Capítulo 3
Passei o resto da tarde no meu quarto me acomodando, conhecendo meu novo ambiente. Jace passou o resto do tempo assistindo a um reality show na TV. O tipo de show que eu não gosto nem um pouco. Não nos falamos desde a nossa pequena briga.
São quase 19h, o dia está chegando ao fim e ainda não fui procurar minha agenda. Pode ser que esteja na hora, porque as aulas começam amanhã.
Então decidi ir ao escritório do gerente. É fácil localizar o prédio da administração da escola, pois é o maior, feito inteiramente de madeira como os demais, mas muito mais maciço. Tudo isso ainda era desconhecido para mim, este lugar parecia tudo menos uma escola de prestígio.
- Olá, sou novo e estou no segundo ano, gostaria de ter meu horário, digo para a senhora sentada atrás de uma pequena mesa ocre.
Ela parecia estressada e murmurava alguma coisa, mas eu não estava prestando atenção.
Tendo feito minha primeira aula em Los Angeles, isso me tornou novo no establishment. Eu realmente não me importo. Nunca tive problemas para me adaptar às circunstâncias, não importa o que acontecesse.
- Hmm, qual é o seu nome garota? ela perguntou, levantando a cabeça e me dando seu melhor sorriso.
-Elena Collins.
- Collins..., repetiu a senhora, enquanto batia nas teclas do seu teclado.
Devo ter olhado para ela de forma estranha, pois ela olhou para mim por um momento antes de acrescentar:
- Me desculpe se estou um pouco estressado, mas a volta às aulas é sempre agitada. Todos os alunos têm que vir me ver por causa dos horários, então não tenho muito tempo para respirar, ela me explicou, parecendo arrependida.
Não querendo iniciar uma conversa inútil, apenas balancei a cabeça, deixando-a saber que não havia problema em ficar estressada.
"Ah, Collins, encontrei você..." exclamou a mulher de cabelos escuros, girando seus colegas de trabalho ao passar. Você tem um irmão que se chama Lucky e está na primeira série, certo?
Não entendi muito bem o propósito desta pergunta, mas respondi mesmo assim.
"De fato", respondi timidamente.
Nunca fui bom em conversar com adultos que não conheço. Ainda me sinto desconfortável e oprimido, como se o que eu dissesse tivesse impacto na forma como eles me veem. Só de pensar nisso já dá para perceber o quão absurdo é, mas sempre foi um problema para mim.
- Ele ainda não passou, se você vê-lo avise para que ele venha, porque o escritório fecha às oito horas, ela me disse.
Novamente, eu apenas balancei a cabeça para cima e para baixo.
- Aqui está sua programação, é definitiva. Você tem quarta-feira livre para qualquer atividade que queira praticar.
Ela olhou para mim e continuou:
- Temos tiro com arco, caiaque, escalada, caminhada na montanha, você também tem a piscina coberta, enfim, você tem muitas atividades como essa... Bem vindo ao Mystic High, finalizou ela com um grande sorriso.
Eu sorrio com sua última frase. Tudo parecia algo saído de um filme de Hollywood para mim.
- Muito obrigado, agradeço antes de sair do escritório com um sorriso no rosto.
Dei uma olhada na minha agenda, que à primeira vista parece muito ocupada mesmo assim. Mas isso não me incomodou. Os estudos raramente são um fardo para mim. O mesmo não pode ser dito de Lucky.
Sem olhar para onde estava indo, de repente esbarrei em uma pessoa. Nem tive tempo de abrir a boca para me desculpar quando a garota falou primeiro.
- Ah, desculpe, desculpe, desculpe! ela pediu desculpas como se tivesse acabado de cometer um erro grave, que teve o dom de me fazer sorrir.
- Não se preocupe, eu não estava olhando para onde ia, desculpe.
O adolescente rapidamente sorriu novamente e estendeu a mão para mim:
- Eu sou Bonnie Clark! ela se apresentou com um ar muito entusiasmado.
À primeira vista, Bonnie parecia ser muito legal e muito amigável com as pessoas que a pressionavam...
- Elena Collins, respondi todo sorrisos para a morena na minha frente.
Seu cabelo era castanho, em um corte médio. Óculos foram colocados em sua cabeça, dando-lhe um ar estudioso, que contrastava completamente com suas calças pretas esburacadas.
- Você foi buscar seu horário, entendi, disse ela, indicando com a cabeça a folha de papel que eu segurava na mão direita.
