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Capítulo 14 Dois meses de gravidez?

Quando Maggie se sentou na mesa de exame, a ansiedade e a expectativa a envolveram, desencadeando um turbilhão emocional. As paredes brancas e estéreis pareciam se fechar sobre ela, intensificando sua espera. Cada minuto que passava parecia uma eternidade, como se o tempo a atormentasse com pensamentos ansiosos. Seus dedos batiam no joelho trêmulo, refletindo seus batimentos cardíacos acelerados.

Cada parte dela ansiava por um resultado positivo, um símbolo da nova vida indescritível que alteraria para sempre sua existência. No entanto, no fundo de sua alma, o medo da decepção espreitava como uma sombra, ameaçando a chama da esperança que tremulava em seu coração. Mas agora, o medo estava devorando seus frágeis sonhos.

De repente, a porta se abriu, quebrando o silêncio opressivo. O médico entrou correndo, com as sobrancelhas ligeiramente franzidas, segurando com força os resultados dos exames de Maggie. Os olhos expectantes de Maggie se fixaram no rosto do médico, procurando por algum sinal na mensagem suspensa. Ela olhou para a expressão dele, aprofundando as rugas em sua testa.

"Os resultados chegaram, Maggie", a voz do médico soou, sem o calor que ela esperava. Ao ouvir essas palavras, seu coração pulou uma batida e sua respiração pareceu parar em seu peito. "E parabéns, você está grávida!"

O coração de Maggie disparou a alturas vertiginosas, e sua alegria irrompeu como uma sinfonia de mil melodias. Lágrimas brilhavam em seus olhos, prestes a transbordar, enquanto emoções avassaladoras a dominavam. Esse era o momento pelo qual ela tanto ansiava, a realização de seu profundo desejo de criar uma vida e embarcar na jornada sagrada da maternidade. Sua alma irradiava uma ternura indescritível, um amor incontrolável pela pequena vida em seu ventre.

Mas, assim que ela se deleitou com o êxtase, a confusão se chocou contra as margens de sua alegria. Maggie pensou: "Não era para levar dez dias para os resultados do teste?"

"Essa é a parte surpreendente", disse a médica, com um tom de curiosidade. "Detectamos os batimentos cardíacos do bebê e estimamos que você já esteja grávida de dois meses."

Os olhos de Maggie se arregalaram quando essa informação desafiou toda a lógica, rompendo os limites do que as pessoas pensavam ser possível. Normalmente, o batimento cardíaco de uma vida dentro do útero da mãe não seria detectável por pelo menos um mês e meio. A mente de Maggie se acelerou, tentando desvendar o mistério diante dela. Como isso era possível?

"Acho que o equipamento deve estar com defeito", sugeriu Maggie, com a voz tingida de confusão enquanto franzia as sobrancelhas em descrença.

Ao ouvir as palavras de Maggie, a expressão da médica se tornou severa, usando uma máscara inflexível de autoridade. "Não há engano", declarou ela, com a voz firme e resoluta. "Este é o monitor cardíaco fetal mais avançado e preciso disponível. Estou ofendida com sua dúvida. Sou uma profissional e mantenho minhas conclusões."

Maggie não conseguia aceitar essa conclusão; era um resultado que ela nunca havia previsto! Ela poderia estar grávida há dois meses, e essa constatação era difícil para ela digerir. Isso significava que o pai de seu filho provavelmente era...Ela se sentia perdida, andando sem rumo como se sua alma estivesse prestes a deixar seu corpo. As complexidades de tudo isso a deixavam desnorteada.

As pessoas passavam apressadas pelo saguão do hospital, e Maggie esbarrou nelas.

Era Linda e Max, que tinham vindo para um check-up pré-natal, e estavam conversando alegremente. Max acariciou gentilmente a barriga de Linda, falando com carinho: "O bebê é saudável e, com o dinheiro de Maggie, nós três poderemos ter uma vida maravilhosa e aconchegante!"

"Max..." Maggie colocou a mão sobre a própria barriga, sentindo que aquele homem que a havia enganado havia brincado com suas emoções, enganado-a para que tomasse anticoncepcionais e a magoado profundamente. Mas agora, ela tinha uma criança crescendo dentro dela.

