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Capítulo 5

E assim terminamos a peça. Pego o prato novamente e o coloco na mesa de cabeceira.

- Está melhorando? - Eu lhe pergunto.

Não notei como seu olhar estava fixo em mim. Parece que ele quase não ouviu minha pergunta, ele olha para mim e depois para baixo como se algo estranho tivesse passado por sua mente, mas o quê?

Seu humor parece ter voltado ao fundo do poço. Eu disse algo errado?

-Vinnie? - Eu pergunto.

- Volto já - ele se levanta da cama, veste a calça de moletom e sai do quarto.

- NÃO - A voz elevada de Nick pode ser ouvida em toda a sala.

Abro os olhos lentamente e confuso, a única coisa que consigo ouvir é uma grande agitação pela casa. Vozes, pés pesados no chão, copos tilintando, tudo ao mesmo tempo. Percebo que, se alguém está acordado, deve ser de manhã cedo.... Então, pego meu celular e verifico a hora. São oito horas. Coloco o aparelho de volta no chão e fecho os olhos pesados de sono. Oito horas, então isso significa que faltam exatamente... Zero minutos até o alarme tocar, porque já é tarde demais. Temos aula em meia hora. Eu pulo na cama e olho para trás, Vinnie está pressionado contra o travesseiro com os cobertores cobrindo seu corpo até a cabeça.

- Vinnie, são oito horas", eu digo, saindo correndo da cama para pegar algo para vestir e correr para a universidade.

-De que diabos você está falando? - ele me pergunta com uma voz sonolenta.

- O despertador não tocou, levantei-me da cama - pulei enquanto vestia meu jeans.

Vinnie se estica na cama e dá um pulo quando vê a hora com seus próprios olhos. Não consigo entender como isso é possível? Ou talvez eu entenda. Ontem à noite, depois de comer o pedaço de bolo, Vinnie saiu do quarto. Não tenho ideia do que ele fez ou para onde foi, porque ele demorou tanto que acho que adormeci sozinha na cama. Ele provavelmente confiou em mim para programar o despertador e foi direto dormir. O mais estranho é que ele sempre se esforça para ser muito pontual.

- Como diabos não ouvimos o alarme? - ele veste o moletom.

- Acho que nem mesmo o coloco - passo a escova em meu cabelo.

- Você não a usou? -ele parece confuso.

- Não - não - não.

- Onde diabos está o Albert? - Lembre-se: - Você quer ver que ele está pronto e o idiota fez isso de propósito para não nos acordar? -

Não acho que o Albert seja capaz de fazer essas coisas. Sim, ele foi um pouco idiota por recomendar o bolo errado, mas acho que ele só fez isso para irritar Vinnie. Ele é bom em fazer piadas, mas não acho que ele vá tão longe.

Vinnie sai nervoso da sala e percebo pelo canto do olho que ele está indo em direção ao quarto de seu melhor amigo. Não ouço a conversa deles porque estou concentrado em mim mesmo e em estar pronto em cinco minutos.

- Quando ele vai embora? - Nick aparece do nada na sala.

- O quê?", pergunto confuso.

- Quando a Monique vai embora? -

- Ele ainda está aqui? - pergunto.

- Sim, você sabe o que ele fez? -

- Não, acabei de acordar e também estou atrasado, Nick, não tenho tempo para conversar.

- Mas há tempo para ouvir", conclui.

Ele me segue passo a passo enquanto me dirijo à cozinha: - Hoje de manhã aquela vadia nojenta acordou antes dos outros porque, de acordo com ele, ela não estava mais com sono - ele zomba dela imitando sua voz: - E você sabe o que ele diz, ele fez? Como não encontrou nada que gostasse para o café da manhã, começou a procurar na prateleira acima da geladeira, a que fica na parte superior da geladeira.

Não tenho ideia do que ele está falando, na minha cabeça só ouço uma voz e muitas vozes confusas. Pego a gota de café que resta no mocha e a bebo como se fosse uma dose de tequila.

- E todo mundo, TODO MUNDO, aqui sabe que essa é a minha prateleira, reservada. Há também um pedaço de papel que colei com um pedaço de fita adesiva - e, de fato, quando olho para cima, noto o pedaço de papel, é a primeira vez que o vejo: - Ele o abriu e comeu o último pão de chocolate que consegui encontrar. Agora eu não tomo café da manhã e sabe o que ele me disse? Você vai comprar mais. COMPRAR MAIS? QUANDO ELE COMEU ISSO? -

Sua história termina assim, com ele em choque.

- Desculpe, Nick -

- É claro que todos estão prontos para pedir desculpas ao Nick, mas ninguém para me trazer um chocolate - ele murmura, indo se sentar para tomar seu café.

Esta manhã começou tão rápida e confusa que já estou com dor de cabeça.

Vinnie e Albert finalmente chegam do canto da sala, o último ainda com os olhos sonolentos e bocejando. Ele nem parece capaz de estar neste mundo.

- Você também esqueceu o despertador? - Eu pergunto.

-Pensei que hoje fosse domingo", ele responde.

- Três drogados - Vinnie não se contém.

Mas não posso culpá-lo.

-Mônica? - Eu pergunto.

Nick me disse que a viu, mas ela não está na cozinha.

- Ele não está se sentindo bem, disse que vai faltar à escola hoje", responde Vinnie.

- Felizmente, porque eu não teria tolerado isso durante a viagem - eu não teria sido capaz de tolerar isso durante a viagem.

- Imagine só, acordei com ela segurando minha dor de chocolate em minha mão - Nick volta para o meio.

- Nick, nós compramos seus sanduíches", diz Vinnie.

- Vocês, pessoas estranhas, não conseguem entender", conclui Nick.

Vou para o meu quarto, pego minha mochila da faculdade e saio. Entro no quarto, jogo fora meu celular e meu caderno para fazer anotações. Mas sinto falta de uma coisa: minha caneta. A bolsa estava no chão e inclinada em direção à cama, talvez tenha rolado e eu não tenha percebido. Então, coloquei meus braços no chão e olhei embaixo da cama de Vinnie para ter certeza de que estava lá e, com certeza, estava lá. E não é só a minha caneta, não consigo ver muito bem, mas há muitas coisas, inclusive uma foto... Tenho que cuidar da minha vida, digo a mim mesmo. Mas a curiosidade é tão grande que não consigo evitar. Pego a foto e dou uma olhada nela. Os meninos estão todos lado a lado, sorrindo. Entre eles, porém, há mais uma pessoa, outro garoto que parece ser um velho amigo deles.

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