- Ah sim, tive que ir, as aulas começam amanhã, sorrio.
- Não me diga..., Bonnie suspirou, revirando os olhos.
Eu zombei de seu comportamento descuidado.
- Você está vindo hoje à noite ? ela me perguntou.
Confusa, eu franzo a testa.
- O que você está falando ?
- Fogueira! ela exclamou como se a resposta fosse óbvia. É uma festa em torno de uma grande fogueira para alunos novos e calouros. Bem, é apenas uma desculpa para festejar.
- Acabei de chegar, não quero muito criar problemas para mim, admiti.
- A escola vai dar uma festa, Bonnie declara instantaneamente. A escola tem bastante festa, aliás, é mais como tradição, cada festa tem um significado, mas a maioria das pessoas aqui não sabe o significado delas, só querem se divertir, explicou a morena de calça furada.
Isto é bastante surpreendente para uma escola de prestígio. Mas, novamente, este lugar nunca deixa de me surpreender.
- A escola não tem medo que tudo isso degenere? Perguntei muito confuso com esta nova revelação.
Mamãe nunca me contou sobre festas escolares.
- Venha até o fogo e eu explico.
Ela cruzou os braços sob o peito, determinada.
Hesitei por um momento. Todos estarão nesta festa, que é organizada pela escola. Não ir seria estúpido da minha parte, e então é uma boa oportunidade para fazer amigos.
- Ok, estou indo, mas não tenho ideia de para onde vai.
- Venha bater no chalé quarenta e oito, é o meu chalé. Iremos juntos, então vou te mostrar onde fica, sugeriu ela.
- Tudo bem, vamos fazer assim! Eu sorrio para ele.
Ela sorriu de volta e disse olá antes de sair.
Lembrando que eu tinha que dizer a Lucky para saber o horário dela, caminhei até sua cabana.
- Sortudo! Chamei de trás da porta, batendo os punhos.
Eu não gostaria de me atrasar para o incêndio hoje à noite.
- Eu vou ! Eu ouvi atrás da porta.
Alguns segundos depois, a porta se abriu para um menino ruivo. Ele parecia estar acordando de um cochilo, pois seus olhos ainda estavam sonolentos e ele parecia genuinamente confuso com o que estava ao seu redor.
- Ei, oi, meu nome é Elena Collins, meu irmão Lucky Collins está aqui? Ele é loiro, alto - aliás, provavelmente mais alto que eu - o que, aliás, não entendo! Quero dizer, ele é mais novo que eu, ele deveria ser menor, certo? Aí eu entendo, ele é um menino - de qualquer forma, estamos fugindo do assunto - você vê, meu irmão é cabeça-dura e eu sempre tenho que ficar atrás dele, por isso gostaria de pedir para ele ir buscar a agenda dele desde o O escritório fecha às oito horas, digo com uma oferta, sem sequer parar para respirar.
Não tive muito tempo para me preocupar com a agenda do meu irmão, porque tudo o que me importava esta noite era fazer amigos na fogueira.
O menino não se moveu um centímetro durante meu discurso, ele olhou para mim com um ar ainda tão cansado antes de finalmente abrir a boca:
- Sortudo, tem uma loira maluca na porta perguntando por você! gritou a ruiva.
Franzi a testa diante do insulto, mas não disse nada e esperei que meu irmão decidisse aparecer. O que ele faz logo depois.
- Não se preocupe Tim, ela é apenas minha irmã, Lucky disse sorrindo.
- Ah. Ah. Ha, muito engraçado, eu digo que não estou nem um pouco divertido.
Tim retirou-se sem dizer uma palavra, deixando Lucky ocupar seu lugar perto da porta.
- O que sua presença aqui significa para mim, querida irmã? - ele disse ironicamente.
- Você não esqueceu de pegar sua agenda no escritório? Eu digo, sabendo muito bem que ele realmente esqueceu.
- Não, não esqueci, irei amanhã de manhã, ele me informa, encostando-se na entrada de seu chalé e cruzando os braços sobre o peito, parecendo confiante e superior.
Lucky sempre foi uma criança rebelde. Quando pequeno já fazia o que queria, o que tinha o dom de enlouquecer minhas tias e minha mãe.
