CONVIVENDO COM O INIMIGO
Miguel Vitale
No dia seguinte me sentindo mais inquieto e com muita raiva por ter vendido a minha mulher que está grávida do meu filho. O desgraçado não pode saber que Marina está grávida, pois se ele souber não sei do que pode ser capaz.
Pensando com um pouco mais de clareza, dei-me conta que o fato de Marina ter beijado Antonni, foi por alguma ameaça que ele deve ter feito. Ela nunca faria isso por livre e espontânea vontade.
Eu conheço Marina e sei que ela é apaixonada por mim.
Meu pai e Vanessa concordaram comigo, mas Vanessa falou algo que me abalou por completo. Lembro das suas palavras: Antonni vai fazer de tudo para que Marina se apaixone por ele, e não duvide nem por um momento que isso é capaz de acontecer.
- Você diz isso por experiência própria – Falo e ela assente. Suas palavras me deixaram completamente irritado.
- Talvez seja melhor informar a Antonni que Marina está grávida e falar com ele que a venda está cancelada por este motivo. – Meu pai fala.
- Você parece que esquece que Antonni foi o mandante do assassinato da minha ex-mulher. – Falo irritado.
- Mas com sua ex-mulher ele não teve nenhum envolvimento e pelo que sei ele e Marina passaram à noite juntos – Ele fala se referindo à noite que Marina passou com aquele infeliz. Só de pensar que isso poderia acontecer novamente.
Fico louco com esse pensamento!
- Não quero que ele saiba do meu filho – Falo dando por encerrado essa questão. Meu celular vibra e vejo o nome de Antonni no visor.
- Olá Miguel – Ele fala e até sua respiração me incomoda.
- Estou ligando para confirmar sua vinda ao baile de máscara que farei sábado à noite – Fala e sei que por trás dessa ligação tem alguma merda.
- Claro, Antonni. Não perderei por nada.b– Falo.
- Ótimo. É uma pena que você não quer mais fazer negócios comigo. Você era o melhor que eu tinha – Murmura.
- Eu sei disso – Falo e encerro a ligação. Decido me concentrar nos documentos sobre os negócios de Antonni. Vanessa conseguiu uma cópia dos documentos que ele tem no notebook pessoal e estou disposto a encontrar algo que possa usar contra ele e assim conseguir minha vingança e minha mulher de volta.
Marina Castro
Eu passei a manhã inteira no quarto e pretendia evitar Antonni o máximo que conseguisse, mas estava morrendo de fome. Uma fome que fazia meu estômago doer. Por isso, perto do horário do almoço eu fui para cozinha e pretendia comer com as funcionárias para evitá-lo.
Só de pensar no sonho que tive com ele, o meu corpo aquece, mas também me envergonho por lembrar de Miguel. Sei que ele não me perdoaria nunca se eu tivesse algo com o seu maior inimigo.
Com toda certeza ele me odiaria para sempre!
Eu juro que não entendo o que está acontecendo com meu corpo, sinto meus seios mais sensíveis ao toque e meu corpo está sensível e necessitando de carinho e ser tocada com desejo. Sinto que poderia derreter completamente ao menor toque.
- Ah – Viro me assustada com o toque de Antonni.
- Que merda está fazendo aqui? – Questiona.
- Estou faminta e não quero olhar pra você – Digo irritada. Ele sorrir e isso me deixa ainda mais irritada. Ele se aproxima e sem me tocar ele fala.
- Você está irritada por causa do sonho que não foi real, mas eu garanto que não pretendo lhe tocar. Eu quero que você e seu corpo implorem pelo meu toque e lhe garanto que esse dia vai chegar – Sussurra e se afasta um pouco.
- Agora vá para a mesa comer com as outras meninas ou volte para seu quarto sem comer nada – Fala de forma implacável e eu o odeio cada vez mais.
Eu me movo, mas quando estou voltando para o quarto, sinto minha visão escurecer e coloco as mãos na parede para não cair no chão.
- Teimosa – Antonni me carrega e me leva para o quarto. Vejo a senhora trazer meu café na manhã na bandeja e devoro tudo avidamente. Ele me observa e chega até a sorrir.
- Para onde vai toda essa comida?
- Espero que para a bunda – Falo brincando.
- Se você quiser posso conferir – Murmura e fecho minha cara. Eu não posso esquecer que ele é o inimigo.
- Eu não vou esquecer o motivo que estou aqui e muito menos que você é o inimigo. Não vou esquecer da tapa que me deu e muito menos de ter atirado em Miguel, não vamos ser amigos Antonni – Falo e em nada ele se altera.
- Eu não quero sua amizade, mas quero foder você. Da mesma forma que fizemos naquela noite, mas dessa vez, será muito melhor. Posso garantir a você. – Fala.
- Isso nunca mais vai acontecer – Murmuro e vou para o banheiro tomar um banho gelado. Eu me masturbo no banheiro e choro de raiva. O que está acontecendo com meu corpo... Suspiro.
- Miguel eu preciso tanto de você – Chamo seu nome enquanto penso em seu toque e afasto qualquer pensamento de Antonni.
Eu passo o dia no quarto e agradeço por Antonni mandar a minha refeição, pois não consigo mais controlar minha fome por comida e começo a pensar que posso estar grávida e o pensamento me assusta, por duas razões: A primeira por ser nova, e a segunda e mais importante, o pai do meu filho é Miguel ou Antonni? Fico apavorada com o pensamento e tento ignorar a situação.
Quando acordo no dia seguinte, me assusto por encontrar Antonni em meu quarto. Levanto assustada e puxo os lençóis para me cobrir. Acabei pegando no sono logo depois do banho e não coloquei uma roupa.
- Você quer me enlouquecer – Ele diz com a cara irritada.
- Eu não fiz nada – Murmuro envolvendo o lençol ao meu corpo.
- Não suporto essa situação e não estou acostumado a ser delicado com as mulheres. Sempre tenho o que quero delas e com você não vai ser diferente – Ele fala e isso me assusta um pouco.
- Você vai tomar-me a força? – Questiono e engulo seco.
- Nunca, e não seria a força, já que vejo em seus olhos que você me quer tanto quanto eu, mas por ter uma relação com Miguel que só existe em sua cabeça você me evita, mas será que ele está fazendo o mesmo que você – Ele fala e fico pensativa.
- Hoje vou passar o dia inteiro fora, e quero que você saia um pouco desse quarto e a noite quando chegar quero que dance para mim – Fala.
- Não vou fazer isso – Falo irritada.
- Eu estou lhe pedindo e não quero que teste ainda mais a minha paciência – Fala e vai embora pisando duro.
Ele é louco – Penso quando ele se vai e não sei até quando ele será paciente e o pensamento que ele pode me fazer mal, me assusta.