Capítulo 8
Princesa Shahnaz POV:
Por um momento o sujeito deixa a sua espada ao lado, enquanto prende as minhas mãos e tenta usar a outra para se aproveitar da minha inocência, é nesse momento que Jahangir finalmente aparece, para meu alívio, empunha sua espada e atravessa as costas desse monstro, jogando-o para o lado em seguida.
— Jahangir, eu achei que você tinha me abandonado. – digo entre lágrimas.
— Eu nunca vou te abandonar, minha amada. – ele diz e subitamente me distancio dele.
— Que estás dizendo, Jahangir?
— Que Vossa Alteza, Princesa Shahnaz está em meu coração como uma oração e a menção de seu nome é a minha adoração. – Jahangir Azimi diz.
Tal declaração de amor me emudece
— Peço permissão para amá-la, pois meu coração e meu amor te pertencem. – Jahangir insiste.
— Amor precisa de permissão ou se importa com isso? – pergunto e ele sorri.
— Quando se trata da realeza e de um soldado da terceira classe... Sim. – ele diz e baixa o olhar.
— Não o vejo assim, Jahangir. – digo.
— Não me importo que não sinta nada por mim, lutarei para conquistá-la e hei de conseguir. Eu... – ele começa a dizer.
— Jahangir... – digo sem ter certeza se tenho coragem de dizer, pensando na guerreira destemida que sou no campo de batalha e na mulher medrosa que pareço ser agora.
— Meu coração e amor te pertencem. – digo e lágrimas correm livremente por sua bela face.
Jahangir toma as minhas mãos com cuidado e as beija.
— Perdoe-me por tomar liberdades com Vossa Alteza, mas não podia deixar de beijar as mãos da mulher que amo e por quem sou amado. – ele diz e sorri.
— Me chame apenas de Shahnaz de agora em diante, pelo menos entre nós. – digo.
— Está bem, afinal estamos comprometidos. Eu desejo me casar com Vossa Alteza e vou trabalhar muito para que o Imperador me aceite. – Jahangir diz.
— Ele há de aceitar. – digo e recebo um carinho nas mãos.
Está tarde, então voltamos para junto dos guerreiros e dormimos bem alegres essa noite.
Estamos há mais de quatro semanas ou luas nessa campanha entre Lídia e Frígia, é um longo tempo para quem está fora de casa pela primeira vez, enfrentando tantas dificuldades como nós guerreiros temos que suportar no dia a dia, agora sinto em minha pele.
O Narrador:
Vashti está cada vez mais preocupada com a ausência de Shahnaz e a falta de notícias, recruta outros dois soldados e os envia juntos com uma nova mensagem ao Imperador e com uma recomendação de irem o mais breve possível.
Não há nada no forte que necessite da preocupação do Imperador, exceto pelo sumiço de sua herdeira, que deve estar junto das suas tropas e pode ser facilmente localizada por ele.
Shahanshah reúne seu general e os comandantes de tropas para definir sua próxima estratégia de guerra, recuar ou avançar.
— Respeitáveis Senhores, temos Trácia e Macedônia diante de nós e devemos vencê-las, seus contingentes são inferiores ao nosso, mesmo contando com as baixas que tivemos em ambas as guerras. – o Imperador diz.
— Nossos homens estão com sede de guerra, general. – comandante Assim diz.
— Concordo com ele. – comandante Cy diz.
— Devemos avançar e não perder tempo em conquistar mais províncias e aumentar o esplendor e glória do Imperador. – comandante Dareh diz.
— Que seja feito conforme seu desejo, Majestade. - general Faridoon diz.
— Prepare as tropas, marcharemos para Trácia ainda hoje. – Shahanshah diz.
Todos saem da tenda de guerra e vão comunicar a decisão às tropas.
Jahangir Azimi POV:
Sinto o desespero me consumir quando vejo um sujeito tentando roubar a inocência da Princesa Shahnaz, o mato com uma mistura de desespero, angústia e ódio.
