Capítulo 7
-Eu sei e não quero ouvir justificativas para sua escolha. Eu te apoio em tudo e é hora de você pensar em você pela primeira vez na vida. Você tem cuidado de nós por muito tempo, Imogen, chegou a hora de nós administrarmos também. E sorriu tranquilizadoramente.
Imogen, por sua vez, estava começando a soluçar.
"Sabe, acho que sua mãe ficaria orgulhosa de você." Nigel a beijou na bochecha.
Após essas palavras, a garota de repente se sentiu pequena e indefesa. Despreparados para a aventura pela frente, mas com o coração cheio de alegria.
Sua mãe. Todos os dias o pensamento corria para ela. Por dez anos.
Ela havia morrido em um acidente quando Colin tinha seis anos, e Imogen carregava a família em seus ombros desde então, seu irmão mais novo e seu pai despedaçados, sem mencionar como tinha sido para ela ficar sem mãe.
-Meu amor, espero que seus sonhos se tornem realidade. Agora vá, a porta foi aberta. Falaremos em breve, princesa. Ele acariciou suas bochechas e Imogen contou os segundos daquele contato, tentando gravá-lo em sua memória e torná-lo infinito, indelével.
-Olá pai, olá Colin! Conversaremos com frequência", disse ele enquanto se afastava. Ela estava chorando, mas um sorriso surgiu em seus lábios. Ela queria que sua família se lembrasse dela assim, com a felicidade estampada em seu rosto.
Depois de onze horas de vôo a tristeza se acalmou. Dormir durante a viagem lhe fizera bem.
Agora, porém, ela estava apavorada: ela tinha que se virar sozinha.
Imogen tinha acabado de pousar. Depois de recolher as malas, uma vez fora das portas automáticas de Heathrow respirou fundo o ar londrino em busca de algum conforto. Voltar para onde tudo começou, para ela, nascida na capital, foi emocionante. Por fim, sentiu-se livre para construir seu próprio caminho sem ter que prestar contas a quem a conhecia pela publicidade e a enquadrava como incapaz de se dedicar a qualquer outra coisa.
Decidira apanhar um táxi para poder desfrutar na solidão de Londres, aquela cidade que fora a sua terra natal, de onde partira para seguir os pais ainda criança.
Eu estava sozinho agora. E assim foi, já que não havia mais parentes. Ela estava assustada e animada: sabia que era hora de criar sua própria vida e perseguir seus sonhos.
Ela entrou em um carro preto e sentou-se no banco de trás, admirando as casas baixas e coisas do tipo que surgiam diante dela.
Ele ficaria relutantemente em um hotel enquanto procurava uma casa. Uma solução temporária, ele só tinha que cerrar os dentes.
-Senhorita Phoenix Hotel, chegamos-.
*
Imogen exalou e, reunindo toda a sua coragem, bateu na porta desbotada daquele pequeno prédio que tanto parecia um antro. A música estava alta e ela não tinha certeza se eles a ouviram lá dentro.
As apresentações não eram as melhores do mercado. A área não era grande, a rua era a mais feia de todo o bairro. O pequeno prédio estava em ruínas e parecia ter a aparência de um prédio prestes a cair. Ela também tinha visto caras feias aparecerem, mas ela tentou não se preocupar com isso e não julgar tudo pelas aparências, mas ela não queria fazer nenhum julgamento precipitado; sem falar que eu precisava de um apartamento como o ar.
Resumindo, ela também poderia ser julgada por ter sido modelo de lingerie... mas ao contrário do que as pessoas possam pensar dela, ela tinha um cérebro e sabia como usá-lo.
Ele ligou de novo: -Sou Imogen! A menina que tem que ver o quarto para alugar.
A porta se abriu de repente e uma garota ainda menor que a loira abriu a porta para ela. Ele tinha cabelos pretos e um rosto pálido. A maquiagem era pesada, mas ela estava sorrindo. -OLÁ! Me desculpe, eu não ouvi... Eu tinha a música no volume máximo!-
Ele a conduziu e Imogen a seguiu.
-Eu sou Milly e te convidei caso você fosse um vampiro. Você sabe, sem um convite você não pode colocar os pés na casa de outra pessoa, eu sei disso -. A última parte ele apenas sussurrou, confidencialmente.
O inquilino era um tanto bizarro, talvez demais, mas decidiu ignorá-lo. Ele olhou em volta e se concentrou na casa: não era ruim, mas era pequena e caótica.
Digamos apenas que Milly não era apaixonada por limpeza ou higiene, aparentemente.
-Tenha cuidado! Não ande por aí! Elliott vomitou ontem à noite depois da festa."
Imogen ergueu as sobrancelhas, congelada por tal história e pela facilidade com que Milly revelava certos detalhes. Ele sabia que tinha que mostrar a casa a um colega de quarto em potencial e nem se preocupou em arrumar?!
-Felizmente você veio. Você me deu a desculpa para limpar um pouco!- Milly tentou quebrar o constrangedor silêncio depois de ter recuperado uma garrafa de cerveja rasgada e bebeu um pouco. Eram dez da manhã.
-Aqui, exatamente-. Imogen murmurou para si mesma, revirando os olhos, uma oração em seus lábios, esperando que ela não fosse imolada em uma missa satânica.
-Você disse alguma coisa? -
“Não, nada!” Ele tentou sorrir alegre e convincentemente. Tudo, para sair de lá o mais rápido possível. Eu queria fazer isso sem contrair leptospirose ou salmonela ou qualquer outra doença mortal.
-Tá daaaan! Este seria o seu quarto!- E a gótica Milly, que tentava furar o lábio com um alfinete de segurança, mostrou-lhe um buraco triste e sujo.