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Capítulo 5

"As lágrimas são as pétalas do coração."

Rosa.

Eu tive-o até aqui! Eu me sinto tão solitário. O que eu poderia ter feito para merecer isso? Sempre fui legal com todo mundo, não machuquei ninguém. Não entendo porque a vida faz isso comigo. Tudo o que espero é acordar e dizer a mim mesmo que foi apenas um pesadelo. Eu me pergunto se meu pai deveria estar preocupado. Duvido. Será que ele notou meu desaparecimento?

Batemos duas vezes antes que a porta se abrisse e Justin aparecesse com uma bandeja na mão. Ele o coloca na mesa de cabeceira e se senta ao meu lado.

- O que você quer ? Eu perguntei a ele um pouco abruptamente.

- Você deve comer.

- Eu não estou com fome. Você pode dizer a Damien que não quero nada dele.

- Eu preparei. Ele me disse. Achei que você devia estar com fome.

Eu me sinto estúpido. Ele só quer fazer o bem. Ele não fez nada para eu ficar na defensiva com ele.

- Sinto muito. Eu me desculpei. Só estou cansado de estar aqui.

- Eu entendo.

Eu me inclino e pego a bandeja. Eu como os sanduíches em silêncio. Ele apenas olha para o chão. Tomo um gole do suco de laranja e o observo. Ele é bastante fofo. Cabelos pretos, olhos azuis e um corpo musculoso. Ele poderia ser um modelo. Ele é o tipo de homem que todas as garotas adoram.

- Eu sou tão bonito? Ele me pergunta, virando a cabeça.

Quase engasgo com o suco. Ele ri enquanto minhas bochechas coram. Achei que ele estava olhando para o chão. Deve ser outra habilidade de lobo.

- Terminei. Eu digo a ele, apontando para a bandeja. Você pode sair.

Mesmo que ele afirme o contrário, sinto que ele está ali apenas por obrigação. Eu não vou fazer ele ficar aqui por mais tempo então.

- Não, eu quero ficar.

- Para que ? Eu perguntei sussurrando.

- Eu sei que você se sente sozinho. É normal, você não tem com quem conversar. Ele responde com sinceridade. De qualquer forma, estou sozinha lá embaixo para que possamos ficar juntos.

Eu não esperava tal resposta.

- Não vou te contar nada sobre Damien. Afinal, você é o tolo dele, dirá a ele. Eu admiti.

- Eu não vou fazer isso. Damien não precisa saber de tudo. E eu sei guardar segredos.

- Desculpe, mas ainda não confio em você para isso.

Ele concorda. Mesmo que ele pareça legal, isso não significa que eu possa confiar nele. Eu quero que ele saia. Eu me sentiria melhor sozinho.

- Vai ficar muito tempo aqui? Eu perguntei tentando não soar muito rude.

- Eu tenho que cuidar de você esta semana. Ele me informa.

- Cuidar de mim? Eu repeti. Mas por que ?

- Damien tem coisas para fazer, ele não vai poder ficar com você.

Muito melhor. Não tenho vontade de vê-lo. Fico melhor quando ele está fora. Eu olho para Justin. Ele realmente parece ser um cara legal. E de repente sinto que fui rude. Ele só queria me ajudar.

- Você conhece Damien há muito tempo? Eu pedi a ele para mudar a conversa.

- Sim. Ele responde sorrindo. Meu pai e o de Brad eram os betas do pai de Damien. Nós nos conhecemos desde sempre.

- Onde está a família dele? Eu perguntei a ele. Eu não os vi.

- É complicado. Ele simplesmente responde. Não cabe a mim falar sobre isso.

Eu aceno com a cabeça. Ele não está errado, mas não consigo ver Damien me contando sobre sua família.

Passamos o resto do dia com Justin na cama. Ele nunca parou de me fazer rir e sou grata a ele. Fazia muito tempo que eu não ria assim. Enfim, eu gosto.

Eu me viro na cama, estou cansada de ficar na cama mas desde que Justin saiu, uma dor insuportável na cabeça me impede de levantar. Ouço a porta abrir. Está escuro, então não consigo ver nada. Deve ser Justin.