Lembro-me de uma lembrança em particular. Foi quando Lucky tinha 7 anos, durante um inverno rigoroso. Toda a família estava reunida para as férias. Meus avós, minhas tias, meus tios, meus primos, todos estavam presentes. Os dias antes do Natal foram os mais longos. Todos os adultos cuidavam de seus afazeres, enquanto nós, crianças, procurávamos nos ocupar o melhor que podíamos para esperar a chegada do - tempo esperado do Papai Noel. Minhas tias e minha mãe encontraram o tricô como ocupação, enquanto os homens da família se ocupavam em manter o fogo de lenha aceso na lareira.
Lembro-me de pedir à tia Petúnia que me ensinasse a tricotar, o que foi muito mais difícil do que eu esperava. Enquanto eu lutava para tricotar o que deveria ser um cachecol, tia Petúnia decidiu fazer um suéter para meu irmão, porque segundo ela - esse garoto suja mais rápido que sapato branco. Depois de longas horas trabalhando em seu suéter, tia Petúnia orgulhosamente apresentou o suéter para Lucky. O garotinho apenas franze a testa antes de pegar o suéter, virando-se e jogando-o no fogo, Tio Jon, olha eu salvei o fogo, ele havia exclamado diante dos olhos arregalados de toda a família. Escusado será dizer que Lucky teve uma noite ruim depois.
- Não, Lucky, está fora de questão. As aulas começam amanhã de manhã, você deve ter seu horário! Eu irritei.
Achei que Lucky teria acertado pela primeira vez. Eu estava errado.
- Bem, eu iria antes da aula, ele respondeu irritado por sua vez.
Eu sei o quanto ele não gosta que eu lhe diga o que fazer, mas minha mãe me pediu para cuidar dele e pretendo cumprir minha promessa.
- Sorte, fale sério, suspirei. Papai e mamãe não apreciariam se você colocasse tão pouca força de vontade no primeiro dia, quando a aula ainda nem começou.
Acabamos de chegar e estou cansado de discutir com meu irmão mais novo.
Ele olhou para mim e tentou fechar a porta, mas fui mais rápido e bloqueei com o pé.
Vendo que eu a estava irritando, deixei passar e mudei de assunto.
- Você vai nessa festa que a escola vai dar hoje à noite? Perguntei.
Ele abre a porta da frente e suspira por sua vez.
- Sim, vou com o Tim, ele respondeu blasé da nossa conversa.
- Tudo bem, eu também vou, informei ele.
Ele me deu um enorme sorriso falso.
- Incrível ! ele gritou em voz estridente, balançando as mãos da esquerda para a direita, como uma garota histérica faria.
Eu sabia que ele estava zombando de mim deliberadamente, mas com o tempo me acostumei.
Ele bateu a porta para mim de uma vez por todas, encerrando nossa conversa para sempre.
Aprendi a ignorar os comentários do meu irmão, porque sei muito bem que ele me ama, assim como eu o amo. Ele está apenas em uma fase em que pode precisar menos da irmã mais velha do que precisava há alguns anos.
Lembrando-me do evento desta noite, corri para minha cabine para me trocar. Esta noite é uma oportunidade de ouro para fazer novos amigos.
Quando entrei na cabana, fiquei aliviado ao descobrir que Jace não estava lá. Então fui para o meu camarim, que continua arrumado desde esta manhã.
Depois de alguns minutos cara a cara com meu camarim, finalmente optei por um vestidinho preto bem simples, de alças finas. Acompanhei o vestidinho com minha jaqueta jeans, larga demais para meus ombros.
Coloquei uma maquiagem bem leve, prendi o cabelo em um rabo de cavalo alto e fui para a cabana de Bonnie sem nem me olhar no espelho. Estou tão ansioso por isso.
No segundo em que bati, a porta de madeira se abriu e revelou uma Bonnie sorridente.
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- Oh sim ! Se há uma coisa que você deveria saber sobre mim é que chego sempre na hora certa, sorrio piscando para ele.
Ela ergueu as sobrancelhas e soltou uma risada.
- Entre, por favor, Bonnie me convidou para entrar em sua cabana.
Quando deixei meus olhos vagarem pelo interior do chalé, percebi que a disposição dos móveis era visivelmente semelhante à minha.
- Minha colega de quarto já se foi, ela me informa, indo para o quarto dela, eu em seus calcanhares.
Ela estava descalça e fechando o macacão ainda não estava fechado, concluo que ela ainda não estava pronta.
