Primeiro Cliente
DAIANA
Minha contratação foi um sucesso, mas como não seria se tive que aceitar todos os termos de confidencialidade, além de me sujeitar a tudo que for exigido pelos clientes. Isso ainda me incomoda um pouco, ter a sensação de que alguém pode mandar no que devo ou não fazer.
— O que foi? — Ben, diz enquanto dirigi para minha casa.
— Nada não, só pensando no contrato, espero não me arrepender de estar quase me vendendo. — Respiro fundo, fecho os olhos recostando no banco. — Sabe aquele homem que vimos lá, ele não me parece estranho.
— E realmente não é, ele é CEO das indústrias farmacêuticas, Aiden Turner, o solteiro mais cobiçado de Nova York.
— Mais cobiçado e estava na Vênus? — Dou uma risada e saio do carro assim que ele estaciona em frente minha casa.
— Nem todo mundo encontra alguém de confiança nesse mundo, minha cara prima. — Abre um lindo sorriso e sai antes que eu de uma resposta.
Assim que entro em casa, sinto um cheiro bom de canela e maçã. Aposto que minha mãe fez meu bolo favorito.
Chego de surpresa por trás dela e a abraço. — Mãezinha, você já está em casa. Deixa-me adivinha, está fazendo aquele bolo que tanto amo, estou errada?
Ela sorri de um jeito tão amoroso quando me olha, mal sabe ela que estou afundada em dívidas e me sujeitando a tal serviço. — Sim, meu amor. Bolo de Maçã com Canela, seu favorito desde bebê.
Passo o dedo na massa e coloco na boca. — Hum, maravilhoso. — Estalo a língua em aprovação. Sinto seu tapa suave em minha mão, ela nunca gostou que colocasse a mão em suas receitas.
— Daiana, você sabe que não gosto disso. Vá se arrumar, sua tia está vindo aqui para tomar café conosco, Ben não quis entrar?
— Ele tinha negócios a resolver sobre meu novo trabalho, amanhã preciso fazer um ensaio fotográfico para o novo book.
Colocando a forma no forno, ela se vira assim que percebe o que falei. — Mentira, que você finalmente conseguiu um trabalho decente.
Reviro os olhos e sorrio em derrota. — Você, falando assim mãezinha, parece que nunca tive um trabalho decente até agora.
— Meu amor, não me leve a mal. Sei do seu sonho e super apoio você, mas acho que você merece muito mais do que anda conseguindo. — Ela se aproxima e beija minha testa, nesta hora escuto a notificação do meu celular.
— Te amo mãezinha, preciso ver do que se trata. — Saio da cozinha e subo em direção meu quarto. Me jogo na cama e vejo a mensagem.
“Vênus — Daiana, você está sendo solicitada por um cliente. Para mais detalhes compareça à Vênus amanhã cedo.”
Como fui solicitada por um cliente, sendo que ainda nem fiz o book para poder entrar no casting. Só falta ser aquele homem que me contratou. Aquele olhar dele em mim, não nega isso.
Por mais que eu admita que essa nossa troca de olhares mexeu comigo, ainda tenho um pé atrás. Como vou lhe dar com um homem tão conhecido, que deve ter milhares de mulheres que cai aos seus pés. Eu não sei como me comportar no meio de tanta gente rica, apenas sei tirar fotos e desfilar, mais nada.
— Calma, Daiana… — Respiro fundo e puxo o travesseiro para o meu rosto e abafo um grito. — Vou enlouquecer sem nem ter começado isso.
AIDEN
Após ter firmado um acordo verbal na Vênus, fui diretamente para o clube de Elite, precisava conversar com meu melhor amigo, ele que apresentou Lillit, eles mantêm um caso mesmo ela tendo quase idade para ser mãe dele.
Mas isso não é novidade alguma para todos do círculo de amigos. Maike sempre teve gostoso mais avançado para mulheres. E caso ele tivesse visto a bela mulher que encontrei lá, ele saberia me dizer seu nome.
— Maike, sabia que encontraria você aqui. — Dou um tapinha em suas costas como comprimento.
— E aí Turner, aqui agora virou meu lugar. Virei sócio só Clube. — Ele sorri todo orgulhoso.
— Finalmente algo para se ocupar em. — Começo a rir. — Brincadeira. Fui lá na Vênus falar com a Lillit.
— Engraçadinho, para o seu governo não sou um encostado. Mas e aí achou finalmente sua acompanhante?
Tiro meu paletó e afrouxo a gravata, peço uma bebida para o barman. — Achei, assim que entrei. Vi uma bela mulher, loira, alta, com belas curvas. Só que segundo Lillit, ela é nova lá.
Ele ergue uma sobrancelha. — Você vai contratar uma novata para ser acompanhante?
Tomo um gole da bebida que o barman serve e dou de ombros. — O que tem ela ser novata? Ela é a mulher ideal para a Mídia me deixar em paz.
Ele balança a cabeça em negativa e sorri de canto. — Estou achando que não é apenas interesse midiático que você quer essa tal acompanhante.
— Pode até não ser, mas que consegui isso é fato. Já formalizei um contrato verbal com a Lillit. — Me acomodo na cadeira e término minha bebida.
— Turner, meu amigo, quem se sujeita a entrar para Vênus, já sabe que pode exercer muito além de desfiles de moda. Muitas ali fazem o book rosa e fatura demais com isso.
— Maike, relaxa. Se rolar mais que eventos, será por consentimento dela. Caso contrário não tocarei nela, você sabe como sou. Não sou um pervertido igual você. — Me levanto e seguro em seus ombros. — Então está tudo certo.
— Assistirei de camarote isso.
— Se virar algo a mais, você será o primeiro a saber… — Me despeço e vou embora para casa. Amanhã terei detalhes do contrato que assinarei e conhecer minha acompanhante.
Vou direto para casa, meu pensamento está naquela garota, talvez ele esteja certo. Posso sentir algo a mais por ela, mas isso só o tempo dirá.