Capítulo 3
Aiden saiu da sala de aula completamente abatido. Este exame foi muito mais difícil do que ele pensava. Uma mão o agarrou e o puxou de volta. Ben parecia agitado.
- Algo está errado ? Aiden perguntou.
Ben passou a mão pelo cabelo loiro escuro antes de suspirar.
- Algo aconteceu ontem.
Aiden franziu a testa e a levou para um canto do corredor, longe de ouvidos curiosos.
- Você machucou alguém?
Ben balançou a cabeça.
- Você tem... Vou ter que esconder um corpo por sua causa?
Ben ergueu a cabeça e lançou-lhe um olhar magoado. Ele colocou a mão no peito teatralmente.
- Sua confiança em mim me dá asas. Sério, Aiden, ainda sei como me controlar.
"Diga-me o que está acontecendo então, em vez de rodeios", ele ordenou.
- Ontem conheci uma garota. Um caçador.
Aiden franziu a testa. Os caçadores estavam se tornando cada vez mais agressivos. Inicialmente, eles caçavam apenas lobos perigosos. Aqueles que mataram e feriram humanos. Mas com o passar dos anos, eles atacaram lobos inocentes pertencentes a grandes matilhas. Guerras entre caçadores e lobisomens eclodiram então.
- Você o atacou? Bem, por favor, diga-me que você não o atacou.
- Não, eu não fiz. E ela também não, aliás. Ela ficou até surpresa ao me ver. Não acho que ela estivesse procurando lobisomens. Ela me disse que não atiraria em mim.
Aiden pensa por alguns segundos. Ele achou estranho. Em geral, assim que um caçador se encontrasse na presença de um lobisomem, ele atiraria nele.
- Então o que ela está caçando?
- Essa é a questão, meu caro amigo.
Ben deu-lhe uma piscadela que fez Aiden revirar os olhos. O Beta era incorrigível. O toque do celular o assustou. Ele escondeu de Ben, que estava tentando ler de cabeça para baixo.
"Venha para casa imediatamente."
A mensagem veio de sua mãe. Ele colocou o celular no bolso.
- Eu tenho que ir. Divirta-se !
- O que ? Trapaceiro! Você reclama de ser um Alfa, mas isso é muito legal. Seque-se quando quiser, Ben resmungou.
Aiden saiu do estabelecimento com um sorriso estampado no rosto. O que ele faria sem aquele estúpido Beta ao seu lado?
* *
*
Heather ouviu atentamente o que a aluna lhe explicava. Essa aluna, Rogue, se sua memória não estivesse falhando, gentilmente concordou em mostrar-lhe a escola. Vampira era uma linda garota loira com olhos castanhos, pequena, Heather era uma cabeça mais alta que ela.
- Mostre-me sua agenda, por favor.
Heather entregou-lhe o pedaço de papel que ela não entendeu com um sorriso. Rogue examinou os nomes dos quartos antes de devolvê-lo.
- Você tem história. Vou te levar lá, a aula vai começar em breve.
Heather seguiu Vampira pelo prédio. Felizmente ela estava lá, caso contrário ela teria se perdido. Eles chegaram em frente a uma sala onde havia vários estudantes. O professor ainda não havia chegado.
- Bom, está aqui. Espero que você consiga se acomodar rapidamente. Se precisar, aqui está meu número.
Ela entregou-lhe um pedaço de papel. Heather aceitou agradecendo. Ela então entrou na sala e sentou-se no fundo, ao lado de um garoto de cabelos loiros escuros, constituição atlética e traços masculinos. Ele era muito atraente. E quando ele colocou seus olhos azuis claros nela, a garota corou e abaixou a cabeça.
Ele olhou para ela com insistência e pareceu chocado ao vê-la. Ela olhou para cima antes de lhe dar um sorriso tímido que ele não respondeu. Ele ainda estava olhando nos olhos dela, a boca entreaberta. Finalmente, ele se inclinou para ela.
- Olá, ele respirou. Meu nome é Ben e você?
Ela ficou lá por um momento. Esse cara totalmente gostoso estava conversando com ela. Ela se recompôs rapidamente para não parecer louca.
- Mesclado. Sou nova, ela se sentiu obrigada a esclarecer.
Ben deu-lhe um sorriso encantador que fez seu coração ficar engraçado. Suas bochechas brilharam novamente. Ela amaldiçoou internamente. Ela parecia ridícula.
- Sim, eu notei, ele sublinhou com uma piscadela.
Heather mordeu o lábio inferior. Esse garoto fez tudo para ela. Estranhamente, ela se sentia segura com ele.
- Você não deve estar familiarizado com o ensino médio, continuou ele. Se quiser, posso explicar como funciona.