É nesse momento que vejo uma mulher assustada e fragilizada diante de mim, buscando abrigo no meu colo e com lágrimas nos olhos, me dizendo que pensa que eu a abandonei.
Então, sem pensar em mais nada, começo a declarar o meu amor pela Princesa, sem qualquer pretensão e sem querer ofendê-la, pedindo humildemente que me permita amá-la, ainda que não sinta nada por mim, serei capaz de passar cada minuto da minha vida para conquistar seu amor.
Muitas lágrimas embaçam meu olhar quando a Princesa Shahnaz diz que seu coração e seu amor me pertencem, minha alegria é tão profunda de imaginar que uma mulher como ela é capaz de amar um homem como eu, sem nada para lhe oferecer além de amor e tudo o que sou, não tenho bens e sou um guerreiro de terceira classe.
Tomo suas mãos e beijo em sinal de respeito e devoção ao nosso amor e compromisso.
Como acreditar que um sonho que jamais sonhei se tornou real?
Voltamos para o acampamento, mas não consigo pegar no sono, estou tão alegre que fico apenas contemplando o repousar tranquilo de minha amada Shahnaz.
Levanto cedo e sou chamado para transportar os sacos de mantimentos para a tenda, faço todo o trabalho e sigo com outras tarefas, vejo quando os comandantes saem da tenda de guerra e nos reúnem para dar instruções.
Nos avisam que partiremos para Trácia à tarde em mais uma guerra, devemos reunir todas as coisas do acampamento e estar prontos, Shahnaz está perto e ouve todas as informações.
Aproveitamos para descansar mais um pouco, nos alimentamos e desfrutamos de bons momentos de paz ao lado dos outros guerreiros.
Cada vez mais eu temo por Shahnaz, sei que ela anseia por essa vida de guerreira, mas agora passo a ter medo da morte, será que é porque estou amando? As vezes desejo que o Imperador descubra sua verdadeira identidade e a tire daqui, mas para isso a tirará de perto de mim.
Princesa Shahnaz POV:
Reunimos todos os pertences, armamentos, mantimentos, tendas do acampamento, vestimos nossas armaduras, encilhamos nossos cavalos e marchamos de Frígia para Trácia, conforme o desejo do grande Shahanshah, meu pai e Imperador, de quem não vejo a face há tanto tempo.
Sigo ao lado do meu amado Jahangir Azimi, há tanto que quero lhe dizer e perguntar, embora a guerra impeça a nossa aproximação, mas jamais impedirá o nosso amor de florescer e criar raízes.
Sinto receio da reprovação do Imperador quando souber que sua Princesa está enamorada, afinal não é direito de um membro da família imperial o amor, mas sua pesada obrigação é o casamento feito por alianças políticas, a fim de conquistar bem feitorias para seus reinos e povos. Dessa maneira tem sido por muitas gerações, por que será diferente justamente comigo?
Tais pensamentos me causam temor e angústia, sequer posso pensar na possibilidade de ser tocada por outro homem que não seja Jahangir Azimi. Como naquele baile, quando sou obrigada pelos meus deveres reais a dançar com diversos nobres por imposição da Imperatriz e aquele último cuja exigência se torna ainda mais evidente e incômoda porque tal rapaz faz questão de trocar algumas palavras comigo, mesmo quando eu não me sinto confortável em fazê-lo, me fazendo perceber que sua aparência e sua possível gentileza não me deixam a vontade.
Seriam candidatos a possíveis alianças os nobres que dançaram comigo no baile?
Tantas lembranças me voltam à mente nesse momento. Desde muito jovem venho sendo preparada no harém para cuidar do Príncipe ou Sirdar que vou desposar, aprendendo como cuidar de meu corpo e pele, boas maneiras, como lidar com um palácio, harém, esposas secundárias, filhos, como ser uma boa anfitriã, a dançar, cantar, tocar instrumentos, bordar, cerzir. Mas também sou instruída e bem-educada pelos mestres desde pequena porque o Imperador faz questão que aprendamos tudo o que há para ser ensinado, além das artes da luta, que ele pessoalmente me instrui, deixando a Imperatriz aborrecida, afinal essa última parte, segundo ela, deve ser ensinada apenas para o Príncipe Mirza.
