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8. A CONSEQUÊNCIA DO BEIJO

Quando Nicole entrou no quarto, ela fechou a porta rapidamente e encostou-se contra ela, ainda trêmula. Sentia o coração batendo acelerado no peito, e sua mente girava com as emoções conflitantes que dominavam seu corpo. Instintivamente, levou a mão à boca, tocando suavemente o lábio inferior com a ponta dos dedos. Fechou os olhos, e seu pensamento imediatamente voltou ao beijo que Adrian lhe dera momentos antes. Nunca havia experimentado algo tão intenso, tão cheio de desejo e paixão. Aquela mistura de sentimentos a fazia perder o fôlego. Não era apenas o beijo em si, mas a forma como ele a envolvera, como se quisesse marcar aquele momento para sempre na memória dela.

Enquanto ainda estava perdida em suas lembranças, uma batida na porta a fez despertar. Era Amanda, do lado de fora, preocupada.

— Nicole, está tudo bem? — A voz de Amanda era gentil, mas carregava uma nota de preocupação.

Nicole, sem conseguir disfarçar a confusão em sua mente, respondeu com uma pergunta.

— O que você quer? — Ela se esforçava para manter a voz firme, mas havia um tremor quase imperceptível.

Amanda, ainda do lado de fora, encostou a cabeça na porta, tentando captar algum som que lhe indicasse o estado de Nicole. Sentindo que algo estava errado, insistiu:

— Você está bem?

Nicole, tentando encerrar a conversa antes que suas emoções transparecessem, caminhou para a cama e respondeu:

— Estou bem. Nos falamos amanhã. Boa noite.

Ela conversou com Amanda sem abrir a porta, desejando apenas que a amiga desistisse de insistir. Em seguida, deitou-se na cama, mas sua mente continuava agitada. Os pensamentos voltavam, insistentes, ao beijo de Adrian. Apesar da raiva que sentia por ele, não podia negar o impacto que aquele momento tivera sobre ela. Sentindo uma mistura de frustração e desejo, acabou adormecendo, desejando, contra sua vontade, estar nos braços dele novamente.

Na manhã seguinte, Nicole acordou com batidas insistentes na porta. Ainda sonolenta, levantou-se, destrancou e abriu a porta, sendo imediatamente invadida por suas amigas, que entraram correndo no quarto e fecharam a porta atrás delas.

— Vamos lá, conta o que aconteceu ontem! — perguntou Luiza, ansiosa, seus olhos brilhando de curiosidade.

Nicole, ainda bocejando e tentando se situar, respondeu confusa:

— Do que vocês estão falando?

Amanda, mais séria, encarou Nicole e foi direta:

— Nicole, por que você saiu do quarto de Adrian daquela forma ontem à noite?

Naquele instante, Nicole foi forçada a enfrentar as memórias da noite anterior. O sangue subiu rapidamente ao seu rosto, tingindo suas bochechas de vermelho. A lembrança do beijo veio com força, e ela não conseguiu evitar um rubor constrangedor. Sarah, percebendo, sorriu de forma travessa e comentou:

— Amiga, conta o que aconteceu. Suas bochechas ficaram vermelhas... Vocês se beijaram, não foi?

Sentindo-se encurralada, Nicole se jogou na cama, derrotada.

— Vocês me deixam em paz se eu contar a verdade? — perguntou, resignada.

As três amigas responderam em uníssono:

— Sim!

Nicole suspirou, sabendo que não conseguiria esconder a verdade por muito tempo.

— Ele quase me beijou, mas eu não deixei... Pronto, contei.

As amigas se entreolharam, claramente duvidando da versão dela. Luiza, levantando-se da cama, declarou:

— Não esqueça que nós te conhecemos, Nicole. Sabemos quando você está mentindo. Vamos embora, meninas, ela não vai contar.

Desanimadas, as três começaram a se levantar para sair, mas antes que pudessem deixar o quarto, Nicole cedeu:

— Vocês venceram... Ele me beijou.

Imediatamente, as três voltaram para a cama, sorrindo e empolgadas. Luiza, sempre curiosa, foi a primeira a perguntar:

— Vai contar como foi?

Sarah, também cheia de curiosidade, emendou:

— Ele beija bem?

Amanda, completando o coro, acrescentou com um sorriso malicioso:

— Eu imagino aquele deus grego beijando você... Aposto que seu corpo se derreteu nos braços dele.

Nicole, agora irritada, tentou conter a avalanche de perguntas.

— Meninas, parem! Assim vocês me tiram do sério! Aquele homem é orgulhoso, arrogante e insuportável!

Percebendo que Nicole estava realmente incomodada, Amanda tentou acalmar a amiga.

— Desculpe, amiga, nós não queríamos te deixar chateada, mas...

Antes que pudesse terminar a frase, Sarah, que estava perto da janela, olhou para fora e interrompeu, com um sorriso no rosto:

— Meninas, venham aqui! Olhem só!

Curiosas, elas correram até a sacada e espiaram para fora. Lá embaixo, à beira da piscina, estava Adrian, usando apenas uma sunga, deitado despreocupadamente numa espreguiçadeira, seu corpo escultural brilhando ao sol. Amanda abanou o rosto com a mão, como se estivesse tentando se refrescar, enquanto as outras meninas pareciam incapazes de desviar o olhar, admirando-o. Nicole, no entanto, estremeceu de irritação e, cheia de ciúmes, exclamou:

— Vocês não têm namorado? Que coisa horrível!

Virou-se bruscamente e foi direto para o banheiro, tentando fugir da situação, enquanto ouvia uma de suas amigas dizer, saindo do quarto:

— Vamos para a piscina, meninas.

As outras a seguiram, deixando Nicole sozinha. Assim que ficou só, ela suspirou, aliviada por ter um momento de paz. Sentiu-se dominada por uma mistura de emoções e, olhando-se no espelho, murmurou para si mesma:

— Esse homem vai me deixar louca...

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