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Hélio

Ao sairmos do prédio, convidei meu anjo para entrar no meu carro, apesar dele estar com o dele.

-Vamos dar uma volta e conversar para nos  conhecermos, conheço um lugar ótimo. 

-Gostei disso, é a atitude acertada, vamos sim - ele concordou e saimos.

Fomos em direção ao rio, mas era proibido chegar lá de carro, então estacionei próximo e fomos a pé. No caminho, comprei um lanche e refrigerantes, ele sorriu e perguntou:

-Vamos fazer um picnic?

-Quase isso, creio que você vai gostar.

Chegamos a orla pavimentada e arborizada do rio e sentamos em um dos bancos de praça que tem ali. Coloquei o lanche sobre o banco entre nós, dei guardanapos a ele e o servi. Ele riu novamente.

-O que foi? - Perguntei.

-Você está sendo muito fofo. Amo esses cuidados.

-E eu amo fazê-los a você.

-Então! Vou começar me mostrando a você. Eu não gosto de esteriótipos ou designações que rotulam o ser, designando o que ele é, na maioria das vezes, só pela aparência. Quero dizer que esse que você vê, sou eu mesmo. Nasci desse jeitinho, parecendo um anjo, como dizem. Não sou o que chamam gay ou hetero ou até mesmo andrógino, como é minha designação para desfiles de moda. Sou assim por natureza e ponto.

-Você quer dizer que não montou um esteriótipo de acordo com seu gênero. 

-Mas ou menos isso. Não gosto dessas designações de gênero. Acho que lutam tanto por igualdade de gêneros, que acabam se discriminando eles mesmos. Biologicamente, somos homens, mas nossa preferência sexual, não nos define como isso ou aquilo.

-Exatamante o que penso. - concordei - em uma época de tanta liberdade, as pessoas se prendem aos próprios preconceitos, sem se dar conta que estão fazendo justamente o que criticam que outros fazem.

-Exatamante. Um versículo muito em voga ultimente, diz "conhecereis a verdade e ela vos libertará", do que a verdade nos liberta, se não dá mentira? Sou livre da mentira que me impõem, não sou o que querem que eu seja, sou o que quero ser e no momento, quero ser o namorado de Hélio, você me aceita? - Pediu ele sorrindo e fazendo coração com as mãos.

-Nossa, que emoção! Nunca fui pedido em namoro. Já te amo, meu namorado - me aproximei e lhe dei um beijo casto.

-Espero que você tenha entendido. Não me trate como uma mulher, pois não sou. Posso ser mais delicado e sensível, mas é minha natureza. Não sou ativo ou passivo, serei o que quiser, no momento que preferir e respeitarei a sua individualidade também.

-Perfeito! É exatamente assim que penso. Creio que o destino nos uniu, pois até na filosofia de vida, combinamos.

-Gostei de deixar claro, pois existe gênero para tudo hoje em dia e respeito cada um deles, mas sigo o meu próprio. 

Ele apoiou o cotovelo no encosto do banco e deitou o rosto no braço, me olhando com olhos apaixonados. É o que sinto, uma emoção que invade todo o meu ser e que satisfaz plenamente minha carência de amor.

Estico o braço, tocando em seu rosto com as pontas dos dedos, em um carinho suave.

-Me sinto tão apaixonado por você…e não é coisa de líbido, é de alma. Sinto que com você posso ser eu mesmo e que iremos nos completar. Sente isso? - Declarei a ele meus sentimentos, de peito aberto.

-Sim. Para ser sinsero, estou me sentindo nas nuvens. Leve, alegre, feliz, cheio de amor para dar, pois já estou recebendo. - Ele respondeu, também me tocando com a ponta dos dedos.

-Você tem algum compromisso hoje? - Perguntei.

-Sim, daqui a pouco. Um ensaio fotográfico, mas será rápido, é só um complemento de uma campanha que eu fiz. Você pode vir comigo, se quiser. - Ele sugeriu.

-É claro que eu quero, não vou te largar tão cedo, vá se acostumando, meu namorado. - Sorri para o MEU namorado, todo feliz.

-Depois podemos fazer o que você quiser. - Sugeriu com uma piscada de olho.

-Acho que não sou só eu que estou ansioso. - Respondi, já fazendo mil planos.

-Então vamos, preciso chegar a locação da agência, em meia hora, mas a sorte é que é aqui perto, podemos até ir andando.

-Ok, assim desfrutamos mais um pouco dessa tranquilidade. - Joguei o lixo na lixeira e voltei para pegá-lo pela mão e caminharmos pela orla.