Tudo isso me servirá agora que tenho o propósito de me casar com Jahangir.
— Dar-te-ei o mundo se disser em que pensas. – Jahangir se aproxima e diz.
— És meu mundo, pensava em você. – digo e ele abre um largo sorriso.
Continuamos a cavalgar e paramos apenas quando andamos um dia inteiro, nos alimentamos e descansamos por algumas horas. Então montamos em nossos cavalos e continuamos a marchar por mais um dia, chegamos em Trácia de dia, embora tenha aprendido que a noite é o melhor momento para surpreender os inimigos.
— Minha amada, por favor tenha cuidado, se algo acontecer com você, eu não poderei mais viver. – Jahangir diz.
— Ahura-Mazda nos dará forças, meu amado Jahangir, serás o conquistador do mundo e magnífico, glorioso, não tenho dúvidas disso. Nenhum mal te atingirá porque ele te fortalecerá e nosso amor também. – digo.
— Que continues sendo não apenas o orgulho do Imperador, mas o meu também. E que o nosso amor prevaleça e Ahura-Mazda te fortaleça e seja um escudo para você. – ele diz.
Apertamos as mãos como cavalheiros, afinal somos guerreiros em campo de guerra.
Então vemos os comandantes e o general entrarem na tenda de guerra e tempos depois saírem e nos comunicarem sobre a estratégia de combate.
Desta vez nossa tropa irá pelo oeste e ao final seremos os primeiros, junto com a tropa que invadirá o leste, a invadir parte da cidade e do palácio, será uma missão mais complicada, mas temos que nos dispor a isso.
Estaremos bem perto do Imperador desta vez, o que preocupa Jahangir, desejamos boa sorte uns aos outros, ajeitamos nossos escudos, empunhamos nossas espadas e arrumamos nossas aljavas e punhais, tudo está pronto e logo começa o confronto, corremos na direção dos nossos inimigos e o embate começa.
— Fique sempre ao meu lado, Bahadur. – Jahangir grita.
Mais uma vez é uma árdua batalha, que requer muito esforço, suor e vigor de cada um dos guerreiros persas, lutando, duelando sob o sol escaldante da Trácia, neste local imundo e sangrento, com milhares de corpos decepados e dilacerados e que a esta altura estão servindo de alimento para as aves de rapina, coisa que infelizmente estou me habituando a ver, embora seja odioso e repugnante.
Jahangir e eu lutamos usando nossos corpos, punhais, espadas e lanças, recebemos contragolpes, que felizmente não são certeiros e conseguimos desviar ou nos ajudar, temos sorte e um ao outro, em algumas ocasiões precisamos do arco e flechas para acertar um alvo mais distante.
Vemos de longe o grupo dos arqueiros tentando se aproximar do rei da Trácia para acertá-lo no ponto vulnerável da armadura, enquanto o general e sua comitiva tentam cercá-lo de outra maneira, mas em vão.
Olhamos para o lado e vemos o grupo de nobres persas junto com o Imperador em uma posição que o deixa exposto, então percebo que uma lança está zunindo no ar e indo a toda velocidade em direção ao grande Shahanshah, é nesse exato momento que vejo Jahangir pular em sua frente, é atingido e caí, salvando a vida do Soberano e me deixando desesperada.
— Leve agora mesmo o guerreiro para a tenda dos feridos! – exijo e todos me olham e não saem do lugar.
Vendo que eles não saem do lugar e Jahangir está sangrando, me desespero e sinto que devo fazer alguma coisa.
— Estou ordenando que o levem agora para a tenda de feridos ou eu terei que levá-lo? – ordeno com veemência.
— Quem és para ordenar algo diante de seu Imperador? – Shahanshah diz, aborrecido.
Vendo meu amado naquela situação e sem poder fazer nada por ele... Guardo minha espada, tiro o véu e removo o chapéu, deixando todos chocados.
