Capítulo 3
— Olá Nat querido! Deixe-se abraçar! Como vai? — minha mãe intervém antes que ela possa atacar sua jugular e matá-lo de uma vez por todas. — Bom dia Ana, você está bem? - Ele responde, abraçando-a e depois olhando em minha direção e sorrindo maldosamente. Eu o ignoro para não insultá-lo na frente dos meus pais que, graças a Deus, o carregam para baixo, mas não antes de me avisar que só tenho alguns minutos para me arrumar porque temos que ir. Entro no quarto bufando e coloco minha calcinha e então abro meu armário e começo a olhar para a granada de mão que aparece na minha frente. Opto por jeans escuro, camiseta preta e blusa branca, passo um pouco de base, rímel e um batom nude para emoldurar os lábios.
Dou uma última olhada no espelho e desço para me juntar à família maluca.
—Filho, você quer tomar café da manhã? Anne está preparando algo para você – ouço meu pai dizer; "Não, obrigado Erick, Daniela preparou o café da manhã na nossa casa há um tempo, não preciso de nada." Nate responde quando entro na cozinha e o vejo sorrindo para meu pai. Nate e meu pai têm uma relação particular, eles são pai e filho só não de sangue ou nome, mas é o tipo de figura masculina que os negros ficam muito felizes em usar. Mas a relação que Nate e meu pai compartilham é especial, claro que papai adora Leo, mas Nate se apegou ao meu pai e vice-versa de uma forma que às vezes me assusta também... bem, meu pai ensinou a ele tudo o que precisa ser feito. Saber 'é algo que você deve aprender quando é criança e meu pai ainda é seu maior confidente'. Quando ocorreu o infortúnio que destruiu a felicidade e a natureza despreocupada de Nate, meu pai cuidou dele e suportou todas as explosões que aquele garoto de quatorze anos de olhos verdes teve que soltar. Estou com ciúmes disso? provavelmente sim, mas dos dois lados: por um lado tenho um pouco de ciúme do relacionamento deles porque ele é meu pai mas estou feliz que Nate saiba com quem contar em caso de necessidade, por outro lado estou com ciúmes porque eu gostaria que o Nate se abrisse mais comigo, mas tem tipo um bloqueio, alguma coisa que sempre impede ele de abrir aquele capítulo da vida dele comigo.
Aproximo-me deles e saio dos meus pensamentos: vocês estão prontos, panquecas? — Nate me pergunta, fazendo uma radiografia — Sim, Nat, estou pronto — respondo, pagando na mesma moeda e também obtenho a reação que queria: sua cara de nojo. Meu pai ri e nos pergunta para onde estamos indo e quanto tempo ficaremos fora - Não faremos nada de especial Erick, iremos ao parque conversar, provavelmente comeremos alguma coisa no Mc's e iremos para casa. - Nate diz a ele, levantando-se e ficando ao meu lado, colocando a mão em seu quadril, o que observo com um pouco de desconfiança. Meu pai nos olha sorrindo e depois acena com a cabeça - Enquanto você estiver ao lado dele eu sei que não preciso temer nada - diz meu pai, sorrindo agradecido. Sinto o garoto ao meu lado tenso e olhando para seu rosto noto que o garoto sério e imperturbável voltou.
Nate simplesmente balança a cabeça e me acompanha até a porta, eu me despeço dos meus pais e saímos, caminhando em direção ao seu Freemont preto brilhante. —Leo? - perguntei franzindo a testa ao não o ver - Venha comigo porque eu tinha algumas coisas para fazer antes de me juntar a nós. —ele simplesmente me diz, abrindo a porta para eu entrar. Ele enfia a cabeça para afivelar meu cinto de segurança com seu olhar sério e permanece nos meus olhos por um segundo antes de sair, fechar a porta, dar a volta no carro e sentar no banco do motorista. "Você sabe, certo, que não precisa fazer isso toda vez que eu coloco minha bunda no seu carro?" - digo me referindo ao cinto. Ele me olha perplexo por um momento mas depois parece entender, mas decide por vontade própria não me responder e começa me entregando o pacote de discos para que eu escolha a playlist de hoje. Enquanto me concentro nos CDs ouço ele bufando ao meu lado, sei que ele quer me contar alguma coisa mas não diz e está tentando se conter. "Fale comigo, Nate, somos só você e eu", digo a ele. Em resposta ele bagunça o cabelo e permanece em silêncio por alguns minutos...
