Capítulo 5
No caminho para casa passei perto de uns homens, eles ficaram me olhando, mas ignorei. Mais alguns passos adiante notei que eles começaram a me seguir. Eram uns três homens. O que querem comigo? O medo começa a aumentar. Não posso pensar no pior, eu preciso ter calma.
- Oi gatinha – O moreno se aproximou.
- Essa daí é gostosa, hein? – disse outro.
É óbvio suas intenções. Comecei a andar mais rápido e eles também. Merda!
- Ei, calma! Vamos cuidar de você, gatinha. – Um ruivo falou.
- Isso mesmo! Precisa ficar com medo não.
O moreno conseguiu me alcançar e passou a mão no meu braço. Nessa hora não pensei 2 vezes e sai correndo, eles ficaram surpresos, mas perderam tempo e começaram a correr atrás de mim. Tento não ficar pensando no que eles vão fazer comigo se conseguirem me pegar.
Eles gritavam provocações e diziam o que fariam comigo. Eles diminuíram os passos e aumentaram, intercalando para me deixar com mais medo. Com essa pressão toda acabei esquecendo o caminho e entrei em uma e acabei percebendo que não tinha saída.
Olhei para todos os lados e nem uma saída, eu estava com muito medo. Falta pouco para aqueles homens aparecerem e me pegarem. Meu celular! Peguei meu celular no bolso e liguei para Lucas duas vezes e ele não atendeu. Escutei as vozes daqueles homens. Liguei para Guilherme, Lucas tinha me passado o número dele. Na segunda tentativa ele atendeu.
- O que foi, Ally? Vai falar que mudou de ideia? Porque agora já é tarde demais. - disse nervoso.
Ouvi uma voz de mulher e fico tentada a desligar, mas não estou em uma situação muito boa para fazer isso.
- Guilherme, preciso da sua ajuda. - Comecei a chorar.
P.V. GUILHERME
Não foi nada difícil encontrar uma mulher para curtir um pouco. Em pouco tempo eu encontrei com a Sofia. A gente estava em um clima muito bom. Beijo seu pescoço fazendo uma trilha até seus seios. Ainda coberto com o sutiã afasto para o lado, mordiscando seu seio.
Meu celular começa a tocar.
- Ah, não atende. - Sofia diz e desabotoa o botão da minha calça.
- Tá bom.
Deixo o celular de lado. Não vou negar que preferia a Ally aqui, mas ela já deixou claro sobre nossa relação. Meu celular voltou a tocar.
- Desligue seu celular – Sofia disse entre nossos beijos.
- Vou atender para ver quem é…
- Ah não…
Meu celular tinha que tocar logo agora? O clima já está começando a esfriar aqui. Resolvo atender a ligação. Peguei meu celular vendo o nome da Ally na tela. O que ela? Só falta ter voltado atrás.
- O que foi Ally? Vai falar que mudou de ideia? Porque agora já tarde demais - disse nervoso.
Sofia ficou me chamando e passando a mão abaixo da minha cintura.
- Guilherme, preciso da sua ajuda…
Assim que escutei ela chorando não pensei duas vezes, vesti minha roupa o mais rápido possível.
- O que está acontecendo, Ally? - falei pegando a chave do carro e saindo da casa da Sofia.
- Estou perto da praça. Tem uns caras me seguindo Guilherme! Me ajuda, por favor - Ela falou chorando. - GUILHERME SOCORRO ELES ESTÃO AQUI... ME SOLTA! – Começou a gritar.
- Ally? ALLY?
Ela não me respondeu, entrei no carro praticamente voei com ele. Não seria difícil achar ela, conheço esse lugar muito bem. Eu preciso chegar a tempo. Eu estou indo Ally. Não posso deixar que aqueles malditos encostam nela.
P.V. ALLY.
Um dos homens puxou o meu braço com força. Acabei deixando meu celular cair no chão. Não sei se Guilherme está vindo. Espero que ele tenha me ouvido.
- Agora você vai ver o que é bom gatinha - ele começou a rir.
- Fala menos e vamos fazer o serviço logo. – o outro disse.
Os três vieram para cima de mim. Eu chorei, chorei muito. Gritei o mais alto possível torcendo para que alguém me ouvisse, tentei bater e chutar eles, mas não se afastaram. Quando eu consegui arranhar um deles, ele me deu um tapa no rosto e me xingou. Perdi os sentidos por alguns segundos.
