capítulo 2/ invisível
*LILIANA*
O sinal para o recreio tocou, e eu dei graças aos céus, não aguentava mais a maldita aula de química, na verdade a única química que eu entendo é a dos meus personagens, isobárica é algo que me deixa confusa.
Respiro fundo passando pela porta, eu estava quase do lado de fora, um passo para me ver livre, parei para arrumar meu óculos, essa droga vive descendo do meu nariz, e eu estou rezando pelo dia que minha mãe irá me levar ao oftalmologista para pôr minhas lentes.
__ aonde pensa que vai? projeto de nerd.__ Abby me para assim que dei um passo para fora da classe, fazendo com que eu volte para dentro da mesma.
__ ir lanchar não é óbvio?__ questiono já sem paciência e ela dá um sorriso sem mostrar os dentes.
__ olha só meninas, será que deixamos ela passar?__ pergunta a suas seguidoras e as vacas sorriem.
__ é parece que você teve sorte, não sei o que um cara como McAllister vê em você.
__ ele é só meu amigo.__ rebato brava.
__ ah, mas isso é certeza, caras como ele, nunca ... nunca.. entende? Nunca namoram garotas como você.__ diz e eu me mantenho de cabeça baixa.
Não iria ficar magoada, afinal Jay e eu, nunca rolaria.
Segui para fora da escola e me sentei em um dos bancos da arena, mas antes passei na cantina para pegar um suco com uma fatia de bolo.
Observei os jogadores do time de fotebol americano dando o sangue nos passes.
Avistei o Jay com a bola na mão e admiro a auto confiança que tem em si mesmo, afinal ele é ninguém mais ninguém menos que o capitão do time.
Ele andou sozinho em rápida velocidade até o lado adversário e arremessou a bola, os companheiros dele o ajudaram nisso, interceptando quem chegasse perto, para eles é normal, para mim chega ser violento, e foi quando ele lançou a bola na rede, eles estavam em vantagem e esse... foi o " touchdown " seis pontos no território inimigo, Cristian já havia marcado um field gold, dois pontos e só precisam de três para conseguirem a vitória.
Cristian e Jacob comemoram se jogando em cima do mesmo, e logo o restante de meninos do time, fizeram a mesma coisa, ainda bem que ele usa aparelho de proteção, porque se não, ossos dele estariam bem fraturados.
No fim do treino, já estava na hora de voltar para classe, eu não costumo escrever quando estou na escola, faço isso mais pela noite quando chego em casa, é a hora que me sinto mais criativa, esses dias eu fiquei sem fazer postagens porque estava com um bloqueio de criatividade e uma ressaca literária após ler " é assim que acaba " eu não tenho nada à dizer além das lágrimas que molharam meu travesseiro, talvez ele entenda.
O lado bom de escrever no wattpad é que tem os comentários, os leitores interagem com você, o lado ruim também é esse, comentários as vezes podem ser ofensivos.
Esta semana recebi tantos palavrões que fiquei encantada com as variações das palavra " porra " "" caralho " só porque eu disse que a protagonista não ficaria com quem elas queriam, que no caso é um boy de merda, que se fingi de bonzinho, e as mesmas ainda estão na fase dele bonzinho.
O meu privado tem tantos casos de infartos pós capítulo, que chego a achar que virei médica.
Brincadeiras a parte, eu amo as leitoras e quando elas são fofas e malvadas ao mesmo tempo, às amo mais ainda.
__ oi crazy! __ encarei o garoto suado em minha frente e sorrio.
Jason é o tipo de qualquer menina, um noventa dois de altura, músculos bem distribuídos pelo corpo, uma boca não muito cheia, os olhos castanhos claros, os cabelos da mesma cor, sobrancelha grossa, e o bronze natural dele deixa o mesmo ainda mais irresistível para as fãs dele.
Me sinto uma anã do lado dele, por isso continuei sentada.
__ é...oi? Eu estou indo para classe.
__ pensei que já estava indo embora, porque já deu minha hora, o treinador Tyler nos dispensou, mas se quiser venho te buscar.
__ não! Eu vou dar um jeito.
__ tem certeza?__ pergunta me encarando, mas somos interrompidos pelo Jacob que o chama.
__ qual é? Larga a esquisita aí e vamos embora.
__ mais respeito rapaz.__ me defende e eu sorrio.
__ crazy... tenha cuidado ao voltar.__ diz já se virando para ir de encontro ao amigo dele.
__ eu sei me cuidar Jay.
__ é claro que sabe.__ diz dando uma piscadela para mim, me fazendo revirar os olhos.
Voltei para classe, e me atento as aulas do professor Willian, literatura é uma das minhas aulas favoritas, preciso focar em matemática e em química, mesmo tendo a fama de nerd, eu não faço juis à isso.
Mamãe iria ter uns três tipos de surtos diferentes ao saber que ficarei reprovada se não passar nessas duas pedras em meu sapato.
Resolvi parar de pensar em excesso e focar na aula, sobre Vaz de Camões, é isso mesmo Vaz de Camões é cultura gente.
Tive mais duas aulas de biologia e agradeci mentalmente por chegar a hora de ir embora.
Procurei um uber, e graças aos céus encontrei alguém livre.
Esperei alguns minutos na porta da escola e avistei de longe o carro, o motorista me avisou que já havia chegado. Corri até lá, e observei o céu carregado de nuvens escuras.
É... parece que vai cair uma chuva daquelas, e espero estar em casa, quando isso acontecer.
Dei o endereço para ele, o mesmo deu partida.
Tenho a imunidade baixa, por conta de ter ficado doente quando era pequena, meu corpo não produziu todos os anticorpos que são necessários para cuidar de si mesmo, ou seja, qualquer coisa que para outras pessoas é considerado algo leve, como uma gripe ou um resfriado, para mim é intenso demais, eu fico muito mal, porém graças ao céus, já faz muito tempo que não tenho uma recaída.
E eu agradeço, porque sinceramente? As sopas e remédios que minha mãe inventa, me deixam ainda mais doente, o saber parece com terra, ou vômito, só de imaginar me dá ânsia.
__ moça!__ saio dos meus devaneios pelo motorista me chamando.
__ sim?
__ chegamos.__ diz e eu entrego o dinheiro à ele, e fico na porta de casa, olhando a maldita planta artificial, escuto vozes vindo do quintal dos Williams, resolvo entrar na minha residência.
O carro do Jay estava na garagem, essa algazarra com certeza tem o dedo dele, na verdade isso é a cara dele.
Jason Bennett McAllister é um festeiro de primeira.