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PRÓLOGO

"A raiva é um sentimento muito poderoso, mas é a culpa que nos destrói."

— Stefan Salvatore

Sabe aquele sentimento que tudo poderia ser diferente se você tivesse tomado outra decisão ou escolhido a outra pessoa? Então, é isso que estou vivendo. Sei que a culpa é minha, mas culparei o destino como qualquer ser humano faz, não é assim? Está decidido, farei o mesmo transferindo a minha culpa para outra coisa só para aliviar meu ego fodido por minhas decisões erradas e finalmente, viverei em paz... ou não! Nada que eu faça diferente mudará o rumo do que aconteceu e a vida tem que continuar o seu percurso, sempre em frente, mas é o nosso passado que modela quem somos hoje e a decisão do que serei amanhã é exclusivamente minha.

Mentir para nós mesmos tem a porra do fardo que lá, no fundo, sabemos a verdade e nosso subconsciente que insiste em nos sacanear em momentos totalmente aleatórios surge em nossas mentes como um flash trazendo à tona as coisas que mais nos magoa, estou me referindo as nossas próprias escolhas, e aí vem aquela pergunta condicionada ao famoso "e se"... fizesse diferente ou se naquele dia optasse por não fazer aquela prova?! Talvez, digo talvez, pois não sei qual seria minha reação ao ver meu padrinho saindo por aí atirando nas pessoas que mais amei na vida e de certo modo elas estariam aqui e Oliver não teria carregado todo o remorso sozinho. Meu amigo era apenas uma criança e até hoje isso deve assombrá-lo.

Se perguntarei para ter certeza? ... Hm, é claro que não! Afinal quem sai por aí arrancando a casquinha das feridas alheias?! Certamente deve existir gente assim, entretanto eu não me enquadro nesse grupo. HM! Se nem ao menos consigo compartilhar com outra pessoa sobre meus erros do passado quem dirá perguntar ao meu melhor amigo se ele consegue viver com a dor de matar alguém aos doze anos e de sete pessoas conseguir salvar a si mesmo e mais três... HM! Obviamente ele deve se culpar, eu me culparia!

A verdade é que vivo com essa dúvida cruel e mesmo culpando o destino sinto um imenso arrependimento e não tem mentira contada para mim mesmo na frente do espelho que vá retirar da minha cabeça que eu poderia ter feito diferente e é isso! Carrego o fardo pesado há anos é verdade, contudo acredito que as pessoas fortes não são aquelas que nunca caem, mas as que conseguem sempre se levantar. Seguir com o peso da culpa nunca é fácil, mas venho tentando dia após dia.

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