— Você sabe que preciso fazer isso... com o cinto, me deixa mais tranquilo — ele me diz com uma cara de desespero. Eu imediatamente amoleço e agarro sua mão, entrelaçando-a com a minha e me viro para olhar para ele, em resposta ele desvia levemente seu olhar para mim me dando um pequeno sorriso e olha de volta para a estrada. — Você não vai conseguir me proteger para sempre Nate, algumas coisas simplesmente acontecem e você não consegue impedi-las — digo a ele, sinto muito por apertar mais a mão dele — você nem deveria estar naquele carro naquele Boa noite Daniela! Jamais me perdoarei - grita furiosamente com a lembrança que sei que permaneceu clara, inesquecível e dolorosa em sua mente como na minha. — Nenhum de nós deveria estar naquele carro naquela noite Nate e você tem que parar de se condenar por algo que não fez... você não estava no volante, ninguém te deu a função de cuidar de todo mundo, nenhum de nós, nem mesmo Aaron poderia imaginar o que aconteceria logo depois - aponto... ao som de seu nome Nate tira a mão da minha e enrijece, rangendo os dentes e estreitando o olhar enquanto continua. olhar para a estrada à sua frente. — Você sabe que não deveria mencionar isso, NUNCA — ele me ataca imediatamente, me fazendo pular — Por que diabos eu não posso mencionar isso e meu pai pode fazer isso quando quiser sem você atacá-lo?! — grito de volta, perdendo a paciência. — Você sabe por que, você sabe o quanto seu pai vale para mim. - Ele me responde. Estou magoado mas não demonstro, ele não terá essa satisfação. Termino o discurso sem responder e coloco o CD com uma lista interminável de músicas alternando entre The Chemical Romance, Coldplay e até Ed Sheeran para irritá-lo mas ele nem pisca. Cruzo os braços, olho novamente para a janela e não abro a boca novamente até chegar ao parque.
Assim que o carro para, desafivelo o cinto de segurança na velocidade da luz e abro a porta, saindo sem nem olhar, fecho a porta ouvindo a loira atrás de mim soltar uma quantidade industrial de xingamentos e caminhar em direção ao grupo. . de garotos lá dentro esperando onde já posso ver a figura poderosa do meu melhor amigo...
—Já era hora de você vir! Onde você esteve? —Pergunta Jenna, a víbora, com um olhar de desgosto ao nos ver juntos. Você deve saber que Jenna não é namorada de Nate, para quem Nate liga com mais frequência quando precisa desabafar, ela é loira, de olhos castanhos, lábios carnudos e sempre vestida com esmero como se estivesse participando de um desfile de moda. . — Estávamos em casa para sua informação Jenna, onde você esteve? No set do novo vídeo pornô de Rocco Siffredi? — pergunto-lhe, erguendo uma sobrancelha, olhando para o shortinho e a camisa que expõe seu umbigo, exibindo o peitinho que Deus decidiu dar a ele, e paro de repente, tanto que o bruto atrás de mim começa a bater . nas minhas costas e depois de uma - merda - ele começa a rir da minha piada, que nem é uma grande piada.
Em resposta, Jenna torce o nariz e não me responde, aproximando-se de seu grande amor e dando um beijo em seus lábios – tchau, meu amor – diz ela. Nate a empurra em resposta: Droga, Jenna, quantas vezes tenho que te dizer que odeio declarações públicas? —Ele admite.
Dou aos dois um olhar de desgosto, que Nate percebe fazendo-o franzir a testa em confusão, e me viro para cumprimentar os outros.
Não somos um grupo grande, mas não tenho muito a ver com ninguém, exceto com os irmãos Garcia e Alyssa, que provavelmente é a mais sã aqui. A maior parte do grupo é formada por jogadores de futebol e basquete amigos dos dois irmãos. Então digamos que eu me encontrei no meio disso.
Cumprimento a todos e chego a Alyssa para quem reservo dois beijos nas bochechas e depois olho para Leo que, entendendo minhas intenções, se levanta e se posiciona com as pernas levemente afastadas, esperando que eu dê uma corrida e pule. ele, juntando-se a ele como um coala e enchendo-o de beijos. Eu sei que ele precisa... estamos perto da data do dia fatídico e sei que as duas feras precisam de apoio e de não pensar naquele dia o maior tempo possível e também sei que tipo de tarefas ele fazia. então eu não, nem pergunto. Eu o abraço forte e sussurro que o amo e ele não diz nada, apenas me abraça mais forte, me fazendo entender que ele me retribui completamente.
Eu saio de cima dele e nos sentamos em círculo na grama.
— No próximo sábado tem uma festa que a Jenna vai dar, todo mundo vai estar lá, né? — Hunter pergunta a um dos jogadores de basquete.
Todos respondem em coro entusiasmados enquanto eu, a morena e a loira congelamos na hora... no sábado?
- O próximo sábado?? —Pergunto, engolindo em seco com cada palavra que digo.
Quatro olhos verde-esmeralda me encaram, me dizendo para calar a boca.
— Sim Danielaerine, qual é o seu problema? Sábado de setembro é um problema para você? “Você nem pode vir”, Jenna responde amargamente.
Posso sentir que Allyssa entende meus pensamentos e sorri para mim com simpatia.
— Não tem problema Jenna, com certeza estaremos lá — Nate responde, ao que Leo, Alyssa e eu nos viramos ao ouvir suas palavras — O quê?! — Respondemos em coro.
Leo se levanta e sussurra – porra – o que todos nós podemos ouvir, e se vira e sai. Antes que eu possa me levantar, ele se vira e me manda ficar onde estou porque ele precisa ficar sozinho.