- Obrigado isso é muito gentil da sua parte.
- Legal, esse é meu nome do meio.
Heather sorriu. A entrada do professor de história pôs fim à discussão. A jovem se afastou de Ben e seguiu o percurso da melhor maneira que pôde – sem olhar para esse canhão que lhe servia de colega de classe. Este último não teve vergonha de dar uma olhada nele.
O toque a assustou. Ela guardou seus cadernos e livros e se levantou. Ben ficou na frente dela e se elevou sobre ela com sua altura gigante. Ele devia ter um metro e meio de altura, ela tinha certeza disso. Ele estendeu a mão para ela, que ela olhou por um momento sem entender. Este último era enorme e ela teve a impressão de que ele poderia esmagar o seu com um simples aperto.
- Vou te levar para um lugar mais tranquilo, você vai ver, é legal.
Heather assentiu antes de colocar a mão na dele. Ele então a conduziu pelos corredores para finalmente se encontrar do lado de fora. O sol se punha lentamente, dando ao céu uma cor rosada. Sentaram-se num banco de madeira clara com iniciais gravadas.
- À Quanto tempo você esteve aqui? Ben perguntou de repente.
Heather percebeu que o tato não era sua maior qualidade, longe disso. Isso o suaviza em vez de irritá-lo.
- Ontem de manhã. Tenho a impressão de que esta cidade é pacífica.
Ele olhou para ela antes de continuar.
- Ah, você acha? Isso é porque você não ficou aqui o tempo suficiente.
- Eu morava em São Francisco antes.
- Oh. Não é ao lado. Porque você saiu?
Heather abriu a boca antes de fechá-la. Uma dor aguda se instalou no coração. Ela deu-lhe um pequeno sorriso.
- É... eu não quero falar sobre isso, ela confessou.
Ele ergueu os braços, como se estivesse ameaçado por uma arma.
- Me prometa que não matou ninguém e está fugindo, brincou ele.
Heather riu e o empurrou suavemente. Ele riu de volta antes de ser interrompido pelo toque de seu telefone. Tirou-o do bolso, leu a mensagem que recebeu e franziu a testa, obviamente descontente.
- Algo está errado ? Perguntou a garota.
Ele balançou a cabeça e guardou o celular.
- Se tudo correr bem. Ele é apenas um amigo que respeito muito e que precisa se ausentar por alguns dias.
Heather assentiu suavemente, ela não sabia o que dizer.
- Isso nos permitirá passar mais tempo juntos antes que você o ache mais bonito que eu e se apaixone por ele, ele resmungou.
Heather quase engasgou com a própria saliva. Ela olhou para ele com os olhos arregalados. Ele começou a rir.
- Brincadeira, eu sou o mais bonito, ele riu.
A jovem riu baixinho, enquanto se perguntava se ele estava falando sério. Ela o observou por alguns segundos. Ele não parecia nada sério, o que o tornava ainda mais atraente.
"Eu não diria isso", ela tentou.
Ele fingiu se sentir magoado antes que seu telefone tocasse novamente.
- É seu amigo ? ela perguntou.
Ele assentiu antes de franzir a testa.
- Ele está no estacionamento, esperando por mim.
- Achei que ele tinha que ir embora.
- Sim, mas ele tem algumas coisas para me passar primeiro.
Ele deu um pulo tão rapidamente que surpreendeu Heather. Ele então estendeu a mão para ela novamente, que ela aceitou sem hesitação desta vez. O calor da palma da mão dele a surpreendeu, não estava tão quente assim. Ele a puxou para frente para levantá-la e então a guiou através deste labirinto.
- Aliás, você ainda não me contou.
Heather olhou para ele enquanto eles passavam pela porta principal, que levava ao estacionamento.
- O que ?
- Se você me acha linda ou não.
Heather, surpresa, começou a rir. Ele parecia estar esperando por uma resposta dela. Ela então realmente o observou. Ela revisou seu jeans que estava um pouco apertado demais para suas pernas musculosas, assim como sua camiseta cinza, não deixando mistério sobre sua musculatura perfeita. Seu cabelo loiro escuro bastante longo e bagunçado, seus olhos azuis que a perfuravam e pareciam lê-la como um livro aberto. A garota se inclinou para ele e sussurrou em seu ouvido.
- Acho que o adjetivo “linda” está muito aquém do que você realmente é.
Ela então se afastou de Ben, que sorria como um idiota. Heather então foi até o carro. Ela ouviu o som de um veículo parando atrás dela. Ela congelou instantaneamente. Ela se sentiu estranha, como se seu corpo quisesse seguir o caminho oposto. Ela se sentiu atraída como um ímã, mas balançou a cabeça, recuperando a compostura antes de entrar no carro.