-Amei que você me trouxe até aqui. Sempre me imaginei assim, caminhando neste local, desfrutando dessa paisagem de filmes emotivos, onde as pessoas sentam, como nós fizemos e conversam contemplando as águas do rio e a ponte ao longe. Hummmm, é tão romântico…- ele se aproximou e deitou a cabeça em meu ombro por um instante.

Virei o rosto em sua direção e o beijei só encostando os lábios e ainda andando e ouvi assovios e palmas ao longe. Separei nossos lábios e olhei para ver o que era e vi um grupo adiante, em um cenário montado, nos olhando e comemorando.

-É o pessoal da agência. Chegamos.

Nos aproximamos mais do local onde seriam feitas as fotos e percebi que era uma produção séria, com um grande aparato de equipamentos e profissionais.

-Oi pessoas, esse é meu namorado, Hélio.

-Ooooi Hélio - falaram todos em coro, alegres.

-Oi pessoal - respondi, ainda segurando a mão de meu namorado.

Todos começaram a trabalhar rápido, para aproveitar o máximo da luz natural. Levaram Angel para um vestiário improvisado e quando ele saiu, vestia uma roupa fina, de voal branco, bem solta e esvoaçante. Seus cachos foram ajeitados e clarearam seu rosto e seus cílios. Estava parecendo mesmo, um anjo.

Meu amor é um profissional e pelas caras, bocas e poses que ele fez, eu diria que tudo ficou lindo. Depois de duas horas, ele se aproximou de mim, depois de se trocar.

-Tô cansadinho, vamos embora? - Amparei-o com meu braço, escorando seu corpo com o meu.

-Sim, vamos - dei um tchau para o pessoal e leveio-o em direção ao carro e dali, fomos para meu apartamento.

Fomos direto para o quarto e tirei sua roupa e a minha, para tomarmos uma ducha, mas o danadinho, me comia com os olhos, fazendo meu membro dar sinal de vida. Ajudei-o a se lavar e ele retribuiu sem restrição alguma em me abocanhar com seus lábios suculentos.

Encostei as costas na parede do box, segurando sua cabeça que ia e vinha conforme ele me engolia e sugava. Segurou minha bunda com as duas mãos e apertou, promovendo um fressom em meu corpo. Logo estava me derramando em sua garganta. Me preocupei que ele engasgasse, mas ele soube como engolir e respirar.

Levantei ele e beijei-o possessiva- mente, devorando aquela boca gostosa. Apertei sua bunda como ele fez com a minha e o suspendi, sentindo nossos membros roçando um no outro. O dele duro e o meu voltando a vida.

Nem peguei toalha, segui direto para a cama, era a minha vez de prova-lo e apreciar sua perfeição. Seu membro era perfeito, no tamanho e grossuras ideais para mim e o que mais admirei e que me deixou encantado, e que ele era cor de rosa. Não preciso dizer que me fartei.

Não deixei ele gozar em minha boca, mas, com ele deitado de costas, coloquei-lhe uma camisinha lubrificada e me lubrifiquei também e posicionando ele em minha entrada, fui acariciando a mim mesmo com sua glande, enquanto ele apertava meu membro, o prazer era tanto que quase me desfiz.

Mas ele era esperto e puxou minhas bolas, com suavidade para impedir o gozo e rebolando, ajudou-me a recebê-lo, subindo e descendo, aos poucos, por inteiro. Ele não era grosso, mas comprido e bem duro, chegando naquele ponto alucinante e nós dois fizemos careta, antes de liberarmos nosso clímax de prazer.

Deitei sobre seu peito, sustentando um pouco do meu peso em um braço. Ele acariciou meus cabelos e após uns minutos assim, saí e joguei fora as camisinhas, passando um lenço umedecido em nossas partes e deitei ao seu lado e ele me aconchegou em seus braços.

Dormimos sorrindo e nos agarrando, felizes.

Ao acordarmos, já havia passado a hora do jantar, mas sentiamos muita fome, pois pulamos o almoço comendo apenas aquele lanche e não dava para viver só de amor. 

Fui para a cozinha, ver se havia algo fácil de fazer, mas acabei usando o aplicativo e pedindo comida chinesa, italiana e espanhola, melhor me garantir para agradar o meu amor que me faz tão feliz.

Angel

Acordei sozinho, mas ouvi ele na cozinha, abrindo e fechando as portas, será que ele cozinha? Não, acho que ele desistiu. Sorrio feliz, vendo sua atenção em cuidar e mim.

Pela primeira vez, um namorado se preocupa em cuidar de mim, sem querer tudo só para si. Ele viu o meu cansaço, mas também o meu desejo e cuidou de me dar tudo. Tremelicou na cama, batendo os pés e as mãos, sentindo-se pleno e feliz.

Hélio teria uma surpresa, lhe daria o que nunca dera a ninguém, o seu coração.

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