6 - O salão de jantar
A coisa POV
Acordei sentindo dores por todo o meu corpo, mas são dores boas, pois as lembranças do motivo de estar assim são maravilhosas, aprendi o que é prazer e acho que viciei. É simplesmente maravilhoso essa sensação.
Agora entendo porque tantos buscam se satisfazer, sem se importar com o resto e eu era usada para isso, para que outros ficassem felizes, mas acho que isso não vai mais acontecer.
O cheiro dele ainda é bem forte e sinceramente não quero levantar, só quero ficar nessa cama, sentindo nossos cheiros misturados e me sentindo tão bem por isso, até que sinto meu estômago fazer barulho, faço um esforço para conseguir me mover. Assim que coloco os pés no chão, ergo a cabeça escutando o som de uma porta se abrindo e o vejo sair do banheiro, há gotas de água ainda escorrendo por seu peito musculoso, uma toalha em sua cintura e uma nas mãos enxugando os cabelos. Posso sentir minha boca ficar molhada e meu corpo ficar mais quente.
“Hum… Mal acordou e já está excitada, é?”
Fiquei vermelha e abaixei a cabeça, mordendo o lábio inferior. Meu corpo reagiu instintivamente.
“Vá tomar banho, vou pegar sua roupa… Você precisa se alimentar, eu consigo escutar o barulho de seu estômago lá do banheiro.”
Ele falou e imediatamente me ergui, soltei alguns gemidos de dores enquanto andava, quando passei por ele, senti seu braço envolver minha cintura e logo seu corpo está colado ao meu e ele me beija, de forma dominante, entrelaçando nossas línguas e me perco em seu gosto, mas tão rápido quanto começou, ele terminou e me afastou, dando um tapa na minha bunda.
Sorri e a dor tinha diminuído um pouco, mas assim que liguei o chuveiro soltei um gemido de satisfação, a água morna com certeza era bem vinda, mas não me dei ao luxo de ficar muito tempo, me lavei e ainda tinha o gozo dele dentro de mim, tentei tirar o máximo possivel, justamente para não ficar escorrendo conforme eu andava. Eu não preciso me preocupar em engravidar, porque o Alpha tinha mandado fazer uma cirurgia e mandou tirar meu útero… Assim eu sequer menstruava… Ninguém queria correr o risco de engravidar a escrava.
Quando terminei sai do banheiro e vi novamente ali, minha roupa preparada, era um vestido preto, de um tecido fosco, sequei bem meus cabelos e coloquei o vestido, com alguma dificuldade, pois ele se colava bem as minhas curvas. Há também um sapato preto mais simples. Olhei no espelho, vendo que o vestido chega só até o meio de minhas coxas, deixando as cicatrizes das pernas expostas, meus seios estavam esmagados e mais levantados, então parecia que eu tinha mais seios do que o normal, além dele ser sem alça e em formato em m.
Coloquei o sapato e percebi que quando me abaixava a saia levanta, estranhei um pouco, mas se isso vai deixá-lo feliz, então tudo bem. Terminei de secar meu cabelo, com o secador e sai do banheiro. Ele está no meio do quarto, usando uma jaqueta de couro preta, pesada, uma calça jeans, os cabelos arrumados em um estilo bagunçado e seus olhos ficaram mais escuros ao me ver.
“Está perfeita! Só falta um detalhe.” Então ele se aproximou de mim e tirou de dentro da jaqueta dele uma coleira. Arregalei os olhos, já tinha usado uma de metal por alguns anos, mas esta é de couro e tem alguns espinhos prateados. “Você é minha, logo tem que usar minha coleira.” Ele explicou.
Concordei com a cabeça e ele colocou o objeto ao redor do meu pescoço.
“Ótimo. Comporte-se, se você se comportar vai ser bem recompensada.” Ele passou a mão delicadamente pelo meu rosto e soltei um suspiro. “Você vai ser uma boa menina?”
Concordei com a cabeça.
“Não te escutei.”
Respirei fundo, abri os lábios.
“Sim, vou sim.” Respondi. Eu faria qualquer coisa para agradar a esse homem.
“Ótimo! Lembre-se, sempre um passo atrás de mim e só fale quando eu ordenar. Eu sou o seu Senhor, entendeu?.” Estas foram as regras que ele me deu.
“Sim, senhor.”
Então este homem sorriu e me deu as costas, saindo do quarto, mantive meu olhar em suas costas, justamente para não perder nenhum movimento dele e sempre ficando a um passo atrás. Posso ver várias pessoas no corredor e todas cumprimentam meu Senhor, mostrando respeito, sei que é idiota, mas sinto orgulho disso, dele ser alguém tão poderoso assim.
Mas da mesma forma que eles olham com respeito para meu Senhor, eles me olham com desprezo, algo que já estou acostumada, então não me afeta, a única coisa que me importa é em agradar meu Senhor.
