capitulo 3
Meio dia
Estava eu de novo no hospital, queria ver a Sayuri nem que seja pela última vez. Na verdade hoje pela manhã, pensei na sua ligação, queria ter certeza que ela estava bem e sendo bem tratada. A enfermeira acompanhou-me ao quarto onde ela estava. Fui nessa hora porque ela enfermeira informou-me que ela estava mais calma, na verdade ela estava sedada. Entro no quarto e vejo ela deitada na cama, dormindo. Estranho que mesmo sedada ela parecia aflita.
– Ela é uma das pacientes mais resistentes! – Disse a enfermeira Margarita com lágrimas nos olhos. Eu já a conhecia, soube que era uma enfermeira que trabalhava a anos no hospital. Seus cabelos grisados mostravam os seus anos de experiencia.
– Esta é a única forma para eu poder estar perto dela? Não existe outra maneira?
– Creio que não! – Ela desviou o olhar. Eu encarei-a, não sei porque, mas não vi sinceridade nos seus olhos, ela me escondia algo e não queria me dizer, sobre a Sayuri.
– Sayuri… – Ela suspirou ainda de olhos fechados.– Sayuri! – Segurei o rosto, queria que ela acordasse. Queria conversar com ela, saber porque ela fez aquilo comigo! Não me conformava. – Sayuri…
– Samuel, é melhor você ir embora! Antes que ela acorde… você sabe como ela é quando acorda..
Eu ignorei-os e continuei chamando por Sayuri. Ela abre os olhos, acompanhada de um susto.
–Sebastian… Não! – Ela começa a gritar e a agredir-me.
– Sayuri sou eu, Samuel! – tento seguirá -la mas ela se debate comigo, luta comigo como alguém irado e descontrolado. Impaciente seguro suas mãos, colando ao nível da sua cabeça, ela tenta mexer as pernas, mas eu fico por cima dela. – Sayuri, olha para mim.
A enfermeira Margarita chama as outras enfermeiras, para me ajudar, mas eu não queria ajuda! Eu queria conversar com a minha mulher. Ela andava a cada dia pior, um dia acabaria morrendo naquele lugar.
– Sayuri, olha pra mim! – Disse mais uma vez, mas foi em vão, ela só gritava como uma leoa brava e irada. As enfermeiras chegam e se aproximam, eu a solto e nesse instante ela segura a minha camisa e puxa com tanta força que rasgou e os botões soltaram-se, deixando o meu tronco meio exposto. Fiquei em choque com essa reação tão agressiva, a mulher com quem me casei tinha se ido. Nesse instante ela parou e ficou olhando para o meu abdômen, ficou quieta e olhou nos meus olhos, como se tivesse me enxergando, mas logo as enfermeiras lhe injetaram o sedativo novamente. Eu afastei-me encarando-a, enquanto ela fechava os olhos, caindo num sono profundo. Ajeitei a minha camisa rasgada, enquanto sentia olhar da enfermeira Margarita em mim.
– Sinto muito! – Quis por a mão em mim, mas eu afastei-me. Não gostava que tocassem no meu tronco nu, sempre ficava na defensiva. Sai do quarto e fiquei no corredor, sentindo uma dor enorme no meu peito. Meu coração estava partido, simplesmente quebrado aos pedaços.
– Samuel…
– Eu já entendi…– Disse ainda atorduado.
– A culpa não é sua…
– Eu não devia ter a pressionado.
– Acredita a culpa não é sua, aqui está tudo errado! Nem tudo é como parece! – Disse a enfermeira chorando e agoniada.
– Como assim?
– Como assim o que ?– Margarita ficou atrapalhada.
– Você disse aqui está tudo errado…. O que tem de errado?
– Nada, nada esta errado… Você entendeu mal… – Ela foi embora sem me encarar.
Fico um tempo olhando para ela, mas ela some como vento, como se estivesse aflita. Logo aparece um psiquiatra e me cumprimenta. Era a segunda vez que vinha ao hospital, mal conhecia o psiquiatra da Sayuri, apensas soube das enfermeiras que ela era acompanhada por dois psiquiatras, uma mulher e um homem.
