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Prólogo

Heather estava perdida em pensamentos enquanto o carro se aproximava fatalmente de sua nova casa. Paige. Ela só pensava em Paige, sua irmã mais nova desaparecida. Ela ainda se lembrava de seu sorriso provocador e de sua paixão por aprender. Aprenda a ser um bom caçador.

Os Trowns foram caçadores de vampiros de geração em geração e Heather não foi exceção a essa tradição. Ela nasceu para matar, para sobreviver, para proteger. Heather até queria se tornar policial para ter acesso mais fácil aos registros sobrenaturais. Em São Francisco ela teria muito trabalho, esta enorme cidade estava cheia de assassinatos relacionados a vampiros.

Mas São Francisco estava longe agora. Os pais de Heather decidiram deixar esta cidade para se estabelecerem em outra, menor e mais tranquila. Heather só tinha mais um ano e depois iria para uma escola especial para se juntar à polícia.

O carro parou em frente a uma casa bege num subúrbio tranquilo. Heather saiu correndo e abriu o porta-malas onde havia algumas coisas dela que não podiam ficar nas vans de mudança. Ela os pegou antes de entrar em sua nova casa e subir direto para cima sem dizer uma palavra. Ela não queria conversar.

Heather estava muito zangada com seus pais. Ela os acusou de abandonar Paige. Ela se recusou a acreditar que estava morta, pois sua irmã ainda estava viva e ela encontraria o monstro que a mantinha prisioneira.

- Mesclado? Os caminhões de mudança chegaram. Você poderia vir buscar o que é seu? Chamou-a de mãe.

A jovem saiu e pegou o máximo de papelão que pôde. Seu pai montou sua cama, seu colchão com a ajuda da transportadora. Depois de uma hora e meia, Heather se viu sozinha em seu quarto vazio, cercada por caixas contendo seus únicos pertences. Sua cama de casal estava encostada na parede à sua esquerda, de frente para a cômoda. A menina tirou uma pequena moldura branca e colocou-a na cômoda. A foto era dela com Paige. Heather cerrou os dentes antes de se virar.

Ela então abriu uma sacola esportiva contendo armas feitas de prata, principalmente adagas e flechas. Ela poderia carregar uma arma com balas de prata quando atingisse a maioridade, aos 21 anos. Ela então desempacotou seu arco composto preto e o equilibrou contra a parede. Quanto ao resto de suas armas, ela as mantinha cuidadosamente guardadas debaixo da cama. Ela esperava não ter que usá-lo aqui.

Heather então passou o resto do dia online, tentando invadir os arquivos da polícia de São Francisco para ver se havia alguma pista sobre o desaparecimento de sua irmã. Infelizmente eles não estavam avançando. A garota suspirou enquanto fechava o laptop. Seu celular tocou e ao ver o nome nele, Heather atendeu rapidamente.

-James? Você tem notícias ? ela atacou.

Ela ouviu seu ex-mentor suspirar. Sua tênue esperança desmoronou instantaneamente. Ela conhecia James bem o suficiente para saber se ele tinha algo novo para lhe contar ou não.

“Heather,” ele sussurrou. Sua mãe me contou em que estado você se encontra no momento. Eu sei que é difícil, mas você não deve culpá-los.

- Mas eles se foram! Eles o abandonaram! ela gritou.

- Eles fizeram isso para proteger você, Heather. Coloque-se no lugar deles também, eles acabaram de perder a filha.

Heather respirou fundo para conter as lágrimas que brotavam dela. Ela odiava chorar, especialmente na frente dele. Ele a moldou, treinou, fez dela o que ela era hoje. Ela lhe devia tudo, mas acima de tudo ser forte.

- Perdi minha irmã, James. E não passa um segundo sem que eu pense nela. Isso está me matando por dentro, me sinto impotente nessa situação e isso está me deixando louco.

Apesar dos tremores em sua voz, Heather conseguiu não chorar. James ficou em silêncio por alguns segundos.

- O que você vai fazer ? ele finalmente perguntou.

- Vou passar no último ano e integrar uma academia de polícia. Estou até pensando em integrar um ramo um pouco mais... secreto.

- Sério, Heather. O que você está planejando fazer com Paige?