Não demorou muito para chegarmos no salão de jantar, havia várias mesas colocadas, algumas maiores que outras e o lugar estava bem cheio. Meu Senhor caminhou até a mesa onde estavam as pessoas com títulos mais altos, então meu Alpha, Beta e Gamma estavam lá, assim como seus filhos.
Meu Senhor se sentou a ponta da mesa e fiquei atrás dele, mantendo meu olhar sobre ele, mas ainda assim consigo ver o olhar de luxúria daqueles que estavam ali e senti uma pontada de nojo, principalmente pelo olhar de Bernard…
O cheiro de comida era quase insuportável, mas não vou reclamar ou falar nada, apenas esperar pelas ações de meu Senhor. Ele começou a se servir e a conversa entre a mesa começou a fluir como se eu não estivesse ali, mas isso é bom para mim e mantive minha expressão o mais neutra possivel.
Depois de alguns minutos meu Senhor pegou um novo prato, serviu um pouco de comida, eu pensei que ele me entregar o prato, mas não fiz nenhum movimento para pegar, até que o vi se abaixar brevemente e colocar o prato no chão. Posso sentir meu coração se acelerar, não esperando tal situação dele.
Não é como se eu já não tivesse comido do chão, na verdade era muito normal eles jogarem os restos de comida e eu ter que comer diretamente do chão sujo, desta vez tinha um prato e a comida estava quente e não era resto.
Engoli em seco, mas me abaixei e assim que fiz isso ele colocou as mãos em meus cabelos e acariciou, como se eu fosse seu animalzinho de estimação. Não sei o que sentir, se fico feliz ou não. Sinto o vestido levantar e expor minhas coxas e como não estou usando nenhuma calcinha, dei que estou exposta para quem passar nas costas.
Bom, se isso vai deixá-lo feliz, então tudo bem, comecei a comer ajoelhada no chão, usando minhas mãos, mas tentando fazer o menos de sujeira possível. Meu Senhor continuou fazendo carinho em meus cabelos, o que é um indício que está tudo bem, eu sei que mesmo estando tão exposta nenhum daqueles outros homens vão fazer nada contra mim.
Quando terminei, apenas as pontas dos meus dedos estão sujas e meus lábios um pouco manchados de gordura, meu Senhor então me entrega um guardanapo de tecido e me limpo, mas não sei se é para levantar ou não.
Eu nunca tinha me alimentado com uma comida tão quente e muito menos fresca, então fico mais aliviada por meu Senhor conseguir me proporcionar isso, fico ajoelhada no chão, olhando baixo e me deixando sentir seu carinho.
Claro, quando uma Omega se aproximou para pegar os pratos, ela não queria pegar o meu, só que vi o olhar de canto que meu Senhor lhe deu e a garota imediatamente se abaixou e pegou meu prato, posso sentir um calor aumentar em meu peito, afinal de contas meu Senhor se preocupa comigo e espero estar fazendo as coisas certas para lhe agradar.
Passou mais alguns minutos e então senti a aura de meu Senhor se tornar mais pesada e seus dedos em meus cabelos ficam mais pesados, enquanto ele parava a carícia, não ergui o olhar, mas sei que tem algo errado e começo a prestar atenção ao que está sendo dito.
“Uma criança que ainda não sabe andar…” Escuto a voz de meu Senhor. “Quer mesmo me desafiar?”
SInto a aura de Alpha Julius começa a oscilar e a de Bernard diminuir, percebo que os dois estão com medo.
“Ela é só uma escrava…” Bernard tenta se defender.
“O importante é que agora ela é minha!” Meu Senhor fala em um tom mais baixo.
Isso é mais perigoso do que se ele estivesse gritando, Apha Julius percebe isso, mas Bernard é estupido…
“Acho que você gosta de ter coisas de segunda mão, então…” Bernard consegue falar.
“Pelo menos eu a fiz gemer e gritar meu nome.” Meu Senhor responde, eu sei que ele está se controlando. “Aposto que com um imaturo como você, sequer conseguiu tirar um suspiro dela.”
Posso ver por baixo da mesa que Alpha Julius bate na perna de Bernard para que ele se cale e como para provar um ponto, meu Senhor puxa meus cabelos para cima, eu me levanto e então sinto seus lábios sobre os meus, fecho os olhos e solto um gemido de prazer, sentindo as fagulhas se espalharem através de meus lábios. Meu Senhor me solta e volto a me ajoelhar.
“Essa é a diferença entre um homem e um garoto.” Meu Senhor termina de falar.
Eu sei que os outros devem estar chocados com isso, porque faz tempo que eles não escutam uma palavra ou som meu. Mesmo ontem quando Bernard estava em cima de mim e eu lutando, não soltei nenhum som.