– Boa tarde. – Cumprimentou-me. Olho para o seu cartaz e vejo que se chama Sebastian.
– Você é o Sebastian?
– Sim, sou um dos psiquiatras desde hospital.
– Ela ontem me ligou pedindo socorro! – Disse estranhando.
– E normal os pacientes pedirem socorro, eles acham que queremos lhes magoar, querem sair mas infelizmente nem todos podem... E uma reação normal!
Eu acenei a cabeça e fiquei um tempo olhando no nome. Me perguntava porque a Sayuri, alucinava com Sebastian.
– Tem de ter cuidado, pacientes como a sua esposa são imprevisíveis e são manipuladores. – Alertou.
Ele fala e logo me lembro da facada que tive, da forma como ela me atacou. Tentava me lembrar do antes, mas não conseguia, não conseguia me lembrar de quando ela começou a ter sinais que estava piorando.
– Mas venha a ver... – Sebastian sugeriu com sorriso.
Eu acenei a cabeça e despedi-me. Minha vontade era de não voltar nunca mais, me custava vê la assim, mudada dessa forma, ainda mais quando foi ela que me pôs em coma, por seis meses. Talvez estava mais do que na hora de eu seguir em frente.
*****
Alguns dias depois,
estava de folga a tarde, então aproveitei para ligar para o meu advogado para tratar dos documentos do divórcio. Percebi que o estado de Sayuri era mais complicado do que eu pensava, queria muito poder ajudá-la, mas, como eu poderia? Como eu poderia fazer com que ela voltasse a sua sanidade, não sabia como ajudá-la. O médico que já acompanhava dizia que o caso dela era definitivo, sem menor chance de recuperação. A campainha toca. Atendo e recebo o Felipe, médico psiquiatra amigo do meu irmão.
– Vim assim que pude.
– Obrigado.
– O que você precisa? É sobre a Sayuri.
– De uma certa forma…
Acompanhei-lhe até o sofá da sala e servi-lhe um whisky. Sentei ao seu lado.
– Sayuri… – Parei uns segundos e respirei fundo, tentando conter as minhas lágrimas. – Ela não vai se recuperar… eu fui a ver hoje e ela…
– Eu sinto muito…
– Eu não entendo… Me custa entender como alguém pode surtar dessa forma! Entendo que ela era esquizofrênica, mas ela fazia a medicação e ela estava bem…
– Samuel, doenças psiquiatras são as mais difíceis de se tratar! Ela está em boas mãos, está num dos melhores e grandes hospitais do país…
– Eu sei, mas se ela está no melhor hospital do pais porque ela não melhora? Ela está pior que antes! – Reclamei.
– Bem… eu não trabalho nesse hospital, mas sei que tem uma optima reputação. – Filipe comentou e me pareceu sincero.
– Não sei… Não sei o que eu faço! Tenho medo de cometer um erro e me arrepender depois…
– O que você está pensando?
– Em divórciar, mas….– Parei uns segundos, era difícil falar desse assunto.
– Custa fazer isso? Mas depois de tudo que ela fez?
– Eu e ela fizemos um juramento, eu prometi-lhe que a iria amá-la, respeita-la…nunca iria abandoná-la… eu falei sério quando disse isso no altar! – Afirmei lembrando-me do quanto ela estava linda no seu vestido branco, no dia da cerimonia.
– Você não se conforma?
– Na saúde e na doença, na alegria e na tristeza….– Sussurrei.
– E o fato de ela ter te esfaqueado?
– Ela está doente… Em condições normais ela não faria isso! Eu não sei o que lhe levou a fazer isso, mas ela andava doente… Seria certo abandonar-lhe?
– Bem...
– Na saúde e na doença! –Repeti.
Filipe ficou pensativo, sem saber o que dizer. Ficamos dois sem saber o que falar. Eu podia divorciar, seria doloroso, ou podia permanecer assim que também seria doloroso, seja qual caminho eu tomasse eu sofreria. Tinha todos motivos para não querer ela na minha vida, mas não conseguia. Alguma coisa me dizia que ela ainda estava lá, mas precisa de ser resgatada…precisava voltar em si.
– Samuel….
Eu encarei-o despertando dos meus próprios pensamentos, esperando ele dizer alguma coisa.