- Eu vou encontrá-la. E para o vampiro que o sequestrou, eu iria infligir mil torturas nele até que ele me implorasse para acabar com ele. Quando eu me cansasse de brincar com ele, tiraria a vida dele com uma alegria indisfarçável, finalizou ela com um sorriso malicioso.

James suspirou mais uma vez.

"Você não pode fazer isso sozinha", ele assegurou a ela.

- Estou bem ciente disso. É por isso que você vai me ajudar.

* *

*

Aiden olhou para o livro à sua frente, mas não conseguiu se concentrar. A matilha exigia mais segurança, à medida que outras matilhas se mudavam para a cidade. Ele até tinha visto alguns betas de um bando desconhecido na escola. O professor continuou a dar a aula, sem saber que os seus alunos não se importavam realmente com a história dos países que nunca visitariam.

O jovem Alfa recebeu uma bola de papel no ombro e a pegou antes que esta caísse no chão. Desdobrou-o e reconheceu a caligrafia hesitante de Ben, seu Beta.

"Lua cheia hoje à noite, vejo você como sempre? Ellie também vem?"

Aiden se virou e assentiu. Ben lançou-lhe um olhar aliviado. Ele teve problemas para não se transformar durante a lua cheia, Ellie, outra das Betas de sua matilha, estava ajudando Ben a se controlar. Os resultados foram inconclusivos, então eles se encontravam uma vez por mês na floresta e corriam, brincando em sua forma lupina para fazer desta noite, não uma tarefa árdua, mas um prazer.

Aiden discretamente pegou seu telefone e mandou uma mensagem para Ellie pedindo que ela os encontrasse hoje à noite. Ellie era mais nova que eles, ela só iria para a escola no ano seguinte. Ben estava feliz por estar no último ano para não ter que tolerá-la. Ele tinha um talento especial para dizer isso na frente dela, seguido por uma briga sem fim onde Aiden foi forçado a intervir.

O sinal tocou anunciando o fim da aula. Todos os alunos se levantaram em uníssono e correram para a saída. Aiden se juntou a Ben que estava esperando por ele do lado de fora da sala. Uma vez no auge, o Beta deu-lhe um grande tapinha nas costas.

- ENTÃO ? Pronto para esticar as pernas esta noite?

- Eu iria, mas também tenho uma prova para revisar amanhã, então não vou demorar muito.

Ben revirou os olhos.

- Sério Aiden? Achei que você fosse mais legal que isso! Venha se divertir!

Aiden balançou a cabeça. Eles haviam chegado ao armário dele. Ele o abriu e colocou suas lições antes de pegar o livro que precisava revisar.

- Você é um Alfa, droga! Convocou-o como amigo.

Aiden revirou os olhos, ele às vezes achava que Ben era infantil.

- Ser um Alfa me fará viver com conforto? Não. Um emprego, sim.

- Mas você vai assumir a empresa do seu pai, Aiden. Não é como se você não fosse rico também.

Aiden bateu o armário, fazendo um barulho alto. Ele enfrentou seu Beta e olhou para ele.

- O fato de eu estar cheio de dinheiro e de ter meu futuro garantido não é motivo para ser idiota. Quero aprender coisas, ser um bom Alfa para minha matilha.

- E faça muitas garotas para você, brincou Ben com uma piscadela forte.

Aiden sorriu um pouco.

- Quero escolher uma boa Luna. A matilha precisa disso.

- Mas você tem dezessete anos!

O Alfa encolheu os ombros. Ele sabia que sua decisão era a certa. Não importa quão jovem ele fosse, estes não eram tempos seguros para lobisomens. Entre as guerras entre as matilhas e os caçadores, Aiden não podia se dar ao luxo de sentar-se confortavelmente na cadeira que seu pai ocupava uma vez. Ele tinha que fazer alguma coisa. Ele tinha que devolver a confiança à sua matilha e, para isso, nada melhor que uma Luna.

- Preciso encontrar uma Luna para a matilha, justificou Aiden.

Não importava se esta Luna era bonita e doce. Ele só queria influenciar sua matilha com força. Ele precisava de uma Luna a todo custo, mesmo sabendo que nunca teria sentimentos por ela.

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