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2

Saímos do avião em sincronia. Eu me aproximo dele.

-E quando começa? Eu sussurro para ele.

"Agora", ele disse, pegando minha mão.

Esse simples toque provoca arrepios em toda a minha mão. Mantenho a cabeça fria e ajo como se fosse natural. O que não é. Eu, Gabby Armis, de mãos dadas com o Príncipe Bastra. Seus dedos entrelaçam os meus. Entramos no aeroporto de Istambul. Montes de músculos em uniformes elegantes nos acompanham. Estes são armários espelhados.

No prédio, olhos curiosos examinam cada movimento nosso. Quero me enterrar seis pés abaixo. Éloys, ele não parece afetado. Seu comportamento permanece frio e impassível. Ele caminha pelo corredor, sem sequer olhar para os outros ao redor. Ele olha para mim e um sorriso se forma em seus lábios antes de desaparecer para dar lugar ao seu olhar habitual.

Estou esperando Éloys trazer nossas malas, mas um jovem se aproxima de mim.

"Olá", diz ele, encostado na parede.

Eu dou a ele um sorriso educado. Relutantemente, ele não entende a mensagem e fica ali. Seus olhos escuros me percorrem da cabeça aos pés.

-Você está esperando alguém? pergunta o homem.

-Na verdade...

- Na verdade, ela está comigo.

Dirijo-me a quem respondeu por mim. O jovem príncipe está diante do desconhecido. Parece que ele está tentando mostrar seu domínio. O que funciona, porque o homem sai sem dizer nada. Viro-me para Éloys. Ele coloca minha mala na minha frente.

“Sabe, eu posso me virar sozinho”, eu disse.

-Não. E o que dissemos antes, Gabby?

Sem formalidade. Chame-o de Éloys e não de "senhor".

- Sim. Desculpe, Éloys.

Ele acena com a cabeça e continua seu caminho. Sigo seus passos.

No carro dele, quero dizer, na limusine preta, nem uma palavra sai da minha boca.

-Onde você passou sua infância? Eloys me pergunta.

Respiro com dificuldade e olho para minhas mãos. Eu toco desajeitadamente com os dedos.

-Em Nova Jersey. Quando eu tinha doze anos, meus pais e eu nos mudamos para Washington por causa do novo emprego de meu pai. Depois, voltou para Londres. Onde passei o resto da minha adolescência e construindo minha carreira. Você?

- Quase não me mexi. Toda a minha infância aconteceu dentro das muralhas do castelo sabendo como reagir diante do público, o que fazer... O que não fazer... Quando eu tinha quinze anos, fui para o exterior fazer uma faculdade de administração. Graças a isso, praticamente dei a volta ao mundo.

Sua história me entristece, mas bebo suas palavras. Parece que tudo o que ele diz é interessante.

-Ou?

-Fui a Paris, Veneza, Roma, Tóquio...

-Paris? Roma? Cidades tão importantes na história deste mundo! Eu reclamo, levantando os braços para o céu.

-Você só viaja muito raramente, não é?

-De fato. Com o meu trabalho é difícil descansar.

O carro para em frente a uma das casas mais antigas e rústicas que já vi. Tem um lado antigo, mas tão bem conservado que faz o seu charme por fora. Saio do carro e admiro esta casa enorme.

-ENTÃO? Suas impressões? pergunta uma voz profunda atrás de mim.

Eu me volto para ele. Eu sorrio para ele.

-É a coisa mais linda que já vi.

- Depois de mim eu espero, ri o príncipe.

Eu rio desse pique bastante arrogante. De repente, um bando de servos sai de casa e entra na fila. Éloys atravessa e eu sigo. Uma vez lá dentro, meus olhos brilham. É tão lindo.

Uma jovem de cabelos pretos como Éloys desce as escadas e corre para seus braços. O príncipe aperta o abraço enterrando a cabeça nos cabelos dela. Vejo a cena, mas não sei onde ficar. Devo deixá-los sozinhos? Para onde sair?

Éloys sai correndo e seu sorriso é brilhante. Pela primeira vez, vejo seu sorriso verdadeiro.

Ele se vira para mim e faz as apresentações:

-Gabby, essa é a Artânia. Minha meia irmã.

Sua meia-irmã sorriu para mim, estendendo a mão.

-Encantado! Presumo que você seja aquela garota famosa..?

- A garota contratada? Sim, sou eu, estou brincando.

Éloys pigarreia com minha resposta sarcástica.

-BOM! Agora que as apresentações terminaram... Gabby, minha querida irmã vai fazer você assinar os papéis. Estou aqui.

-Sim! É verdade! Vamos! Vamos!

Ela gesticula para que eu a siga e é isso que eu faço.

Na sala concluo que se trata de um escritório. Um escritório impecavelmente arrumado. Tudo em seu lugar. Artania me entrega um documento. Sendo um bom advogado, li todas as páginas, sem exceção. No final, assino onde diz para fazer isso.

Com a papelada assinada, Artania me guia até meu quarto.

Ela abre a porta e me deixa entrar. Minha respiração fica presa quando inspeciono esta sala. Já não é um quarto, mas sim uma suíte! Tenho meu próprio banheiro, uma cama enorme, uma escrivaninha com alguns lençóis e um laptop, coloquei minha mala pesada na cama king.

-Você gosta do seu quarto? disse a meia-irmã de Eloys.

-Muito.. Mas, é demais...

-O que? Pfff, parece que você não viu as outras peças. Você vai cair no chão!

Eu rio com ela. Artania é uma garota espirituosa e dinâmica. Parece que ela está sempre alegre. Então ela se retira, deixando-me sozinho nesta grande sala. Suspiro e decido esvaziar minha mala.

Eu não conheci ninguém. São onze e meia da noite, estou cochilando. Deslizo minha mala para baixo da cama e vou para a cama.

Durante a noite, ouvem-se passos. Acordo, todos os meus sentidos estão alertas. Não me atrevo a me levantar.

Minha porta se abre. Uma figura escura aparece no meu campo de visão. Depois de alguns segundos parada sem fazer nada, a pessoa vai embora.

Não sei o que aconteceu, mas foi estranho. Muito estranho.

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