– Faz o que o seu coração manda… Eu não sei o que te dizer e eu acho que no fundo você já tem a resposta…
2 dias depois
Ela estava na minha frente, com as mãos apoiadas na porta, usando um vestido vermelho, delimitando as suas curvas e com uma fenda do lado, exibindo a sua perna. Vermelho lhe ficava divino. Ela me olha de cima para baixo, mordendo o lábio aumentando o meu desejo por ela. Seu pé se enrosco na perna subindo até minha virilha, massageando o meu membro que já latejava dentro das calças. Solto um gemido, e a ouço próxima de mim. Tomo a sua boca , com as mãos presas na sua cintura.
–Quero ser sua...– Ela sussurra.
– Você já é minha!– levanto o seu vestido, levando a minha mão até a sua calçinha que já estava molhada.
– Huumm... já está pronta pra mim. – Digo sentindo a humidade entre as suas pernas. Ela geme inclinando a cabeça para trás, com as mãos apoiadas na minha nuca.
Tiro os dedos dela e faço ela me encarar.
– Senta no sofá e abre a pernas. – Mandei. Ela sorriu e fez o que eu disse, abriu a pernas me exibindo o que ela escondia entre elas. Aproximei-me e fui de boca, movendo a minha língua dentro dela, saboreando o seu clitóris que já está inchado de tanta excitação.
– Assim... Não para.... – implorou gemendo, com as mãos acariciando o meu cabelo. Continuou chupando e degustando o teu sabor, apelando o seu peito. Ela solta um gemido junto um grito ofegante chamando o meu nome. Ela mal volta em si e tomo a sua boca.
– Eu quero montar em você! – Ela se levanta e me empurra para o sofa. Caio de costas e ela senta em mim, gemendo e com os peitos apontados para mim. Aqueles peitos lindos, redondos e pontiagudos, com mamilos rosados que me tiravam do sério.
– Aí que gostoso! – Ela geme, como movimentos de vai e vem, me deixando louco. Nesse instante seu olhar muda, parecendo uma felina demoníaca, pronta para me atacar. Ergue as mãos agarrando um faca e gritando.
Abro os olhos despertando de um pesadelo, meu peito doía e o meu coração quase saia pela boca. Era um sonho real, tudo aconteceu! Fico mais calmo e me dou conta que estou sentado na sala, com a TV estava ligada e tinha o álbum de fotos de mim e da Sayuri. Possivelmente fiquei vendo as fotos e acabei dormindo. Olho para as horas, são 1hora da noite. Sem pensar pego no celular e ligo para o doutor Felipe.
– Samuel, está tudo bem?
– Sim… ligo para lhe dizer que já decidi, pode preparar tudo…. – Ele sabia do que eu estava falando, pois tivemos suma longa conversa um dia antes.
– Samuel, você tem certeza? – Filipe perguntou-me apreensivo.
– Tenho.
Sete horas da manhã
Eu, Jason estávamos os dois sentados no sofá da minha casa. Sentia o seu protesto mas eu já estava decidido. Meu irmão e a enfermeira não moravam mais em minha casa, eu precisava de um espaço e de estar sozinho, para organizar as minhas ideias.
– Deixa ver se eu entendi, você quer tirar a Sayuri daquela psiquiatria para ficar com você? Você? Que não é psiquiatra, nem médico…. – Disse me protestando.
– Ela não melhora, talvez do meu jeito, ela melhore! Ou lhe levando para outra psiquiatria longe daqui… – Expos os meus planos.
– Você acha que o hospital…
– Eu não sei, mas ela há dias me ligou pedindo socorro! A enfermeira me garantiu que ela é sempre agressiva que não tem outra maneira de me aproximar dela, há não ser sedada! Então se realmente é assim, como ela iria me ligar?
– Ela tentou te matar!– Protestou.
– Ela está doente! Caramba… – Gritei querendo justificar. Sim, sei que era uma loucura e que estava a defendendo, mas no fundo algo me dizia que havia uma explicação.
– Então deixa que os psiquiatras tratem disso!
Eu encarei-o, já estava cansado dos seus protestos.
– Você vai me ajudar ou não? Porque nós já discutimos sobre isso!
