01 - Bonnie Dimou
Bonnie Dimou
Me chamo Bonnie Dimou, sou ruiva, puxei essa característica de minha mãe, não sou tão alta, tenho um corpo malhado, sou uma das supervisoras que administra o Museu de História Grega, estou nesse mesmo emprego há quase 05 anos, me formei na América e a cinco anos retornei para Santorini e lutei muito por essa oportunidade. Continuo lutando para que tenha reconhecimento, infelizmente os representantes do museu acham que mulheres são fracas e não merecem um cargo alto em nenhum órgão do governo, isso é frustrante.
Meu pai Murilo Dimou, ele tem uma empresa de Marketing e Publicações, ele sempre me diz que só serei ouvida quando constituir família, mas já disse que não quero me casar e meus superiores precisam aceitar que sou uma mulher e que darei ordens a quem tiver que dar.
Minha mãe, Paula Dimou, toda vez que vou em casa faz um drama enorme para que eu volte para debaixo de seu teto, mas isso está fora de cogitação, já que sai de casa justamente por não aguentar mais a ladainha de ter que me casar e ter um herdeiro para assumir os negócios do meu pai.
Sei que um dia irei me casar, mas não estou com pressa, amo o que faço e sei que se for a vontade de algum ser supremo eu me apaixonarei, jamais aceitarei a ideia dos meus pais de um casamento arranjado, o filho do CEO da Motor's, não o conheço mais alguns dizem que ele é um cara arrogante, vive insistindo em dizer que logo iremos estar noivos é um idiota.
Mais meu pai é insistente e como sou filha única e sempre sou obrigada a comparecer aos eventos de marketing que ele organiza, então para muitos sou o melhor partido de Santorini, conheço praticamente todos os partidos solteiro da Grécia, graças a minha mãe, mais sempre consigo escapar das armações dela, não quero nenhum deles, quero me apaixonar e aí, sim, me casar.
Hoje minha mãe me convidou para um lanche no fim do dia e depois sei que serei obrigada a ficar para o jantar, mas não tenho do que reclamar porque casa de mãe é sempre o melhor lugar para se estar.
— Senhorita Dimou, o senhor Pappas pediu para a senhorita ir até a sua sala.
Que ótimo não dava para ter me chamado mais cedo ou esperado até a segunda para me dizer o que precisa, mando uma mensagem rápida avisando que chegarei atrasada em casa, mais que chegaria para o jantar.
E vou até a sala do diretor do Museu.
— Boa tarde, senhor Pappas, o que precisa? — Ele estava sentado atrás daquela linda mesa, e a desejo para mim.
— Sente-se senhorita, me foi avisando ainda a pouco que teremos um leilão de algumas obras de um acervo particular, queremos usar essa oportunidade para leiloar uma peça do nosso acervo e por isso lhe chamei para que você escolha algo para esse leilão, precisamos levantar fundos ou precisaremos fechar a ala egípcia.
Que oportunidade maravilhosa, talvez assim ele perceba que sei muito bem administrar esse museu, mas por que fechar a lá egípcia?
— Não se preocupe senhor Pappas, irei catalogar as melhores peças e lhe trago o mais rápido possível para verificar e escolha a melhor, mais qual o problema com a ala egípcia? — Não soube de nenhum problema.
— Sei que não irá me decepcionar com sua escolha, e sobre a ala egípcia, o que estamos recebendo não é suficiente para manter a ala funcionante, apenas isso, pode se retirar agora. — Ele me dá um sorriso e acena com a mão para sair da sua sala.
Urgh odeio quando ele trata os funcionários assim, espero que consigam ver meu valor, e conquiste essa vaga.
Saio de dentro do escritório frustrada como sempre, começo a organizar meus pertences para poder ir até a casa dos meus pais, me despeço dos meus colegas e sigo até o estacionamento e pego meu carro, ele é um modelo exclusivo que meu pai me presenteou assim que voltei para Grécia, mas quero trocá-lo por um modelo mais atual.
Chego em casa e minha mãe já vem soltando várias farpas em minha direção.
— Menina você está muito magra, olha só dá para ver suas costelas aqui, se eu te abraçar um pouco mais forte sinto que acabarei te quebrando. — Ela me abraça com carinho e beijo a sua bochecha.
— A mamãe não exagere, já cheguei para que a senhora me entupir de comida e pare com esse drama. — Ela me dá um tapa na bunda e acaba rindo.
— Você é minha única filha, quer que eu seja dramática com quem, já que você nem quer se casar e me dar netinhos. — Seus olhos ficam cheios de expectativa, mas apenas reviro os olhos para ela.
— Há, mamãe, por favor, não comece com isso outra vez, ou acabarei indo embora.