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Capítulo 5 Preparando o café da manhã

Grupo Atkinson.

Fletcher Atkinson, um homem de mais de quarenta anos, estava em seu escritório, ajoelhado diante de um jovem, que estava na casa dos vinte e poucos anos. Com o rosto coberto em lágrimas, emocionado, ele parecia estar diante dos seus pais.

— Defensor, diga-me que eu não estou sonhando. É realmente você? — Fletcher segurava a barra da calça barata e simples do jovem, engasgando nas próprias palavras.

— Levante-se, Firefist — disse Kayden olhando para baixo, encarando Fletcher.

Fletcher se levantou do chão enquanto enxugava as lágrimas.

— Defensor, eu quero saber, o que aconteceu naquela época? Por que apenas encontraram o corpo do comandante das dez nações, e o seu não? — perguntou Fletcher, ainda com a voz aos prantos.

— Essa é uma história longa, e não quais palavras usar para te explicar agora. Eu te contarei, quando for o momento certo — respondeu Kayden, depois de ficar pensativo por alguns segundos.

— Agora você é o chefe da família Atkinson? — perguntou Kayden.

Fletcher ficou surpreso, hesitou por um instante, com uma expressão complicada.

— Defender, depois de ficar sabendo da notícia da sua morte, eu me aposentei. Na verdade, a minha família já precisava da minha ajuda há muito tempo, mas eu sempre preferi ficar ao seu lado e servir a você. Eu assumi a posição de chefe da família pouco tempo depois de voltar para casa. Mas, basta você dizer uma palavra e, estou pronto para voltar o sul para lutar ao seu lado. — respondeu ele.

Para outras pessoas, ele poderia estar mentindo ao dizer tal coisa, mas diante de Kayden, Fletcher não ousava mentir. Enquanto Kayden fosse o comandante do Sul, ele não hesitaria em segui-lo para a guerra.

Este era o homem que, com o poder das próprias mãos, havia protegido as fronteiras de Seclela e matado o comandante das dez nações, assustando os inimigos perigosos que espionavam o território. Quem não iria querer seguir uma pessoa assim? Quem não se orgulharia de ser seu subordinado?

Aqueles que antes foram seus soldados, agora eram grandes honrados em Seclela.

— Não estou aqui para falar disso hoje. Há uma situação em que preciso de um favor seu — disse Kayden, acenando com a mão.

— Comandante, suas palavras são ordens. Enquanto estiver vivo serei seu soldado, irei protegê-lo até o fim dos tempos. Não importa o que seja, o que precisar, basta ordenar, estou à disposição, mesmo que isso me custe a vida — respondeu Fletcher, com confiança.

— Não é nada assim tão sério. Preciso que você faça um favor para minha esposa. Você está desenvolvendo um território no sul de Hiphia, certo? Quero que minha esposa se torne fornecedora de todos os materiais de construção para o projeto. Ela precisa desse contrato.

Fletcher ficou perplexo, boquiaberto de surpresa.

— Senhor, você se casou? — perguntou ele.

— Sim, casei há três anos — disse Kayden assentindo levemente.

— Pode deixar comigo, irei tratar de tudo e organizar o contrato para a sua esposa. — Fletcher respondeu, ainda com uma expressão de incredulidade.

Logo depois, ele pensou consigo mesmo, tentando imaginar a aparência da mulher que teve a honra de conquistar o coração do Deus de guerra.

À noite, após passar horas ouvindo Scarlett reclamar, Georgia finalmente foi para a cama. Naquele momento, Kayden já estava dormindo. Mais cedo, depois de sair da reunião da família Adams, ele havia desaparecido. Georgia queria perguntar sobre sua saúde, mas não econtrou a oportunidade para fazê-lo.

Ela se aproximou cuidadosamente de Kayden, em silêncio observava a sua respiração suave.

— Às vezes, a curiosidade bate e eu realmente queria entender o por que do vovô me fazer casar com você. Eu poderia estar vivendo uma vida ótima, mas, por sua causa, me tornei motivo de piada e deboche em Hiphia. Eu sinto um certo desgosto por você, desgosto por você nunca entender nada, por nem sequer me confortar. Mas também simpatizo com você, por ser tão inocente e puro. Eu realmente gostaria muito de saber que tipo de pessoa você era antes de perder a memória. — Ela sussurrou para si mesma.

