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Capitulo 3

Gabriela

Paramos em um corredor onde havia alguns seguranças verificando se as pessoas que estavam entrando não estavam levando nada ilegal. Em vez de passarmos por eles, fomos guiados por outra porta e caímos direto em outro corredor. Dava para ouvir o som, e o Fábio estava todo encantado. Aproveito a distração dele e puxo a Michelle de lado:

— Mi, por que você me trouxe justamente pro clube do seu pai?

— Gabi, eu te trouxe aqui pra você dançar e se distrair — ela diz, como se a pergunta que eu tinha feito não fosse nada.

— Amiga, você não entendeu o que eu te perguntei!

— Sim, eu entendi!

— Então, eu estou querendo esquecer o seu pai, e você me trouxe aqui justamente pra eu acabar vendo ele?

— Gabi, fica tranquila!

— Como assim, é pra eu ficar tranquila? Estou com um sério problema, e esse problema é o seu pai — gemo de frustração.

— Se acalma, Gabi!

— Michelle, eu estou com medo de atacar o seu pai — confesso, ofegante. Meu desejo por ele andava me deixando subindo pelas paredes. Quantas vezes eu tinha que me masturbar para tentar tirá-lo da minha cabeça, e quando eu gozava era sempre ele que vinha na minha mente. OK! Eu sou uma merda mesmo.

— Respira, mulher! — ela brinca, e tenho vontade de dar uns tapas nela. Ela era a minha melhor amiga, mas sabia mesmo como torturar alguém, que neste caso era eu. — Você não deixa eu te dizer que meu pai não veio pra cá hoje!

— Tem certeza?

— Sim! Eu liguei pra ele avisando que iria sair com você, o que é normal. Ele sabe que estamos juntas, e assim ele não fica preocupado com a sua única filha andando por aí sozinha — ela vira os olhos, e dou risada. Ricardo às vezes sabia ser muito protetor em relação à Michelle. Às vezes, eu tinha uma ponta de inveja ao ver como eles dois se davam bem, eu nunca tive esse tipo de relação com o meu pai.

— O que ele disse?

— Ah, pra gente vir pra esta boate que ele comprou recentemente. Eu ainda não conhecia ela e achei que era uma boa hora pra gente vir e ver como era.

— Hum…

— Então ele disse que iria sair com uma mulher e que eu me divertisse e me comportasse — Michelle comenta, meio sem graça, e logo me toco de que era em relação ao pai dela estar saindo com outra mulher sabendo que eu era louca por ele.

— Fica tranquila, amiga! — tranquilizo-a. — Já que esclarecemos o assunto, bora nos divertir! — brinco, mas fico com uma pressão no peito só de ouvir que ele estava com uma mulher.

— Vocês duas vão ficar aí paradas? — Fábio pergunta, todo excitado. No mínimo ele já conhecera o lugar. Michelle e eu nos olhamos e rimos ao ver como ele estava empolgado com a boate.

O lugar era lindo mesmo, Ricardo tinha um ótimo gosto. Logo me toco de que voltei a pensar nele e gemo ao perceber que isso me deixava toda excitada. Nessas horas, eu não gostava de ser virgem. Compraria um vibrador, que me ajudaria a apagar o meu fogo. Aff, por que eu tinha que ser virgem?!

Era frustrante isso, eu não conseguia ver outro homem que não fosse Ricardo. Ele tinha me estragado, pois era sempre assim desde que o conheci. A primeira vez que eu o vi foi quando Michelle me ligou avisando que seu carro tinha quebrado e que não conseguiria sair com ele, e, como ficamos de nos encontrar, acabei falando para ela que iria buscá-la com o meu. Quando cheguei lá, o segurança deu a liberação, por me conhecer, e segui até o estacionamento. Fiquei novamente deslumbrada com a casa.

Era linda e grande, mas não chegava a ser uma mansão. Fiquei encantada quando fui a primeira vez ali, ela me mostrou tudo e me apaixonei. Naquele dia, o pai dela tinha ido viajar a negócios, ele era um tipo de CEO fodão, como a minha amiga dizia, e sempre viajava para ver como estavam os seus negócios. Ricardo era um grande CEO, tinha hotéis espalhados pelo Brasil e era muito rico.

Quando cheguei à casa dela para pegá-la, toquei a companhia, e a Senhora Jany abriu a porta para mim.