— Sou eu, Princesa Shahnaz, Majestade. – digo.
— Andem, levem o guerreiro e façam tudo por ele, esse rapaz salvou a minha vida. – Shahanshah diz, felizmente reconhecendo o ato heroico.
— Agora eu vou terminar essa guerra. – digo e pego minha aljava e vou saindo.
— Não vai a lugar nenhum, Shahnaz. – o Imperador ordena.
— Eu vou, Majestade. Estive em duas guerras e sobrevivi, mostrei à Vossa Majestade que posso viver como uma guerreira e cumprir todas as funções de um soldado, agora deixe terminar o meu dever. – digo com firmeza e saio sem ouvir a resposta.
Vejo apenas o general chegando apressado.
O Narrador:
— Mande um guerreiro ao lado dela, não quero que minha Princesa corra riscos, Faridoon. – o Imperador diz.
— Com todo respeito, Majestade, vi Vossa Alteza na guerra e ela é uma guerreira excelente e destemida, apesar de ser jovem e ter seu corpo delicado de moça, é bem forte. – o general diz.
— Desde quando sabe que Shahnaz está na guerra e por que não me informou? – o Imperador pergunta.
— Soube essa manhã, Majestade, não tive tempo para lhe informar. – o general mente.
— Sobre uma coisa tão relevante como a presença da minha herdeira na guerra? – Shahanshah grita.
— Minha culpa, Majestade. – Faridoon reconhece e Shahanshah pensa se deve puni-lo.
— Qual é o nome do guerreiro que salvou a minha vida? – o Imperador pergunta.
— Vou verificar, Majestade. – o general informa e retorna para a batalha.
Seguem tentando cercar o rei de Trácia ou atingi-lo, Shahnaz está obstinada em suas tentativas de acertar uma flecha na parte exposta da armadura e marcha com os arqueiros na direção do monarca, até que Faridoon e os seus conseguem se infiltrar no grupo de nobres que o protegem e finalmente o rende e põe de joelhos diante do grande Shahanshah, que decepa sua cabeça, mostrando sua força e poderio, vencendo a guerra.
Então as tropas do leste e oeste invadem e tomam a cidade e o palácio, rendem e dominam toda a extensão da província, que agora está sobre o domínio e controle persa. Estabelecem o governo de Shahanshah, que faz uma celebração grandiosa e dá aos guerreiros uma semana de descanso.
Durante a celebração, Faridoon dá ao Imperador a informação solicitada.
— Jahangir Azimi é o nome do guerreiro que salvou a vida de Vossa Majestade. – o general diz.
— Já ouvi falar desse nome antes. – Shahanshah diz.
— É um guerreiro de terceira classe. O mesmo arqueiro que conseguiu acertar o olho do rei de Lídia, nos dando a vitória. – Faridoon diz.
— Esse rapaz deve ser honrado por ambos os feitos, Majestade. – Sirdar Nasim diz e todos concordam.
— Traga-o para ser tratado no palácio e faça tudo para que salvem a vida desse rapaz, em seguida falaremos das honras para esse rapaz. – o Imperador diz.
Princesa Shahnaz POV:
Sem qualquer alternativa, tenho que me revelar ao Imperador para garantir a vida do meu amado Jahangir.
Qualquer um pode supor que o grande Shahanshah me impedirá de participar da guerra, principalmente ao saber que estou nela, mas não me importo, seguirei mesmo assim, sendo rebelde, como quando lhe digo que tenho que terminar a minha missão e assim o faço, concluindo essa batalha, mas sem acertar meu alvo, infelizmente.
Adentramos a província e estabelecemos o domínio persa, como ordenado, agora o Imperador vai celebrar e dará aos guerreiros uma semana de descanso, embora eu saiba que requisitará a minha presença a qualquer custo em breve.
Minha maior angústia e necessidade é saber como está Jahangir e por isso me apresso para ir à tenda dos feridos.
— Posso ver Jahangir Azimi? – peço para uma das servas.
— Quem? – a serva pergunta.
