Prologo
Prólogo
Giovana narrando
— Levantem os pés lentamente – eu falo – na ponta do pé Ana – eu falo observando uma das alunas.
— Dói muito professora – Ana resmunga.
— Respira fundo , abaixa as pernas – eu me aproximo dela – eu vou te ajudar a subir lentamente, ok?
— Ok – ela fala suspirando.
— Isso, bem devagar – eu sorrio para ela – muito bem, viu como é fácil?
— Não é não – ela fala e eu sorrio
— Pratica , vocês estão precisando praticar um pouco mais em casa – eu olho para elas – não é apenas na aula, bailarina tem que ter disciplina, em alguns meses é a nossa apresentação.
— Quando vai ser? – Laura uma menina dos cabelos cacheados pergunta.
— Em 5 meses, ainda falta um tempo e vai dar para praticar bastante – eu falo e elas comemoram.
— E o nosso figurino? – Sandrinha pergunta
— Calma gente – eu sorrio – vamos treinar bastante e depois pensamos no figurino, mais um pouco treinando na barra – elas soltam um aaa desanimado – e depois dança livres e elas comemoram.
— Essas meninas – Beatriz fala rindo
— Vamos lá – eu falo – preparando – elas colocam as mãos sobre as cinturas – posição um – elas levantam as mãos na altura do umbigo – posição b – elas levantam uma das mãos – preparatória para girar – e elas começam os passos.
Eu olho para fora enquanto as minhas alunas estão fazendo o passo a passo, estamos quase finalizando mais um dia de aula da turma da faixa etária de 4,5 anos.
É quando eu observo pela janela da sala um homem de terno preto, óculos escuros , muito bem vestido e parecia um pouco com pressa, eu acho estranho porque eu nunca tinha visto esse homem aqui.
— Você já viu ele por aqui? – Pergunto para Beatriz que era a minha ajudante a poucas semanas aqui na escola de dança.
— Não, eu nunca vi ele por aqui – ela responde.
— Estranho – eu falo observando aquele homem agoniado no lado de fora.
Eu continuo dando o passo a passo para as alunas e vejo que ainda faltava uns vinte minutos e não tinha nenhum pai lá fora.
— Beatriz finaliza aqui, por favor – eu falo
— Onde você vai? – ela questiona
— Ver o que aquele homem quer tanto olhando para as meninas e ver quem ele é – eu falo.
Eu vou até a porta, eu abro ela e fecho.
— Bom dia, posso ajudar o senhor? – ele que está mexendo em seu celular levanta o olhar para mim – os pais e responsáveis devem esperar lá embaixo.
— Eu preciso pegar uma aluna – ele fala – estou com pouco de pressa.
— Estamos ainda finalizando a aula – eu olho para ele.
— Eu preciso levar ela agora.
— Eu nunca vi você por aqui, quem é aluna?
— Laura – ele fala
— Você é o que dela?
— Pai – ele responde
— Eu vou verificar no livro de responsáveis pela aluna , como é seu nome?
— Meu nome? – ele questiona me encarando – por favor, chame a minha filha, não precisa verificar nada.
— Desculpa senhor, mas se você não falar seu nome, não tenho como te entregar a criança.
— Eu não tenho tempo a perder, traga ela. – ele fala com seu tom de voz ríspido.
— Por favor, me diga seu nome.
— Eu já disse para chamar Laura – ele fala e eu encaro.
— Desculpa, sem saber quem é o senhor, eu não posso fazer isso.
— O que está acontecendo aqui? – A diretora da escola pergunta – Giovana?
— Esse senhor quer levar uma aluna sem se identificar e eu não posso entregar aluna nenhuma dessa forma.
— Esse é Salvatore Cortez o dono da escola – ela fala e eu encaro ele.
— Será que agora você pode chamar a minha filha? – ele pergunta me encarando
— É claro, me perdoe mas pela segurança das crianças não poderia entregar nenhuma criança sem ter a mínima identificação.
— Você como professora dessa escola deveria saber quem era o dono – ele fala – você não acha? Trabalhar em uma instituição como essa deveria saber o mínimo pesquisar.
— Eu sou paga para dar aula somente – eu olho para ele – não para ter uma ficha completa de quem são os donos.
— Papai – Laura fala correndo até ele depois da diretora ter chamado.
— Por favor Dona Safira, a demita – ele fala e eu arregalo os olhos.
— Como? – eu pergunto
— Salvatore, ela é a nossa melhor professora – Safira fala.
— Se ela não sabe sobre a instituição que ela trabalha, não quer pesquisar sobre, é porque não tem tanto interesse de trabalhar aqui, da próxima vez não quero ver ela aqui dando aula para minha filha – ele sai andando.
— Como assim demitida? – eu pergunto para Dona Safira – não, espera – eu falo tentando ir atrás dele e ela me segura.
— Arruma suas coisas – ela fala – você o escutou, está demitida. – eu olho para ela sem entender toda aquela situação.