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Ellen Roza
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Resumo

Após ser resgatada de uma estrada durante uma fuga, por Eric Jones, um neurocirurgião, Lucy tem a chance de resgatar os seus anos perdidos e refazer sua vida, se apaixona pelo homem que a salvou. Mas, para se entregar inteiramente a essa nova vida e ao seu amor, ela precisa se livrar do inferno que ainda a persegue e revelar segredos que podem mudar suas vidas para sempre.

amorromance

Capítulo Um: Fuja.

Quando mais corre, mais as pedras e os galhos machucam os seus pés descalços. Lucy corre, e não faz ideia de quanto tempo faz, desde que saiu daquele lugar. Ela tem medo de parar e a pegarem novamente, então tenta não pensar na dor dos seus pés, nem no seu cansaço. Ora, falta-lhe o fôlego, o ar. Ela respira fundo e olha para trás, vendo toda escuridão da noite e os sons dos mistérios entre as árvores. Isso não a assusta. O que a assusta é imaginar que ela volte para onde acabara de sair.

Uma chuva resolve surgir, atrapalhando ainda mais a fuga. Mas Lucy não desiste, mesmo tropeçando em algumas pedras e escorregando em alguns caminhos lisos.

Lucy finalmente consegue ouvir som de carro por perto. Ela corre mais rápido que consegue até chegar à estrada, mas está tão exausta que seus pés mal conseguem sustentar o corpo. Um carro se aproxima, e Lucy desaba ao chão, conseguindo ver os faróis do veículo. Os pingos d’águas borram suas vistas e seus olhos se fecham, tornando tudo escuro e silencioso.

— Ela vai ficar bem? — Pergunta uma voz.

— Sim, vai. Ela só precisa repousar e continuar o tratamento.

— Obrigado, doutor.

— Se precisarem de mim, é só me chamarem. Eu venho amanhã para ver como ela está.

— Está bem.

Lucy abre os olhos lentamente após as vozes cessarem. Ela olha em volta e não reconhece o lugar, o que lhe dá um enorme alívio. Agora está livre.

Um homem se aproxima de sua cama, curioso e com os olhos terrivelmente claros, mas sem vida, a observando.

— Consegue me ouvir? Fala a minha língua? — Ele diz.

— Sim... — Lucy balbucia.

— Como se sente?

— Bem... — Ela tenta se levantar da cama, mas sente todo o seu corpo dolorido e desiste. — Desculpe, mas quem é você?

— Eu te encontrei na estrada. Te trouxe para cá, porque era mais perto, mas posso leva-la ao hospital, se desejar.

— Estou... na sua casa?

— Está.

O homem é alto. Seus cabelos são escuros e estão despenteados. Seus olhos é o que mais chama a atenção, incrivelmente verdes claros, como o mar da Grécia que ela visitou há alguns anos atrás, com sua irmã mais velha, Gabriella.

— Bom, descanse um pouco. Se precisar de algo, as meninas vão lhe atender.

— Meninas?

— As mulheres da casa, empregadas, como seja.

— Certo. Obrigada.

— Como você se chama? Quer que eu entre em contato com alguém, algum familiar, amigo?

Lucy balança a cabeça, num frenético não. Ele não pode entrar em contato com ninguém, e ninguém pode saber onde ela está. Aqueles homens a encontrariam novamente.

— Tudo bem. Se precisar de alguma coisa, já sabe Eu estarei no quarto no fim do corredor.

O estranho homem de olhos claros deixa o recinto, e Lucy passeia com os seus olhos pelo quarto, e nota a bela decoração e os enfeites de mesa. Ela se lembra de sua mãe, quando iam juntas comprar enfeites numa lojinha de esquina. A saudade da sua família volta a apertar-lhe o peito. Não há o que possa fazer para mudar a situação, apenas fugir e não ser encontrada.