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Capítulo 6

Calebe

Estou na frente desse maldito espelho há dez minutos me perguntando se vou para a aula ou não. No fundo, sei que James me fará pagar por isso se eu fingir que me sinto mal.

Só não quero começar essa comédia com meu suposto namorado.

A noite da pizza de ontem foi mais que suficiente para mim entre James que nos lançava olhares insistentes a cada 5 minutos e os caras da fraternidade nos observando com o canto do olho eu aguentei 10 minutos antes de fugir e pegar minhas pernas no meu AVC.

Elijah fingiu ter uma lição de casa para terminar. Todos pensaram que era para que pudessem passar um tempo juntos com esses idiotas. Quando na realidade estávamos enclausurados em nossos respectivos quartos. Se nem numa festinha a gente não consegue fingir, não consigo nem imaginar um dia inteiro de aulas...

Jogo água no rosto e olho para o meu reflexo uma última vez. Meu cabelo castanho, que já está um pouco comprido há algum tempo, cai levemente no meu rosto, o que me dá um ar misterioso que combina com meus olhos cinza claro segundo as meninas. Estou vestindo jeans skinny preto com uma camiseta branca que mostra minhas muitas tatuagens. As pessoas costumam dizer que eu pareço aqueles caras que tocam guitarra ou rock. Muito pelo contrário de Elijah, que tem em casa essa elegância que faz todas as meninas caírem aos seus pés. Tenho tudo para agradar as meninas e não um garoto de bordel!

Alguém bate várias vezes me tirando dos meus pensamentos.

- Está bom, estou indo embora!

Abro a porta e reconheço Ethan, o garoto de ontem.

-Mmh, desculpe, mas Elijah está perdendo a paciência lá fora..

Dei uma risadinha, todo mundo toma ele por pombo-correio ou o quê?

-Valeu cara ! Você deve falar por si mesmo de vez em quando.

Eu sorrio e coloco a mão em seu cabelo, bagunçando-o. Ele me olha diretamente nos olhos e cora levemente.

Soltei-me e desci as escadas correndo para me juntar ao carro de Elijah.

Elias

- Você demorou muito!

-Desculpe, mas eu estava ansioso para vir, se é que você me entende! Disse Caleb ironicamente.

Reviro os olhos.

-Pare de fazer isso ! Solte Caleb com um repreensor.

Ligo o carro e olho para ele rapidamente com uma sobrancelha levantada.

- Mas do que você está falando?

-Você sempre revira os olhos para o céu, eu não gosto disso..

-Ah, você quer dizer isso? Eu digo revirando os olhos de propósito.

Ele rosna e me cutuca, me fazendo ziguezaguear pela estrada.

-Estou dirigindo Caleb!

-Desculpe amor.

Eu me viro para ele de repente e o encaro. Ele se aproxima com um sorriso zombeteiro.

"Eu sei que sou bonito, mas não se esqueça que você está dirigindo", diz Caleb.

Eu quase entro em um carro e solto um xingamento.

-Você não pode estar maldito..

Ele está rindo. Chegamos rapidamente à universidade tendo nossa casa não muito longe.

-Então você está pronto?, pergunto a Caleb.

-É mesmo necessário?, ele me pergunta, fazendo uma careta.

Parece uma criança sendo forçada a ir para a escola.

-Se apenas..

Eu aceno para o meu namorado falso para sair. Abro a porta e vejo James e Luke fumando não muito longe. Caleb se junta a mim na frente do carro.

- O que você acha que devemos fazer?

Olho para ele e dou de ombros. Ele e eu raramente tivemos um relacionamento, ou nunca, então podemos dizer que estávamos com problemas desde o início. Decido estender a mão.

- Não vamos ficar de mãos dadas mesmo!

Eu cutuco Caleb e sussurro:

-Droga, as pessoas podem nos ouvir idiotas!

-Desculpe.., ele coça nervosamente a nuca, precisamos mesmo fazer isso?

Eu sinalizo para ele fazer isso. Ele hesita, então ouvimos James e Luke rindo. Caleb olha para eles. Ele se apressa em segurar minha mão para mostrar que podemos fazer isso.

-Vamos mostrar a eles que somos capazes de enfrentar esse maldito desafio! Caleb sussurra para mim, batendo a mão no meu peito.

Eu rio de seu entusiasmo transbordante para provar a eles que não paramos diante de nada.

Vamos aos cinemas ignorando Tiago e Lucas. À medida que avançamos, os olhos se voltam para nós. Ouvimos murmúrios assim que passamos pelos corredores. É preciso dizer que é a primeira vez que nos damos as mãos como casal. É estranho segurar a mão de um garoto, especialmente a de Caleb. Paramos em frente à minha sala de aula que está quase vazia, pois desta vez chegamos cedo. Eu me inclino um pouco em direção a Caleb.

-Você deveria agradecer a Julie por tornar isso mais fácil para nós.

-Quem?, ele me pergunta com uma sobrancelha levantada retirando o braço.

-Você não tem jeito, sabia?

É puro Caleb, nem mesmo lembrando o nome da garota com quem dormiu. Ele me dá um sorriso provocador.

- Diz o cara que foi acordado por um aspersor automático!

Eu finjo estar ofendido, colocando a mão no meu peito. Ele está rindo. Vejo Jack passar pela porta para se sentar. Eu tenho que dizer uma palavra a ele sobre a noite.

-Bem, vou embora, tenho que falar com o Jack, declaro dando-lhe um beijo na bochecha.

Ele pula de surpresa. Solto sua mão e dou de ombros, dizendo um silencioso "não se esqueça do desafio" para lembrá-lo.

Eu posso ouvir assobios vindos de outros alunos no corredor. Ando em direção ao local ao lado de Jack sem ver sua reação a isso. Tenho outras contas para resolver.

Calebe

Um beijo na bochecha? Meu Deus, o que não fazemos com esse desafio estúpido? Já tive dificuldade em segurar a mão dele, então faça outra coisa.

Ouço assobios ao meu redor depois do que Elijah fez. Eu me viro e lanço meu olhar mais sombrio.

-Um problema pode ser?, digo com voz ameaçadora.

Como esperado, todos abaixam a cabeça sem dizer nada. Vou para o meu quarto, que fica no prédio econômico, a poucos minutos do prédio onde vim deixar Elijah, o prédio de literatura. Elijah quer assumir a editora de seus pais. Estou estudando comércio para suceder ao meu pai, que é diretor de uma das maiores empresas do setor de investimentos. O problema é que isso não me interessa muito. Mas não tenho escolha, meu pai é muito rígido com isso.

Sento-me atrás ao lado de James, como sempre. Desabo na mesa sem dizer uma palavra, com a cabeça apoiada nos braços.

-Você e Elijah estão indo bem até agora.

Viro a cabeça para James, que observa o professor se acomodar e começar a aula.

"E se eu me apaixonar por ele?" Eu sussurro sério.

"O QUE?" James grita, virando-se de repente para mim.

-Um problema, Sr. Carter?, pergunta o professor de economia.

James me olha intrigado por mais alguns segundos antes de se virar para o professor.

- Não, não, com licença.

Ele volta para a aula sem protestar, James é um dos melhores alunos, nunca o culpamos por nada.

-Uma pequena vingança por esta manhã, digo com um sorriso no rosto.

- Bastardo, você me assustou!

Estou brincando. Como eu poderia me apaixonar por um cara? É a melhor piada do ano.

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