Um deles aproveitou para passar a mão pelo meu corpo e o outro pegou no meu rosto e tentou me beijar. Estou me sentindo um lixo nas mãos deles. Comecei a soluçar de tanto chorar, eles infelizmente vão conseguir o que queriam.
- Cala boca, vadia! Se você ficar quietinha isso vai acabar logo. - Pude ver o sorriso de vitória no rosto de um deles.
Apenas fechei os meus olhos. Cansada de lutar. Eu só quero que acabasse logo. Eles começaram tirar a minha blusa e iam tirar minha legging !até que escuto uma voz alta e rouca.
- SOLTA ELA AGORA!
Eles se assustaram com o grito. Um olhou para o outro e depois olharam para trás.
P.V. GUILHERME
Estava anoitecendo e as ruas começando a ficar vazias. Ally, cadê você? Começo a ouvir gritos, Ally! Começo a seguir o som dos gritos. Paro o carro de qualquer jeito e vou até um beco. Através dos gritos consegui encontrá-la. Três homens. Três malditos homens em cima da Ally.
Desgraçados!
- SOLTA ELA AGORA! – Gritei.
Eles se entreolharam antes de levantarem. Com eles em pé eu pude ter uma visão melhor da Ally. Ela chorava e abraçou o próprio corpo. Volto a olhar para eles com raiva. Fui para cima deles.
P.V. ALLY
Eu queria correr e me esconder, mas o máximo que fiz foi ir para atrás de uma lata de lixo e abracei meus joelhos, apoiando meu rosto neles. Enquanto Guilherme lutava com aqueles homens. Eu chorava tanto que eu nem escutava mais nada, espero que o Guilherme esteja bem. Depois de algum tempo alguém passa a mão no meu ombro. Eu comecei a gritar de novo morrendo de medo que fosse aqueles malditos.
- Ei, ei calma! Sou eu o Guilherme.
Parei de gritar e olhei para ele. Eu me jogo em seus braços. Guilherme me abraçou forte e conversou comigo para me acalmar. Ficamos assim um bom tempo até que ele se afastou um pouco tirando a blusa dele e colocou em mim, ele fez um carinho na minha bochecha e me pegou no colo me levando para o carro.
Me sinto segura nos braços do Guilherme. Tirando tudo que acabou de acontecer, eu gostaria muito de estar assim com eles mais vezes. Talvez eu esteja gostando dele ou de toda essa tensão que nos envolve. Será que um dia vamos poder ficar juntos?
- Você está bem? – Perguntou assim que deu a volta no carro.
- Estou sim, obrigada – olhei para aquele loiro e sorri.
- Não precisa agradecer - retribuiu com aquele sorriso lindo.
Ele começou a dirigir de volta para casa e eu fiquei imaginando como irei falar o que aconteceu hoje para o meu irmão. Não quero pensar nisso, pelo menos não agora. Está tudo recente demais. Se Guilherme não tivesse chegado as coisas seriam piores.
Olho para Guilherme. Ele veio, ele veio me ajudar. Faço uma careta lembrando que ele estava com uma garota quando eu liguei.
- Além de agradecer, eu queria me desculpar - fiz o máximo possível para evitar o olhar dele.
- O que? Se desculpar ? – Perguntou confuso.
- É eu ouvi a voz de uma garota…
- Eu não estaria com ela e nada disso teria acontecido se você…
- O que? – não deixei ele terminar. – Você quer dizer que ... o que aconteceu comigo hoje... aqueles homens me perseguindo é culpa minha?
Não estou acreditando que ele falou isso.
- O que eu estou dizendo é que poderia ter evitado.
Ele parou o carro em frente de casa. Eu tirei a camisa dele jogando no rosto dele, pode ser que ele ficou assustado pelo o que tinha acabado de fazer. Não liguei e sai daquele carro sem olhar para trás, ele ficou me chamando e eu ignorei. Assim que entrei em casa dei de cara com a Maria.
- Tudo bem, minha linda?
- Esta sim Maria, estou indo para o meu quarto.
- Mas cadê sua blusa?
Não respondi ela e subi a escada correndo. Eu queria sumir. É possível? Entro no meu quarto e deito na minha cama, abraçando o travesseiro forte.