— Oi, minha linda! — falo para ela, carinhosamente, e a abraço.

— Oi, Senhorita Maldonado, como está?

— Eu estou bem, Jany! Como está? — cumprimento-a, e a lembro: — Ah, meu nome é Gabriela, e não Senhorita Maldonado — brinco. — Onde está a Michelle? — pergunto, ao verificar que só estávamos nós duas ali no corredor.

— A Senhorita Lombardi se encontra no quarto dela, vou chamá-la e avisar que a senhorita já chegou — ela avisa, e desisto de falar para ela parar de me chamar de Senhorita Maldonado.

— Jany, não precisa, pode deixar que eu mesma vou tirar aquela preguiçosa da cama — brinco, e ela agradece. Subo as escadas correndo, ao ver que estávamos ficando atrasadas. É quando dou de cara com um gato musculoso e caio ao chão. Quando levanto a cabeça para ver com quem eu tinha trombado, bam! Tomo um soco no estômago ao ver que era um homem lindo e perfeito.

“Acho que morri e fui pro céu!”, penso comigo mesma. Aquele homem era gostoso pra caramba, e foi naquele momento que descobri que tinha acabado de me apaixonar por esse homem estranho ali na minha frente.

— Você se machucou? — ele pergunta, com aquela voz rouca, e percebo que ele tinha acabado de acordar. Seus cabelos castanhos estavam amassados, e senti uma leve coceira, louca para mergulhar as minhas mãos neles e tocá-los para saber se eram mesmo sedosos. — Senhorita, está tudo bem? — ele me questiona. Abro a boca, e não consigo fazer nenhuma pronúncia. O gostosão estende a mão e me ajuda a levantar. Sinto uma espécie de choque correr pelos meus dedos, e ficamos nos olhando, com as nossas mãos entrelaçadas. Seu toque era gostoso e forte.

— Desculpa, senhor, eu estou bem! — finalmente consigo falar, meio sem graça, e acabo corando com a intensidade do seu olhar, ainda em choque com esse belíssimo homem e querendo saber quem era ele e o que fazia em um corredor só de bermuda. E, por sinal, que pernas espetaculares ele tinha!

— Tudo bem! — ele diz, me tranquilizando, e, me olhando intensamente, fala: — Desculpa, acho que não nos conhecemos, não é?

— Caramba, Gabi, estamos atrasadas! — Michelle grita, e não sei de onde ela apareceu, pois logo desapareceu, eu só ouvi um “já volto”. É quando soltamos nossas mãos, tão rápido, que foi como se tivéssemos levado um choque.

— Hum… então você é a Gabriela, amiga da minha filha? — ele me pergunta, e, quando ouvi o meu nome com aquela voz rouca, fiquei molhada de excitação, e sabia que eu iria precisar trocar de calcinha. Reparo pelo seu olhar que ele estava meio confuso.

— Sou, sim! Desculpa, Senhor Lombardi, por estar correndo pela sua casa assim desse jeito! — me desculpo, sem graça. Então esse homem era o pai da Mi?! Droga, ele é tão lindo, por que eu não me toquei de que ele era o pai dela? Por que eu também nunca pedi para ver alguma foto dele? Se bem que a casa deles quase não tinha retratos.

Fico corada com o olhar que ele me deu, e fez uma coisa que nunca gostei que fizessem comigo: me mediu dos pés à cabeça, e aquilo não me fez ficar puta da vida, como eu ficava. Sinceramente, eu gostei do olhar que ele me deu, e meu corpo naquele momento ficou mais excitado. Droga, estava perdida mesmo.

— Sem problemas! — ele diz, me olhando ainda tão profundamente, e eu ali trêmula só com o seu olhar.

OK, agora sim estava fodida. Eu estava encantada, apaixonada pelo pai da minha amiga. Gemo frustrada por saber disso. Mas não tenho tempo de falar mais nada quando a Michelle aparece correndo e se despede de seu pai com um beijo. Me puxa pelo braço dizendo algo sobre estarmos atrasadas, e foi assim que soltei a sua mão e saímos correndo.

Com o meu último olhar, vi algo que me fez quase tropeçar em meus próprios pés no olhar dele, um brilho de fogo cheio de promessas, que deixou meu corpo novamente em chamas, e isso foi só com o olhar. Por pouco eu não soltei a mão da minha amiga e fui atrás dele pedir para ele fazer tudo que estava em seu olhar.

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