se voltaram para mim e ela me olhou diretamente nos olhos. Uma única lágrima caiu de seus olhos.
— Por favor, não faça isso, Alessandro, eu lhe imploro. Você pode levar o bebê, eu não vou te impedir, nem vou aparecer na sua frente nunca mais. Eu lhe imploro — Ela estava desesperada.
— Resposta errada — Eu disse.
Um estrondo alto foi ouvido no armazém quando o corpo do menino caiu no chão. Ele estava morto. A vozinha do jovem herdeiro também pôde ser ouvida. O tiro deve ter assustado o bebê.
— Nãoooooo, Jeremy!!! — Roberta gritou, se sacudindo violentamente em seu assento. Ela estava tentando soltar as amarras e chegar até seu amante. Patético.
O amor era para os fracos, eu sabia disso muito bem. Eu não gostava de amor.
— O que você fez, Alessandro! — Ela olhou para mim com os olhos vermelhos enlouquecidos pela fúria. Ela tinha se irritado.
— Eu te disse as regras do jogo. Está com medo agora? — Eu parecia entediado enquanto me sentava a alguns metros de distância de Roberta. Minhas pernas se abriram como as de um homem, enquanto a arma estava preguiçosamente na minha mão direita e minha mão esquerda passava pelo meu cabelo preto sedoso da meia-noite.
— Seu demônio! Quer saber por que eu sabia que Jeremy seria um pai melhor para o meu filho do que você? — Roberta zombou, revirando os olhos. Sua declaração chamou minha atenção. — É porque Jeremy me apoiou quando você não estava, ele me convenceu a não fazer o aborto de forma gentil e amorosa enquanto você ameaçava me matar se eu tirasse o seu bebê. Ele até se ofereceu para criar o bebê como se fosse dele e dar a ele seu nome e uma vida normal. Que tipo de homem é você? Você é uma fera, o próprio demônio. Uma coisa que eu te prometo é que você nunca encontrará o amor, nunca o experimentará, nunca terá uma mulher olhando para você do jeito que você quer.
— Cala a boca, Roberta — Minha mandíbula tremeu de raiva.
— Não, me deixe falar, Alessandro Rossi, você não pode fazer mais nada para me machucar agora. Você não me controla, você tirou a única coisa pela qual eu vivia, você pode muito bem me matar também.
— Cuidado com suas palavras, Roberta.
— Ou o quê? Você vai atirar em mim também? Eu te desafio. Alessandro, você se apaixonará perdidamente por uma mulher e ela nunca o amará de volta, ela odiará sua própria existência e temerá até mesmo sua sombra. Você nunca terá o que Jeremy e eu tivemos. Sabe por quê? Porque você nunca será metade do homem que Jeremy foi, você sempre será um homem das cavernas e um monstro — Ela cuspiu nele.
Dei um tiro na cabeça da Roberta. Ela me insultou, ousou me comparar com seu namorado. Ela mereceu o que recebeu.
— Eu não faço amor.
— Limpe isso — Ordenei aos meus homens enquanto me levantava, guardando minha arma no bolso traseiro.
Avistei Sebastian se aproximando, carregando o jovem Rossi em seus braços.
— Capo — disse Sebastian, estendendo os braços.
Gentilmente, peguei o bebê de seus braços e olhei para seu rosto. Ele era a imagem exata de seu pai. Um Rossi verdadeiro e fiel. O bebê estava deitado calmamente, chupando o dedo. Meus olhos se voltaram para Roberta e seu amante e os encarei com repulsa.
Saí do armazém e entrei no banco de trás com o bebê nos braços. Sebastian entrou no banco do motorista e nos levou de volta à mansão.
Chegamos em pouco tempo e eu carreguei gentilmente o bebê nos braços para dentro da casa, enquanto Sebastian seguia logo atrás. Quando entrei na sala de estar, fui recebida pelo rosto sorridente de Roberta. Eu havia esquecido que o retrato dela estava lá.
Ela era de fato uma mulher muito bonita. Que desperdício.
Cerrei o punho e meus lábios se fecharam em desagrado.
— Tire essa maldita foto e encontre uma babá competente para mim.