Capítulo 7
-César, César...!
Grito o nome dele algumas vezes, sem sucesso.
Ele puxa meu braço de volta para a cabana, suas unhas cravando em minha pele. Isto não vai acabar bem. Grunho de dor devido à queimação na pele, tentando me libertar a qualquer custo.
Eu sou muito estúpido.
—Se você não calar a boca eu te levo até aquela maldita geladeira e te dou um motivo real para gritar comigo.
Ele diz isso bruscamente, ignorando meus gemidos de dor e meus apelos para que ele solte meu braço. O debate torna tudo ainda pior.
DOI como um inferno.
Mas sei que o pior ainda está por vir.
— Me desculpe, por favor... — minha voz falha devido ao nó na garganta. — Farei tudo que você me pedir, sinto muito! Cessar!
Então, parando para prestar atenção, noto o sorriso sarcástico estampado em seu rosto idiota. Cesar solta meu braço instantaneamente.
Cessar. Não será hoje. Não será amanhã.
Mas eu vou matar você.
- Boa menina.
Eu bagunço seu cabelo e continuo sozinho pelo caminho até a cabana, deixando-a para trás. Ela está parada como uma idiota no meio da clareira.
Ela quebrou minha paciência.
Geralmente não sou muito paciente. Foi um conflito interno difícil não cortar a garganta, Ana. Não quero matá-la. Agora não.
Ter a companhia de alguém - que está vivo - depois de tanto tempo é estranhamente...confortável.
Acho que me acostumei com Ana. Isso é ruim.
Seu cara é meu favorito para matar. É aterrorizante até você pedir para morrer. É divertido brincar com ela.
Ela entra em cada armadilha que faço como um animalzinho.
Eu posso sentir seu medo. Ana vai enlouquecendo aos poucos, dá para perceber.
Mas de alguma forma isso me faz sentir estranho. Isso é um problema.
Estou ferrado e cansado.
Afundo meu corpo no sofá e apoio a cabeça no encosto.
Mesmo depois de tudo, ela ainda é inocente e pura. Uma garota normal da sua idade.
Seu lado humano ainda está lá, apesar de tudo. Isto é um erro. Isso me dá vontade de tirá-lo.
Meu estômago ronca quando sinto cheiro de ovos e bacon vindo da cozinha. Quase acidentalmente vou lá porque estou com muita fome. Emilly parece cansada e cansada, servindo um prato na mesa. Seu cabelo estava preso e desgrenhado e suas roupas estavam sujas, assim como no dia em que a capturei.
dois
Eu enrugo meu nariz. Sujeira é uma das coisas que não gosto. Eu sempre faço um ótimo trabalho limpando a bagunça, haha.
Ela precisa de algumas roupas. Também cansei de dar minhas camisetas.
Sento-me em uma das cadeiras e observo cada passo seu. Suas bochechas coram um pouco e ele faz as coisas de maneira estranha. Eu enfio minha faca na mesa, ela quase deixa cair as coisas que carrega de susto.
Isto é divertido. Não posso deixar de sorrir. Ana tem motivos para me odiar.
Termine de arrumar suas coisas e siga em direção ao corredor.
- Sentar-se. - Eu ordeno.
Quase a vejo pulando de felicidade, com os olhos brilhando. Acho que seria cruel dizer que ele se parece com meu antigo animal de estimação.
Emilly se senta do outro lado da mesa e saboreia o bacon, comendo como um animal faminto.
Levanto uma sobrancelha.
Ela percebe e para imediatamente. Ela coloca a mão no rosto, envergonhada.
- Desculpe. -Seu rosto está completamente vermelho.
Eu rio pelo nariz. Ele tem ketchup no queixo. Sinto que estou com uma criança, em todos os sentidos.
Emily volta o olhar para o prato, tímida.
Depois de comer, ele tira a mesa como pedi e vai lavar a louça.
