Capítulo 1
—O que há de errado Caçador? A raposa que não consegue alcançar as uvas? Você gostaria de montar na namorada do seu melhor amigo? — pergunto diretamente e de cabeça erguida, zombando dele, iniciando uma série de assobios e risadas dos idiotas presentes.
Hunter dá um passo para trás, quase surpreso com o insulto e as palavras que usei.
"Fique fora, Daniela", Nate sussurra em meu ouvido, o que eu deliberadamente decido ignorar com um aceno de mão.
— Agora vou te contar uma coisa Hunter porque aparentemente as diversas conversas que tivemos não ficaram salvas na sua cabeça ignorante — Começo a ficar em pé só
— Você pode ter sido o melhor amigo de Aaron por um motivo que ainda não sei, mas o que me preocupa e a minha vida não lhe diz nem um pouco. Não preciso da sua proteção, muito menos das suas bobagens. Direi mais uma vez e da próxima agirei de acordo... e não serei nada leniente: fique longe de mim e da minha família - concluo furiosamente, apontando o dedo para ele.
— Farei o que Daniela quiser. Foi ele quem me deu um soco”, responde com arrogância.
— Meu punho cheira a merda e vai embora sozinho — Nate rosna acima da minha cabeça, pressionando seu peito nas minhas costas com sua força.
- PRETO! Mais uma palavra e vou expulsá-lo do time – momento em que o treinador intervém.
Nesse momento me viro e agarro o rosto da loira.
"Vamos para casa", eu sussurro, olhando para ele.
— De jeito nenhum, deixa eu quebrar a cara desse idiota — ele me contradiz com raiva.
—Não vou fazer com que você seja expulso do time, estúpido! Apenas me acompanhe! — Nesse momento eu o ataco, exausto, sacudindo-o levemente
— Daniela… — ele cerra os dentes mas sei que já decidiu vir comigo.
— Nate… — Ele o imitou.
Ele suspira resignado e balança a cabeça imperceptivelmente. . Agarro a mão dela, deixando nossos dedos se unirem perfeitamente, e me movo para poder me aproximar de Alyssa, que vejo à distância.
—Isso não termina aqui Nate! —Hunter grita conosco.
- Maldito caçador! — Nate responde, virando-se em sua direção e mostrando-lhe o dedo médio.
- Preto! —O treinador o avisa histericamente.
“Ah, mas mantenha sua boca fofoqueira fechada de vez em quando”, digo, virando-me para o treinador que abre bem a boca.
Sinto Nate conter uma risada e apertar minha mão com mais força, me arrastando para longe.
Assim que chegamos ao estacionamento, Nate para de correr, cai de joelhos e solta uma risada estrondosa e libertadora que me faz sorrir e balançar a cabeça. Esse cara é minha frase, em um momento ele está gritando e gritando e pronto para matar alguém e dois segundos depois ele está rindo alto como se nada tivesse acontecido.
- Que tipo de problemas você tem? — Eu te aviso sem que o sorriso desapareça da minha boca.
Ele se levanta, enxugando as lágrimas dos olhos de tanto rir e me encara sorrindo.
Ele é tão lindo que dói... seus olhos brilham e suas bochechas estão vermelhas do treino que acabou de terminar... seu cabelo está desgrenhado e soprado pela leve brisa do outono, seu peito tonificado e musculoso está perfeitamente envolvido no time jersey enquanto que as calças cabem perfeitamente em suas longas pernas... é simplesmente uma visão maravilhosa.
Ele parece notar meu olhar insistente sobre ele porque de repente fica sério.
"Danielaerine Donovan, eu poderia realmente me apaixonar por você", ele sussurra quase imperceptivelmente, fazendo-me prender a respiração e congelar de surpresa e choque.
"Eu tenho que ficar com todas essas coisas no pescoço por muito mais tempo ou você vem buscá-las e nós vamos fugir?" — Alyssa grita conosco, estacionado perto do carro de Nate.
Gostaria de responder, me virar, mexer um músculo, qualquer coisa... menos esse bloqueio que tenho. Meu corpo parece rígido e imóvel, minha boca seca, e não consigo deixar de manter os olhos bem abertos. Acho que até esqueci de piscar porque meus olhos estão até começando a arder.
Nate, percebendo a espontaneidade com que soltou a bomba, dá um passo para trás e mantém o olhar baixo enquanto continua mordendo o lábio nervosamente, fazendo com que eu até me sinta culpada por esse silêncio que estou impondo a ele.
Dou um passo em direção a ele e abro a boca para falar, mas nenhum som sai.