Maggie observava o doce casal, com suas emoções complexas. Ela havia dito a si mesma para ficar longe de Max desde a traição deles. Eles não valiam um grama de suas emoções. Mas agora, com uma criança entre ela e Max, ela sentiu que era necessário perguntar sobre as intenções dele. Embora ela soubesse que Max nunca aceitaria essa criança, como pai biológico, ele tinha alguma responsabilidade. Para o bem da criança, ela tinha que perguntar.

Maggie olhou para Max, com os olhos cheios de uma mistura de emoções, o que fez Max pensar que Maggie ainda tinha sentimentos por ele. Ele assobiou arrogantemente e disse: "O que há de errado, Maggie? Você quer que voltemos a ficar juntos?"

No entanto, Linda não tolerava que Max tivesse contato com Maggie, especialmente agora que ela estava grávida do filho de Max. Com raiva, ela tentou afastar Maggie, dizendo: "Chega! Você não pode arruinar minha família!"

Ninguém esperava que a reação de Linda fosse tão intensa. Maggie foi empurrada à força para trás e, naquele momento, cambaleou para trás, tentando instintivamente proteger seu filho!

Ela gritou: "Max, estou carregando seu filho!" Mas a visão periférica de Max não mostrou nenhuma reação. Ele segurou Linda com cuidado, consolando-a, no momento em que Maggie estava prestes a cair no chão frio e duro.

Braços fortes agarraram Maggie, envolvendo-a em um perfume familiar, e ela já sabia quem a estava protegendo.

Seu corpo se estabilizou, e ela se viu enterrada em um grande abraço, à beira de um colapso. "Graças a Deus, a criança está bem... Obrigada, obrigada por proteger meu filho..."

O corpo de Aldrich ficou imediatamente tenso. Quando o suspiro de alívio de Maggie, pressionado contra seu peito, chegou aos seus ouvidos, cada gota de sangue em suas veias se aqueceu. Naquele momento, ele estava preparado para se tornar o protetor mais leal de Maggie, disposto a fazer qualquer coisa para poupá-la da tristeza.

Maggie se desvencilhou lentamente do abraço de Aldrich, olhando para o pai de seu filho, Max, que agora estava segurando outra mulher. Max, esse homem sem coração, havia feito com que ela tropeçasse e quase perdesse seu filho. "Max, acabei de dizer que estou carregando seu filho. Como você se sente em relação a isso?"Max ergueu uma sobrancelha, dizendo cruelmente: "O que você disse? Eu tenho um filho com você? Maggie, você é muito ingênua. Não é possível que esteja grávida. Mesmo que estivesse carregando um filho meu, acha mesmo que eu o reconheceria? Se eu tivesse alguma pena de você, não teria colocado anticoncepcional no seu café, acabando com nossas chances de ter um filho!"

Ao ouvir as palavras cruéis de Max, Maggie quase perdeu o equilíbrio. Felizmente, Aldrich estava atrás dela, dando-lhe apoio. O coração de Maggie se transformou em cinzas. Ela sabia que Max nunca seria um bom pai para o filho deles. Mas tudo bem. Ela daria mais amor à criança e a criaria sozinha!

Maggie se afastou com nojo. Linda, atrás dela, zombou: "Maggie provavelmente acha que pode reconquistá-lo com a criança. Ela é apenas uma alma lamentável, e ninguém a ama!"

Max deu uma risada e estava prestes a dizer algo em concordância com Linda quando se virou e encontrou o olhar de Aldrich. Os olhos desse homem alto e bonito estavam cheios de uma ameaça poderosa e um aviso claro.

Aldrich se aproximou de Max, com a voz baixa: "Eu o aconselho a ficar longe de Maggie, ou então...".

Max ficou abalado com a presença de Aldrich, mas ainda assim fingiu ousadia: "Que autoridade você tem para me aconselhar..."

O rosto de Aldrich mudou em um instante, seus olhos mudaram de cor, mas ele conseguiu conter sua raiva momentaneamente.

Linda não se atreveu a dizer uma palavra. Ela se agarrou às roupas de Max, e os dois observaram o homem alto proteger Maggie e se afastar.

Aldrich acompanhou Maggie até a sala de exames no andar de cima. Ele estava prestes a sair quando Maggie chamou suavemente: "Sr. Barrett... o senhor sabe o resultado do meu exame?"