Jason abanou a cabeça e cruzou os braços.
– Como vamos fazer?
– Jason, eu e você já fomos espiões de várias vezes, você sabe como funciona!
– Você fala como se fosse tão simples!
– Poucos me conhecem... A psiquiatria está dividida em area masculina e feminina. Eles apenas se juntam no recreio e é nesse momento que eu vou resgatá-la e você estará lá fora com o carro me esperando… – Afirmei.
– Você vai precisar de uma nova identidade!
– Ja tratei disso! Eu só preciso que fique me esperando no lado de fora…. – Afirmei decidido.
– Ela não pode estar solta por ai, ela é uma ameaça! Você sabe disso!
–Eu posso cuidar dela!
–Mas e se depois de tudo isso, ela não melhorar?
– Eu a deixo no psiquiatra, e assumo as consequências! – Disse a serio, eu estava disposto a percorrer todos os riscos para saber o que realmente aconteceu. Sentia que só assim, eu estaria pronto para seguir em frente com ou sem ela.
Ele encarou-me achando a minha atitude uma insanidade.
– Eu sei que estou pedindo demais, mas você é único que posso contar.
– Você sabe que sempre estou com você! Somos parceiros.
Eu sabia que estava pedindo algo que não devia, mas eu não tinha outra saída. A última vez que a vi, foi quando ela rasgou a minha camisa, vi que ela olhou para minha cicatriz e isso a paralisou, como se ela estivesse em choque, como se ela realmente me visse e soubesse quem eu era. Eu senti isso! Algo me dizia que ela ainda estava lá! Sentia como eu se tivesse que tirar a prova disso do meu jeito. Sabia que mesmo se quisesse libertá-la de formal legal, o juiz jamais permitiria, pois ela é vista como ameaça a sociedade e o pior é que não podia negar que era injusto. Era perigoso deixá-la solta depois de tudo, mas eu levaria para um lugar distante longe de tudo e todos. Seríamos apenas eu e ela.
10 horas da noite
Estava em casa em frente ao espelho, havia mudado a minha aparência, deixei a barba crescer e cortei o cabelo. Era impressionante como meu rosto estava diferente. O Jason estava na sala me esperando, pois em meia hora ele me levaria ao hospital. único motivo que não podia pedir o meu irmão para fazer isso por mim, é porque ele não aceitaria e ele era um médico conhecido, daria suspeita. Eu não era conhecido na área da médica, e também precisava de alguém de fora desse mundo de medicina. O doutor Felipe me receitou uns medicamentos que iriam alterar o meu estado psíquico por algumas horas, tinha de parecer real. Termino de me aprontar e vou até cozinha , pego na garrafa de água e tomo os comprimidos.
– Quando começa a fazer efeito? – Jason se aproximando.
– Creio que em meia hora!
– Então temos de ir, Samuel…
– David, esse é o nome… vai se acostumando! – Eu falsifiquei a minha identificação, agora o meu nome era David.
Ele acenou a cabeça e riu-se, me achando o mais louco dos loucos.
Chegamos no hospital, ele era meu acompanhante, meu irmão nessa noite. Fizemos o registro na receção e fui acompanhado até o quarto. As enfermeiras deixaram eu e o jason sozinhos no quarto, enquanto iam buscar a minha bata.
– Você vai ficar bem?
– Vou! – olhei a volta, vendo que o lugar era mais agoniante do que eu pensava , não entendia como alguém poderia melhorar num lugar assim ou eram os medicamentos que estavam a começar a fazer efeito.
– Tome cuidado!
– Sempre…
Jason se despede e antes de perder a minha sanidade tiro o celular das calças e escondo por trás do armário . Sentei-me na cama pois estava começando a ter vertigens, tudo girava a minha volta , as pessoas ficavam deformadas como se quisessem me atacar, as paredes brancas transformam - se num buraco negro e sem fim. Começo a mexer-me apavorado, querendo fugir. Parecia que eu estava num outro lugar e sensação era horrível. Os enfermeiros me seguram me impedindo de fugir, tento me soltar, mas não consegui, então me deitam na cama e do nada sinto que estou dormindo num sono profundo.