- Ainda não estou pronto, pelo que vejo, apontei, sentando em sua cama enquanto ela procurava os sapatos em seu camarim, bem mais bagunçado que o meu.
- Elena Collins, se tem uma coisa que você deveria saber sobre mim (ela se virou para mim) é que nunca chego na hora! ela riu, repetindo a frase que eu disse a ela antes.
De alguma forma, ela tentou calçar os calcanhares, o que foi divertido de assistir. Ela não estava usando salto alto, simples sapatos pretos que surtiram efeito.
- Ah, que bom saber, digo, divertido.
- Estou pronto ! ela exclamou, girando.
- Perfeito, vamos!
Eu estava tão impaciente!
Pelo que vi de Bonnie até agora, ela me parece uma garota muito legal e cheia de energia. E eu realmente não vejo razão para não me tornar amiga dela.
Ela me levou até o local da fogueira, que ficava perto de um rio, na beira da mata. O caminho para chegar lá era traiçoeiro e tive que me conter para não rir diversas vezes quando Bonnie ameaçava tropeçar em pedras ou pedaços de madeira.
Depois de caminhar alguns minutos, descobri uma pequena praça, cheia de gente. A fogueira estava entronizada no meio enquanto a música acompanhava as chamas em suas danças.
- Vamos, vamos sentar, Bonnie puxou meu braço.
Experimentamos um tronco de árvore colocado no chão especialmente para a ocasião. Um pequeno grupo de pessoas sentou-se ao nosso lado, mas não prestei atenção neles.
- Olá, Jess! Ouvi Bonnie cumprimentar alguém.
Ela estava conversando com uma garota de longos cabelos castanhos, segurava uma bebida na mão e parecia não querer estar ali, dada a expressão em seu rosto.
- Jess, esta é Elena, Bonnie apontou para mim rapidamente. Elena, esta é Jéssica, apresentou Bonnie ainda sentada ao meu lado.
- Prazer em conhecê-lo, eu disse timidamente.
Ela assentiu e respondeu:
- Encantado, seu tom era monótono, tornando suas palavras inacreditáveis.
- Bonnie, eu tenho que ir ver Kol, Jess não deu tempo para a amiga responder, ela já estava longe no meio da multidão.
- Quem é Kol? Eu perguntei, de repente curioso.
- Uma amiga nossa, respondeu ela antes de tomar um gole de seu copo que continha um refrigerante.
- Há quanto tempo você e seus amigos estão aqui?
- Meus amigos e eu não nos separamos desde a faculdade, nossos pais ficaram amigos à força de se esfregarem e resolveram mandar todos nós para cá, começou a morena. Nossos pais são muito tranquilos quanto a isso e, para responder à sua pergunta, estou aqui desde o ensino médio.
Ela termina a frase com uma piscadela. Algo que ela faz com frequência, percebi.
- Ah, então você deve conhecer muita gente aqui.
- A maioria das pessoas aqui se conhece há muito tempo. Eles estudaram juntos desde pequenos, Bonnie me explicou. Vou te apresentar o grupo amanhã, você vai ver que eles são muito legais, Bonnie me diz, dessa vez tomando um grande gole de seu copo.
- Mal posso esperar para conhecê-los, digo sinceramente.
Gostei da ideia de conhecer os amigos de Bonnie. Se eles fossem tão legais quanto ela disse, eu poderia gostar deles.
- Então ela colocou o copo no chão, com quem você divide seu chalé? Bonnie perguntou.
"Jace Moonhood," suspirei, pensando no evento desta manhã.
Com a minha resposta, Bonnie quase engasgou. Ela tossiu várias vezes antes de respirar fundo e exclamar:
-Jace Moonhood?!
- Você está bem ? — perguntei, preocupado acima de tudo.
- JACE MOONHOOD! ela repetiu, muito mais alto.
Algumas pessoas se voltaram para nós, mas rapidamente retomaram suas conversas.
- Diminua seu tom de voz ! Eu ri. Você conhece Jace?
- Você deveria perguntar, quem não o conhece, ela disse me lançando um olhar desconfiado.
Seus olhos estavam arregalados como se ela tivesse acabado de saber que Harry Potter era real.
Eu não sabia o que dizer depois disso, então permaneci em silêncio, me perguntando o que Jace poderia ter feito para provocar tal reação em Bonnie.
- Jace, ela tentou encontrar as palavras. Jace é tipo... é como Chuck Bass, mas mais fofo. Todo mundo o conhece. Todo mundo sonha em estar ao seu lado, em estar entre seus amigos!