Considerando que a criança que Maggie poderia estar carregando poderia ser de outra pessoa, a decepção e o desconforto passaram pelo rosto de Aldrich. Ele acenou com a cabeça: "Sim, não se preocupe, não vou mais incomodá-la".

Maggie ficou com o coração apertado. Ela deu alguns passos à frente, observando as costas largas de Aldrich, e disse calmamente: "Está tudo bem".

Como uma garota imperfeita como ela, Maggie sabia que não tinha a menor chance com um homem extraordinário como Aldrich. Embora ele sempre aparecesse quando ela estava em perigo, ajudando-a e protegendo-a sem motivo, e apesar dos desentendimentos e discussões entre eles, ela sabia que Aldrich havia trazido raros momentos de calor em sua vida caótica.

Agora, ele disse que não a incomodaria mais, e que esse poderia ser o último encontro deles. Maggie sentiu uma doçura amarga em seu coração, reprimindo suas emoções enquanto expressava sua gratidão. "Entendo que, aos seus olhos, eu não sou uma boa menina. Você me despreza, me olha com desprezo..."

Cada fibra do ser de Aldrich estava gritando: "Não, Maggie não é assim!".

Mas ele não olhou para trás. Ele havia passado tempo demais com Maggie, o que não estava de acordo com sua maneira habitual de fazer as coisas. Ele não podia se envolver mais com ela. Era melhor que estivessem completamente separados.

"Mas, Aldrich, além de Alisa, você é a única pessoa em minha vida que foi gentil comigo e me protegeu. Eu realmente aprecio isso e espero que você possa entender como me sinto", confessou Maggie.

Aldrich não levantou a cabeça nem se virou. Ele desapareceu no corredor, deixando Maggie tocando seu peito e dizendo seu último adeus a ele.

Alisa se aproximou correndo, segurando uma pasta. "Maggie, onde você estava? Não consegui encontrá-la em lugar nenhum. Sabe o quanto eu estava preocupada?"

"Alisa..." Maggie já havia se conformado com o fato de que a criança era de Max. Ela segurou firmemente a mão de Alisa. "Alisa, os resultados do teste mostram que estou grávida há dois meses, o que significa que Max é o pai, mas ele não está apto a ser pai. Decidi criar a criança sozinha!"

Alisa balançou a cabeça em sinal de preocupação. "Maggie, é ainda mais impossível que seja do Max."

"O quê!" Maggie achava que sua vida era sempre cheia de reviravoltas. Ela rejeitou a afirmação de Alisa. "Não, dois meses atrás, eu estava apenas com Max!"

Alisa manteve sua posição. "Maggie, fizemos testes extensivos antes da cirurgia de fertilização in vitro e não havia sinais de gravidez, e isso não tinha nada a ver com Max. Talvez esse seja um caso raro, como uma ilusão hormonal comum no reino animal."

As palavras de Alisa agiram como um bote salva-vidas em águas traiçoeiras, oferecendo algum grau de conforto.

Mas isso provocou uma nova onda de pânico em Maggie. Ela olhou desamparada para Alisa e perguntou em voz baixa: "Se eu não estiver grávida, isso significa que a cirurgia falhou? Significa que nunca mais poderei ter meu próprio filho?"

Alisa congelou, percebendo que não havia se dado conta dessa pergunta. Ela mesma ficou momentaneamente perdida. Antes que Alisa pudesse reagir, Maggie de repente agarrou sua mão e continuou: "Mas, Alisa, eu posso sentir. Há uma nova vida em meu ventre e ele é forte".

Alisa arregalou os olhos de surpresa. "Sério, você pode sentir isso?"

Maggie acariciou gentilmente sua barriga e assentiu.

Ela estava convencida de que seu útero de fato abrigava uma vida. Essa pergunta urgente acendeu uma chama dentro dela: quem era o pai da criança? Independentemente da identidade do pai, ela estava determinada a dar à luz a criança e ser sua mãe. No futuro, ela teria um parente de sangue neste mundo, o que significava algo extraordinário para uma órfã. Ela se esforçaria para proporcionar uma vida melhor para a criança.

Naquele momento, Maggie mal sabia que sua decisão significaria o início de uma jornada aventureira, que redefiniria sua existência.

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