Enquanto falava, de repente, ela tocou suavemente o rosto de Kayden, gentilmente, como uma mãe carinhosa acariciando o filho. Não era a primeira vez que ela falava com Kayden dessa forma. Sempre que se sentia triste ou mal-humorada, ela desabafava com ele.

Antes, Kayden não entendia nada, mas agora ele compreende tudo. Na verdade, ele não estava dormindo, apenas tinha os olhos fechados por hábito.

De repente, uma mão forte e grande segurou a mão de Georgia, fazendo-a estremecer o corpo inteiro de susto. Até que Kayden abriu os olhos e sentou-se na cama, encarando fixamente para Georgia.

— O que você está fazendo? — O rosto de Georgia se fechou, e como instinto ela empurrou Kayden.

A força do seu empurrão era praticamente nula e não teve efeito em Kayden, que nem se moveu. Após o impulso, Georgia instantaneamente se arrependeu por ter batido num tolo. Será que tinha exagerado?

De repente, Kayden sorriu.

— Não se preocupe, logo você saberá quem eu realmente sou. Sou grato por tudo que você fez por mim, trabalho duro todos esses anos. A partir de agora, é a minha vez de cuidar de você! Não vou deixar ninguém mais neste mundo te intimidar e machucar — disse ele.

As palavras de Kayden surpreenderam Georgia novamente. Embora ela já estivesse suspeitando que Kayden tivesse recuperado a memória, ao realmente se deparar com esse momento, ela não sabia como reagir

— Vá dormir. E não se preocupe, quanto ao contrato, eu irei te ajudar — disse Kayden calmamente, voltando a se deitar.

Antes de se levantar, Georgia ficou parada por um minuto, perplexa.

Ela não tinha ouvido ou visto errado. Kayden realmente estava falando com ela, e ao que parece, ele havia recuperado a memória.

Aquela noite, Georgia não conseguiu dormir, rolando de um lado para o outro na cama, enquanto Kayden não disse mais nenhuma palavra.

Na manhã seguinte, como resultado da noite mal dormida, Georgia acordou com olheiras. Ao se levantar, ela reparou que Kayden já estava acordado.

Ela correu para a sala atrás dele, e encontrou-o saindo da cozinha com dois pratos de macarrão nas mãos.

— Está acordada? Venha tomar café — disse ele.

Depois disso, ele então se sentou e começou a comer o prato macarrão.

Apesar de não ser a primeira vez que ela via Kayden, o homem à sua frente parecia um completo desconhecido. O Kayden do passado não fazia nada, e agora ele estava até cozinhando para ela.

Georgia se ajeitou rapidamente e foi até a mesa de jantar. Ela estava apreensiva, olhando para o prato de macarrão, sem saber como começar a comer.

Enquanto isso, Kayden já tinha terminado a sua refeição e levantou para lavar o próprio prato. Só então Georgia se atreveu a provar o macarrão. Na primeira garfada, ela ficou instantaneamente surpresa.

“Meu, estava uma delícia! Eu nunca havia comido um macarrão tão saboroso.”

Em pouco tempo, ela limpou o prato. Foi então que o seu celular tocou. Era sua avó.

— Georgia, você tem certeza que não quer se divorciar daquele tolo? — perguntou a avó.

Georgia ficou surpresa, olhou para Kayden lavando a louça, e respondeu com um leve “uhum”.

— Certo, já que essa é a sua decisão, não vou te forçar a nada. Mas você tem uma semana. Quero ver o contrato com o Grupo Atkinson em uma semana. Se não conseguir arranja-lo, ou você se divorcia e se casa com o Tony, ou permanece casada e sai da casa e da família Adams. — Após as palavras duras, a avó desligou o telefone com raiva.

Georgia olhou para o celular, com o seu coração disparado. Uma semana, ela tinha apenas uma semana!

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