Eu me diverti com o olhar dramático que Bonnie fez e com a referência que ela usou, mas também fiquei muito confuso sobre o que ela estava me contando.
- A família dele tem uma reputação muito boa graças ao dinheiro, o pai dele também é um dos investidores desta escola. Seus pais são divorciados. Nunca falei com ele, mas sei que ele não é muito gentil com quem não faz parte do grupo dele. Às vezes ele até fica bravo com um de seus amigos sem motivo. Todo mundo conhece Jace Moonhood, mas ninguém sabe realmente quem ele é. Ele é bastante misterioso, disse Bonnie, aparentemente bem informado sobre ele.
- Devo admitir que tenho dificuldade em entender sua reação, digo, tomando um gole do meu refrigerante.
- Elena, você divide sua cabana com Jace Moonhood! Seu nome não é apenas conhecido aqui, mas também na alta sociedade de todo o mundo.
Eu ri com essa informação.
- Ele é arrogante e desrespeitoso. Quando visitei o chalé com minha mãe ele foi adorável e no momento que ela saiu ele ficou arrogante e me deixou claro que não me queria aqui, expliquei com calma.
- Não é segredo, Jace é arrogante, ela assentiu para corroborar essa evidência. Mas ele também é incrivelmente adorável, acrescentou ela. Você viu os olhos dele? Ah, e depois as tatuagens dele, hein?
"Bonnie, você está se deixando levar", eu a interrompi.
"Desculpe..." ela se desculpou, sorrindo timidamente.
- Você gosta, né? Perguntei vendo o jeito que Bonnie estava falando sobre esse homem rico e arrogante.
As bochechas de Bonnie coraram levemente e suas mãos continuaram brincando entre elas.
- Talvez, ela riu nervosamente.
- À primeira vista, não acho que esse Jace seja uma boa pessoa..., (suspirei), mas se você tem uma queda por ele, não custa nada tentar a sorte, tentei tranquilizar a morena .
Bonnie fez uma careta e seu entusiasmo de alguns minutos atrás parecia ter evaporado. Seu rosto estava muito mais fechado e seus olhos muito menos vivos.
- Impossível, ela respirou. Ele está em um relacionamento com Hailey. Essa garota é quase tão rica quanto ele e tem uma carreira de modelo planejada.
Bonnie murmurou, olhando para sua bebida.
Fiquei com pena do meu novo amigo. Esse Jace não merece que uma garota tão legal esteja apaixonada por ele.
Esse é o problema das crianças ricas: elas nunca percebem o mal que podem causar fora de sua pequena bolha de luxo. Para eles, tudo está bem no melhor dos mundos. Mas a riqueza é apenas uma fachada que torna o mundo muito melhor do que realmente é. Quando essa fachada cair, então a dura realidade o atingirá e talvez ele perceba o quanto certas ações podem doer.
Eu estava prestes a comentar o quão idiota esse Jace parecia, mas a expressão de Bonnie ao meu lado me fez engolir minhas palavras. Seu olhar estava fixo ao longe, em algo, ou melhor, em alguém.
Não demorei muito para notar Jace, de mãos dadas com uma morena alta e bronzeada, que presumi ser Hailey. Ela estava vestida com roupas de grife e uma bolsa. Bolsa, que é só da Balmain.
Uma multidão rapidamente se formou ao redor deles, mas Jace só cumprimentou certas pessoas, que presumi serem seus amigos famosos.
- A vida é tão injusta, Bonnie suspirou ao meu lado, com os olhos fixos no casal perfeito.
Eu sempre teria rancor de pessoas arrogantes como Jace. Não é difícil perceber que ele pode ter tudo o que quiser, e só isso é suficiente para me fazer não gostar de pessoas como ele.
Talvez seja apenas ciúme. Talvez eu gostasse de ter uma vida tão fácil quanto a de pessoas como ela. Mas de forma alguma quero ser como ele. As pessoas ricas, pelo menos a maioria delas, são pessoas perigosas. Eles usam a posição social que o seu dinheiro lhes confere para se imporem acima dos outros.
É simplesmente injusto. A riqueza não deve definir hierarquia. E hierarquia não deveria existir, pelo menos na educação.
O segredo desse tipo de pessoa é que elas são muito descuidadas e sempre acabam cometendo o erro de muitos.