Capitulo 08
Jenny
Aquele fim de dia fiquei bastante pensativa, sobre o ocorrido, não sei porque Henrique me ajudou, mas não devo pensar nisso, dou graças a Deus por estar bem, eu estou viva, estou sobrevivendo a cada dia, Deus esteve comigo, e estou bem graças a ele. Após tomar um bom banho relaxando, deixo meus machucados mais uma vez na compressa, acho que vou ficar bem, tomo remédios para dor, estou sentindo dor no meu rosto e um pouco na minha barriga também, dou uma olha bem no meio da minha barriga e tem um leve hematoma, levo a mão e sinto uma pequena dor, mas não me machuquei tanto, mas em minha mente fico pensando, porque esses alunos me tratam assim? Como me odeiam a ponto de me bater assim? Eu simplesmente não entendo...
Coloco um pijama qualquer e espero Ane e os demais fazerem a janta, enquanto isso, releio as anotações da escola, sempre gosto de reler para gravar na memoria, ainda bem que sou otima em gravar as matérias, fico um tempo lendo e respondendo algumas questões que os professores passaram, depois, coloco alguns curativos nos meus hematomas, sei que Ane vai me encher de perguntas, não vou mentir, mas não quero que ela se preocupe, ou pior, conte aos meus pais, mas como somos amigas, sei que ela guardará esse segredo para mim.
Passo um creme antes de ir para a sala de jantar, e após comermos o habitual, Ane me enche de perguntas, eu conto o básico a ela, Ane responde bastante séria e preocupada comigo.
-- Devia contar ao diretor e aos seus pais, isso sim amore, isso já foi longe de mais, como aguentou todo esse tempo meu amor?
Ela me abraça bem apertado, eu retribuo e deixo uma lágrima escorrer dos meus olhos, eu digo então baixinho.
-- Está tudo bem, ok? Isso não vai se repetir, tá bom? Estou me cuidando bem, por favor, não conte a ninguém, não quero problemas, e pode deixar que vou evitar esse grupinho, tá bem?
Ela assente fazendo carinho em meus cabelos, eu me aconchego em seu abraço e ficamos mais um tempo assim, me sinto bem e protegida, Ane é como se fosse uma segunda mãe, em seu colo me sinto protegida, se não fosse por ela, não ia aguentar sozinha, tenho ela e Deus ao meu lado, minha mãe quando chegar, devo mostrar a ela que estou bem, sempre quero deixar ela orgulhosa...
Henrique...
Estou em um bar, bebendo muito, hoje quero curtir bastante antes de chegar em casa, meu pai deve estar trabalhando essa hora, ele não tem tempo para o único filho dele, e minha mãe é uma modelo, ele está quase nos seus 40 anos, e sempre cuida bem da saúde e do seu fisico, ela vive disso, e também não tem tempo para seu filho, então só posso contar com a bebida e meus amigos, e passando noites com mulheres, é claro...
Já estou no meu quinto copo, está tudo girando já, aproveito e começo a dançar perto de uma garota, que já rebola seu corpo no meu, começo a sentir um tesão e dançamos juntos um bom tempo até levar ela para um motel, quero ficar a madrugada com essa garota, saciar minha sede por muitas horas.
De manhã, acordo com uma resseca horrível, tomo um banho no motel e me despeço da garota, vou até em casa de taxi e assim que chego pego minha mochila correndo e voto para o taxi informando minha escola ao taxista.
Assim que chego pago a ele e encontro Gregory e Geovania na entrada conversando com outros colegas, eu digo um oi meio seco a eles, minha cabeça está explodindo.
Eles me olham começando a rir.
-- Parece que a noite de ontem foi boa heim, amigo?
Gregory diz rindo tomando um café, eu apenas assinto com a cabeça jogando meus cabelos bagunçados para trás.
Geovania me estende um café e diz.
-- Comprei a alguns minutos, bebe que você está precisando.
Agradeço a ela tomando um grande gole do café amargo, espero que isso me ajude.
Assim que me sento um banco perto dos meus amigos, avisto Jenny andando perto da escola, ela usa uma calça jeans e uma blusa de manga comprida de cor rosa bem claro, combina com sua pele branca. Seus cabelos estão soltos, seu aroma vem até mim, tão doce, olho para seus olhos que parecem bem sonolentos, ela está sem os curativos, em sua pele branca e bastante lisa vejo os hematomas que estão em uma mistura de cores, roxo com azul, ela então cumprimenta algumas pessoas e se vira para subir as escadas e repara que estou a olhando, seus olhos congela, ela olha para mim e depois para meus amigos, eu não consigo parar de olhar para essa garota branca de olhos tão claros, Jenny vira seu rosto e segue até a entrada da escola, o sino toca e percebo que ainda estou a observando até entrar na escola, eu me levanto termino de beber o café em um gole e Gregory diz.
-- O que foi? Porque estava encarando ela assim?
Eu dou de ombros dizendo.
-- Vamos para aula, não começa.
Começo a caminhar e os dois me acompanham, assim que entro na sala vou para meu lugar, nos fundos, Jenny já está em seu lugar, ela senta mais na frente, assim que o professor chega, ele nos cumprimenta e nos pede para abrirmos nossos livros e começa a passar algumas informações no quadro, abro meu livro e tento prestar atenção.
Observo que Jenny pega seus oculos na mochila e coloca em seu rosto, Geovania começa a rir baixo.
-- Sempre sem graça essa garota.
Alguns alunos riem baixo, mas eu pela primeira vez não rio.
Olho de canto para ela, Jenny está focada escrevendo que nem dá ouvidos aos meus amigos, e confesso que algo nela, me incomoda, quem será Jenny Carter longe de nossos olhos?