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Capítulo 8

Em frente ao sushi bar demoro um pouco para assimilar tudo, arrumo o cabelo e amarro bem a blusa.

Merda.

Estou vinte minutos atrasado.

Eu definitivamente tenho que pensar em uma boa desculpa.

Assim que entro, o clima é totalmente diferente comparado ao almoço com Yuri.

O lugar está lotado com a quantidade de gente que existe.

Alguns cantam a plenos pulmões e outros se movem desajeitadamente com uma bebida na mão.

As luzes fracas, porém, não me impedem de ver três mãos acenando em minha direção.

Felizmente eles escolheram um canto isolado e assim que chegaram vi vários copos sobre a mesa.

- Tudo está bem? Estávamos começando a pensar que ele iria nos pagar a fiança! - Haruto exclama, batendo com a mão na cadeira ao lado dele.

Quem sabe por que esse é exatamente o lugar vazio.

- Não se preocupe, desculpe pela demora - - Sou interrompido por dois braços finos envolvendo minha pélvis.

- Estou tão feliz em ver você Amelíe... Já estava começando a me preocupar! - Ele levanta o queixo, apoiando-o no meu peito, me olhando com olhos brilhantes.

- Yuri... – sorrio, colocando a mão em seu ombro.

-Amélie? - pergunta Haruto franzindo a testa - Então fora do contexto de trabalho podemos tratá-la pelo nome e chamá-la pelo nome? -

Se fosse algo normal já que não enlouqueço quando me chamam de lei mas como fica muito nos meus ovários, não.

Estreito o olhar - Na verdade não, - viro-me para Yuri - Só ela pode. - Concluo com uma piscadela.

A primeira garrafa de vinho já está terminada e, em suma, a noite ganha um rumo estranho e agradável.

Definitivamente muito melhor do que começou.

De vez em quando eu adorava e balançava a cabeça para me livrar da imagem daquelas pessoas nojentas.

E então novamente ele... quem sabe o que ele estava fazendo em uma rua solitária e escura como aquela.

Mas a gratidão por me distrair do que aconteceu vai para outra pessoa.

Eu poderia imaginar tudo, exceto Toshiba, sendo um cara muito falante.

Ele não cuspiu por um momento, exceto para beber.

Ele nos contou tudo e muito mais, desde seus anos de universidade até suas paixões.

Porém, notei um detalhe

muito pequeno . Cada vez que Yuri lhe perguntava alguma coisa, ele ficava em silêncio e começava a gaguejar.

- Mh-mh - tusso enquanto falo - Toshiba, você disse que gosta muito de mangá, certo? - e também tento esconder um sorriso engraçado mas é difícil.

- Sim, especialmente shounen como One Piece, My Hero Academia, Dr- -

- Ueh, Speedy Gonzales, vá devagar. Nós entendemos. - Haruto o interrompe revirando os olhos.

Contenho uma risada porque mais de uma vez o vi bufando ou puxando os cabelos em desespero.

Você ainda acha que seu plano poderia ser diferente?

- Yuri, quais são os seus favoritos? Você mencionou que também tem uma coleção inteira deles. - Continuo assumindo uma expressão angelical.

O olhar que ele me lança me deixa paralisado, mas antes que eu possa me arrepender, Toshiba toma a iniciativa, vira-se em sua direção e inicia uma conversa que só os dois podem compartilhar.

Dentro de mim começo a sambar.

Levanto-me para pedir algo que não seja álcool, mas uma mão pousa em meu ombro e me manda de volta para a cadeira.

- Acabei de pedir uma segunda rodada para todos. - Ele me olha com o canto do olho.

E se eu tivesse que fazer xixi?

- Segunda rodada? Na verdade, eu queria pedir uma garrafa de água.

E aqui está o sorriso que retorna. Não seja um desmancha-prazeres e relaxe! -

Gustache?

Abro a boca para soltar uma torrente de palavras não tão agradáveis mas de uma só vez ela se aproxima do meu ouvido, trazendo consigo um rastro doce e baunilhado - estou muito curiosa para saber por que ele se atrasou tendo pegado o mesmo metrô. como eu . -

Merda.

Então ele me viu.

- Primeiro passo. - Coloquei minhas mãos em seus ombros para afastá-lo.

E tenho que admitir que não imaginei que fossem tão firmes.