Eu relutantemente o deixo ir enquanto o vejo se afastar e olho para Nate... Sério Nate? Parabéns! Você está sempre atenta – eu aviso – cale a boca e cuide da sua vida Daniela, eu sei o que estou fazendo. — Ele simplesmente me diz — É problema meu também, idiota! Não se esqueça!! - e lhe dou um último olhar furioso antes de não olhar para ele novamente ou dizer outra palavra.
Prevejo um dia de merda e o próximo fim de semana ainda mais de merda...
Já se passaram minutos e segundos desde que vi Leo sair furioso e desde a última vez que abri minha boca... sim, já se passaram minutos e segundos que não consigo deixar de pensar onde ele poderia ter ido e ainda não consigo. me dê uma resposta.
Às vezes vejo Alyssa me olhando preocupada porque ela também está pensando o que estou pensando... Leo entrou no carro, não lúcido, e foi sabe-se lá para onde sem querer ninguém ao seu lado... nem eu, que eu sou o único capaz de acalmá-lo.
- Isso é o suficiente! — me ouço dizer enquanto me levanto completamente fora de mim — Daniela por favor se acalme — Alyssa tenta me acordar, mas não consegue
— Como você pode... — Começo me dirigindo àquele idiota do Nate — Como você pode ficar aqui? Mesmo assim, com sua puta no colo rindo e brincando como se nada tivesse acontecido enquanto seu irmão ia sabe-se lá onde nublado de raiva com o carro! - grito me colocando no centro do círculo e apontando o dedo para ele. Ele tenta falar, mas eu o impedi, não! Não diga merda! Vocês são tão estúpidos que não percebem que mesmo sendo irmãos, vocês não são iguais! Não reaja da mesma maneira! Tem sentimentos! Sentimentos que devem ser respeitados!! Ele é o único irmão que você tem e você pisa nele como se ele fosse um mosquito, um mosquito do qual você precisa se livrar! Com que cara de vadia você se atreve a decidir por todo mundo?! — Mas Nate interrompe meus pensamentos levantando-se com raiva, aproximando-se de mim e depois agarrando meu braço e apoiando-se levemente nas pernas para me olhar no rosto — no.nota. você se atreve para me dizer isso. Nunca mais, você me entendeu bem? —Ele diz furioso. Tirei meu braço de seu alcance. Você não é ninguém para me dizer como me dirigir a você... você é patético, Nate. — Essa é a última coisa que digo antes de me virar e andar na mesma direção que meu melhor amigo caminhou antes — onde você pensa que vai, panqueca?! — ouço ele gritar atrás de mim — longe de vocês, longe de todos vocês procurando a pessoa mais importante da minha vida que aparentemente não vale nada para vocês! - eu grito de volta.
Continuo andando até sentir dois braços grandes me agarrarem e me colocarem como um saco de batatas nos ombros – você fede! Você é um idiota insensível! Maldita festa, maldita Jenna e o maldito Nate Garcia das minhas bolas! - grito, sem parar de lutar enquanto ele continua destemido comigo no ombro em direção ao seu carro - ah e porra do freemont! — termino antes de soltar um grito quando ele me joga no banco mas não antes de bater minha cabeça no teto do carro — maldito teto! — Continuo gritando — você é um caminhoneiro desbocado Danielaerine Donovan — ele me diz, apertando meu cinto de segurança — um caminhoneiro melhor do que uma puta como alguém que conheço — respondo, cruzando os braços e sem olhar para ele. Ele ri, mas depois fica sério de novo - apesar de foder bem - ele me diz, levantando um canto da boca - isso me dá nojo, já te contei? Só para repetir, nunca é demais... o que disseram os latinos? Repita! — Direi a ele antes de fechar a porta para entrar pelo outro lado. Mas surpreendentemente ele não liga o motor, ele coloca as mãos no volante e apoia a cabeça nelas suspirando - por que você tem que ser tão frustrante Daniela? Por que você não pode ser dócil, calmo e dócil como todo mundo? - ela me pergunta, virando a cabeça em minha direção - Porque eu não sou Jenna... não sou um tapete, não sou um enfeite. Sou direto, desbocado e não dou a mínima para o que as pessoas pensam de mim, o que conta é o que levo para casa à noite, o que conta é o que aprendi e o que fiz. Outros aprendem nessas horas do dia... o resto é pó para mim, se dissolve no ar e não fica nenhum vestígio disso - digo a ele, olhando para baixo - ele é meu melhor amigo Nate... - Eu . continua - Preciso saber que ele está bem porque não acho que conseguirei sobreviver nesta toca de lobos sem ele... — – nós dois precisamos dele. Por que você acha que eu não tenho sentimentos, hein? Só porque não reclamo de manhã à noite como ele, não significa que sou um monstro sem coração! Foda-se Kat! Você usa um padrão duplo conosco!! Estou farto de ser um merda o tempo todo só porque não falo! — Ele me conta, batendo as mãos no volante.