—Yuuhuuu! - Continue nos chamando de Alyssa
“Leve-a para casa, Al”, ele finalmente diz, levantando a cabeça. Eu imediatamente presto atenção
: em que sentido? - pergunto franzindo a testa, recuperando minha habilidade vocal, procurando seu olhar, que, no entanto, não encontra o meu nem uma vez.
- Você tem um carro? —Pergunto ao meu melhor amigo, me ignorando deliberadamente.
— Claro... claro que sim — Alyssa gagueja confusa, olhando de mim para Nate.
“Perfeito,” ele diz balançando a cabeça, passa por mim, tira suas coisas das mãos de Alyssa e clica no botão para fechar a porta de seu Freemont, abrindo o porta-malas para colocar a bolsa dentro...
— Nate... — Mal menciono isso, indo atrás dele enquanto ele agarra a maçaneta da porta da frente para entrar.
Ele se vira ao ouvir seu nome, mas permanece meio dentro e meio fora.
“Vá para casa, Daniela”, ele diz imperativamente.
"Vamos conversar sobre isso, não fuja sempre", eu digo exasperadamente, levantando meus braços no ar e deixando-os cair ao meu lado.
Em resposta, ele tira metade do corpo que já estava dentro do carro e se aproxima de mim, elevando-se sobre mim com sua altura.
"Apenas esqueça o que eu te disse, te vejo mais tarde." Ele sussurra a um centímetro de distância do meu rosto e quando penso que ele está prestes a me beijar, seus lábios mudam de direção e descansam na minha testa enquanto sua mão aperta a base do meu rosto. meu. um aperto forte. Ele inala meu cheiro e depois se afasta, entra no carro e sai do estacionamento para sempre.
- Você quer falar sobre isso? —Alyssa me pergunta enquanto dirigimos para minha casa.
— O quanto eu sou idiota por idiota? —Pergunto, encostando a cabeça na janela e bufando.
— Ah, bem... bem, um pedaço de carne te disse que se apaixonou por você e você fez uma cena silenciosa enquanto eu não era apenas a terceira roda, mas também o carrasco da situação... então diga IDIOTA — ele diz teatralmente me deixando com um olhar divertido.
- Ele não disse que está apaixonado por mim... ele só - tento dizer mas ele me impede sem me deixar terminar.
—Ele te deu a entender que está no caminho certo, que todas as condições estão reunidas, eu diria que falta pouco para decidir, não acha? —ele finaliza parando o carro na frente da minha casa e virando o torso para me olhar.
De minha parte, deixei minha cabeça cair para trás no banco e olhei para cima, de repente achando o teto do Audi de Alyssa interessante.
— Você está com muito medo... — diz este último, sorrindo com simpatia com o olhar que costuma usar com alguém por quem você sente compaixão.
- Não! Pff... que bobagem! - grito histericamente, começando a gesticular.
“Porra, você está com medo dos sentimentos que ele está fazendo você sentir”, acrescenta meu agora ex-amigo.
"Eu juro que vou deixar de ser seu amigo se você não calar a boca", eu o aviso, de mau humor.
- Eu tenho! — Ela grita euforicamente, batendo a mão no volante, me deixando de boca aberta com seu entusiasmo repentino.
Então ele se vira e olha para mim com compaixão, sorrindo para mim. Ele coloca a mão no meu ombro
— Você é a velha Daniela... você tem a vida toda pela frente, não pode se anular. É verdade, você sofreu uma perda terrível que o marcará para sempre e permanecerá em seu coração até o fim de seus dias... mas não deixe que o frio que você sente o impeça de ser feliz com outra pessoa. Aaron sempre quis ver você feliz. E ele não pode mais fazer isso, mas se Nate pode deixá-lo ir, não pode ser tão ruim assim, certo? —ele me diz docemente, me fazendo baixar minhas defesas de uma vez por todas.
— Al…Nate não é qualquer um. Ele é gêmeo de Aaron e irmão de Leo. Você tem alguma ideia de como ele reagiria se descobrisse algo assim? Ele me odiaria e eu o perderia... para sempre. - digo com o coração partido, bufando
—Quem se importa com o que Leo pensa! Mais cedo ou mais tarde sua alma estará em paz. Se ele te ama, vai aceitar tudo”, ele me diz, levantando a voz.
Fecho os olhos e massageio minhas têmporas
—Os irmãos Garcia são a melhor coisa que me aconteceu na vida, não posso me dar ao luxo de perder nenhum deles—digo com decisão.
— Mesmo que isso signifique abrir mão da sua felicidade? —Ela pergunta em estado de choque, franzindo a testa em confusão.