— Um rapaz que foi flechado, de sobrenome Azimi, da tropa oeste. – digo.
— Só teve um rapaz aqui que morreu hoje. – ela diz e eu começo a chorar.
Agarro o meu véu em desespero, não posso acreditar no que acabo de ouvir, ainda me lembro de suas palavras de amor e de nossas orações antes da guerra.
Lembro de certa vez que ele me disse uma frase que jamais esquecerei: “O verdadeiro guerreiro é aquele que enfrenta qualquer situação, é o que aceita todos os desafios e sai vitorioso, é aquele que luta até o último suspiro.” Assim era meu Jahangir.
— Vossa Alteza deve estar falando do rapaz que salvou o Imperador e foi levado para ser cuidado no palácio. – uma das servas vem dizer, para o meu alívio.
— Muito obrigada. – digo, enxugando as lágrimas e saio apressada.
Volto ao acampamento e logo me deparo com o comandante, que me informa que a minha presença está sendo requisitada no palácio pelo Imperador e sem demora.
Sigo escoltada até o palácio e me apresento diante do grande Shahanshah.
— Vossa Majestade solicita a minha presença? – pergunto e faço uma reverência.
— Saiam todos! – o Imperador diz e parece muito aborrecido.
Nesse momento todos nos deixam sozinhos.
— Princesa Shahnaz, o que direi a você? – ele diz e põe suas duas mãos no descanso do trono, parece exausto.
— Que se sente orgulho dos feitos de sua sucessora. – digo sinceramente.
— Não lhe disse que não permitiria que viesse à guerra? – ele diz em tom de voz austero.
— Sim, Majestade, disse. Eu não lhe disse que deveria permitir que eu defendesse nosso império, aquele que me daria como sucessora? Como seria uma líder se nunca enfrentei uma guerra e nunca conheci os campos de batalha e vivenciei suas dificuldades e seus horrores, conhecendo suas estratégias e embates? – pergunto.
— Mesmo assim você me afrontou diante de todos e fugiu. – o Imperador aumenta seu tom de voz.
— Não veja como uma afronta, mas como um ato máximo de submissão ao império, sua herdeira, uma persa se aliando e somando às suas forças, dando o máximo de si por seu Imperador e pela coroa. Fugi para estar diante de Vossa Majestade e ao seu lado na guerra. – argumento e o vejo suspirar.
— Podia ter perecido na guerra, o que eu faria sem minha sucessora?
— O verdadeiro guerreiro é aquele que enfrenta qualquer situação, é o que aceita todos os desafios e sai vitorioso, é aquele que luta até o último suspiro... Se eu perecesse, teria cumprido o meu dever para com o império, mas estou bem treinada e aqui do seu lado, conte comigo, Majestade. – digo.
— És perspicaz, Shahnaz, uma verdadeira estrategista. – o Imperador diz e abre meio sorriso.
— Tenho o Vosso perdão? – pergunto e sorrio.
— Sim, Princesa Shahnaz, afinal é o meu orgulho. – ele diz e sorri abertamente.
— Muito me alegra. Tenho seu consentimento para continuar nessa campanha vitoriosa para Macedônia? – arrisco pedir.
— Shahnaz, não seja ardilosa. – o Imperador diz em tom austero novamente.
— Majestade, acaba de dizer que sou orgulho do Imperador, deixe-me ser sua honra também. – peço com ardil.
— Desde que permaneça junto à corte durante a batalha. – ele diz.
— Desejo me juntar à tropa do comandante Cy, como desde o princípio e como sei fazer, Majestade. – arrisco mais uma vez.
— Princesa Shahnaz, não ouse me provocar. Pode se recolher, deve estar cansada. – o Imperador finaliza a questão.
Mas para mim não está encerrada, voltarei ao assunto.
— Shahnaz, você deve saber que em uma das alcovas há um rapaz, quero que você e as servas cuidem bem dele, é o guerreiro que me salvou, mas agora está entre a vida e a morte. – o Imperador diz, me deixando desesperada.
Por favor meu Jahangir, não me deixe.