- Então não vejo por que tenho que justificar meu atraso para você. -

Ele sorri enquanto permanece em silêncio, embora seus olhos continuem a me examinar.

Felizmente a garçonete chega e coloca quatro copos muito especiais e uma garrafa no centro da mesa.

- Divirtam-se, senhores. - ele se curva enquanto se afasta.

Percebo imediatamente a mudança na expressão de Toshiba.

Por que é branqueado?

Viro minha cabeça para o homem meio loiro à minha esquerda.

Ele está virado para mim, com as costas apoiadas na parede e os pés apoiados na minha cadeira.

- Toshiba, você poderia fazer a gentileza de contar ao nosso chefe o que acabaram de nos trazer? - ele morde o lábio inferior, contendo uma risada.

Toshiba balança a cabeça e depois de um tempo assente.

- Hum... é um Kiuchi Junmai Ginjo, ou um vinho de arroz japonês. É uma garrafa de saquê com teor alcoólico de % -

Haruto lhe dá uma salva de palmas, parabenizando-o pela excelente descrição e depois abre esse KiuJu... ok, aquele, começando a encher os quatro copos.

- Obrigado, mas passo. - Cruzo os braços sobre o peito, desejando uma maldita garrafa de água.

- Oh vamos! Não posso aceitar rejeição, é de uma safra excelente, linda também, então leve-o como presente de boas-vindas a Tóquio. Eu convido! - ele pisca para mim, me entregando o copo.

Suspiro e decido não estragar a festa.

Levantamos nossas quatro mãos, ouvindo-os gritar – Três, dois, um, Kanpai! -

Droga, e quando bebi tudo de um só gole.

Eu mal consegui evitar cuspir em Yuri.

Bem, eh, mas minha traquéia está queimando.

- Oh! Não lembrava que era tão bom! - exclama Haruto, lambendo os lábios - Como é? - Pergunte-me.

- Bom, eu nunca tinha experimentado vinho de arroz e sim, é bom. - respondo insinuando um sorriso.

E talvez seja a segunda vez que dou um a ele, mas... por que ele me olha como um idiota?

Meia hora depois, a garrafa está pronta e os rostos de quem está à minha frente estão cor de vinho.

Espero não ter uma expressão semelhante também porque ainda estou bastante lúcido depois de beber apenas dois.

No meu vigésimo bocejo, percebo que já passa da uma.

Normalmente a essa altura já estou com uma ferida na bunda porque estou acostumada a adormecer.

- Pessoal, estou começando a avançar. - Levanto-me para vestir meu casaco.

- Shei shicura? O que você quer que vá com você? -

Bem, Yuri também começou a decolar.

Mordo o interior da minha bochecha para não rir na cara dela, mas ela é tão engraçada.

- Não se preocupe, fique. Mas por favor não exagere e deixe que te levem para casa, entendeu a Toshiba? - Olho para ele ficando um pouco mais sério.

- Com certeza será feito! Feliz retorno e obrigado pela companhia! - Ele me cumprimenta, levantando-se e... o que diabos você está fazendo?

- Ah Merda! Tudo está bem? - pergunto a ele, tentando não cair na gargalhada.

Quando ele tentou se curvar diante de mim, não deve ter calculado a altura da mesa e o estrondo que acabamos de ouvir foi sua cabeça em cima dela.

- Bem obrigado. - Ele se senta novamente, esfregando a testa.

- Bom, boa noite então! - Viro-me para Haruto, encontrando-o já parado com o casaco na mão enquanto bebe o resto do copo.

Eu vejo seu pomo de Adão subir e descer por muito tempo.

- Se você acha que só vai pegar metrô nesse horário, pode esquecer. - Ele me dá um olhar feio.

Ei?

Ele acena para seus dois companheiros, pega minha mão e finalmente me arrasta pela multidão que se contorce na pista.

Quando você sai, o impacto do ar fresco é como um balde de água gelada.

- Táxi ou metrô? - ordem.

"Você acha-" Paro quando percebo que ainda estou apertando sua mão.

Eu imediatamente o afasto e tusso de vergonha.

- Você acha que a ideia de pegar metrô nesse horário me assusta? -

- Justamente por isso você não deve correr o risco. Pegue o metrô comigo ou chamo um táxi. - afirma.

Qual o motivo dessa postura repentina?

Eu franzo a testa quando sinto uma sensação estranha.

Será dado por aquela “garrafa de prestígio” e pelo seu efeito, eu acho.

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