-Justin? Eu sussurrei.

- O que Justin faria a essa hora? ele pergunta friamente.

Damião. O que ele está fazendo lá? Achei que ele estava ocupado! Eu o ouço tirar a camiseta e a calça antes de ficar debaixo do cobertor de cueca. Tê-la ao meu lado meio vestida me faz sentir estranho. Ele coloca o braço no meu quadril e pressiona o peito contra as minhas costas.

- Não me toque! Eu fiquei com raiva em uma voz fraca.

Falar aumenta a dor. Fecho os olhos e tento não pensar nisso.

- O que você tem ?

- Nada.

- Eu não vou repetir.

- Só estou com dor de cabeça. acabo dizendo.

Ele se levanta e sai da sala. Muito melhor. Mas ele volta. Ele acende a luz e fica na minha frente com paracetamol e um copo d'água.

- OBRIGADO. Eu digo enquanto bebo.

Evito olhar para ele. Especialmente porque ele está quase nu. Coloco o copo na mesinha de cabeceira e ele vai apagar a luz. Uma vez na cama, ele me puxa de volta contra ele. A dor sendo muito intensa, eu deixei ele fazer isso. E estranhamente, isso não me incomoda mais tanto.

Eu acordo sozinho nesta cama grande. Onde está Damião? Não, bem, isso não é problema meu. Eu saio da cama sem enxaqueca desta vez. Quando eu estava prestes a virar a maçaneta do banheiro, ela se abriu em Damien. Ele só usa uma toalha em volta dos quadris.

Eu me viro e sento na cama. Vou esperar ele terminar de se vestir e sair para o meu banho. Ele sai vestido com jeans e uma camiseta azul. Ele se encosta na porta do camarim e me encara. Eu me pergunto o que ele poderia estar pensando.

Ele se aproxima de mim e gentilmente pega minha mão para se levantar. E ele me leva em seus braços. Eu não me mexo, chocada com este gesto. Esse cara é bipolar. Eu ainda tenho que admitir que cheira muito bem.

- Você é meu e só meu. ele sussurra contra o meu pescoço.

- Eu não pertenço a ninguém. E especialmente não para você. Eu digo enquanto me liberto de seus braços.

- Cala a boca antes que eu comece a ficar com raiva. Ele me avisa. Coloque isso na sua cabeça: VOCÊ É MEU!

- NÃO ! Eu tinha uma vida antes de você e por suas falhas, não tenho mais! Você é egoísta!

Ele cerra os punhos. Estou com medo do que vem a seguir, mas não posso acreditar que pertenço a ele. Eu não pertenço a ninguém! Só porque somos almas gêmeas não significa que sou dele.

- Sabe no que vou começar a pensar se você continuar?

- Não. Respondi desconfiado.

Ele agarra meu braço e me empurra para a varanda. Ele abre as portas e me pressiona contra a grade, pressionando minha nuca para me empurrar para baixo. Eu seguro o corrimão com força.

- POR FAVOR, JOGUE FORA A JANELA!

Ele me solta e sai, batendo a porta. Eu tive-o até aqui ! Eu caio no chão e choro. Eu não aguento mais. Lágrimas de fúria enchem meus olhos. Estou furiosa comigo mesma por não poder mudar essa situação.

Faça-me morrer! Eu te imploro ! Isso tudo é demais para mim! Demais !

Eu ouço a porta a porta se abrir. Eu não quero ver Damien. Deixe-o ir para o inferno. Eu olho para cima e vejo o olhar preocupado de Justin. Ele se abaixa e acaricia minhas costas. Este gesto aumenta minhas lágrimas. Por que estou em tal situação?

Ele me pega nos braços e me deita na cama. Sento-me e fecho os olhos tentando parar de chorar. Quando penso que deveria ir para a escola, em vez de chorar aqui, não consigo conter as lágrimas e choro silenciosamente.

Justin se senta ao meu lado e acaricia meu cabelo.

- Shh, acalme-se. Ele sussurra para mim suavemente.

E foi aí que comecei a chorar.

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