Eu a analiso da cabeça aos pés. Realmente é um lixo.
- O que aconteceu? - Pergunta desconfortável.
- Você realmente quer saber?
Ana balança a cabeça.
Você deve pensar que sou um demônio. Bem, eu não estou lá o tempo todo.
- Acho que você precisa de roupas.
- Huh?
dois
Ela se vira e olha para mim, confusa. Você não deveria mais se preocupar com isso.
Balanço minha cabeça em negação.
- Matar certas pessoas me traz mais benefícios do que espero. -Quero dizer dinheiro.
Ana concorda rapidamente, como se quisesse esquecer imediatamente o que eu disse. Às vezes me arrependo de ter sido tão maravilhoso com ela. O mínimo que ela deveria fazer é me agradecer como uma louca e lamber meus sapatos para mostrar sua gratidão.
- Partiremos em breve.
Cesar vai me comprar roupas.
Cessar.
Para mim.
Comprar roupas. Isso significa que vamos dizer olá à cidade.
Estou animado e ao mesmo tempo assustado. O bom é que vamos sair um pouco daqui, o ruim é que vamos sair um pouco daqui.
Pessoas.
Eu cometi um crime. Cometer crimes. Conhecido em todo o mundo.
Ele era um adolescente na época, mas nem é preciso dizer que César é fácil de reconhecer. Seus olhos azuis extremamente profundos, seu sorriso. Seu jeito intimidador. É óbvio.
Qualquer um que olhar dirá que Cesar The Killer está por aí.
Mas existe o fato de que ninguém acredita em sua aparência. Espalham-se boatos de que ele mata pessoas, mas é considerado uma lenda. Cesarrey Woods está morto. César, o Assassino, não. É engraçado como eles veem isso como uma entidade demoníaca.
César comete atrocidades e no início do dia senta comigo e come ovos e bacon. Não é o que você esperaria de uma entidade demoníaca.
Vou caminhar com meu sequestrador por minha própria vontade. Com o homem que me bateu na cabeça e me trancou numa cela. Com o homem que odeio.
Acabei de guardar a louça e depois vou tomar banho.
Tomei um banho frio para acordar. A única roupa que tenho que usar é a camisa preta de Cesar. Parece um vestido para mim, chega até o meio das coxas.
Eu realmente preciso parar de me vestir assim. Saio do banheiro vestida com sua blusa e minhas botas. Meu cabelo molhado cai até a cintura.
A blusa tem um aroma perfumado e familiar para mim.
É dele.
Sinto o sangue subir às minhas bochechas. Isso não pode deixar de me deixar perplexo.
Falando nele, Cesar aparece ao sair do quarto. Seu cabelo molhado cai sobre os ombros e... ele está sem camisa.
Eu não tinha notado isso antes, mas o físico dele é... bom. É a única palavra que tenho para descrevê-lo. Não posso deixar de olhar.
Abaixo a cabeça e caminho em direção à sala, rezando aos deuses para que ele não perceba meu olhar.
Devo estar enlouquecendo porque ele está sendo legal comigo.
-Ana.
Meu corpo estremece. Olho pelo canto do olho.
Deus, não, não, não.
- Te espero lá fora. Eu não sabia que isso iria acabar tão rápido.
Isso é tudo que diz.
Uma onda de alívio percorre meu corpo.
Ele abre a porta para mim e então saio para esperar.
É tão bom sentir o calor do sol na pele. A brisa de verão também. Então é ainda melhor estar em um lugar onde César não está.
Respiração profunda.
Onde estou com minha cabeça?
Ana, você não está louca. Não completamente.
Vá com calma.
Encosto-me na parede da cabana e inclino a cabeça para trás. Fecho os olhos e deixo a brisa beijar meu rosto. Isso me acalma.
Sinto o mesmo perfume entrar em minhas narinas.
Abro os olhos como que por instinto.
- Que reflexão, Ana.